Verão chuvoso: o que governos podem fazer para evitar tragédiasabrir conta na sportingbetáreasabrir conta na sportingbetrisco:abrir conta na sportingbet
O cálculo foi feito a partirabrir conta na sportingbetdados do Censoabrir conta na sportingbet2010, que identificou 28 mil áreasabrir conta na sportingbetriscoabrir conta na sportingbet825 municípios.
Nesse cenário, desastres e tragédias durante fenômenos climáticos são comuns no Brasil. No último verão, por exemplo, eles se repetiramabrir conta na sportingbetvários Estados.
Entre dezembro passado e janeiroabrir conta na sportingbet2022, ao menos 57 pessoas morreramabrir conta na sportingbetenchentes e deslizamentos durante tempestades na Bahia eabrir conta na sportingbetMinas Gerais. Centenasabrir conta na sportingbetcidades entraramabrir conta na sportingbetestadoabrir conta na sportingbetemergência, e milhares ficaram desabrigados.
Em fevereiro, 18 pessoas morreramabrir conta na sportingbetum deslizamentoabrir conta na sportingbetterraabrir conta na sportingbetFranco da Rocha, cidade da região metropolitanaabrir conta na sportingbetSão Paulo - outras cidades da região também tiveram mortes. No mesmo mês, maisabrir conta na sportingbet230 pessoas morreramabrir conta na sportingbetPetrópolis, na região serrana do Rio.
Emabrir conta na sportingbetmaioria, as vítimas dessas tragédias são famílias pobres que, sem alternativaabrir conta na sportingbetonde morar, constroem suas casasabrir conta na sportingbetáreas como encostasabrir conta na sportingbetmorros, beiraabrir conta na sportingbetcórregos e mananciais.
Para especialistas, no entanto, as chuvas não são as culpadas por essas tragédias, mas, sim, uma sérieabrir conta na sportingbetproblemas estruturais do país, como déficit habitacional, faltaabrir conta na sportingbetplanejamento urbano, Defesa Civil deficitária e descaso do poder público.
O que poderia ser feito para diminuir os riscos para a população que vive nesses locais? A BBC News Brasil ouviu duas especialistas no tema, que apontaram medidas emergenciais e políticas públicasabrir conta na sportingbetlongo prazo que podem contribuir para evitar novas tragédias.
Sistemaabrir conta na sportingbetalertas
Para Alessandra Corsi, pesquisadora do Institutoabrir conta na sportingbetPesquisas Tecnológicas (IPT), órgão ligado ao governoabrir conta na sportingbetSão Paulo, no curto prazo, a prioridade deve ser "evitar mortes".
"De maneira emergencial, o poder público deve fazer um monitoramento dos dadosabrir conta na sportingbetchuvas para informar a população sobre os potenciais riscos, alémabrir conta na sportingbetmapear as áreas vulneráveis", diz.
Em São Paulo, o IPT é um dos órgãos que realizam esses mapeamentos, sempre a pedido das prefeituras.
"Em alguns casosabrir conta na sportingbetrisco mais alto, a Defesa Civil precisa agir para retirar a famílias, com permissão da Justiça. Algumas pessoas preferem ficar e podem assinar um termo assumindo a responsabilidade", diz Corsi.
Com esse monitoramento, o poder público deve informar a população quando a chuva se intensifica e os riscos aumentam.
Há vários serviços que enviam mensagensabrir conta na sportingbetalerta para o celular do cidadão. Para se cadastrar no sistema da Defesa Civil Federal, por exemplo, é preciso enviar um SMS com o CEP daabrir conta na sportingbetregião para o número 40199.
Corsi explica que o Estadoabrir conta na sportingbetSão Paulo divide as áreas por "limiaresabrir conta na sportingbetvolumeabrir conta na sportingbetchuvas", por exemplo.
Em alguns pontos, como a Baixada Santista, esse limite éabrir conta na sportingbet80 milímetrosabrir conta na sportingbetchuvasabrir conta na sportingbetum períodoabrir conta na sportingbettrês dias. Quando esse patamar é ultrapassado, a região entraabrir conta na sportingbetestadoabrir conta na sportingbetatenção para deslizamentos e inundações.
