Ataque aos Poderes: Mercado não vê risco maiorapostas da liga dos campeõesconflito e aguarda pacote fiscal, diz Meirelles:apostas da liga dos campeões

Como mais um sinalapostas da liga dos campeõesque o governo segue funcionando, ele ressalta a decisãoapostas da liga dos campeõesHaddadapostas da liga dos campeõesnão adiar o anúncioapostas da liga dos campeõesum pacoteapostas da liga dos campeõesmedidas fiscais para reduzir o rombo nas contas públicas. O anúncio é esperado para a tarde desta quinta-feira (12/01).

Na avaliaçãoapostas da liga dos campeõesMeirelles, o foco do pacote deveria estar principalmente no corteapostas da liga dos campeõesgastos, embora a expectativa é que as medidas a serem anunciadas por Haddad devam se concentrar no aumento das receitas, com aumentoapostas da liga dos campeõesimpostos.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista,apostas da liga dos campeõesque Meirelles também defende o tetoapostas da liga dos campeõesgastos, política implementada por ele no governo Michel Temer que tem falhadoapostas da liga dos campeõesconter despesas, assim como comenta as críticas à pressão do "mercado" para o governo enxugar o orçamento,apostas da liga dos campeõesmeio ao aumento da pobreza e da fome no país.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Como o senhor avalia o impacto na economia da invasão das sedes dos três Poderes?

apostas da liga dos campeões Henrique Meirelles - Não há dúvida que foi uma situaçãoapostas da liga dos campeõesextrema gravidade, uma invasão da sede dos três Poderes, e uma destruição do patrimônio público. É um ato inaceitável e lamentável eapostas da liga dos campeõesgrande repercussão internacional.

Do pontoapostas da liga dos campeõesvista dos efeitos na economia, há uma preocupação mas, por tudo o que estamos vendoapostas da liga dos campeõesreaçãoapostas da liga dos campeõesmercado, o impacto está sendo dentroapostas da liga dos campeõesum realismo: houve destruição físicaapostas da liga dos campeõespropriedade pública, mas os Poderes continuam funcionando normalmente. Processo judicial,apostas da liga dos campeõesinvestigação e apuraçãoapostas da liga dos campeõesresponsabilidades está prosseguindo normalmente, vigorosamente por parte do Supremo Tribunal e das autoridades competentes.

Então, o impacto na economia é um no sentidoapostas da liga dos campeõeshaver uma expectativa, uma observação mais, digamos, cuidadosaapostas da liga dos campeõesrelação ao Brasil. Mas aos poucos nós passamos a ver que, do pontoapostas da liga dos campeõesvistaapostas da liga dos campeõesgovernabilidade, a atenção começa a sair daquele episódioapostas da liga dos campeõesdomingo para as ações do governo. Isto é, passa a cada vez mais ser objetoapostas da liga dos campeõesatenção exatamente os próximos passos, as concretizações do governo Lula, principalmente na área econômica, todo o planoapostas da liga dos campeõesajuste fiscal e corteapostas da liga dos campeõesdespesa anunciado pelo ministro Fernando Haddad. Isso passa cada vez mais a voltar a ser o objeto maior da atenção dos mercados e, portanto, dos agentes econômicos e,apostas da liga dos campeõesúltima análise, da economia.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Então, parece ter havido uma leitura do mercadoapostas da liga dos campeõesque houve uma reação positiva dos três Poderes aos ataques e que talvez esse episódio lamentávelapostas da liga dos campeõesdomingo não venha a se repetir?

apostas da liga dos campeões Meirelles - Não sei se é exatamente só isso, uma coisa assim tão pontual. A resposta positiva à reação dos três Poderes existe, mas o ponto fundamental é que o mercado vê consequências para a área econômica. Então o mercado procura olhar: isso vai prejudicar a execução dos planosapostas da liga dos campeõesgoverno? O ministro Haddad deixou ou vai deixarapostas da liga dos campeõesanunciar seus planos? Não. Então, a atenção deixaapostas da liga dos campeõesse voltar para aquele episódio e continuar reagindo aquele episódio. Aquele episódio ocorreu e agora as pessoas começam a se voltar normalmente para as ações do governo.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Há o riscoapostas da liga dos campeõesessa instabilidade mais política, que talvez possa continuar, afetar o andamento das agendas econômicas? Estamos acompanhando possíveis novas mobilizações desses apoiadores do Bolsonaro.

apostas da liga dos campeões Meirelles - Evidentemente, existe uma atenção para o tipoapostas da liga dos campeõesação desses grupos. Até agora, os efeitos foram chocantes e destrutivos para o patrimônio público, mas não ameaçaram o funcionamento das instituições, principalmente porque ocorreramapostas da liga dos campeõesum domingo.

