Crise na Venezuela: governo Bolsonaro precisaráharam slotcercaharam slotR$ 150 milhões para manter acolhidaharam slotvenezuelanos:haram slot

Pessoas formam fila atrásharam slotgradeharam slotParacaraima, na fronteira entre Brasil e Venezuela

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Pessoas formam fila atrásharam slotgradeharam slotParacaraima; recursos para acolhimentoharam slotvenezuelanos estão garantidos apenas até março deste ano

O valor representa 0,1% do déficit das contas públicas previsto no Orçamentoharam slot2019,haram slotR$ 139 bilhões.

A estimativa considera as despesas com alimentação, custeio da operação e a chamada interiorização (deslocamento para outras regiões) dos venezuelanos que entram no paísharam slotsituação vulnerável.

Além disso, levaharam slotconta um cenárioharam slotque o fluxoharam slotentradaharam slotimigrantes na fronteira com a Venezuela permaneça nos patamares atuais. Caso aumente a chegadaharam slotimigrantesharam slotsituação vulnerável, o crédito necessário também será maior.

"Se a situação na Venezuela não evoluir positivamente, a tendência é aumentar esse número. O problema é que, mesmo que estabilize a questão política, o país vai levar muito tempo para se reestruturar", afirmou Ademir Sobrinho.

Recém-empossado para um novo mandato, o presidente Nicolás Maduro atacou Bolsonaro durante um pronunciamento na segunda-feira pelo fatoharam sloto Brasil ter apoiado o opositor Juan Guaidó, que comanda a Assembleia Nacional e manifestou a intençãoharam slotassumir a Presidência da Venezuela.

Ao ladoharam slotEUA, União Europeia e outros países, alémharam slotorganizações como a OEA (Organização dos Estados Americanos), o governo brasileiro não reconheceu Maduro como presidente legítimo da Venezuela.

"E ali temos o Brasil nas mãosharam slotum fascista. Bolsonaro é um Hitler dos tempos modernos!", afirmou Maduro.

"Deixemos a tarefa Bolsonaro ao maravilhoso povo do Brasil, que lutará e se encarregará dele", completou.

O governo brasileiro não havia comentado as declarações até a publicação desta reportagem.

Perspectivas futuras

Segundo dados da força-tarefa, uma médiaharam slot370 venezuelanos pedem refúgio ou residência temporária no Brasil a cada dia, dos quais 15 a 20 são totalmente desassistidos e precisamharam slotabrigo.

O resultado, ao fimharam slotum mês, é queharam slot450 a 600 pessoas precisam ser abrigadas. Atualmente, a médiaharam slotinteriorização éharam slot450 venezuelanos por mês.

Esse equilíbrio precisa ser mantido para que o Brasil consiga receber novos imigrantes nos treze abrigos que existemharam slotRoraima. No total, 6,5 mil venezuelanos estão abrigados hoje nesses locais.

Prevendo uma possibilidadeharam slotpiora na situação da Venezuela e o consequente aumento do fluxoharam slotimigrantes, o governo brasileiro chegou a desenhar no ano passado um planejamento com novos abrigos, que pudessem receberharam slot5 a 10 mil pessoas, segundo integrantes da gestão do ex-presidente Michel Temer. O maior abrigo hoje comporta pouco maisharam slotmil pessoas.

Famílias caminhamharam slotestradaharam slotcujas margens estão duas pinturas com dizeres e cores respectivasharam slotcada país: Brasil e Venezuela

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Cercaharam slot370 venezuelanos pedem refúgio ou residência temporária no Brasil a cada dia

A Operação Acolhida,haram slotajuda humanitária a venezuelanos, envolve diversos órgãos do governo, como a Casa Civil, o Ministério da Defesa e a Polícia Federal, além da ONU (Organização das Nações Unidas) e organizações não governamentais.

O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, Jose Egas, diz que a operação que acolhe os venezuelanos na fronteira brasileira é uma respostaharam slotalta qualidade.

"O maior desafio é continuar com a resposta humanitária que o Brasil tem oferecido para a população venezuelanaharam slotmomento que a crise da Venezuela continua. É importante continuar com uma resposta que tem sido um exemplo na América do Sul", defendeu.

