O encontro entre o 'mito' e o 'messias': o que Bolsonaro traz na volta da Índia para Brasil:esporte em bet
Os dois se elegeram após escândalosesporteesporte em betbetcorrupção engolirem antecessoresesporteesporte em betbetcentro-esquerda. Eles trouxeram a direitaesporteesporte em betbetvolta ao poder e prometeram reformas, economias mais modernas e mais empregos. Resgataram uma retórica nacionalista, embalada por forte discurso religioso, por ataques a opositores e por elogios ao passado.
De outro lado, ambos são frequentemente descritos como "ameaças à democracia". São alvosesporteesporte em betbetcríticas no exterior eesporteesporte em betbetdesconfiançaesporteesporte em betbetminorias. Falam constantementeesporte em betfake newsesporte em betataques à imprensa, ao mesmo tempoesporte em betque se beneficiam da polarização do eleitorado, que rende aos dois alcance e enorme popularidade nas redes sociais.
Em seu segundo mandato como homem forte do país, o nacionalista hindu Narendra Modi é chamado por seguidoresesporteesporte em betbet"messias" — ou alguém que chegou ao poder para resolver os problemas do país. Bolsonaro, sabe-se, é conhecido no Brasil como "mito".
Raio-X da relação bilateral
É consenso entre analistas e membros dos dois governos que as trocas comerciais entre Brasil e Índia estão aquém do seu potencial.
Os indianos ocupam apenas o quarto lugar entre os parceiros comerciais brasileiros na Ásia, atrásesporteesporte em betbetChina, Coreia do Sul e Japão.
Para efeitoesporteesporte em betbetcomparação, as trocas comerciais entre Brasil e China chegam a US$ 100 bilhões por ano. Com a Índia, também um gigante asiático com população acimaesporteesporte em betbet1 bilhãoesporteesporte em betbetpessoas e parte do clube das cinco maiores economias do mundo, as trocas ficam muito muito atrás: US$ 7,1 bilhõesesporte em bet2019, segundo o Itamaraty.
Na avaliaçãoesporteesporte em betbetum oficial do governo que preferiu não se identificar, "o Brasil vê a Índia hoje como via a China há 20 anos".
"A cooperação entre os dois países não avançou por profundo desconhecimento e muitas vezes preconceito, apesaresporteesporte em betbetambos terem nívelesporteesporte em betbetdesenvolvimento semelhante, potenciais complementares e convergência política", disse.
Hoje, os principais produtos vendidos pela Índia para o Brasil são pesticidas e defensores agrícolas, materiais têxteis e peçasesporteesporte em betbetautomóveis.
Do outro lado, o Brasil vende principalmente petróleo bruto, açúcar, soja e ouro.
A Índia tem superávit na relação comercial: as exportações brasileiras, segundo o Itamaraty, ficaramesporte em betUS$ 2,76 bilhõesesporte em bet2019, enquanto a importações vindas da Índia foramesporteesporte em betbetUS$ 4,26 bilhões.
Distantes entre si, os países parecem saber pouco um do outro.
Na avaliação do professor indiano Umesh Mukhi, que vive no Brasil há um ano e é professor do Departamentoesporteesporte em betbetAdministração da FGV, "normalmente a Índia só aparece no contexto do Brics, nunca como nação independente", diz, acrescentando que "a compreensão coletiva dos brasileiros sobre o chefeesporteesporte em betbetEstado indiano é baixa ou inexistente".
Do lado indiano, a situação não seria muito diferente.
"Quando o primeiro-ministro Modi foi eleito,esporte em bet2014, ele fez referências a vários países. Estados Unidos, Alemanha, Rússia... O Brasil também não estava lá. Apareceu junto aos Brics, mas não individualmente."
"O desconhecimento também é uma oportunidade para aprofundamento da relação", avalia.
Defesa
Em comunicado conjunto, Bolsonaro e Modi anunciaram que as trocas comerciais entre os dois países devem saltar dos US$ 7,1 bilhões atuais para US$ 15 bilhõesesporte em bet2022 — pouco mais do dobro do valor atual.
Três temas se destacam nos debates econômicos da viagem oficial: defesa, etanol e agronegócio.
Como a BBC News Brasil mostrou no último sábado, um grupoesporteesporte em betbet10 CEOsesporteesporte em betbetgrandes empresas brasileirasesporteesporte em betbetarmas, munição, equipamentosesporteesporte em betbetvigilância, aviação e inteligência militar acompanhou a comitiva oficialesporteesporte em betbetBolsonaro.