Há essa questão das refinarias, das estradas, etc, é uma questão objetoapostas da liga dos campeõesatenção, mas também não está afetando a economiaapostas da liga dos campeõessi, o suprimentoapostas da liga dos campeõespetróleo, combustível, etc. Então, eu acho que esse é o ponto objetivoapostas da liga dos campeõesque o mercado reage. O mercado reage com fatos, não necessariamente meramente com interpretação ou significado dos fatos. Evidentemente se o mercado visse um risco maiorapostas da liga dos campeõesconflito institucional seria um problema, mas não é, as instituições estão funcionando normalmente. O Judiciário está fazendo as suas investigaçõesapostas da liga dos campeõesuma maneira normal, vigorosa, séria. E então estamos prosseguindo aí e vendo aí como está exatamente o andamento da economia, masapostas da liga dos campeõesnovo cada vez mais com a atenção nas próximas ações do governo.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Economistas preocupados com equilíbrio das contas públicas têm sugerido que o governo deveria rever, por exemplo, cortesapostas da liga dos campeõesimpostos. O governo decidiu primeiro revogar a desoneraçãoapostas da liga dos campeõescombustíveis. Considerando o momento que o país vive, seria adequado retornar a imposto sobre combustíveis, correndo o riscoapostas da liga dos campeõestalvez categorias como caminhoneiros paralisarem estradas?

apostas da liga dos campeões Meirelles - No inícioapostas da liga dos campeõesgoverno, houve uma decisãoapostas da liga dos campeõesuma prorrogação dessa questão dos impostos, por esse período. Não acredito que vai haver uma grande mudança nisso. Isso tem um custo, que já está nas contas dos agentes econômicos. Por razões diversas, não só por um processoapostas da liga dos campeõespreocupação com a inflação, mas também agoraapostas da liga dos campeõesfunção exatamente desta questãoapostas da liga dos campeõesatos, digamos, vamos chamarapostas da liga dos campeõesperturbação da ordem, fatos graves como destruição do patrimônio público. Então é o momento, evidentemente, que eu achoapostas da liga dos campeõesprocurar a pacificação, cada vez maior. Eu acho que é uma coisa fundamental do governo deixar exatamente que as atenções voltem-se cada vez mais para as medidas econômicasapostas da liga dos campeõesuma forma geral e uma pacificação do país. O que eu acho importante é o ajuste fiscal, é o corteapostas da liga dos campeõesdespesas, a reforma administrativa, a reforma tributária etc.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Há expectativaapostas da liga dos campeõesque o ministro Fernando Haddad anuncie essa semana ainda um pacoteapostas da liga dos campeõesmedidas fiscais. Segundo o que vazou na imprensa, seria um pacote mais concentrado na reversão das desonerações, medidas como revisão dos contratos para diminuir despesas, algum corteapostas da liga dos campeõesgastos. Como o senhor está vendo esse possível pacote?

apostas da liga dos campeões Meirelles - Eu acho um pouco prematuro ficar fazendo grandes comentáriosapostas da liga dos campeõesrelação a um vazamento aqui, um vazamento ali, e aí chegar a conclusões muito fortes com isso. Vamos aguardar o que vai anunciar,apostas da liga dos campeõestendo anunciado isso, aí sim vamos analisar exatamente o que ele está propondo.

Agora, como eu disse, medidaapostas da liga dos campeõescontroleapostas da liga dos campeõesdespesa, corteapostas da liga dos campeõesdespesas, e diminuiçãoapostas da liga dos campeõesalgumas desonerações,apostas da liga dos campeõesreduçãoapostas da liga dos campeõesbenefícios que não mais se justificam, essa é a direção. Precisamos baixar as despesas e aumentar um pouco as receitas, mas principalmente baixar as despesas,apostas da liga dos campeõesvirtude exatamente dos aumentos das (outras) despesas necessárias (como o aumento do Bolsa Família, aprovado na PEC da Transição).

