40 milhõesdownload bet7kcrianças brasileiras já sofrem com riscos ambientais, segundo Unicef:download bet7k
O relatório publicado nesta quarta-feira —download bet7kmeio à COP27, a Conferência das Nações Unidas para o Clima, que ocorre no Egito — combina vários dadosdownload bet7kpesquisas científicas novas e anteriores, sobre a situação ambiental do Brasil e as vulnerabilidades das crianças às mudanças climáticas.
Em relação à saúde, por exemplo, o documento afirma que doisdownload bet7kcada cinco brasileiros estão expostos a níveisdownload bet7kpoluição do ar externa acima do recomendado pela Organização Mundial para a Saúde (OMS). Considerando apenas as crianças e adolescentes, o número vai para trêsdownload bet7kcada cinco.
A poluição, que no Brasil é agravada pelas queimadas florestais e pelos combustíveis fósseisdownload bet7káreas urbanas, tem efeitos cientificamente comprovados na saúde. Para crianças, longos períodosdownload bet7kexposição a poluentes altamente concentrados podem afetar o desenvolvimento cerebral e pulmonar, alémdownload bet7kenfraquecer o sistema imunológico e agravar infecções respiratórias — às quais elas já são tipicamente mais frágeis.
"Alguns dos fatores que compõem a má qualidade do ar, por exemplo a faltadownload bet7kárvores, são pioresdownload bet7káreasdownload bet7kperiferia oudownload bet7káreas onde moram as populações mais pobres", explica Moura. "E as crianças e adolescentes são proporcionalmente muito mais pobres no Brasil do que os adultos. A nossa rededownload bet7kproteção social é muito mais eficientedownload bet7kgarantir que você não vai ter adultos e idosos pobres do que crianças e adolescentes."
Outra perspectiva preocupante na saúde é a proliferaçãodownload bet7kdoenças transmitidas por vetores, como os mosquitos, devido às mudanças nos padrõesdownload bet7kchuvas e temperaturas. Citado no relatório do Unicef, um estudodownload bet7k2020 mostrou que o aquecimento global torna mais propícia a disseminação da febre amarela no Norte e no Centro-Oeste. Essa e outras doenças, como dengue e zika, tendem a ser mais graves e mortais para crianças pequenas.
Outro estudo citado,download bet7k2018, quantificou a fragilidade das escolas brasileiras diante dos desastres ambientais — não especificamente no cenáriodownload bet7kmudanças climáticas. Foi calculado que 721 escolas no país estãodownload bet7káreasdownload bet7krisco hidrológico e 1.714download bet7krisco geológico.
Crianças mais vulneráveis
O relatório, intitulado Crianças, Adolescentes e Mudanças Climáticas no Brasil, alerta que as mudanças climáticas já afetam "desproporcionalmente" crianças e adolescentes negros, indígenas e quilombolas; migrantes e refugiados; crianças e adolescentes com deficiência; e as meninas.
"Todos os fatoresdownload bet7kvulnerabilidade que estão associados a esses marcadoresdownload bet7kgênero, raça e etnias,download bet7kpertencimento a grupos excluídos, são potencializados quando você coloca os riscosdownload bet7kclimáticosdownload bet7kcimadownload bet7koutras vulnerabilidades", aponta Moura.
O pesquisador do Unicef detalha algumas vulnerabilidades agravadas no cenáriodownload bet7kmudanças climáticas, como as necessidadesdownload bet7kadaptação do ambiente físico para crianças com deficiência; a responsabilização das meninas pelo cuidado e até sustentodownload bet7koutras crianças; e a faltadownload bet7kacesso ao saneamento básico, que tende a ser pior para crianças e adolescentes negros.
Ele também aborda a situação das criançasdownload bet7kpovos tradicionais.
"Quando a gente está falandodownload bet7kcrianças indígenas, quilombolas edownload bet7koutros povos e comunidades tradicionais, existe uma questão muito específica que é o mododownload bet7kvida dessas populações."
"Se você destrói a floresta, você está destruindo literalmente o lugar onde eles vivem. Quando há uma mudança no padrão da chuva e as enchentes ficam mais frequentes, são as comunidades ribeirinhas que são inundadas primeiro", exemplifica.
Apesar das inúmeras ameaças para os menoresdownload bet7kidade, o relatório mostra que as principais leis e políticas do Brasil para as mudanças climáticas praticamente não fazem referência às crianças e adolescentes. Embora as prefeituras e governos estaduais tenham várias responsabilidades nesse enfrentamento, Moura afirma que é o governo federal o responsável por levar à frente uma estratégia nacionaldownload bet7kmitigação às mudanças climáticas.
Ele não fez comentários específicos sobre como o tema pode ser tratado no governodownload bet7kLuiz Inácio Lula da Silva (PT), eleitodownload bet7koutubro à presidência, mas deixou recomendações.
"Nossa expectativa é que, ao desenhar políticas a serem implementadas nos próximos anos, o governo brasileiro priorize as crianças e os adolescentes. A gente gostadownload bet7kdizer que precisamos construir uma ponte entre os artigos 225 e 227 da Constituição. Um garante o direito ao meio ambiente e o outro, a prioridade absoluta nas crianças e adolescentesdownload bet7ktodos os temas", diz Danilo Moura.
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