Mário Sérgio Cortella: 'Quem não gostariabetway bonus casinover excelênciabetway bonus casinoescolas militaresbetway bonus casinotodo o ensino?':betway bonus casino

O filósofo, educador e escritor Mário Sérgio Cortella

Crédito, CHICO MAX

Legenda da foto, Para Cortella, argumentos usadosbetway bonus casinodebates sobre educação são muitas vezes 'superficiais' ou 'canalhas'

"Se diz que Paulo Freire era comunista. Jamais! Ele não teve nenhuma perspectivabetway bonus casinoadesão aos sistemas totalitários nos paísesbetway bonus casinoorganização comunista. Paulo Freire era socialista no sentidobetway bonus casinoagregar o lema da revolução francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade", afirma.

Mário Sérgio Cortella

Crédito, Ingrid Fagundez/BBC Brasil

Legenda da foto, Para Cortella, é preciso eliminar ressentimentos depois das eleições deste ano

O educador critica os argumentos "superficiais" ou propositalmente "canalhas" que deturpam debates relevantes sobre educação. "Não está se defendendo dizer para criançasbetway bonus casino12 anosbetway bonus casinoidade, numa salabetway bonus casinoaula, que gênero é uma escolha, você que decide, é livre. O que está se falando é que as pessoas que têm essa condição precisam ser respeitadas e não podem ser entendidas como 'menos pessoa', 'menos gente'. Elas não são inferiores por serem diferentes."

Embora veja com maus olhos iniciativas como as ameaçasbetway bonus casinofilmar professoresbetway bonus casinosalabetway bonus casinoaula, Cortella pondera que as reivindicações do movimento Escola sem Partido fazem parte do debatebetway bonus casinoideiasbetway bonus casinoum regime democrático. "O que eu sou avesso é a aprovaçãobetway bonus casinoalgo que instala uma tornozeleira eletrônica no magistério", destaca.

Manifestante a favor da Escolabetway bonus casinoSem Partido

Crédito, Marcelo Camargo/Agência Brasil

Legenda da foto, Para o filósofo, alémbetway bonus casinodesnecessário, projeto do Escola Sem Partido é inadequado

betway bonus casino BBC News Brasil - Reportagem recente da BBC News Brasil demonstrou que o Escola Sem Partido, que pretende denunciar uma suposta ideologização do ensino, já afeta a rotinabetway bonus casinomuitas escolas. Como o senhor vê essa proposta, apoiada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro?

betway bonus casino Mário Sérgio Cortella - Antesbetway bonus casinomais nada, é uma possibilidade da democracia. Você pode ter grupos sociais que fazem pressão e desejam que abetway bonus casinomaneirabetway bonus casinoenxergar o mundo seja colocadabetway bonus casinotodos os territórios. A democracia não recusa que as pessoas possam apresentar as suas reivindicações, o que ela recusa é a aprovaçãobetway bonus casinouma reivindicação que não tenha sentido para a comunidade e para a coletividade.

O que eu sou avesso é a aprovaçãobetway bonus casinoalgo que instala uma tornozeleira eletrônica no magistério. Afinalbetway bonus casinocontas, quando se sugere às alunas e alunos, a partir da fixaçãobetway bonus casinoum cartaz, que eles fiquembetway bonus casinoestadobetway bonus casinovigilância permanente e sejam capazesbetway bonus casinofilmar e dizer aos seus pais e para a comunidade que o professor, ou professora, está dando um passo naquilo que ele, o aluno, considera equivocado, isso é uma tornozeleira eletrônica. Em vezbetway bonus casinoa docência ficarbetway bonus casinoestadobetway bonus casinoauto vigilância, algo necessário para quem é educador ou educadora, o projeto instala algo externo, que mantém os professores sob uma ameaça.

A recusa da ideologização do cotidiano da escola é um princípio pedagógico que precisa ser colocado, mas quando alguém apresenta um projeto chamado Escola Sem Partido, minha pergunta é sempre óbvia: quem defende uma escola com partido? Exceto nos regimes totalitários, onde há a imposiçãobetway bonus casinoum pensamento único, quem defende escola com partido?

