Como o segundo ano sem Carnaval deve impactar a economia brasileira:sportsbet io analise

Em valores absolutos, a CNC prevê que eventosportsbet io analise2022 terá um faturamento próximo aos R$ 6,45 bilhões.

Antes da crise sanitária, a folia costumava movimentar,sportsbet io analisemédia, R$ 9,5 bilhõessportsbet io analisereceitas.

Apesar do volumesportsbet io analisefaturamento previsto para este ano ser 21,5% maior do que o registradosportsbet io analise2021, quando as celebrações também foram suspensas e o setorsportsbet io analiseserviços não lucrou, ainda está 33,7% inferior ao observado no Carnavalsportsbet io analise2020, realizado antes da pandemia ser decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O Carnaval brasileiro ainda tem muito o que recuperar nos próximos anos para voltar ao nívelsportsbet io analisedois anos atrás", prevê o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.

"Se não sofrermos nenhum outro grande golpe no futuro próximo, acredito que os R$ 7 bilhõessportsbet io analisereceita perdidos que estimamos que serão perdidos entre 2021 e 2022 possam ser recuperadossportsbet io analisecercasportsbet io analisetrês anos", diz.

Impactossportsbet io analisetodo o país

Segundo Bentes, os Estados que mais serão afetados após dois anos sem folia são aqueles que recebem mais visitantes por conta do Carnaval, como Bahia, São Paulo, Riosportsbet io analiseJaneiro, Minas Gerais e Pernambuco.

Na Bahia, onde ocorre um dos maiores Carnavais do país, deixou-sesportsbet io analisearrecadar R$ 1,7 bilhãosportsbet io analise2021 e maissportsbet io analise60 mil pessoas ficaram sem opçãosportsbet io analisetrabalho. O rombo deve ser ampliado ainda mais no segundo ano seguido.

Já a economia do Riosportsbet io analiseJaneiro deixousportsbet io analisemovimentar algosportsbet io analisetornosportsbet io analiseR$ 5,5 bilhõessportsbet io analise2021, segundo o Instituto Brasileirosportsbet io analiseEconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). O valor equivale a 1,4% do PIB carioca.

Em 2022, a expectativa é que o faturamento ainda seja 20% menor do que osportsbet io analise2020, quando a festa movimentou R$ 4 bilhões na economia do Estado.

Em São Paulo, o último Carnaval movimentou cercasportsbet io analiseR$ 3 bilhões, ou 2% do PIB paulista.

Menos festas e menos viagens

Segundo a Associação Brasileirasportsbet io analiseEventos (Abrape), aproximadamente 50 mil eventos relacionados à folia não foram e não serão realizados no Carnaval (antes, durante e depois).

Para efeitossportsbet io analisecomparação,sportsbet io analise2019, foram realizados 90 mil eventos. No Nordeste, por exemplo, o prejuízo no setor serásportsbet io analise8,1 bilhõessportsbet io analisereais que deixarãosportsbet io analisecircular só nos diassportsbet io analisefesta.

"Não são somente os carnavaissportsbet io analiseruasportsbet io analiseSalvador ou Recife que estão deixandosportsbet io analiseacontecer ou os desfilessportsbet io analiseSão Paulo e Riosportsbet io analiseJaneiro que foram adiados - festassportsbet io analisetodo o país foram canceladas, ao mesmo temposportsbet io analiseque muitas pessoas estão deixandosportsbet io analiseviajar", diz Doreni Caramori Júnior, presidente da Abrape. "A cadeira inteira do setorsportsbet io analiseeventos e turismo está sendo abalada".

Empresas áreas e do setorsportsbet io analisehotelaria também devem lucrar menos. A expectativa da CNC é que o segmentosportsbet io analiseserviçossportsbet io analisehospedagemsportsbet io analisehotéis e pousada movimente cercasportsbet io analiseR$ 660 milhões no feriado, quando no mesmo períodosportsbet io analise2020 a previsão erasportsbet io analiseR$ 860 milhões.

Ainda assim, o setorsportsbet io analiseturismo espera recuperar parte dos prejuízossportsbet io analise2021. Em cidades como Salvador e Riosportsbet io analiseJaneiro a ocupação hoteleira está acima dos 80%, mesmo sem a presença das festas na rua.

Entre empresários do setorsportsbet io analisebares e restaurantes também há uma sensaçãosportsbet io analiseotimismo. "Bares e restaurantes estão otimistas com o feriado e a expectativasportsbet io analisefaturamento variasportsbet io analise20 a 30%sportsbet io analisecidades litorâneas", diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

De acordo com o levantamento da Confederação Nacional do Comérciosportsbet io analiseBens, Serviços e Turismo, o segmentosportsbet io analisealimentação fora do domicílio, representado por bares e restaurantes, deve movimentar algosportsbet io analisetornosportsbet io analiseR$ 2,78 bilhões nos quatro dias do feriado. Há dois anos atrás a previsão erasportsbet io analiseR$ 4,8 bilhões.

Segundo Solmucci, os consumidores já estão se sentindo mais seguros para frequentar bares e restaurantes. Muitas pessoas que nos anos pré-pandemia costumavam acompanhar blocossportsbet io analiseCarnaval ou iam a festas também devem trocar essas atividades por saídas com a família e amigos para locais mais calmos.

