'Armamento é privilégio para elites': a nova estratégiajogos depokerEduardo Bolsonaro para baratear armas no Brasil:jogos depoker

Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil,jogos depokerNova Déli, onde acompanha o pai em viagem oficial à Índia, Eduardo conta que vai deixar a comissão dedicada a temas estrangeiros para se dedicar à democratização do acesso às armas no Brasil — um dos temas mais seminais da bancada da bala.

O parlamentar tem conversado com gigantes estrangeiras do mundo dos armamentos e munições, como a alemã SIG Sauer e a italiana Beretta, e quer ajudá-las a abrirem filiais no Brasil. Outras empresas do setor, como a austríaca Glock e a americana Smith & Wesson também estariam interessadasjogos depokerinvestir no país.

O objetivo, diz, é "gerar empregos no Brasil, abrindo finalmente uma concorrência nesse setor, que hoje é dominado pela CBC/Taurus" — empresa privada que é alvojogos depokercríticas por dominar o setor e ter forte lobby junto a parlamentares, militares e forçasjogos depokersegurança.

Eduardo também quer tentar simplificar o acesso a licenças para atiradores e caçadores. "Tudo hoje está caminhando para ser feito atravésjogos depokeraplicativo e internet."

A reportagem lembra o deputado do enorme volumejogos depokerassassinatos com armasjogos depokerfogo no Brasil. Segundo o Atlas da Violência 2019, do Institutojogos depokerPesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileirojogos depokerSegurança Pública, o país tem maisjogos depoker65 mil homicídios por ano. Pessoas negras são vítimasjogos depoker75,5% dos crimes.

"Essa ideiajogos depokerquanto mais armas, mais mortes, é totalmente falida. Quanto mais armas nas mãos dos criminosos, aí sim eu tenho certezajogos depokerque são mais mortos", afirma.

O parlamentar também comenta a polêmica envolvendo uma possível divisão do ministério da Segurança Pública e Justiça, comandado por Sergio Moro: "Foi sepultado".

Leia a entrevista na íntegra.

jogos depoker BBC News Brasil - O senhor me disse há pouco que tem como prioridadejogos depoker2020 se dedicar ao setorjogos depokerdefesa e armamentos. Como pretende atuar?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - Nesse ano, eu pretendo não continuar na presidência da Credn (Comissãojogos depokerRelações Exteriores ejogos depokerDefesa Nacional). Também não pretendo ocupar uma cadeira na CCJ (Comissãojogos depokerConstituição e Justiça), uma comissão importantíssima mas que ocupa praticamente toda a semana do deputado. Então vou ter espaço para trabalhar principalmente voltado para o Brasil, e uma das bandeiras que pretendo colocar adiante é essa das armas.

jogos depoker BBC News Brasil - Qual é o panorama do setor hoje no Brasil e o que o senhor pretende mudar?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - Existem dois fatores que podem ser tocados adiante. A implementaçãojogos depokerfábricasjogos depokerarmas estrangeiras que pretendem abrir e gerar empregos no Brasil, abrindo finalmente uma concorrência nesse setor, que hoje é dominado pela CBC Taurus.

E também uma facilitação com relação à burocraciajogos depokeratiradores, colecionadores e caçadores para a retirada dos seus registros. A informatização… tudo hoje no país está caminhando para que seja feito atravésjogos depokeraplicativo e internet, e não tem motivo para que a parte dos atiradores se mantenha no modelo arcaico, na base do papel e da caneta.

jogos depoker BBC News Brasil - O objetivo ao trazer empresas estrangeiras é baixar o preço, aumentar o acesso?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - Tem um conteúdo teórico, da economia liberal: você abrindo a concorrência, melhora a qualidade e baixa o preço.

E a crítica que eu tenho é que hojejogos depokerdia,jogos depokerque pese as flexibilizações que o presidente Bolsonaro tem feito, a comprajogos depokerum armamento segue quase um privilégio para as elites. O armamento é muito caro, muito tributado, e a lei hoje praticamente exige que você seja filiado a um clubejogos depokertiro, tenha um despachante, para conseguir importar ou comprar uma arma nacional.

Essa é a realidade que eu quero mudar. E trazendo empresas estrangeiras para o Brasil e abrindo concorrência, a tendência do preço certamente é reduzir.

jogos depoker BBC News Brasil - O senhor já falou com alguma empresa estrangeira? Que empresas seriam essas?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - Já fui procurado por empresas, entre elas a [alemã] SIG Sauer. Acredito que outras empresas também estão quase certas desse interessejogos depokerabrir no Brasil, muito provavelmente [a italiana] Beretta, [a checa] CZ. Inclusive, rumores há pouco tempo atrás,jogos depokera empresa do Oriente Médio Caracal abrir uma fábricajogos depokerGoiás.