Uma família que se sinta ofendida já tem instânciasbetway bonus casinorecurso: a direção da escola, a supervisão pedagógica, as autoridades superiores das secretarias municipal, estadual ou federal. Mas, alémbetway bonus casinodesnecessário, o projeto é inadequado. Você não pode criar um obstáculo que faça com que o professor, ou a professora, precise filtrar todo o conteúdo, como sendo algobetway bonus casinoreparo contínuo.

O principal opositor da ideiabetway bonus casinoque um professor deva fazer a cabeça dos alunos é Paulo Freire. O primeiro livro dele se chama "Educação como práticabetway bonus casinoliberdade" e o último "Pedagogia da Autonomia". Autonomiabetway bonus casinoquem? Do aluno, não do professor.

betway bonus casino BBC News Brasil - Os apoiadores do Escola Sem Partido alegam que a doutrinação marxista é dominante nas escolas. Essa doutrinação ocorre, embetway bonus casinoopinião?

betway bonus casino Cortella - É muito difícil imaginar que quem ensina seja neutro. Por exemplo,betway bonus casinomuitas escolas do ensino fundamental, a professora, ou professor, pede para as crianças se darem as mãos e fazerem uma oração. Do pontobetway bonus casinovista pedagógico, isso não seria tão adequado. Afinalbetway bonus casinocontas, qual oração seria feita? Como ficam aquelas famílias para quem aquela forma religiosa não é correta? Pode ser que não haja uma consciência da doutrinação. O professor é capaz de, sem notar, influenciar a cabeçabetway bonus casinoquem ele está formando.

A pedagogia brasileira tem uma marca muito grandebetway bonus casinoorigem francesa. Os intelectuais que saíram do Brasil durante o período da ditadura militar, entre 1964 e 1984, e que ficaram no exílio,betway bonus casinogrande medida, foram estudar na França, onde predomina uma sociologia que bebeu na fonte marxista. Ao trazer para o Brasil essa perspectiva, na sociologia, na economia, na filosofia, isso veio junto.

Mas supor que o marxismo tem essa presença dentro da escola na formação docente, seria supô-lo incapaz. Por uma razão: se há uma doutrinação, é preciso explicar porque, quando a gente tem uma eleição, se elegem várias pessoas para o legislativo e para o executivo avessas ao marxismo. O que levaria alguém formado sob essa influência votarbetway bonus casinoquem é contrário a ela? De duas, uma: ou não há doutrinação, ou esse grupo que doutrina é incompetente.

Miguel Nagib

Crédito, Geraldo Magela/Agência Senado

Legenda da foto, Miguel Nagib, fundador do Escola Sem Partido, movimento que, para Cortella, é uma 'possibilidade da democracia'

betway bonus casino BBC News Brasil - Um projetobetway bonus casinoleibetway bonus casinoautoria popular pretende retirarbetway bonus casinoPaulo Freire o títulobetway bonus casinopatrono da educação no Brasil. Como o senhor vê as críticas ao educador?

betway bonus casino Cortella - É,betway bonus casinonovo, uma possibilidade da democracia. Qualquer cidadão pode propor alteração na homenagem. No entanto, acho inadequado que isso seja feitobetway bonus casinorelação a Paulo Freire. Quando ele foi consagrado como patrono,betway bonus casino2012, por um projetobetway bonus casinolei na Câmara dos Deputados, isso ocorreu porque ele é o educador contemporâneo brasileiro com maior presença internacional. Ele é o terceiro autor, na áreabetway bonus casinociências humanas, mais citado no mundo. No programa do candidato eleito, Jair bolsonaro, está "expurgar Paulo Freire das escolas". Ele venceu com essa condição e agora tem dois caminhos: ou implanta isso ou dá um passo atrás, como fezbetway bonus casinooutros campos.

Uma das acusações que se faz é o pensamento marxistabetway bonus casinoPaulo Freire. Mas ele não era marxista, é sim marxiano - alguém que usava alguns pensamentosbetway bonus casinoKarl Marx. Eu uso algumas coisasbetway bonus casinoAristóteles e não sou aristotélico, uso algumas coisas que Voltaire escreveu e não sou um iluminista francês do século 18. As pessoas, às vezes, se grudambetway bonus casinopalavras. Um partido Social Liberal (PSL, do presidente Jair Bolsonaro) é socialista? Não.