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Na discussão fiscal, sempre aparece a figura do mercado, que soa um pouco abstrata por parte da população. Eu queria que você explicasse para o público mais leigo: o que é o mercado exatamente e por que ele é tão poderoso, tão influente nessa discussão?

apostas da liga dos campeões Meirelles - É uma excelente pergunta. As pessoas acham que o mercado é uma meia dúziaapostas da liga dos campeõespessoas lá na avenida Faria Lima (em São Paulo). Não é. O mercado são todas aquelas pessoas que estão engajadasapostas da liga dos campeõesatividades produtivas no Brasil. O produtor, digamos, o padeiro do interior da Bahia, é mercado. Ele não tem reações imediatas que aparecem nas manchetes, tipo aqueles gestores que compram e vendem ações e isso influencia o preço da Bolsa, por exemplo. Houve uma situação qualquer onde um grande númeroapostas da liga dos campeõespessoas, vamos supor, vendeu ações na Bolsa, e isso faz com que o preço da Bolsa, o índice (que reflete o preçoapostas da liga dos campeõesum conjuntoapostas da liga dos campeõesações), caia. Bom, "o mercado reagiu assim" (dizem os jornais). O mercado é um conjunto, no caso,apostas da liga dos campeõespessoas grandes,apostas da liga dos campeõesúltima análise, somando-se todos os compradores e todos os vendedores, seja da Bolsaapostas da liga dos campeõesValores, seja do mercadoapostas da liga dos campeõescâmbio, compra e vendaapostas da liga dos campeõesmoedas, e seja no mercadoapostas da liga dos campeõesjuros, quanto os investidores estão demandando para comprar títulos da dívida pública, sejaapostas da liga dos campeõescurto prazo, sejaapostas da liga dos campeõesprazo maior...

Então, nós estamos falandoapostas da liga dos campeõesagentes completamente diferentes,apostas da liga dos campeõestodo lado. Isso é que é a reação maisapostas da liga dos campeõescurto prazo. E tem o mercado no sentido mais amplo que diz, "bom, mas (pode haver) uma reação negativa do mercado também, masapostas da liga dos campeões(determinadas ações do governo) gerar um menor crescimento econômico". Não é só por causa da Bolsa, não é só por causa dos juros, não é só por causa do dólar. Então, quando eu estava mencionando o padeiro lá do interior da Bahia, que, se ele está animado, acha que a economia vai crescer, o que ele vai fazer? Ele vai contratar mais funcionário, ele vai comprar mais trigo, etc. E isso vai ativar a economia. Mas, bom, (a empresa do padeiro) é muito pequena. É muito pequeno, mas somando existem 17,2 milhõesapostas da liga dos campeõesmicro, pequenas e médias empresas no Brasil. Isso tudo é mercado. Porque isso tudo (que é mercado) é o que vai reagir às medidas que podem levar ao crescimento ou não da economia.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - O senhor está explicando que o mercado é uma figura bem heterogênea, cheiaapostas da liga dos campeõesatores. Por outro lado, o mercado sempre aparece no tema fiscal com uma visão meio homogênea,apostas da liga dos campeõesque quer o equilíbrio das contas públicas, quer corteapostas da liga dos campeõesgastos, não quer endividamento público. Porque geralmente é colocado dessa forma, que o mercado reagiria mal a mais endividamento do governo, por exemplo?

apostas da liga dos campeões Meirelles - Isto é uma forma da imprensa (reportar), não é do mercado. O mercado não fala, não é uma pessoa que fala "eu sou o mercado, eu reagi assim ou assado". Não existe isso. Se a Bolsa cai, se o dólar sobe, uma maneira da imprensa noticiar isso é "o mercado reagiuapostas da liga dos campeõesuma forma negativa". Se a bolsa sobe e o dólar cai, por exemplo, se os títulosapostas da liga dos campeõesjuros caem, a imprensa diz que o mercado reagiu positivamente à situação tal ou o mercado não reagiu. É uma boa maneira, a imprensa está correta. A imprensa não tem que ficar o tempo todo explicando tudo isso que eu expliquei aqui. Então, uma formaapostas da liga dos campeõessintetizar a situação, o resultado das ações, das reaçõesapostas da liga dos campeõestodos os agentes econômicos, é isso, dizer "o mercado reagiu". É o resultado líquido. Ele (o jornalista) não vai dizer "muitas pessoas aqui compraram ações, tantas pessoas venderam ações", porque inclusive seria uma complexidade tal descritiva que seria muito difícil para as pessoas entenderem. Então coloca "o mercado reagiu assim: subiu a bolsa, caiu o dólar, caiu os juros, o mercado reagiu positivamente". Porque o mercado é o conjuntoapostas da liga dos campeõestodas as pessoas comprando e vendendo títulos.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - O campo mais à esquerda costuma criticar o mercado, talvez se referindo mais ao mercado financeiro, ao empresariado, dizendo que o mercado está preocupado só com seus ganhos financeiros e não está preocupado com a fome, com as dificuldades do povo mais pobre. Como o senhor vê esse tipoapostas da liga dos campeõescrítica?