Egas diz, ainda, que não há razão para acreditar que o fluxoharam slotvenezuelanos que migram para os países vizinhos vai diminuir.

"Até agora, nós trabalhamos com a noçãoharam slotque os números serão os mesmos (nos próximos meses)", disse.

Ele evita comentar a possibilidadeharam sloto governo deixarharam slotapoiar financeiramente a acolhida dos venezuelanos.

"O que entendemos é que o governo vai continuar com a operação e, nos próximos meses, eles tomarão as decisões que terão que ser tomadas para continuar com essa resposta", disse.

O representante do Acnur também diz que, embora o Brasil receba menos venezuelanos que países vizinhos, como Colômbia, as condições são muito desafiadoras. Ele menciona o fatoharam slotos imigrantes chegarem pelo Estadoharam slotRoraima, que passa por dificuldade financeira e tem baixa capacidadeharam slotabsorver essas pessoas. Lembra também que as opções para deixar o Estado são difíceis devido às condições geográficas.

Em entrevista à BBC News Brasil, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, não descartou a possibilidadeharam slotfechar a fronteira com a Venezuela, mas disse que isso não deve acontecer porque "o Brasil não é um país assim".

Segundo relatório da Organização Internacional para Migrações (OIM) - Agência das Nações Unidas para Migrações -haram slotjulhoharam slot2018, o Brasil tinha recebido 50 mil venezuelanos. O Peru, que sequer tem fronteira com a Venezuela, recebeu 354 mil; o Chile, que é ainda mais distante geograficamente, abrigou 105,7 mil, e a Argentina, 95 mil.

Colômbia, Estados Unidos e Espanha concentram 68% dos emigrantes venezuelanos, segundo o relatório. A Colômbia tinha recebido 870 mil venezuelanos até abrilharam slot2018.

Tiro no pé

Bolsonaro fala no microfoneharam slotposiçãoharam slotperfil, com imagem da fachada do Palácio do Planalto ao fundo

Crédito, AFP

Legenda da foto, Bolsonaro teráharam slotdecidir nas próximas semanas sobre futuro do processoharam slotacolhimentoharam slotvenezuelanos

Para o professor do Institutoharam slotRelações Internacionais da UnB Antonio Jorge Ramalho da Rocha, seria um grande erro o Brasil tentar bloquearharam slotalguma forma a entradaharam slotvenezuelanos.

"Fechar a fronteira é fisicamente impossível. Você pode fechar a entrada formal, mas não é inteligente porque as pessoas vão procurar outras formasharam slotingresso no país. Eu duvido que o governo brasileiro tome essa decisão hoje, porque é um tiro no pé, já que você cria incentivo para que eles entremharam slotoutra forma."

Se o Estado perde o controle da entrada, um dos riscos, segundo o especialista, é que imigrantes entrem sem vacinação e possibilitem a emergênciaharam slotnovos problemasharam slotsaúde no Brasil.

Rocha argumenta que seria sensato por parte do Brasil buscar uma aproximação com o país vizinho e critica a postura do governo desde a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Se não tenho confiança do governoharam slotlá, é melhor que eu me aproxime e tenha informação", disse. "A gente vê a Venezuela se aproximando da Rússia, da China, Turquia. A nossa região estava à margem das grandes tensões políticas globais e agora não está mais."

Na avaliação dele, a melhor estratégia para o Brasil seria liderar uma resposta regional para reduzir a disputa geopolítica global na América do Sul. "Temos menos recursosharam slotpoder, não nos interessa trazer essa disputa pra cá."

Será necessário aguardar, segundo o professor, para ver como o governo Jair Bolsonaro vai conduzir as relações internacionais.

"Não está claro pra ninguém com relação à política externaharam slotmaneira mais ampla se o que vai prevalecer é a visão ideológica ou leitura pragmática dos interesses do Brasil."

No último sábado, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, afirmou no Twitter que "finalmente há esperançaharam slotdemocracia na Venezuela".

"O Brasil, sob o comando do presidente Bolsonaro, está trabalhando incansavelmente para influenciar a dinâmica da regiãoharam slotfavor da liberdade", disse.

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