Outras vezes se diz: "Paulo Freire era comunista". Jamais! Ele não teve nenhuma perspectivabetway bonus casinoadesão aos sistemas totalitários nos paísesbetway bonus casinoorganização comunista. Paulo Freire era socialista no sentidobetway bonus casinoagregar o lema da revolução francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Ele usava Marx como uma das suas referências, mas também usava Emmanuel Mounier, um dos principais pensadores do personalismo cristão, John Dewey, uma das fontes da educação norte-americana, Jean Piaget, o grande biólogo suíço.

Colocá-lo como doutrinador marxista é esquecerbetway bonus casinoformação. O paibetway bonus casinoPaulo Freire era oficial da polícia e foi sargento no exército brasileiro. Ele teve uma formação também religiosa, o pai era espírita e a mãe católica. Acreditar que ele era um pregador do ateísmo é desconhecerbetway bonus casinotrajetória.

Ele não ia achar estranha toda essa ojeriza, porque dizia sempre que educação tem lado. Ao ladobetway bonus casinoquem você quer ficar? Daqueles que defendem a liberdade, a autonomia, a democracia, ou daqueles que defendem a possibilidadebetway bonus casinoexclusão,betway bonus casinosegregação, ebetway bonus casinohumilhação?

betway bonus casino BBC News Brasil - Mas Paulo Freire fez,betway bonus casinoseus livros, a defesabetway bonus casinogovernos totalitáriosbetway bonus casinoesquerda. Não há, nesse caso, uma contradição?

betway bonus casino Cortella - Eu acho que o Paulo Freire entendeu, naquela época, o que era uma perspectivabetway bonus casinoum movimento revolucionáriobetway bonus casinolibertação. Ele tinha uma admiração por aquilo que era a educação cubana, mas não tinha admiração alguma pelo modobetway bonus casinogestão da vida do cidadãobetway bonus casinoCuba. Nunca vi Paulo Freire falando ou escrevendo que ele defendia o sistema cubanobetway bonus casinopoder. Ele nunca defendeu a União Soviética, até porque nunca foi comunista. Acho que Paulo Freire,betway bonus casinoalguns momentos, se encantou com um sonhobetway bonus casinouma sociedade igualitária, mas, dificilmente, ele diria que governos como o da Venezuela ou da Coreia do Norte seriam admiráveis.

Paulo Freire pode ter feito algum elogio aos movimentos mais autoritários na África, nos países que se libertaram do julgo lusitano. Portanto, não acho que haja contradição. Seria contraditório hoje se Paulo Freire elogiasse um regime que já deu para enxergar como sendo mera ditadura e não um projetobetway bonus casinolibertação.

Mário Sérgio Cortellabetway bonus casinofotobetway bonus casinodivulgação

Crédito, Jr Duran

Legenda da foto, Cortella trabalhou com o educador Paulo Freire por maisbetway bonus casino18 anos

betway bonus casino BBC News Brasil - Outro ponto que causa muita discussão é a educação sexual nas escolas, e o que alguns grupos chamambetway bonus casino"ideologiabetway bonus casinogênero". Qualbetway bonus casinoopinião sobre o tema?

betway bonus casino Cortella - No Brasil, às vezes, quando se quer desqualificar alguma coisa que seja normativa na formação da cidadania, a gente muda o nome dela para algo que pareça mais ridículo. Chamar as políticasbetway bonus casinorecusa ao preconceito e à intolerância na escolabetway bonus casino"kit gay", por exemplo, é uma maneira desqualificá-las.

Do pontobetway bonus casinovistabetway bonus casinopolítica geralbetway bonus casinoeducação, a formação sexual, no sentido do sexo inteligente, programado, responsável, cauteloso, é necessária. Não precisa ser obrigatoriamente uma matéria com esse nome. Em muitos países isso é feito com um projeto pedagógico mais geral.