apostas da liga dos campeões Meirelles - O ponto fundamental é que cada um cumpreapostas da liga dos campeõesfunção. Se é alguém responsável por gerir os recursos atravésapostas da liga dos campeõesum fundoapostas da liga dos campeõesmilhões ou milharesapostas da liga dos campeõespessoas, sejam grandes, pequenos, médios (investidores), que colocaramapostas da liga dos campeõespoupança lá, ele tem que agirapostas da liga dos campeõesbenefício dessas pessoas. E, por outro lado, cabe ao governo, evidentemente, olhar a população como um todo e tomar açõesapostas da liga dos campeõesgoverno que melhorem a distribuiçãoapostas da liga dos campeõesrenda, que diminuam a desigualdade econômica e que sirvamapostas da liga dos campeõessuporte àqueles mais pobres. Então, eu acho que essa discussão é normal, que é a discussãoapostas da liga dos campeõesjustificativa das diversas medidas no sentidoapostas da liga dos campeõesque cada um está cumprindo aapostas da liga dos campeõesfunção, cada um está fazendo aquilo que é aapostas da liga dos campeõesresponsabilidade.

Evidentemente, os agentes econômicosapostas da liga dos campeõesuma maneira geral - desde o grande gestorapostas da liga dos campeõesfundos aquiapostas da liga dos campeõesSão Paulo ouapostas da liga dos campeõesoutras cidades, até o padeiro lá do interior - estão evidentemente preocupados com os seus resultados. O padeiro está preocupado,apostas da liga dos campeõesúltima análise, se vai vender mais ou vender menos. Se vai vender mais pão, ele compra mais trigo, ele contrata mais funcionário. E isto é bom, porque se todos agirem assim, mais pessoas serão contratadas, mais empregos serão criados no país, etc. Por outro lado, o governo diz: "eu estou fazendo essa medida exatamente, apesar que ela tem um custo aqui que preocupa, mas é responsabilidade do governo, evidentemente, olhar aqui pelos mais pobres etc". Então é esse, é esse o quadro. Cada um olhando dentro daapostas da liga dos campeõesresponsabilidade, o que é normal.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Durante o governo Bolsonaro, houve uma agenda liberal, não necessariamente totalmente implementada, que atraiu o apoioapostas da liga dos campeõesatores econômicos importantes, sejaapostas da liga dos campeõesempresários, na área do mercado financeiro, no agronegócio. Por outro lado, o presidente Bolsonaro sempre foi uma pessoaapostas da liga dos campeõesdiscurso autoritário. Ele sempre exaltou abertamente a ditadura militar, que governou o paísapostas da liga dos campeões1964 a 1985. Esse apoio a um presidente que sempre teve um discurso autoritário não passa uma impressãoapostas da liga dos campeõesque talvez a elite econômica coloque questões econômicas, ganhos econômicos, acimaapostas da liga dos campeõesvalores democráticos?

apostas da liga dos campeões Meirelles - Olha, é muito importante deixar claro o seguinte: o mercado não reage politicamente, como fica aparecendo, dá apoio político. Você pode ter um empresário que dá apoio político, a um ou a outro (candidato). Então, o que o que pode existir são manifestações, também, nãoapostas da liga dos campeõesrelação à pessoa necessariamente, mas a determinadas políticas (defendidas pelo candidato ou autoridade). No caso, as políticas anunciadas pelo governo, como você disse muito bem, não necessariamente implementadas, mas que foram anunciadas como políticas liberais, políticasapostas da liga dos campeõesabertura,apostas da liga dos campeõescriaçãoapostas da liga dos campeõescondições favoráveis para as empresas investirem, são coisas que os agentes econômicos acham positivo. Então, apoiaram muito isso.

