'Boicote internacional ao agro é risco e acabar com ilegalidades deve ser prioridade sob Lula ou Bolsonaro', diz Roberto Rodrigues:spaceman betsson
Atualmente coordenador do Centrospaceman betssonAgronegócio na Escolaspaceman betssonEconomiaspaceman betssonSão Paulo da Fundação Getulio Vargas (EESP FGV), o ex-ministro se diz grato a Lula, mas elogia as políticasspaceman betssonJair Bolsonaro (PL) para o setor agrícola. Ele diz que não vai declarar voto para o segundo turno e avalia que a democracia brasileira "não corre o menor risco".
Rodrigues tem defendido que o mundo vive uma transição inequívoca da economia convencional para a economia verde e a descarbonização.
Questionado sobre as perspectivas para essas agendas sob um eventual governo Lula com um Congresso muito mais conservador do quespaceman betsson2003, ou sob um segundo mandatospaceman betssonJair Bolsonaro, ele afirma que a questão ambiental será inescapável.
"Qualquer que seja o governospaceman betssonjaneiro, a questão ambiental tem que ser tratada com muita atenção, com muito zelo, sob penaspaceman betssono país perder espaço por causaspaceman betssonuma imagem deturpada. Então acredito que as coisas vão acontecer qualquer que seja o governo."
O agro no próximo governo
Para Rodrigues, são sete os principais desafios para o setor agropecuário no governo que se iniciaspaceman betsson2023.
O primeiro é garantir infraestrutura logística para as regiõesspaceman betssonfronteira agrícola no Centro-Oeste e Matopiba (regiãospaceman betssoncerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o que dependeriaspaceman betssoninvestimentos privados e da realizaçãospaceman betssonreformas estruturais para dar segurança aos investidores.
O segundo desafio, segundo o líder do agronegócio, é a aberturaspaceman betssonmercados formais atravésspaceman betssonacordos comerciais bilaterais ou multilaterais, incluindo a venda não sóspaceman betssonprodutos, masspaceman betssontecnologia e conhecimento para a produçãospaceman betssonpaíses tropicais.
Ainda na área comercial, ele defende a necessidadespaceman betssonse agregar valor às commodities brasileiras, o que depende da negociaçãospaceman betssonnível governamental, no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio), para que a escala tributária seja mitigada, permitindo a vendaspaceman betssonprodutosspaceman betssonmaior valor.
O terceiro ponto, segundo Rodrigues, é o investimentospaceman betssontecnologia. "Nenhum país pode avançar sem inovação tecnológica, sem investimentos vigorososspaceman betssonpesquisa", diz o ex-ministro, destacando a importância dos órgãos federais e estaduaisspaceman betssonpesquisa para a melhoria da produtividade e da qualidade da produção.
A políticaspaceman betssonrenda para o campo é a quarta prioridade, na visão do especialista, que defende o avanço do seguro rural. Segundo ele, isso estimularia a adoçãospaceman betssontecnologia no campo e a evolução do crédito privado ao setor, reduzindo a dependênciaspaceman betssonrecursos públicos.
Rodrigues defende ainda a evolução da defesa sanitária, através da autorregulação do setor privado; o apoio à organização privadaspaceman betssoncooperativas; e a "embalagem"spaceman betssontodas essas medidas sob uma perspectivaspaceman betssonsustentabilidade, com o combate das ilegalidades.
Governo Bolsonaro
Questionado sobre como avalia a gestão do presidente Jair Bolsonaro com relação às políticas para o setor agrícola, Rodrigues elogia as gestões da ex-ministra Tereza Cristina e do atual ministro Marcos Montes.
"Tereza Cristina é uma ministra maravilhosa, que está sendo sucedida por um outro ministro extraordinário, que é o Marcos Montes", diz o ex-ministro.
Ele cita como medidas positivas da atual gestão o Plano ABC+,spaceman betssonpolíticas para a agriculturaspaceman betssonbaixo carbono; o crédito rural abundante; e a atuação firme do governo frente à escassezspaceman betssonfertilizantes no mercado,spaceman betssondecorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia.
"O governo correu para resolver o assunto e conseguiu um resultado importante, num ano complexo como foi esse. Então, eu faço uma avaliação positiva", afirma.