Oficiais do Ministério da Defesa, junto a CEOs da Altave, Atech, Avibras, Companhia Brasileiraesporteesporte em betbetCartuchos, Condor, Embraer, Iveco, Macjee, Omnisys e Taurus participaram pela primeira vez na históriaesporteesporte em betbetum seminário conjuntoesporteesporte em betbetindústriasesporteesporte em betbetDefesa dos dois países.
Nenhuma das empresas, nem os canais oficiais do ministério da Defesa, haviam anunciado a viagem antes da reportagem.
"Os líderes reiteraram a importância da cooperação bilateral abrangente na áreaesporteesporte em betbetdefesa para fortalecer a Parceria Estratégica", diz o comunicado assinado por Modi e Bolsonaro.
O primeiro resultado concreto foi a assinatura, depoisesporteesporte em betbet11 mesesesporteesporte em betbetnegociações,esporteesporte em betbetjoint venture da Taurus Armas com a Jindal Group, maior fabricanteesporteesporte em betbetaço da Índia, para a construçãoesporteesporte em betbetuma fábricaesporte em betterritório indiano, com tecnologia brasileira.
As ações da Taurus dispararam logo depois do anúncio.
Etanol
Além da defesa, o etanol foi uma das palavras mais repetidas pela delegação brasileira durante a viagem.
O Brasil é o maior produtoresporteesporte em betbetetanol vindo da cana-de-açúcar do mundo, enquanto a Índia é a maior produtora mundialesporteesporte em betbetcana-de-açúcar.
"A possibilidadeesporteesporte em betbetcooperação com a Índia servirá para apoiar a criação do mercado mundialesporteesporte em betbetetanol", disse a ministra da Agricultura, Teresa Cristina,esporte em betum seminário com empresários durante a visita. "Do pontoesporteesporte em betbetvista da Índia, podemos mencionar a redução da poluição nas grandes cidades, maior suprimentoesporteesporte em betbetenergia renovável e a redução da dependência das importaçõesesporteesporte em betbetpetróleo."
Junto à ministra, o ministroesporteesporte em betbetMinas e Energia, Bento Albuquerque, chegou antes do presidente Bolsonaro país para costurar um projetoesporteesporte em betbetparceria com o país asiático com o objetivoesporteesporte em betbettransformar o etanolesporte em betuma commodity global.
Os dois países assinaram termosesporteesporte em betbetcooperação para desenvolvimento conjuntoesporteesporte em betbettecnologiasesporteesporte em betbetprodução na tentativaesporteesporte em betbetampliar as exportações do etanol — um biocombustível, portanto alternativa mais limpa ao petróleo.
É cedo, no entanto, para saber se a ambição vai se confirmar. Na primeira década dos anos 2000, o ex-presidente Lula tentou fazer o mesmoesporte em betparceria com o então presidente americano George W. Bush, mas não houve avanços concretos.
Entre os 15 acordos assinados na viagem, um Memorandoesporteesporte em betbetEntendimento sobre Cooperaçãoesporte em betBioenergia se relaciona a esse tema. Outro memorando prevê a cooperação para a construção, ainda sem previsão,esporteesporte em betbetCentroesporteesporte em betbetExcelência na Índia para Pesquisasesporte em betBioenergia.
Agronegócio
A ministra da Agricultura anunciou como primeiro resultado concreto da viagem a abertura do mercado indiano para exportações brasileirasesporteesporte em betbetgergelim, e, do outro lado, a abertura do mercado brasileiro para exportações indianasesporteesporte em betbetsementesesporteesporte em betbetmilho.
Em 2019, o Brasil exportou US$ 24,6 milhõesesporte em betgergelim — o mercado mundial do produto cresce e movimentou R$ 3 bilhões no ano passado, segundo o ministério da Agricultura.
A Índia também se comprometeu a estudar a possibilidadeesporteesporte em betbetcomprar abacate, cítricos e madeiraesporteesporte em betbetipê do Brasil. Já o Brasil vai avaliar a compraesporteesporte em betbetmilheto, sorgo, canola e algodão vindos da Índia.
Os dois países também assinaram uma declaraçãoesporteesporte em betbetColaboração na Áreaesporteesporte em betbetPecuária e Produção Leiteira.