Agora, com o tempo começou a haver uma certa preocupação… por razões diversas, essa agenda não foi implementada, uma agenda liberal econômica, não estavam necessariamente julgando (opiniões autoritárias)… Inclusive porque eu acho que, do pontoapostas da liga dos campeõesvistaapostas da liga dos campeões(ser) liberal, neste caso, nós estamos falando muito objetivamente do liberalismo na área econômica... Agora, não necessariamente apoiando o estilo dele ou as tendências pessoais dele. É uma outra discussão. Muitos apoiam, muitos não apoiam.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Mas a elite econômica acha ok, talvez, aceitar esse estilo autoritário, desde que sejam implementadas as políticas liberais? Eu estou me referindo a uma crítica que muitas pessoas fazem.

apostas da liga dos campeões Meirelles - Eu não colocaria assim. Primeiro porque eu acho elite econômica muito vago. O que é a elite econômica? Nós vimos aqui empresáriosapostas da liga dos campeõesgrande porte apoiando o Lula. Então eu acho complicado todas essas generalizações, elite econômica, mercado, não sei o que. Existe um número grandeapostas da liga dos campeõesempresários que apoiavam a política econômica, não necessariamente as questões (de estilo autoritário). E segundo, independenteapostas da liga dos campeõesanúncios,apostas da liga dos campeõesfalas, houve medidas concretas autoritária do governo? E qual foi a reação a isso? Objetivamente, pode ter havido muita preocupação quanto a isso, muitas frases fortes do presidente. Mas, concretamente, não houve medidasapostas da liga dos campeõesrestrição à liberdade, que seriam, evidentemente extremamente negativas e inaceitáveis.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - O senhor tem razão, eu deveria apostas da liga dos campeões t apostas da liga dos campeões er falado parte da elite econômica. Eu trouxe essa questão porque é um debate que está na sociedade. Talvez ele não tenha tomado atitudes autoritárias no sentidoapostas da liga dos campeõeslimitar a liberdadeapostas da liga dos campeõesir e vir das pessoas, mas muitas pessoas consideram que o Bolsonaro foi construindo com discursosapostas da liga dos campeõescontestação das urnas, por exemplo,apostas da liga dos campeõesataque o Poder Judiciário, foi construindo uma situação que culminou com o que nós vimos no domingo, inclusive com essa politização das Forças Armadas. Esse é o contexto que queria trazer quando eu fiz a pergunta.

apostas da liga dos campeões Meirelles - Entendi. Ele tem esse discurso, mas objetivamente não conseguiu efetivar. O fato concreto é o seguinte: as Forças Armadas não intervieram. Eu sou um homem que me baseio por fatos e não por falas. As Forças Armadas não intervieram, as Forças Armadas se mantiveram no seu papel institucional, adequado, correto,apostas da liga dos campeõesacordo com a Constituição durante todo o período. Pode-se discutir agora: poderia ter agido mais aqui, mais ali, mas eu acho que o papel das Forças Armadas é o papel claro definido pela Constituição. Não há dúvidaapostas da liga dos campeõesque ele contestou muito o resultado da eleição. Mas ele contestava antes. Ele já contestou a eleição que ele ganhou,apostas da liga dos campeões2018 (quando Bolsonaro disse, sem apresentar provas, que deveria ter ganhado no primeiro turno). Então é muito mais um processoapostas da liga dos campeõesestilo... Agora, o que está na cabeça dele eu não sei. Eu não o conheço pessoalmente para julgar o que eleapostas da liga dos campeõesfato estava querendo com tudo isso, eu não sei.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Uma parte da sociedade que não é inexpressiva associa Lula ao comunismo e diz que o Brasil iria virar uma Venezuela, uma Cuba. O que diria para essas pessoas?

apostas da liga dos campeões Meirelles - Eu gostariaapostas da liga dos campeõesesclarecer algumas coisas. Nós temos governo autoritário na Venezuela, temos governo autoritárioapostas da liga dos campeõesCuba, mas o comunismo como tal, ele caiu com a queda do muroapostas da liga dos campeõesBerlim muitas décadas atrás. O comunismo existiu na União Soviética, na China e países da Europa Oriental. Aquilo sim era comunismo. Eu não estou vendo nenhuma propostaapostas da liga dos campeõescomunismo no Brasil.

