Gravidez na infância: os riscos à vidalogo 1xbetuma gestação precoce:logo 1xbet
Apesarlogo 1xbetalgumas meninas já menstruarem a partir dos 9 ou 10 anoslogo 1xbetidade, a puberdade precoce ligada a questões sociais e hormonais não significa que o corpo delas esteja preparado para gestar ou parir, explica Melania Amorim, professoralogo 1xbetginecologia e obstetrícia da Universidade Federallogo 1xbetCampina Grande e coautoralogo 1xbetdiretrizes nacionais relacionadas a procedimentos obstétricos.
Na faselogo 1xbetcrescimento do corpo, "em muitas meninas, os ossos da pélvis não estão formados, então o parto vaginal é muito difícil", diz Amorim. Mesmo com cesárea, há riscoslogo 1xbetsangramento excessivo, anemia, eclâmpsia (hipertensão na gravidez), partos prematuros, rompimento do útero, necessidadelogo 1xbettransfusãologo 1xbetsangue ou internaçãologo 1xbetUTI.
"Dados mostram que, quando o corpo está imaturo, a chancelogo 1xbetmorte é quatro ou cinco vezes maior do quelogo 1xbetuma gravidezlogo 1xbetmulhereslogo 1xbet20 a 24 anos. Isso ainda é matematicamente pequeno, mas os riscoslogo 1xbetcomplicações graves são altos,logo 1xbetaté 10%", afirma Olímpio Moraes.
"Tudo isso fora a dignidade humana, a saúde mental delas -logo 1xbetuma criança ser mãelogo 1xbetoutra criança. É um dano gravíssimo", avalia Moraes. "A gravidez nessa circunstância é uma tortura - tanto que é comum que essas meninas não façam pré-natal, escondam a gestação ou tentem suicídio."
"Mesmologo 1xbetmeninas mais velhas, elogo 1xbetcasoslogo 1xbetgravidez desejada e idealizada, acaba sendo uma catástrofe, porque aumenta a chancelogo 1xbetelas abandonarem a escola, perderem seus projetoslogo 1xbetvida e perpetuarem cicloslogo 1xbetpobreza", afirma Melania Amorim.
Atender gestaçãologo 1xbetcrianças é um desafio particular porque "estamos lidando com meninas que podem ter pontoslogo 1xbetcomum com adolescentes, mas são crianças no sentido legal, psicológico e físico", explica o obstetra Jefferson Drezett, que por décadas coordenou o Ambulatóriologo 1xbetViolência Sexual elogo 1xbetAborto Legal do Hospital Pérola Byington,logo 1xbetSão Paulo.
"Muitas nunca fizeram um exame ginecológico antes nem têm o entendimento da situação."
'Médicos se sentem inseguros'
A interrupção da gravidezlogo 1xbetcasoslogo 1xbetestupro é legal no Brasil, assim como no casologo 1xbetriscos à saúde materna oulogo 1xbetanencefalia do feto.
No entanto, Olímpio Moraes explica quelogo 1xbetmuitos hospitais brasileiros esse direito não é garantido às mulheres. Por esse motivo, o Cisam, no Recife, costuma receber pacienteslogo 1xbetvários Estados do Brasil.
No casologo 1xbetSanta Catarina, a menina e a mãe procuraram atendimento no hospital Universitário Polydoro Ernanilogo 1xbetSão Thiago,logo 1xbetFlorianópolis, segundo o Intercept. No entanto, o estabelecimento não aceitou fazer imediatamente a interrupção da gravidez, porque ela havia passado das 22 semanas — apesarlogo 1xbeto Código Penal não prever limite à idade gestacional.
O caso foi judicializado, e a juíza Joana Ribeiro Zimmer decidiu por colocar a criançalogo 1xbetum abrigo — decisão revertidalogo 1xbet21logo 1xbetjunho. No vídeo tornado público pelo Intercept, a juíza pergunta à menina se ela "suportaria ficar mais um pouquinho" grávida, para ampliar as chanceslogo 1xbetvida extrauterina do bebê.
"Isso tudo é muito mais arriscado do que um aborto seguro, mesmo na idade gestacionallogo 1xbetque a menina se encontrava", aponta Melania Amorim.
Jefferson Drezett concorda.
"Quanto mais se protela (a interrupção), maiores os riscos. Ninguém na medicina é capazlogo 1xbetdefinir se alguém vai morrer ou não. Mas nesse caso, nessa faixa etária, posso dizer, sem nenhum tipologo 1xbetdúvida, que o risco da morte (da menina mantendo a gestação) é muitas vezes maior do que realizar um aborto", argumenta.