Nesses casos, a Defesa Civil municipal envia agentes para monitorar áreas vulneráveis e verificar o nível dos rios e a movimentação da terra. Casa o riscoabrir conta na sportingbetdesastre aumente, os moradores podem ser removidos.
Mas nem sempre funciona dessa forma, diz Corsi. "No Brasil há municípios com corpo técnico pequeno na Defesa Civil, tem uma pessoa só às vezes e ela não dá conta do trabalho."
Segundo ela, os deslizamentosabrir conta na sportingbetterra - ou "escorregamentos", como também são chamados - são os fenômenos mais perigosos por serem muito rápidos e terem grande poderabrir conta na sportingbetdestruição.
Políticas habitacionais
Para Isadora Guerreiro, professora na Faculdadeabrir conta na sportingbetArquitetura e Urbanismo da Universidadeabrir conta na sportingbetSão Paulo (USP), o poder público deve sempre qualificar as áreasabrir conta na sportingbetrisco e não apenas contabilizá-las. "Há escalasabrir conta na sportingbetrisco, locais mais perigosos e outros onde é possível mitigar o perigo", explica.
Segundo ela, os governos devem incluir a população local na tomadaabrir conta na sportingbetdecisões eabrir conta na sportingbetpequenas obras, como contençãoabrir conta na sportingbetencostas, construçãoabrir conta na sportingbetmuros, melhorias nas casas e limpezaabrir conta na sportingbetcórregos. "As próprias comunidades já convivem com esses riscos há muito tempo, conhecem as áreas e formasabrir conta na sportingbetmitigação", diz.
Por outro lado, a urbanista acredita que remover famílias vulneráveisabrir conta na sportingbetsuas moradias pode ter um efeito negativo, caso a ação não seja acompanhadaabrir conta na sportingbetpolíticasabrir conta na sportingbetmoradia.
"Quando não há alternativas habitacionais, a remoção pode criar mais problemas sociais, porque essas famílias não vão desaparecer. Muitas saemabrir conta na sportingbetmorros para a beiraabrir conta na sportingbetcórregos ou mesmo para a rua. A remoção forçada aumenta a vulnerabilidade e cria outros riscos", explica Guerreiro.
Em novembro, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a autorizar remoções coletivasabrir conta na sportingbetocupações irregulares que estavam proibidas por causa da pandemia.
Segundo a campanha Despejo Zero, que reúne organizações e movimentos sociais que atuam contra remoções forçadas, 191 mil famílias estão ameaçadasabrir conta na sportingbetdespejos coletivos no país — 65 mil delasabrir conta na sportingbetSão Paulo.
A decisão do STF ocorreu no momentoabrir conta na sportingbetque o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziuabrir conta na sportingbet95% as verbas do programa habitacional Casa Verde e Amarela para o próximo ano. Apenas R$ 34,1 milhões estão previstos para o programaabrir conta na sportingbet2023.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu retomar o programa Minha Casa, Minha Vida, uma das vitrines das gestões petistas na área.
Para Isadora Guerreiro, programas habitacionais não se restringem à construçãoabrir conta na sportingbetmoradias sociais. "Há uma gamaabrir conta na sportingbetpolíticas que podem ser utilizadas, como auxílio-aluguel, urbanizaçãoabrir conta na sportingbetfavelas e reformasabrir conta na sportingbetedifícios antigos", diz.
A urbanista acredita que culpar os fenômenos naturais pelas tragédias não é uma alternativa, ainda maisabrir conta na sportingbetum momentoabrir conta na sportingbetpiora das mudanças climáticas no planeta.
"O risco é uma condicionante entre o meio ambiente e as intervenções humanas. Com as mudanças climáticas, a tendência é que esses desastres aumentem, mas isso não é culpa da chuva e, sim, porque houve um processo histórico que levou e continua levando as pessoas para áreas mais vulneráveis", diz.
- Texto originalmente publicadoabrir conta na sportingbethttp://vesser.net/brasil-64059819