Comunismo é a propriedade coletivaapostas da liga dos campeõestodos os meiosapostas da liga dos campeõesprodução. Então,apostas da liga dos campeõespaíses comunistas,apostas da liga dos campeõesfato, uma farmácia é do governo. Eu mencionei a padaria, é do governo. As fábricas todasapostas da liga dos campeõesautomóvel,apostas da liga dos campeõesaviões ouapostas da liga dos campeõesliquidificador, são do governo. Isso é comunismo. Isso é o que prevaleceu na União Soviética e caiu com o fracasso econômico da União Soviética e com a queda do muroapostas da liga dos campeõesBerlim. Não acredito que exista ninguém propondo isso.

Essa questãoapostas da liga dos campeõesVenezuela ou Cuba, é que se discute apoio ou não apoio, ou crítica, a esses regimes, isso aí é outra história. Agora, da mesma maneira que se pode acusar o adversárioapostas da liga dos campeõesser comunista, você pode acusar o adversárioapostas da liga dos campeõesser fascista do outro lado. São acusações normais da política, masapostas da liga dos campeõesusoapostas da liga dos campeõesum adjetivo mais do que qualquer outra coisa, porque o comunismoapostas da liga dos campeõessi é algo que já caiu aí há muitas décadas e ninguém pensaapostas da liga dos campeõesrestaurar.

Por exemplo, na China se usa o nome (comunista), mas existe um regime capitalista na China, com a presença forte do Estado, mas capitalista há já muito tempo, desde a presidência do Deng Xiaoping (1978 a 1989). Em resumo, nós temos aí uma luta política normal, que é parte da democracia. A democracia pressupõe essa luta política e às vezes, a linguagem forte, etc, mas o importante é que a divergênciaapostas da liga dos campeõesopinião seja preservada, democracia seja preservada e, principalmente, o critérioapostas da liga dos campeõestomadaapostas da liga dos campeõesdecisão, que é uma eleição livre e democrática. Isso é que é importante.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - O governo Lula tem prometido agilidade na reforma tributária e uma das discussões seria aumentar a taxação sobre os segmentosapostas da liga dos campeõesmaior renda, pois isso seria importante do pontoapostas da liga dos campeõesvista distributivo. Como o senhor vê essa discussão?

apostas da liga dos campeões Meirelles - É algo que faz parteapostas da liga dos campeõesuma visãoapostas da liga dos campeõespolítica redistributiva, agora precisa tomar muito cuidadoapostas da liga dos campeõesnão inibir investimentos. Porque,apostas da liga dos campeõesúltima análise, a melhor política social que existe é o emprego. Então é muito importante que o Brasil tenha um aumento do nívelapostas da liga dos campeõesinvestimento e não uma diminuição. O totalapostas da liga dos campeõespoupança, o totalapostas da liga dos campeõesinvestimento do Brasil é baixo. Isso é uma das razões, inclusive, não só da nossa baixa taxaapostas da liga dos campeõescrescimento média durante muito tempo, como também do fato que nós necessitamosapostas da liga dos campeõester investimentos internacionais, que variamapostas da liga dos campeõesUS$ 60 a 90 bilhões ao ano, dependendo do ano. E isso é fundamental para o país, grande parte da nossa indústria, etc, são empresas globais.

Esses investimentos criam emprego, criam renda, são fundamentais para o Brasil. Então, nós vamos apenas tomar cuidadoapostas da liga dos campeõesnão achar que o país é simples, como se fosse um país aindaapostas da liga dos campeõesum século atrás, onde nós tenhamos aqui um grupoapostas da liga dos campeõespessoas que são meia dúziaapostas da liga dos campeõespessoas vivendoapostas da liga dos campeõesrenda. Não, nós temos que aumentar a distribuiçãoapostas da liga dos campeõesrenda, tomar medidas fiscais que tenham conteúdo redistributivo, tudo bem, mas sem prejudicar a atividade produtiva, sem prejudicar os investimentos, porque nós hoje ficamos competindo (pelos recursos externos com outros países). Então, uma empresa vai fazer um investimento no Brasil, ou um grande fundo internacional, (ela vai se questionar) "eu vou investir no Brasil, vou investir na Coreia do Sul, vou investir no México, onde é que eu vou investir?". E nós temos que atrair esse investimento para o país. Isso gera emprego, gera renda, gera atividade, gera imposto, etc, etc. Então tudo isso é que nós temos que olhar com muita atenção, paraapostas da liga dos campeõesum lado sim, ter um sistema que é distributivo,apostas da liga dos campeõesoutro lado, não prejudicar a atividade produtiva, o aumento dos investimentos, do emprego e da renda.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Já está dado como certo que o tetoapostas da liga dos campeõesgastos, adotado quando o senhor era ministro da Fazenda, vai ser revisto, haverá novas regras. Qual é o novo arcabouço fiscal que o Brasil precisa?