"Mas parece que isso não teve importância. A perceção élogo 1xbetque houve um esforço muito maior para impedir que essa gestação fosse interrompida do que para proteger essa menina. É uma desigualdade - como se o feto fosse mais importante do que ela,logo 1xbetuma vida que já existe."
"Se há jurisprudência e é legal, por que a juíza nega (o direito à interrupção da gravidez)?", questiona Olímpio Moraes.
"Imagina então como os médicos se sentem inseguroslogo 1xbetrealizar a prática. (...) O médico morrelogo 1xbetmedologo 1xbetser processado. Em uma bola dividida (de um aborto que pode ser questionado), ele prefere fazer o que não vai causar problema para ele", afirma — criticando também o fatologo 1xbetmuitos médicos alegarem "objeçõeslogo 1xbetconsciência" para não aceitar interromper gestações, apesarlogo 1xbeto direito à saúde se sobrepor a isso.
"Claro que se for a filha dele (quem foi estuprada e precisalogo 1xbetum aborto), 'tudo bem'. Mas sempre digologo 1xbetminhas aulas: não tem um códigologo 1xbetética médica para as pessoas que eu amo e um outro código diferente para pessoas pobres."
Nesta quarta-feira (22/6), o Ministério Público Federal recomendou que o hospitallogo 1xbetFlorianópolis "garanta a pacientes que procurem o serviçologo 1xbetsaúde a realizaçãologo 1xbetprocedimentoslogo 1xbetinterrupção da gestação nas hipóteseslogo 1xbetaborto legal (...) independentemente da idade gestacional e peso fetal, sendo desnecessária qualquer autorização judicial ou comunicação policial" - no caso específico da meninalogo 1xbet11 anos, "caso ela venha a procurar o hospital e manifeste consentimento atravéslogo 1xbetrepresentante legal".
A Federação Brasileira das Associaçõeslogo 1xbetGinecologia e Obstetrícia (Febrasgo) emitiu nota nesta quarta-feira (22/6) reforçando que "nos casos já previstoslogo 1xbetlei (gravidez resultantelogo 1xbetestupro, riscologo 1xbetvida à gestante e anencefalia fetal), não há necessidadelogo 1xbetsolicitar autorização judicial para o tratamento".
Além disso, diz a federação, "o atraso do tratamento colocalogo 1xbetrisco a saúde das meninas e mulheres que já têm o direito garantido e provoca desnecessária insegurança jurídica aos profissionaislogo 1xbetsaúde. O consentimento da menor e a autorizaçãologo 1xbetum dos pais ou responsável são suficientes".
Dados tabuladoslogo 1xbet2020 pela BBC News Brasil pelo Sistemalogo 1xbetInformações Hospitalares do SUS, do Ministério da Saúde, apontava que o Brasil registrava,logo 1xbetmédia, ao menos seis abortos por dialogo 1xbetmeninaslogo 1xbet10 a 14 anos.
Segundo o Fórum Brasileirologo 1xbetSegurança Pública, desde 2018, mais da metade das vítimaslogo 1xbetviolência sexual que formalizam suas denúnciaslogo 1xbetdelegacias têm 13 anos ou menos.
"Quando um caso desse (como ologo 1xbetSanta Catarina) acontece, você humaniza a questão", avalia Moraes. "O abortamento precisa ser tratado com humanidade e com evidências científicas. As pessoas não são criminosas, elas precisamlogo 1xbetajuda."
- Este texto foi publicado originalmentelogo 1xbethttp://bbc.co.ukhttp://vesser.net/brasil-61902856
logo 1xbet Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal logo 1xbet .
logo 1xbet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube logo 1xbet ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoslogo 1xbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticalogo 1xbetusologo 1xbetcookies e os termoslogo 1xbetprivacidade do Google YouTube anteslogo 1xbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquelogo 1xbet"aceitar e continuar".
Finallogo 1xbetYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoslogo 1xbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticalogo 1xbetusologo 1xbetcookies e os termoslogo 1xbetprivacidade do Google YouTube anteslogo 1xbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquelogo 1xbet"aceitar e continuar".
Finallogo 1xbetYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoslogo 1xbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticalogo 1xbetusologo 1xbetcookies e os termoslogo 1xbetprivacidade do Google YouTube anteslogo 1xbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquelogo 1xbet"aceitar e continuar".
Finallogo 1xbetYouTube post, 3