Quem é do mundo das armas sabe que esses boatos sempre existem, mas na ponta acabam nunca se concretizando. O caso mais notório é o da europeia Ruag, uma fábricajogos depokermunições, que depoisjogos depoker7 anos tentando abrir ajogos depokerfábrica, desistiujogos depokerfazê-lo.

O Brasil tem que ser um país aberto ao mercado, aberto à livre iniciativa, e isso também compreende o setor das armas.

jogos depoker BBC News Brasil - O Brasil, como o senhor sabe, é um país com uma taxajogos depokerhomicídios muito alta por contajogos depokerarmasjogos depokerfogo. São maisjogos depoker60 mil homicídios por ano —jogos depoker1980 eramjogos depokertornojogos depoker8 mil. Trazer mais armas e baratear o armamento não é uma jogada arriscadajogos depokerum país ainda tão violento?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - De maneira nenhuma. Nós experimentamos uma política desarmamentista. O Brasil,jogos depoker2003jogos depokerdiante, quando os mensaleiros aprovaram o Estatuto do Desarmamento, tornou dificílimo comprar uma armajogos depokerfogo, e a gente segue aí com taxas altíssimas.

É a primeira vezjogos depokerque temos uma quebra brutaljogos depoker22% nos homicídios, isso no primeiro ano do governojogos depokerJair Bolsonaro junto com o ministro da Justiça, Sergio Moro.

Ou seja,jogos depoker2019 flexibilizou-se o acesso às armasjogos depokerfogo e os homicídios reduziram. Essa ideiajogos depokerquanto mais armas, mais mortes, é totalmente falida. Quanto mais armas nas mãos dos criminosos, aí sim eu tenho certezajogos depokerque são mais mortos.

jogos depoker BBC News Brasil - Muitos especialistas discordam do senhor. Há a experiência da Austrália que flexibilizou e teve altajogos depokerhomicídios, há o caso norte-americano, que tem uma epidemiajogos depokeratiradores, apesarjogos depokerter um índicejogos depokerhomicídios muito diferente do brasileiro. Isso é levadojogos depokerconsideração?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - Com certeza, os EUA são um bom exemplo. E não vou negar o exemplo do Japão, que os desarmamentistas usam muito. Mas é uma ilha que há séculos usa o desarmamento, desde o tempo dos samurais, para se conseguir uma espada, então é um caso excepcional.

Os EUA, há décadas, vêm mudandojogos depokerlegislação, principalmente estadual, e permitindo acesso às armasjogos depokerfogo. Dos anos 1980 para cá, quando os EUA tinham mais ou menos a mesma taxajogos depokerhomicídios do Brasil, o Brasil só viu a taxajogos depokerhomicídios subir e os EUA só viram a taxajogos depokerhomicídios descer.

O que é melhor? O Brasil desarmado ou os EUA armados? Então acho que podemos aplicar essa medida no Brasil, lembrando que há pouco tempo, antes do desarmamento, as pessoas não se matavam no trânsito e não havia um número grandiosojogos depokermortes. Pelo contrário. Havia mais armas e menos mortes.

jogos depoker BBC News Brasil - O senhor faloujogos depokerquedajogos depoker22% nos homicídios como resultado das políticasjogos depokerBolsonaro e Moro. Acabajogos depokeracontecer a controvérsia sobre uma possível separação entre o ministério da Justiça e o ministério da Segurança Pública. Como viu o episódio?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - Vi uma polêmica desnecessária. O presidente, pousando aqui na Índia, já descartou essa possibilidade. Agora, quando o presidente recebe uma demandajogos depoker20 secretáriosjogos depokersegurança pública, o mínimo que ele tem que fazerjogos depokerrespeito a essas autoridades é analisar e fazer os estudos. Consultados os ministros e amadurecida a ideia, foi sepultado. Então, não corre esse risco.

jogos depoker BBC News Brasil - A base do senhor e do presidente ficou muito preocupada durante as 48hjogos depokerdúvidajogos depokerrelação a esse caso. Muita gente questionando como o governo ficariajogos depokeruma eventual saída do ministro. O governo sobrevive sem Sergio Moro?

jogos depoker Eduardo Bolsonaro - Eu acredito que não tem nem que se cogitar esse tipojogos depokercoisa. Quando eu saíjogos depokerférias, no final do ano, muita gente dizia que o ministro [da Educação] Abraham Weintraub estaria saindojogos depokerférias para não retornar mais. Que seria demitido. Agora a história parece que se repete com Moro. Não vi risco nenhum disso acontecer. O que existiu foram 20 secretáriosjogos depokersegurança pública trazendo uma demanda ao presidente que estudou ejogos depoker48h acabou sendo sepultada.

Os secretáriosjogos depokerSegurança Pública não se sentiram desrespeitados e o presidente já avisou que mais cedo ou mais tarde vai se encontrar com o ministro Sergio Moro, assim como vai se encontrar com outros ministros, como Paulo Guedes [da Economia]. Vida normal.

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