Rodrigues discorda das críticasspaceman betssonpesquisadores da áreaspaceman betssonsoberania alimentar, que consideram haver um desmonte nas políticas voltadas à agricultura familiar nos últimos anos, com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário e o desfinanciamentospaceman betssonprogramas como ospaceman betssonAquisiçãospaceman betssonAlimentos,spaceman betssonCisternas espaceman betssonAssistência Técnica Rural.
"Acho que houve atenção igual para todo mundo e o processospaceman betssondesenvolvimento da agricultura familiar tem o mesmo empenho da atividadespaceman betssonexportação, só que a segunda aparece mais por razões óbvias", diz, argumentando ainda que a distribuiçãospaceman betssontítulosspaceman betssonpropriedade sob a atual gestão foi maior do quespaceman betssonoutros governos.
Gestões petistas
Questionado quanto aos erros e acertos dos governos petistasspaceman betssonrelação ao setor agro, Rodrigues cita seus feitos como ministro durante o primeiro governo Lula.
Lembra que conseguiu forte apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária, conseguindo com esse apoio aprovar a Lei do Seguro Rural e a lei que dispôs sobre títulos do agronegócio, visando reduzir a dependência do setor com relação ao crédito público.
Ele cita ainda a aprovação da Leispaceman betssonBiossegurança; a reforma da Conab (Companhia Nacionalspaceman betssonAbastecimento); o Programaspaceman betssonFortalecimento e Crescimento da Embrapa (PAC Embrapa); a criaçãospaceman betsson23 câmaras setoriais por cadeias produtivas; a criaçãospaceman betssonuma redespaceman betssonadidos agrícolasspaceman betssondiversas embaixadas brasileiras; e o desenvolvimento do biodiesel.
Em diversasspaceman betssonsuas falas recentes, quando questionado sobre a resistência do agronegócio ao PT, o ex-presidente Lula tem destacado que, quando assumiu, as exportações agrícolas brasileiras somavam pouco menosspaceman betssonUS$ 25 bilhões, chegando a US$ 76 bilhões ao fim do seu segundo mandatospaceman betsson2010.
As exportações continuariam crescendo nos anos seguinte até superarem os US$ 100 bilhões nos últimos anos.
Questionado sobre por que, apesar do crescimento da agropecuária nas gestões petistas, há tanta resistência ao partido no setor até hoje, Rodrigues cita dois motivos principais.
"Não existe resistência, existe preocupação com alguns fatos. Por exemplo, algumas informações que corremspaceman betssonque haverá tributação sobre exportações agrícolas, o que seria um erro", afirma.
"Também a questão da garantia da propriedade privada, com as invasõesspaceman betssonterra, assusta um pouco o produtor rural. São preocupações com relação a temasspaceman betssoncampanha."
Rodrigues reforça que, por ter sido ministrospaceman betssonLula, jamais "cuspiráspaceman betssonprato que comeu".
"Não seria ético, eu sou grato pela oportunidade que tivespaceman betssonfazer coisas boas para o setor que mais amo. Então não vou criticar ninguém, nem defender ninguém. Não me force a fazer isso."
Economia verde é tema 'irrecorrível'
Para o ex-ministro, a transição para economia verde é um tema "irrecorrível".
"O mundo caminha para essa economia verde e nós vamos caminhar também, não há o que discutirspaceman betssonrelação a isso", afirma, reforçando a importânciaspaceman betssonuma estrutura oficialspaceman betssoncrédito espaceman betssonregulação que permita essas pautas — como o mercadospaceman betssoncréditosspaceman betssoncarbono — avançarem.
"São temas que terão que ser resolvidos e fatalmente serão a base da agriculturaspaceman betssonqualquer país do mundo que se queira competitivo. A sustentabilidade hoje é condição prévia para a competitividade, então nós vamos caminhar para isso, não tem outra alternativa, qualquer governo, qualquer Congresso, qualquer estrutura tem que caminhar para isso."
Rodrigues avalia que o tema ambiental é uma questão central da humanidade no século 21 e será cada vez mais relevante.
"O produtor rural também sabe disso, que o patrimônio dele, que é a terra dele, tem que ser cuidada ambientalmente, se não ele acaba perdendo patrimônio", afirma.
"Agora, o que não pode é essa questão central, relevante, determinante para toda a humanidade, ser usada como barreira não tarifária ao comércio. Isso é uma hipocrisia."
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