3 erros que levaram à faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinas contra covid-19 no Brasil:prognóstico dos jogos da liga dos campeões
"O Brasil teria condiçõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõester uma oferta muito maiorprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacina se nós tivéssemos feito o que outros países fizeram, como, por exemplo, o Chile. O Chile hoje tem três dosesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacina por habitante, só que ele começou a comprar vacinaprognóstico dos jogos da liga dos campeõessetembro", disse Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdadeprognóstico dos jogos da liga dos campeõesSaúde Pública da Universidadeprognóstico dos jogos da liga dos campeõesSão Paulo e fundador da Agência Nacionalprognóstico dos jogos da liga dos campeõesVigilância Sanitária.
"Nós não começamos a comprar vacina cedo. O governo federal não fez nenhuma aposta. Se não fosse pelo Butatan e a Fiocruz (respectivamente, responsáveis no país pelas vacinas CoronaVac e Oxford-AstraZeneca) não teríamos nenhuma vacina", critica.
prognóstico dos jogos da liga dos campeões Governo não comprou vacinasprognóstico dos jogos da liga dos campeões2020
Tanto Gonzalo Vecina Neto quanto a a epidemiologista Ethel Maciel dizem que o primeiro e maior erro foi o governo federal foi não comprar vacinas antecipadamente, aindaprognóstico dos jogos da liga dos campeões2020.
No meio do ano passado, quando fabricantes anunciaram que estavam desenvolvendo vacinas, vários países como Chile, Colômbia, Reino Unido e integrantes da União Europeia negociaram a compra desses produtos ainda na faseprognóstico dos jogos da liga dos campeõestestes.
Era uma aposta. A pesquisa podia dar errado, mas fechar o contrato antes significava garantir acesso às doses.
Uma das estratégias para minimizar o risco, diz Ethel Maciel, seria montar uma cesta variadaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinas. Por exemplo, comprar doses da Oxford-AstraZeneca, CoronaVac, Pfizer e Moderna.
"O Brasil não fez isso e ainda recusou um acordo proposto pela Pfizer que garantiria 70 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinasprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdezembro", afirma a epidemiologista, que é professora da Universidade Federal do Espírito Santo.
Ao falar sobre o fracasso das tratativas com a Pfizer, o governo brasileiro argumentou que as cláusulas propostas eram abusivas.
Em nota, o Ministério da Saúde citou como exemplo o fatoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesa Pfizer exigir que,prognóstico dos jogos da liga dos campeõescasoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdesavença com o governo brasileiro, as negociaçõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesarbitragem teriam que se pautar nas leisprognóstico dos jogos da liga dos campeõesNova York, não nas do Brasil.
Outro ponto mencionado pelo governo brasileiro foi a exigência da Pfizerprognóstico dos jogos da liga dos campeõesassinaturaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesum termoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesresponsabilidade para isentar a fabricanteprognóstico dos jogos da liga dos campeõespenalização civil por eventuais efeitos colaterais graves da vacina.
A Pfizer rebateu, também com a divulgaçãoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesnota, dizendo que esses mesmos termos foram aceitos por outros países que compraram a vacina, entre eles Estados Unidos, Colômbia, Chile, Reino Unido, Japão, Equador e a União Europeia.
Fiocruz e Butantan assumiram riscos
Enquanto o governo federal hesitavaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesnegociar a compra antecipadaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesimunizantes, os institutosprognóstico dos jogos da liga dos campeõespesquisa Fiocruz e Butantan tomaram essa iniciativa.
A Fiocruz iniciou tratativas para comprar a Oxford-AstraZeneca, enquanto o Butantan negociou com a chinesa Sinovac a transferênciaprognóstico dos jogos da liga dos campeõestecnologia para produzir a CoronaVac.
Depoisprognóstico dos jogos da liga dos campeõesconseguirem acordos com as fabricantes estrangeiras, ambos apresentaram as propostas ao governo federal.
O governo Jair Bolsonaro aceitou a proposta da Fiocruz, mas,prognóstico dos jogos da liga dos campeõesoutubro do ano passado, rejeitou uma proposta do Butantan que previa a entregaprognóstico dos jogos da liga dos campeões45 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdoses da CoronaVac até dezembroprognóstico dos jogos da liga dos campeões2020 e outras 15 milhões no primeiro trimestreprognóstico dos jogos da liga dos campeões2021- isso garantiria ao menos 60 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdoses na primeira faseprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinação.
Na época, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defendeu fechar o acordo, mas o presidente Jair Bolsonaro foi contra. Pesaram na decisão uma disputa política com o governadorprognóstico dos jogos da liga dos campeõesSão Paulo, João Doria, e a pressãoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesmilitantesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdireita que levantavam desconfiança sobre uma vacina produzida na China.
