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'Quando alguém me vêbetnacional promoçãomochila, volta para trás': o relatobetnacional promoçãomotoboys sobre preconceito após ondabetnacional promoçãoassaltos:betnacional promoção
Após ser abordado por um criminoso, o jovem chegou a se ajoelhar e dizer que não tinha nada para entregar ao falso entregador, mas levou ao menos quatro tiros ao tentar defender a namorada quando o bandido foi abordá-la.
A repercussão desses crimes assustou parte da população. O entregador Luiz Henrique Santos Oliveira,betnacional promoção22 anos, disse que as pessoas passaram a se assustar ao encontrá-lobetnacional promoçãomoto e com uma mochilabetnacional promoçãoentregas na rua.
"A população,betnacional promoçãoumas semanas para cá, está bastante assustada mesmo. Quando alguém me vêbetnacional promoçãomochila, volta para trás e desistebetnacional promoçãosairbetnacional promoçãocasa. Também acontecebetnacional promoçãovocê ir entregar uma refeição e a pessoa não sai. Pede para que você deixe o pedido na porta. Ou mesmo liga para o restaurante perguntando as suas características para saber se abre a porta ou não", relata à reportagem.
Em resposta à sensaçãobetnacional promoçãoinsegurança da população, o coronel Ronaldo Miguel Vieira, comandante-geral da Polícia Militarbetnacional promoçãoSão Paulo, disse que vai abordar todos os motociclistas com mochilas.
"A gente não pode criminalizar essa profissão. Eles estão tentando ganhar a vida. E, infelizmente, criminosos estão usando essa atividade como disfarce para cometer roubos. Estamos dando continuidade às operações com motociclistas. Só que a gente vai parando todos", afirmou.
Abandono da profissão
Loureiro concorda que a atuação da polícia é necessária e que inibe a atuaçãobetnacional promoçãocriminosos. Mas relata que a grande frequência com que ele é parado dificulta, e muito, o trabalho.
"O policiamento ajuda, mas a polícia agora só foca nos motoboys. Toda hora é enquadrado. A burocracia faz a gente atrasar pelo menos meia hora, esfria o pedido, o cliente cancela. Você não ganha e ainda tem a conta bloqueada", conta à BBC News Brasil.
Ronaldo Vieira, que assumiu o comando da Polícia Militar na terça-feira (3/05) pediu paciência aos profissionais que prestam serviço para aplicativosbetnacional promoçãoentrega.
Mas Loureiro disse que a baixa remuneração aliada à insegurançabetnacional promoçãotrabalhar com uma moto fez com que ele parassebetnacional promoçãotrabalhar à noite. Hoje, ele só trabalha enquanto há luz natural e planeja mudarbetnacional promoçãoárea.
"Trabalho há seis anos como motoboy, mas agora estou procurando emprego para mudarbetnacional promoçãoárea. Quero ir para qualquer área que seja fechada e dê para sustentar minha família, minha casa. Alémbetnacional promoçãoperder dinheiro, estou correndo risco não sóbetnacional promoçãoroubo, mas também da maldade,betnacional promoçãolevar tiro."
Loureiro morabetnacional promoçãoaluguel com a mulher e os quatro filhos no Itaim Paulista, no extremo lestebetnacional promoçãoSão Paulo.
O entregador Lucianobetnacional promoçãoOliveira Rosa,betnacional promoção44 anos, disse que, na segunda-feira (2/05), o donobetnacional promoçãoum restaurante pediu para que ele ficasse do ladobetnacional promoçãofora para não assustar os clientes.
"Eu entrei no restaurante para pegar um pedido usando um colete. Uma cliente se assustou e o dono pediu para eu sair, me maltratou", afirma.
Ele disse ainda que percebeu o medo que as pessoas sentem da aproximação dos entregadores, inclusive no trânsito.
"Quando você para do ladobetnacional promoçãoqualquer carro, as pessoas fecham os vidros. Elas ficam todasbetnacional promoçãochoque. E eu me sinto constrangido", conta à reportagem.
