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O que é o 'Baile da 17', pancadãorealsbet nao pagaParaisópolis onde 9 jovens morreram pisoteados:realsbet nao paga
"Esses criminosos entraram no baile e usaram as pessoas como escudo", afirmou o porta-voz. Segundo ele, os suspeitos atiraram na direção dos policiais e os frequentadores da festa teriam jogado pedras nos agentes.
Os policiais revidaram com bombasrealsbet nao pagaefeito moral e balasrealsbet nao pagaborracha, diz a corporação. Parte do público saiu correndo e, nas vielas estreitas da favela, nove pessoas morreram pisoteadas e ao menos sete ficaram feridas.
Por outro lado, vídeos publicados na internet mostram alguns policiais agredindo com chutes e golpesrealsbet nao pagacassetete alguns jovens que estavam rendidos e desarmadosrealsbet nao pagaum beco — a BBC News Brasil não conseguiu confirmar a autenticidade dos vídeosrealsbet nao pagaforma independente. Em entrevista a jornalistas, uma das frequentadoras, que não quis ser identificada, afirmou que um policial quebrou uma garrafa emrealsbet nao pagacabeça, alémrealsbet nao pagamachucá-la com um cassetete.
Emerson Massera, porta-voz da PMrealsbet nao pagaSão Paulo, afirmou que a ação dos policiais será investigada e que os vídeos sugerem um abuso por parte dos profissionais. "Algumas imagens sugerem abusos e ações desproporcionais. A gente lamenta as mortes, essa tragédia. Mas ainda é cedo dizer se houve erro da Polícia Militar (na ação) ", diz.
O governadorrealsbet nao pagaSão Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que lamenta as mortes dos jovens. "Lamento profundamente as mortes ocorridas no baile funkrealsbet nao pagaParaisópolis nesta noite. Determinei ao Secretáriorealsbet nao pagaSegurança Pública, General Campos, apuração rigorosa dos fatos para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio."
Segundo a PM, havia cercarealsbet nao paga5 mil pessoas no Baile da 17 no momento da operação.
O que é o Baile da 17?
O Baile da 17 foi criado no início dessa década nas ruasrealsbet nao pagaParaisópolis. Segundo moradores, o número 17 é uma referência a um barrealsbet nao pagadrinks que existia na favela.
Inicialmente, a festa teria surgido como um pagoderealsbet nao pagafrente a esse boteco, mas, nos intervalos, os frequentadores ouviam funkrealsbet nao pagacarros estacionados na rua.
Com o tempo, a festa cresceu e invadiu as madrugadas, focando principalmenterealsbet nao pagafunk. Hoje, ela costuma ocorrer nas noitesrealsbet nao pagasexta e sábado. Mas,realsbet nao pagaacordo com moradores ouvidos pela BBC News Brasil, há semanasrealsbet nao pagaque o pancadão começa na noiterealsbet nao pagaquinta-feira e se estende até domingo.
A festa já chegou a reunir cercarealsbet nao paga30 mil pessoas nas vielasrealsbet nao pagaParaisópolis — ela se concentrarealsbet nao pagaquatro ruas da favela. Semanalmente, o baile recebe excursõesrealsbet nao pagajovensrealsbet nao pagacidades do interiorrealsbet nao pagaSão Paulo e atérealsbet nao pagaoutros Estados, como o Riorealsbet nao pagaJaneiro.
Ao longo das vielas, DJ's estacionam carros com aparelhosrealsbet nao pagasom acoplados. Gruposrealsbet nao pagajovens se reúnem no entorno desses veículos para dançar e se divertir.
O alto barulho, no entanto, fez com que moradores se mudassem da área, dando espaço para estabelecimentos comerciais voltados aos frequentadores, como tabacarias e bares. Parte do baile é bancado por esses comerciantes.
A BBC News Brasil conversou com um DJrealsbet nao paga20 anos que regularmente leva o carro ao baile. Ele diz receber R$ 500realsbet nao pagaum comerciante para tocar por cinco horas seguidasrealsbet nao pagafrente a um estabelecimento. "Mas tem DJ que chega a receber uns R$ 2 mil, dependendo do temporealsbet nao pagaque ele toca e da potência do som", afirmou ele, que preferiu não se identificar.
O fenômeno dos pancadõesrealsbet nao pagarua, como o Baile da 17, tem sido discutido nos últimos anos tanto pela prefeitura quanto pelo governo do Estadorealsbet nao pagaSão Paulo. Existem centenas delesrealsbet nao pagabairros pobres e com poucas opçõesrealsbet nao pagalazer para os jovens.
Também há diversas denúnciasrealsbet nao pagaatuação do crime organizado, que se utiliza das festas para comercializar drogas ilegais.
Por outro lado, há quem critique a ação repressiva da polícia, que muitas vezes interrompe os eventos com bombas e tiros, ferindo inocentes. No casorealsbet nao pagaParaisópolis, por exemplo, houve 45 açõesrealsbet nao pagarepressão ao Baile da 17 apenas nesse ano, segundo a Polícia Militar.
Para Gilson Rodrigues, líder comunitário e presidente da Uniãorealsbet nao pagaMoradores e Comerciantesrealsbet nao pagaParaisópolis, o pancadão é uma "alternativarealsbet nao pagalazer" para jovens que têm poucas opçõesrealsbet nao pagadivertimentorealsbet nao pagaseus bairros.
"Não temos áreasrealsbet nao pagalazerrealsbet nao pagaParaisópolis. Temos um camporealsbet nao pagafutebol e hoje inauguramos uma praça. Ao invés do Estado proporcionar estruturasrealsbet nao pagalazer para o jovem, ele reprime por meio da polícia", diz.
Apesar da poluição sonora e o fechamentorealsbet nao pagavias da favela, o Baile da 17 não está entre as principais reclamações dos moradores da comunidade. Ele ocupa a 5º colocação nesse ranking, que é liderado pelos problemas no recolhimento do lixo, segundo uma pesquisa da Uniãorealsbet nao pagaMoradores e Comerciantes.
Paraisópolis
Paraisópolis fica ao lado do Morumbi, bairro nobre na zona oesterealsbet nao pagaSão Paulo.
Estima-se que a favela tenha cercarealsbet nao paga100 mil habitantes e 8 mil estabelecimentos comerciais — a maioria pertence a moradores. Cercarealsbet nao paga21% dos habitantes trabalham dentro da própria favela, segundo a associaçãorealsbet nao pagamoradores.
Por outro lado, apesar do comércio aquecido e da fama adquirida com uma novela da TV Globo que usava suas vielas como cenário, a comunidade ainda tem uma sérierealsbet nao pagaproblemas comuns a toda favela do Brasil, como pobreza extrema, faltarealsbet nao pagasaneamento básico e violência.
Obrasrealsbet nao pagaurbanização estão paradas há anos, como canalizaçãorealsbet nao pagaum córrego e a construçãorealsbet nao pagamoradias sociais. Cercarealsbet nao paga5 mil famílias da comunidade vivemrealsbet nao pagabolsa-aluguel pagos pela prefeitura.
Nos últimos anos, a Uniãorealsbet nao pagaMoradores e Comerciantes criou uma sérierealsbet nao pagaprojetos para tentar melhorar a vida no bairro, como um banco comunitário, restaurantes populares, escolasrealsbet nao pagabalé e música para crianças.
Recentemente, Paraisópolis participou da criação do G-10 das favelas do Brasil, grupo que pretende desenvolver a economia local por meio do empreendedorismo.
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