"Da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pelaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesorigem. Esse é o pensamento nosso", disse Bolsonaro no dia 21prognóstico dos jogos da liga dos campeõesoutubro,prognóstico dos jogos da liga dos campeõesentrevista à rádio Jovem Pan.
Depois,prognóstico dos jogos da liga dos campeõesjaneiro, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e firmou acordo para comprar as vacinas do Butantan. O problema é que essa demora na negociação atrasou, também, o calendárioprognóstico dos jogos da liga dos campeõesentrega dos produtos.
Isso porque a capacidadeprognóstico dos jogos da liga dos campeõesprodução do Butantan, assim como a da Fiocruz, esbarra no ritmoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesimportaçãoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesinsumos da China.
"O Butatan levou a proposta e, num primeiro momento, o Ministério da Saúde disse sim, depois disse que não, porque Bolsonaro foi contra a compraprognóstico dos jogos da liga dos campeõesuma vacina chinesa. E aí ficou toda aquela discussão no ano passadoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesse era vacina do Doria ou do Bolsonaro. Isso gerou um grande desgaste ao Butantan e atrasou importações da China", relembra o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto.
No final das contas, só foram disponibilizadas,prognóstico dos jogos da liga dos campeõesjaneiro e fevereiro, 9,8 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdoses da CoronaVac (Sinovac/Instituto Butantan) e 2 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdoses da vacina Oxford-AstraZeneca.
E por que o governo não compra, agora,prognóstico dos jogos da liga dos campeõesoutras fabricantes?
O problema é que, como o Brasil largou atrasado na negociação, grandes fabricantes, como Pfizer e Moderna, já venderam para outros países a grande maioria dos seus lotes.
Segundo Vecina Neto, restou para o Brasil apostar agoraprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinas que ainda despertam desconfiança pela faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõestransparência nos estudos ou que não concluíram a última etapaprognóstico dos jogos da liga dos campeõespesquisa, como a russa Sputnik V e a indiana Covaxin.
A Sputnik V, especificamente, já foi alvoprognóstico dos jogos da liga dos campeõescríticas internacionais pela faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõestransparência no processoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesfabricação do imunizante. Mesmo na Rússia o ritmoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinação começou lento, porque a população questionava a eficácia da vacina.
No início do mês, o instituto Gamaleyaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesPesquisa da Rússia alcançou uma etapa importanteprognóstico dos jogos da liga dos campeõescomprovar a eficácia da vacina, ao publicar um estudo na revista científica Lancet mostrando percentualprognóstico dos jogos da liga dos campeões91%prognóstico dos jogos da liga dos campeõesproteção.
Só que tanto essa vacina quanto a indiana Covaxin não divulgaram ainda os resultados da fase 3prognóstico dos jogos da liga dos campeõestestes, quando o imunizante é aplicado num grupo grande e heterogêneoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvoluntários, para verificar reações adversas, por exemplo.
Faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdefinição sobre quem deveria ser vacinado antes
O segundo erro, que poderia ter mitigado as consequências da escassezprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinas, foi a faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesuma definição sobre quem deveria receber a vacina primeiro, dentro do grupoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesprioridades.
Ou seja, quem é a prioridade das prioridades. O governo federal elaborou uma enorme listaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesgrupos prioritários que, juntos, somam 77,2 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõespessoas. Lá há desde idosos com maisprognóstico dos jogos da liga dos campeões90 anos a profissionaisprognóstico dos jogos da liga dos campeõessaúde, caminhoneiros, profissionais da área da educação e militares.
Quem deveriam ser as 6 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõespessoas imunizadas com as doses disponíveis?
"Não tinha uma ordenaçãoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesquem deveria receber a vacina primeiro. No cenárioprognóstico dos jogos da liga dos campeõesescassez total, quem seria a prioridade das prioridades? O governo federal não tomou essa decisão", diz a Ethel Maciel, que é professora da Universidade Federal do Espírito Santo.
Como não houve uma coordenação federal, cada município criou as próprias regras e surgiram distorções. Por exemplo, a lista do governo federal inclui "trabalhadores da saúde", mas não especifica quais se enquadrariam na prioridade.
Na ausênciaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesuma definição, esteticistas, psicólogos, dermatologistas, veterinários e até instrutoresprognóstico dos jogos da liga dos campeõespilates foram vacinados antesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesidosos com maisprognóstico dos jogos da liga dos campeões80 anosprognóstico dos jogos da liga dos campeõesalgumas cidades.
Diante dessa situação, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou, no dia 8prognóstico dos jogos da liga dos campeõesfevereiro, que o governo federal divulgasse a ordemprognóstico dos jogos da liga dos campeõespreferência dentro do grupo prioritário.
