Coronavírus | 'É como soco no estômago': anestesista teme cenaspixbet21guerra com faltapixbet21sedativos para pacientes intubados:pixbet21
"São medicamentos que já estavampixbet21desuso e a gente está associando para poder usar e baixar as doses dos outros remédiospixbet21falta. Sou anestesista há 15 anos e usei tiopental (barbitúrico usado para induçãopixbet21anestesia geral) duas vezes lá na época da minha residência. A gente está começando a usar tiopental agora para os pacientes, porque os medicamentos mais modernos estão acabando."
Essa semana, porém, a equipe do hospital passou a discutir alternativas mais dramáticas diantepixbet21um cenáriopixbet21falta totalpixbet21sedativos e bloqueadores musculares usados para intubação.
- Quando você deve tomar a vacina, se nova previsão do Ministério da Saúde se confirmar
- 4 ministros, aversão ao isolamento, faltapixbet21vacina: a escalada que levou o Brasil às 300 mil mortes por covid-19
- Covid-19: a polêmica mudança na contagempixbet21mortos aplicada (e cancelada) pelo Ministério da Saúde
Camargo conta que está levantando o estoquepixbet21antialérgicos e antipsicóticos, por serem remédios que provocam sonolência e leve sedação como efeitos colaterais. Eles seriam usados numa eventual tentativa desesperadapixbet21manter os pacientes inconscientes enquanto permanecem intubados.
"Enquanto tiver remédio para alergia, que dá um poucopixbet21sedação, ou remédios antipsicóticos, como Haloperidal, vamos usar para tentar manter os pacientes intubados", disse o anestesista.
Caso o pior cenário se confirme e a escassezpixbet21sedativos não seja resolvida no curto prazo, as cenas que o médico descreve se assemelham a imagens dramáticas vistaspixbet21guerras: pacientes com dor se debatendo por faltapixbet21anestesia, tratamentos improvisados, prateleiras vazias e mais mortes.
"A gente ouve falar quepixbet21alguns locais tiveram que amarrar pacientes. Eu não sei se vamos chegar a isso", diz.
"A gente já está verificando o que tempixbet21estoque. Está tentando criar essa contingência e se preparando para o pior."
Outra medida adotada pelo hospital onde Camargo trabalha foi interromper todas as cirurgias eletivas, já que analgésicos e sedativos que tradicionalmente eram usados só nos centros cirúrgicos passaram a ser utilizados, também, para manter os pacientes graves com covid-19 intubados.
"O principal malefício é que essa pandemia vai gerar outras pandemias. Quantos pacientes oncológicos vão perder seu tempopixbet21cura? Quantos estão com dor e não conseguem fazer suas cirurgias?", lamenta.
"Sem contar que hoje a gente está com estoques baixando cada vez mais e isso afeta até os profissionaispixbet21saúde. Como vai ser daqui uma semana?"
'Fico nauseado'
Camargo diz que fica "nauseado"pixbet21pensar no que pode ocorrer se acabarem os medicamentos, um cenário que ele diz ser possível se não houver reabastecimentopixbet2110 ou 15 dias.
Atualmente, o hospital onde ele trabalha tem 63 pacientes graves na UTI oupixbet21leitos improvisados na salapixbet21recuperaçãopixbet21cirurgias e no pronto socorro. Desses doentes graves, 39 estão intubados e contam com esse esforçopixbet21combinaçãopixbet21medicamentos modernos epixbet21desuso para continuarem sedados.
Camargo explica que a presençapixbet21um tubopixbet21oxigênio na gargantapixbet21alguém, que se prolonga até o pulmão, é um "estímulo muito agressivo".
Não é difícilpixbet21imaginar. Um paciente sem sedação se debateria e poderia tentar retirar o tubo com as próprias mãos, ferindo toda a laringe e a traqueia, diz o médico.
"Uma pessoa qualquer vai dar um pulo se você colocar uma colher no fundo da garganta para baixar a língua. Se o paciente intubado acordar, ele vai começar a se agitar, vai começar a brigar com o respirador,pixbet21alguns momentos, pode ter a extubação inadvertida por agitação", disse.