Durante encontro aberto à imprensa, ao ladoesporteesporte em betbetBolsonaro, Modi disse que "o Brasil é um parceiro valioso na transformação econômica da Índia e uma fonte confiável para nossas necessidades nos camposesporteesporte em betbetalimentos e energia".
Espécieesporteesporte em betbetguarda-chuva para a viabilizaçãoesporteesporte em betbettodas as propostas, o principal acordo assinado entre os dois países é oesporteesporte em betbetCooperação e Facilitaçãoesporteesporte em betbetInvestimentos.
O documento é visto como peça-chave para a segurança jurídica das novas trocas comerciais.
Política
O principal paralelo entre os dois líderes — ressaltado pelos próprios, inclusive — é o nacionalismo.
Na noiteesporteesporte em betbetsábado, Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente, disse a jornalistas que Jair Bolsonaro "elogiou a liberdade religiosa presente aqui na Índia" e "falou que se sentiu confortávelesporte em betestaresporte em betum país que não é cristão, mas foi muito bem acolhido" duranteesporteesporte em betbetreunião bilateral com o primeiro-ministro indiano.
"Os dois são notoriamente nacionalistas, defendem seus países, são avessos a alguns fóruns internacionais e acredito que há muita química nessa relação", disse Eduardo Bolsonaro.
Já o ministroesporteesporte em betbetRelações Exteriores, Ernesto Araújo, disseesporte em betum seminário que Índia e Brasil hoje têm "convergênciaesporteesporte em betbetideias e visõesesporteesporte em betbetmundo".
Para o chanceler, o país liderado por Narendra Modi "está se modernizando sem abrir mãoesporteesporte em betbetsuas tradições e valores, e está se construindo a partiresporteesporte em betbetsuas raízes e essência e não a partir dos dogmas dos que formam o mundo pós-nacionalista ou antinacionalista".
"Apenas nações que se reconhecem como nações podem aspirar ser algo no mundo. Essa é a lição da Índia e também a que o Brasil está tentando dar ao mundo."
No comunicado conjunto assinado durante a viagem, os dois líderes anunciaram que vão se apoiar na meta conjunta dos seus paísesesporteesporte em betbetconquistar uma cadeira permanente no Conselhoesporteesporte em betbetSegurança das Nações Unidas.
Para isso, eles querem ampliar o conselho por meioesporteesporte em betbetuma reforma, incluindo novos assentos nas categorias permanente e não permanente.
A meta é aumentar a representaçãoesporteesporte em betbetpaísesesporte em betdesenvolvimento no conselho.
Esta é uma vontade antiga, segundo analistas, eesporteesporte em betbetconcretização depende da vontade dos cinco países ricos que hoje têm cadeira permanente no Conselhoesporteesporte em betbetSegurança com direito a veto — Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China.
Energia nuclear
O presidente Bolsonaro reforçou o apoio brasileiro à candidatura da Índia ao Grupoesporteesporte em betbetSupridores Nucleares (o NSG), que tem 48 países, incluindo o Brasil.
O grupo foi criado justamente depoisesporteesporte em betbetum teste nuclear feito pela Índiaesporte em bet1974. O exercício gerou um alerta entre outras potências nuclearesesporteesporte em betbetque tecnologias nucleares usadas para fins pacíficos pudessem ser revertidas e transformadasesporte em betarmamento.
Os membros então se reuniram com o objetivoesporteesporte em betbetprevenir a proliferaçãoesporteesporte em betbetarmas nucleares por meioesporteesporte em betbetcontroles na exportaçãoesporteesporte em betbetmateriais eesporteesporte em betbettecnologia.
Os indianos têm o apoio, além do Brasil,esporteesporte em betbetpaíses como EUA, Reino Unido, França e Rússia para entrar no grupo. A China, porém, se opõe reiteradamente à entrada indiana no grupo. Segundo os chineses, não há coerênciaesporte em betpermitir a entrada da Índia, mas proibir a do Paquistão.
O apoio brasileiro é discutido pelos dois países desde pelo menos 2006 — quando Lula se encontrou com o então premiê Índia, Manmohan Singh, durante a primeira visitaesporteesporte em betbetum chefeesporteesporte em betbetgoverno indiano ao Brasil desde 1968. Em 2016, o Brasil anunciou apoio oficial.
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