Mas àquela altura, as doses da primeira remessa já estavam acabando. "A gente deixouprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinar os idosos para vacinar uma amplitude muito grandeprognóstico dos jogos da liga dos campeõesprofissionaisprognóstico dos jogos da liga dos campeõessaúde que nem estavam na linhaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesfrente", lamenta Ethel Maciel.
Faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõestreinamento provocou desperdícioprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdoses
O terceiro erro, segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, foi a faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõestreinamento e orientação às equipes que administram a vacina.
Não houve uma campanha nacionalprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinação, com informações à população e treinamento específico às equipes dos postosprognóstico dos jogos da liga dos campeõessaúde, destacam Ethel Maciel e Gonzalo Vecina Neto.
Em alguns municípios, profissionaisprognóstico dos jogos da liga dos campeõessaúde relataram desperdícioprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdoses, especialmente nas cidades que decidiram escalonar por idade.
No Rioprognóstico dos jogos da liga dos campeõesJaneiro, foi amplamente noticiado que doses da Oxford-AstraZeneca foram jogadas fora por causa do baixo comparecimentoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesidososprognóstico dos jogos da liga dos campeõesalgumas áreas da cidade.
Uma vez aberto o frasco para colocar nas seringas, o conteúdo da vacinaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesOxford só tem validade por seis horas. Já a CoronaVac dura oito horas depoisprognóstico dos jogos da liga dos campeõesaberto o frasco.
Como não havia orientação clara sobre o que fazer na ausência do grupo-alvo da vacinação, as doses que sobravam nos recipientes abertos foram perdendo a validade.
Ou seja, alémprognóstico dos jogos da liga dos campeõestermos pouca vacina, a faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesorientação aos profissionais levou a uma redução ainda maior do estoque.
Segundo Ethel Maciel, seria o casoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesorientar que,prognóstico dos jogos da liga dos campeõessituações assim, é melhor administrar a vacinaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesquem estiver por lá, por exemplo, no acompanhante do idoso, a desperdiçar as doses.
"O que a gente começou a ver no Brasil? Várias doses desperdiçadas. A gente abriu um espaço muito grande para a judicialização, com a faltaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesinstruções claras, e não houve uma informação, um treinamento para as pessoas na salaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacina sobre o que fazer com os frascos abertos", afirma epidemiologista.
Brasil teria condiçõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesimunizar 60 milhões por mês
Segundo Gonzalo Vecina Neto, que já foi secretário Nacionalprognóstico dos jogos da liga dos campeõesVigilância Sanitária, se o Brasil tivesse vacina e um planejamento prévio mínimo, o Sistema Únicoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesSaúde teria condiçõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesimunizar até 60 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõespessoas por mês.
Como existem 159,1 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesbrasileiros com maisprognóstico dos jogos da liga dos campeões18 anos, segundo a Pesquisa Nacionalprognóstico dos jogos da liga dos campeõesSaúde (PNS) 2019, seria possível concluir as duas doses, diz Vecina Neto,prognóstico dos jogos da liga dos campeõesmeadosprognóstico dos jogos da liga dos campeõesjulho. Por enquanto, as vacinas contra covid-19 não são administradasprognóstico dos jogos da liga dos campeõescrianças e adolescentes, por isso o cálculo só considera adultos.
"Temos hoje 38 mil unidades básicasprognóstico dos jogos da liga dos campeõessaúde com pelo menos uma salaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinação com geladeira especializadaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesmódulos, que conserva a temperaturasprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdois a oito graus. Na pior das hipóteses, se consegue vacinar 10 pessoas por hora", explica Vecina Neto.
"Se vacinarmos 10 pessoas por hora, num diaprognóstico dos jogos da liga dos campeõestrabalhoprognóstico dos jogos da liga dos campeõesoito horas, dá 80 vacinas. Então, eu tenho condição teóricaprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinar 3 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõespessoas por dia útil. Isso para 20 dias úteis, tenho condiçõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinar,prognóstico dos jogos da liga dos campeõesum mês, sem fazer muito esforço, 60 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõespessoas", calcula.
O Ministério da Saúde diz que reservou mais 364,9 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesdosesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesvacinas com o Butatan, a Fiocruz e o consórcio internacional Covax Facility, ligado à Organização Mundial da Saúde. Mas a distribuição desses lotes vai ocorrer ao longo do ano.
"A nossa experiência com a vacina da gripe mostra que temos capacidadeprognóstico dos jogos da liga dos campeõesimunizar rapidamente. No ano passado,prognóstico dos jogos da liga dos campeões2020, vacinamos 80 milhõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõestrês meses. Temos condiçõesprognóstico dos jogos da liga dos campeõesfazer. O que falta? Faltam vacinas", lamenta Gonzalo Vecina Neto.
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