E, segundo Camargo, seria impossível intubar um paciente consciente, sem sedativo. Numa situação assim, os médicos poderiam se ver rodeadospixbet21pacientes se debatendo até morrer por faltapixbet21ar.
"A gente ouve falar quepixbet21alguns locais tiveram que amarrar pacientes. Eu não sei se vamos chegar a isso. Mas o risco é esse,pixbet21não conseguir ventilar os pacientes morrerem se debatendo por faltapixbet21oxigênio, porque a gente não vai conseguir fazer a ventilação mecânica."
A intubação é um procedimento importante para pacientes graves com insuficiência respiratória aguda, quando o pulmão perde a capacidadepixbet21oxigenar o sangue. Enquanto a máquina faz o trabalhopixbet21oxigenação e o paciente permanece sedado, os médicos aguardam que o organismo produza anticorpos contra a covid-19 e a inflamação no pulmão melhore.
Camargo diz que se sente impotente diante da perspectivapixbet21não poder cumprir a própria funçãopixbet21anestesistapixbet21um hospital lotadopixbet21pacientes precisandopixbet21oxigênio.
"A sensação épixbet21um soco no estômago. Nós podemos chegar a não ter remédios para manter os pacientespixbet21oxigenação,pixbet21ventilação. Eu sou um anestesiologista que trabalha com essas drogas e eu posso me ver diante da situaçãopixbet21não poder fazer mais nada para manter esses pacientes sedados", lamenta.
"Isso pode acontecer daqui a 10 dias, 15 dias. Não sabemos. Fico até um pouco nauseado."
'Segurou na minha mão'
E o temorpixbet21deixar pacientes desassistidos se une ao medopixbet21ver parentes e amigos nos leitos improvisadospixbet21UTI. Com o descontrole das infecções no país e os sucessivos recordespixbet21mortes diárias, médicos passaram a ver rostos conhecidos nos leitos dos hospitais onde trabalham.
No domingo (21), Leonardo Camargo se deparou com um vizinho quando foi chamado para participar da intubaçãopixbet21um paciente com covid-19.
"Minha esposa comentou que nosso vizinho do prédio estava internado. No domingo, eu estavapixbet21plantão e fui chamado para intubar um paciente. Quando cheguei no quarto, era ele. Como eu estava paramentado,pixbet21máscara, não sei se ele me reconheceu. Mas a gente se olhou", conta.
O homem estava com medopixbet21morrer e não queria ser intubado. "Eu acalmei ele, explique que ele ia ficar sem dor, sem memória. Mas quando a gente começou a introduzir as medicações, ele tentou pegar a minha mão e eu vi que ele estava pegando na mão da fisioterapeuta", recorda o anestesista.
"Ele queria ter a sensaçãopixbet21se segurarpixbet21alguém. Isso me marcou."
Camargo diz que vai dividir seu tempo, nos próximos dias, entre assistir pacientes e analisar estoquespixbet21medicamentos, criar planospixbet21combinaçãopixbet21remédios e torcer para que os sedativos cheguem antespixbet21um cenáriopixbet21caos.
Ele quer ver o vizinho se recuperar ou, pelo menos, morrer sem dor.
pixbet21 Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube pixbet21 ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospixbet21autorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapixbet21usopixbet21cookies e os termospixbet21privacidade do Google YouTube antespixbet21concordar. Para acessar o conteúdo cliquepixbet21"aceitar e continuar".
Finalpixbet21YouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospixbet21autorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapixbet21usopixbet21cookies e os termospixbet21privacidade do Google YouTube antespixbet21concordar. Para acessar o conteúdo cliquepixbet21"aceitar e continuar".
Finalpixbet21YouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospixbet21autorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapixbet21usopixbet21cookies e os termospixbet21privacidade do Google YouTube antespixbet21concordar. Para acessar o conteúdo cliquepixbet21"aceitar e continuar".
Finalpixbet21YouTube post, 3