apostas da liga dos campeões Meirelles - É muito importante que o novo arcabouço fiscal se concentreapostas da liga dos campeõestorno daquilo que o governo controla, que são as despesas públicas. Não adianta colocar meta do que o governo não controla. Tipo receita (do governo), dependeapostas da liga dos campeõesuma sérieapostas da liga dos campeõescoisas: atividade econômica, inflação. Aumentou a inflação, aumenta a receita. Aí o Banco Central consegue diminuir a inflação. Cai a receita. Bom, aí violou a meta (fiscal baseadaapostas da liga dos campeõesreceita)... Já as despesas públicas o governo controla.

apostas da liga dos campeões BBC News Brasil - Quando o tetoapostas da liga dos campeõesgastos foi adotado, houve muita crítica por parte da esquerda, mas também houve algumas críticas do campo liberal. Por exemplo, os economistas Felipe Salto, Monicaapostas da liga dos campeõesBolle, consideravam a regra do teto muito rígida. Concretamente, a regra do teto tem sido furada ano após ano e não conseguiuapostas da liga dos campeõesfato evitar o aumento dos gastos. O senhor reconhece que houve alguma falhaapostas da liga dos campeõesdesenho nessa regra?

apostas da liga dos campeões Meirelles - Eu quero fazer algumas colocações importantes. Em primeiro lugar, enquanto eu estava lá como ministro da Fazenda, ele não foi violado.

Número dois, e eu anunciei isso várias e repetidas vezesapostas da liga dos campeõesentrevistas, etc... A principal finalidade do tetoapostas da liga dos campeõesgastos não é ele sozinho funcionar. Se era só pra ter um teto e ele fazer tudo, funcionar tudo, se ajustar a tudo, então ele era muito pouco flexível e não existe um teto que pudesse fazer isso e acomodar todas as demandas. A finalidade do teto é fixar um limite e, a partir daí, forçar a definiçãoapostas da liga dos campeõesprioridades (de gastos).

Por exemplo, uma das coisas mais importantes que eu propus na época, e depois acabou sendo aprovadaapostas da liga dos campeões2019, foi a reforma da Previdência. Eu não tenho a menor dúvidaapostas da liga dos campeõesque isto é um efeito extremamente positivo do teto. O teto tornou necessária a aprovação da reforma da Previdência. Foi bom para o país, na medidaapostas da liga dos campeõesque a expectativaapostas da liga dos campeõesvidaapostas da liga dos campeõestodos nós está aumentando e isso leva à necessidadeapostas da liga dos campeõesajustar a Previdência Social. Por exemplo, agora, é necessário fazer a reforma tributária, é necessário fazer a reforma administrativa. Tudo isso faz parte do conjunto do teto. Sem o teto, possivelmente muitas dessas reformas não estariam nemapostas da liga dos campeõesdiscussão.

E o fatoapostas da liga dos campeõesque a violação do teto precisaapostas da liga dos campeõesuma emenda constitucional (medidaapostas da liga dos campeõesaprovação mais difícil no Congresso) já é um benefício do teto. Porque antes era só gastar, aprovar uma lei ordinária aumentando o gasto. Isso levou o Brasil à ameaçaapostas da liga dos campeõesinsolvência e à recessão que nós tivemosapostas da liga dos campeões2015apostas da liga dos campeões2016.

Mas, com tudo isso, o teto também previu que ela tinha um tempoapostas da liga dos campeõesduração, a partir daí que haveria exatamente uma análiseapostas da liga dos campeõesajuste do teto (a regra previa uma revisão pelo Congressoapostas da liga dos campeões2026). E é exatamente o que se está fazendo agora com essa nova fórmula fiscal e essas discussões das novas medidas.

Então, eu acho que o teto cumpriu e está cumprindo as suas funções até hoje, independentemente, inclusive,apostas da liga dos campeõester havido aí alguns estourosapostas da liga dos campeõesteto.

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