De heróis a vilões
O presidente da Associação dos Motofretistasbetnacional promoçãoAplicativos e Autônomos do Brasil (AMABR), Edgar Francisco da Silva, o Gringo, disse que os crimes recentes levaram a uma descredibilidade da população.
"Realmente, o pessoal está bem inseguro e com medo. A gente passoubetnacional promoçãoheróis da pandemia para suspeitos e vilões. Você consegue ver o pessoal na rua receoso. As pessoas inseguras ao atender a porta. Está claro que a população está com medo por não conseguir diferenciar o ladrão do trabalhador."
Ele sugeriu algumas mudanças que dariam mais segurança para as pessoas que contratam o serviço, para quem anda nas ruas e para o policiamento ostensivo.
"É necessário aplicar a Lei do Motofrete. Nela, o trabalhador usa um baú identificado com um número, não mochila. A moto tem uma placa vermelha e o trabalhador passa por um curso, o que torna muito mais fácil para o cliente identificar. Se ela fosse aplicada, não seria tão fácil um bandido se passar por entregador e o Renan não teria morrido", afirma.
No pontobetnacional promoçãovista dele, todas as ações implantadas pelos aplicativos para reforçar a segurança falharam, inclusive um reconhecimento facial solicitado para verificar a identidade do entregador. A reportagem não descreve como o sistema pode ser burlado, por motivosbetnacional promoçãosegurança.
Procurado, o iFood informou por meiobetnacional promoçãonota que "é inaceitável que criminosos se aproveitembetnacional promoçãouma atividade honesta para praticar brutalidades". A empresa disse ainda que "está atuandobetnacional promoçãoforma proativa com as autoridades policiais fornecendo informações para as investigações dentro dos limites legais para preservar o trabalho do real entregador que atuabetnacional promoçãonossa plataforma e dar mais segurança para clientes e parceiros."
O iFood informou ainda que "não há exigênciabetnacional promoçãouso da bag (mochila) com o logo da empresa para fazer entregas pela plataforma. Portanto, o fatobetnacional promoçãouma pessoa estar utilizando uma bag com a marca do iFood não significa que esteja fazendo uma entrega pela empresa ou ainda que possua cadastro nesta."
A Rappi informou que "condena os criminosos que se passam por entregadores para cometer delitos. A empresa vem se reunindo com a Secretaria Estadualbetnacional promoçãoSegurança Pública para cooperar na busca por soluções desse grave problemabetnacional promoçãosegurança pública."
A empresa disse ainda que "possui um processo formal e rigorosobetnacional promoçãocadastramento para que todas as partes - o usuário, o próprio entregador e o Rappi - façam partebetnacional promoçãoum ecossistema seguro."
Hoje, o presidente da AMABR diz que há cercabetnacional promoção9 mil motofretistas aptos para trabalharbetnacional promoçãoSão Paulo, enquanto a capital paulista possui cercabetnacional promoção70 mil entregadores. As duas maiores empresas que atuam no Brasil, iFood e Rappi, foram questionadas sobre os números, mas não responderam.
"O poder público precisa incentivar o cumprimento dessa lei, que já estábetnacional promoçãovigor. Chegaram a falarbetnacional promoçãoidentificar a mochila, mas o uso dela é proibido por lei. O que precisa fazer é exigir um curso para eles. O Detran disponibiliza hoje 25 mil vagasbetnacional promoçãocursobetnacional promoçãomotofrete", explica.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública informou que "mantém um diálogo permanente com representantes do setor e empresasbetnacional promoçãoentregas por aplicativos a fimbetnacional promoçãoaprimorar a segurança dos usuários dos sistemas. Uma reunião com representantes das empresas será realizada nos próximos dias para tratar do tema".
A pasta disse ainda que faz operações para prender os falsos entregadores. Em um mês, foram presas maisbetnacional promoção100 pessoas e apreendidos 45 veículos, informou a Secretaria da Segurança Pública.
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