'Não sou mais a mesma pessoa', diz paciente que sofre há quase 2 anos com efeitos da chikungunya:bet esportivo club
Em setembrobet esportivo club2015, eu passei a sentir dores muito fortes. Já não conseguia escrever, não conseguia sentar, nem andar, nem ir ao banheiro. Parecia que meu corpo estava paralisado pela dor. Fiquei internada por dois dias e a sorologia identificou o vírus.
Desde então, eu não tenho mais vida social. Às vezes sento e não consigo me levantar. Tem diasbet esportivo clubque não consigo ir ao trabalho. Não calço mais salto alto, não abaixo mais para pegar nada no chão. Acordo à noite sentindo dores, dormência nas mãos, cãimbra nas pernas, não durmo bem.
Eu perdi todas as roupas porque ganhei cercabet esportivo club18 quilos. Não consigo fazer atividades físicas. Já tentei pilates, hidroginástica, caminhada, mas não aguento, porque os nervos estão inflamados. A medicação que tomo é forte e eu não vejo muito resultado. A médica me disse que tenho que tomar por tempo indeterminado, porque não sabemos quando ficarei bem.
Não consigo mais ir a festas porque não aguento ficarbet esportivo clubpé nem sentada por muito tempo. Só a gente não poder se arrumar como quer já mexe com a autoestima. Não uso mais anéis, porque os dedos começam a inchar.
Antes eu morava sozinha e era independente, mas hoje moro com minha sobrinha porque não consigo fazer muita coisa. Não consigo pegar uma garrafa térmica para colocar o café na xícara. Minhas mãos não a sustentam.
Pedi auxílio-doença no INSSbet esportivo cluboutubro, com os relatórios das médicas. Mas foi no períodobet esportivo clubque os peritos estavambet esportivo clubgreve. Então eu fiquei sem receber meu salário nem o auxílio durante três meses. Passei dificuldade financeira, foi minha família que me deu suporte. Em janeiro eu tive que voltar ao trabalho, mesmo sem condições.
A sensação que a gente tem ébet esportivo clubser um robô, uma múmia, o corcundabet esportivo clubNotre Dame. Por pouco não fiquei deprimida. Tomei antidepressivos por quatro meses porque as médicas perceberam alterações no meu humor.
Tem diasbet esportivo clubque você acorda mais animada, mas aí vem aquela sensaçãobet esportivo clubdesgaste físico como se você tivesse corrido uma maratona. Não sou mais a mesma pessoa. Ando pelas ruas me segurando nas paredes."
Entenda a chikungunya:
Ao contrário do que ocorre com a zika, ainda não há evidênciasbet esportivo clubque o vírus da chikungunya seja transmitido da mãe para os bebês durante a gravidez, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, a doença tem suas próprias peculiaridades.
Em seus primeiros dez dias, os sintomas costumam ser febres, fortes dores e inchaço nas articulações dos pés e das mãos. Em alguns casos, ocorrem também manchas vermelhas no corpo.
Mas mesmo com o fim da viremia - períodobet esportivo clubque o vírus circula no sangue - a dor e o inchaço causados pela doença podem retornar ou permanecer durante cercabet esportivo clubtrês meses. Em cercabet esportivo club40% dos casos, eles tornam-se crônicos e podem permanecer por anos.
"A intensidade do sofrimento dos pacientes para mim foi uma surpresa, mesmo que a literatura já falasse disso", diz Carlos Brito, da UFPE.
Em casos crônicos, os pacientes podem sofrerbet esportivo clubinsônia, dormência nos membros, cãimbras e dificuldadesbet esportivo clubcaminhar. A doença pode causar inflamação nos nervos ou iniciar doenças reumatoides, como a artrite.
Além disso, também pode desestabilizar doenças cardíacas, problemas renais e diabetes. Nos casos mais graves, pode causar a síndromebet esportivo clubGuillain-Barré e outros problemas neurológicos graves, do mesmo modo que a zika.
"Tenho pacientes que estão doentes há quase dois anos. E maisbet esportivo clubmetade deles têm um graubet esportivo clubdepressão ou alteraçãobet esportivo clubhumor. Imagine conviver com uma dor intensa e prolongada que você não sabe quando vai acabar", disse à BBC Brasil a infectologista Melissa Falcão, da Vigilância Epidemiológicabet esportivo clubFeirabet esportivo clubSantana.
A doença atinge adultos e idosos com mais força. Em crianças, as manifestações costumam ser mais leves.