"Entretanto, cidades como Belo Horizonte, que não terão a festa na rua, a expectativasportsbet io analisefaturamento do setor tende a ser reduzida devido ao menor númerosportsbet io analiseturistas presentes na capital mineira", diz ele.

Sem festa, sem trabalho

Mas segundo Fabio Bentes, não há dúvidassportsbet io analiseque os trabalhadores, formais e informais, serão muito impactados pelo segundo ano sem Carnaval.

Um bloco na rua, por exemplo, movimenta uma cadeiasportsbet io analisetrabalhadores que vai desde locadores e montadoressportsbet io analisetrios elétricos a vendedores ambulantes e catadoressportsbet io analisemateriais recicláveis.

Sósportsbet io analiseSão Paulo, por exemplo, foram abertas 12 mil vagas temporárias para vendedores ambulantessportsbet io analisebebidassportsbet io analise2020. Com o cancelamento dos blocos e o adiamento do desfile na cidade, não há qualquer garantiasportsbet io analiselucro com a folia para essas pessoas.

E não são apenas os vendedores que sentem o impacto das ruas vazias durante o Carnaval. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Catadores e Catadorassportsbet io analiseMateriais Recicláveis (Ancat), Roberto Rocha, a folia é a época do ano mais importante para os catadores.

"O período das festas sempre foi uma excelente oportunidadesportsbet io analiserenda extra. E esse 'plus' está fazendo uma baita diferença na vidasportsbet io analisemuitas famílias", diz. "No anosportsbet io analise2020, fizemos uma parceria com o setorsportsbet io analisebebidas e alimentos e, além do valor recebido nas cooperativas pelo material coletado, os trabalhadores ainda ganharam pelo serviçosportsbet io analiselimpeza".

Segundo Rocha, os lucros obtidos pelos catadores durante o Carnaval chegavam a representar até 30%sportsbet io analisetoda a renda mensal.

Apesar das iniciativassportsbet io analisealgumas empresas privadas para distribuiçãosportsbet io analiseauxílio para catadores e ambulantes, boa parte dos ganhos previstos para esta época do ano deixarãosportsbet io analisefazer parte da receita familiar desses brasileiros.

'Famílias sofrendo e precisandosportsbet io analiseajuda'

Mazinho Twister, como é conhecido Francisco Aparecidosportsbet io analiseAlencar,sportsbet io analise47 anos, é donosportsbet io analiseuma empresa que fabrica e loca trios elétricos. Todos os anos durante o Carnaval, ele costuma alugar seus veículos para até 30 eventos realizados por todo o Estadosportsbet io analiseSão Paulo.

Em 2022, Mazinho está com todos os seus 14 trios elétricos parados na garagem. "Meu lucro foi há zero nos últimos dois anos. Eu tinha 22 funcionários e suspendi todos, com exceçãosportsbet io analiseum rapaz que cuida da garagem e ajuda na conservação dos trios", conta o empresário, que morasportsbet io analiseCampinas.

"A maioria das pessoas dispensadas estão vivendo atualmente apenas do auxílio do governo", diz.

Mazinho lamenta ainda a situaçãosportsbet io analisemuitossportsbet io analiseseus colegassportsbet io analiseramo, que foram obrigados a vender seus trios diante da faltasportsbet io analisetrabalho. "Eu por enquanto estou resistindo, mas estou com o aluguel da garagem onde guardo os veículos atrasado e 90.000 reaissportsbet io analisedívida no banco", conta.

O anseio por sair às ruas é compartilhado por Luiz Adolpho, presidente do clube do Homem da Meia-Noite, um dos mais tradicionais e famosos blocossportsbet io analiseOlinda. "Tenho 57 anos e antes da pandemia não me lembrosportsbet io analiseum Carnavalsportsbet io analiseque não brinquei na rua", conta.

O blocosportsbet io analise90 anossportsbet io analisehistória não desfila há dois anos e tomou a decisãosportsbet io analisetambém não participarsportsbet io analiseeventos fechados. Mantém contato com o público apenas por meiosportsbet io analiseclipes lançados pelas redes sociais e visitações àsportsbet io analisesede, com obrigatoriedadesportsbet io analisemáscara e apresentaçãosportsbet io analiseum comprovantesportsbet io analisevacinação.

Segundo Adolpho, o Homem da Meia-Noite emprega uma médiasportsbet io analise450 a 600 pessoas todos os anos, entre músicos, operadoressportsbet io analisesom, seguranças e montadores. "Infelizmente não conseguimos manter todos os funcionários desde o início da pandemia. Fizemos arrecadaçãosportsbet io analisecestas básicas para ajudar os mais necessitados, mas não é possível atender a todos que foram prejudicados pelo cancelamento dos blocossportsbet io analiseOlinda e Recife", lamenta o pernambucano.

"Na verdade, há uma grande necessidadesportsbet io analiseacolhimento das pessoas que ficaram sem renda por contasportsbet io analisetodos os eventossportsbet io analiseCarnaval que não acontecerãosportsbet io analisetodo o Brasil. Recebemos relatossportsbet io analisemuitas famílias sofrendo e precisandosportsbet io analiseajuda".

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