A Organização Mundialbetway bonus casinoSaúde, desde o final dos anos 1990, excluiu a homossexualidade do rolbetway bonus casinodoenças psiquiátricas. Desde então, se fala do tema do gênero, da transexualidade, da homoafetividade como um campo que precisa ser cuidado. A escola não poderia ficar avessa a trazer isso para o seu interior. Mas se começou a falar que existe uma ideologia que queria estilhaçar a noçãobetway bonus casinogênero masculino ou feminino.

Há,betway bonus casinofato, pessoas que criam exagerosbetway bonus casinorelação a essa discussão. Dá a sensaçãobetway bonus casinoque é a única pauta possível. A escola não pode só lidar com a questão do preconceito e da orientação sexual. Se ela fizer só isso, ela tá sendo parcial. Mas se ela também não pode só ensinar filosofia, língua portuguesa, língua estrangeira, biologia, matemática, entre outras matérias.

A discussão assustou muita gente porque ela é muito recente. Em menosbetway bonus casino20 anos, nós tivemos vários países que começaram a discutir isso e legalizar as relações homoafetivas. E aí começa a se falar que nós estamos num mundo perdido.

Não está se defendendo dizer para criançasbetway bonus casino12 anosbetway bonus casinoidade, numa salabetway bonus casinoaula, que gênero é uma escolha, você que decide, é livre. O que está se falando é que as pessoas que têm essa condição precisam ser respeitadas e não podem ser entendidas como "menos pessoa", "menos gente". Elas não são inferiores por serem diferentes.

A conversa sobre ideologiabetway bonus casinogênero vai chegar um momentobetway bonus casinoque será entendida não como uma ameaça, mas como uma discussão que visa a fraternidade. Pessoas que são cristãs precisam lembrar que uma das bases da fraternidade é a capacidadebetway bonus casinoacolhida da outra pessoa no modo como ela se coloca (no mundo).

Aluna aponta para lista do Enem

Crédito, Valter Campanato/Agência Brasil

Legenda da foto, Cortella diz que questão do Enem sobre dicionário gay não discutia a comunidade LBGT, mas um modobetway bonus casinocomunicação

betway bonus casino BBC News Brasil - A última edição do Exame Nacional do Ensino Médio incluiu uma questãobetway bonus casinointerpretaçãobetway bonus casinotexto que citava um dicionário gay. Como o senhor vê as críticas sobre isso?

betway bonus casino Cortella - Há alguns anos, a Fuvest, que é absolutamente séria e não pode ser acusadabetway bonus casinoideologia comunista, usou um texto meu e do Renato Janine Ribeiro, duas pessoas identificadas com a esquerda. Houve polêmica. Faz parte, todo conteúdo é escolha e toda escolha gera exclusão.

Se esse tipobetway bonus casinotema, o da linguagem da comunidade LGBT no Brasil, tivesse surgido no governo do PT, iria provocar um movimento fortíssimo, mas foi no governo Temer. Quem dirige o Inep, instituto que organiza o Enem, é professora Maria Inês Fini, cotada para ser ministra da educação do futuro governo. O tema que ali aparece não está discutindo LGBT, mas um modobetway bonus casinocomunicação. Era adequado neste momento? Quando o exame foi montado,betway bonus casinojulho, não havia a escolhabetway bonus casinoquem a sociedade iria escolher para dirigir o país.

Todas as vezes que esse tema vem à tona, ele é forte. Uma das coisas mais perigosas, quando se pretende construir uma base democrática, é moralizar as discussões. As questões mais sérias do Brasil hoje são: pobreza, ausênciabetway bonus casinoemprego, uma saúde pública que precisa ser revigorada e uma educação pública que precisa avançar. O que não são as grandes questões nacionais, mas que são questões? Valores morais, a formaçãobetway bonus casinocrianças, o usobetway bonus casinodrogas, a temática da exposição do sexo. São problemas secundários e têmbetway bonus casinoser tratados como secundários.

O grande Hegel dizia: "quem exagera o argumento prejudica a causa". Nós temos isso dos dois lados, tanto quem defende a liberdade (sexual), como quem diz que isso não tem o menor valor. É preciso que Guimarães Rosa venha à tona: procurar a "Terceira Margem do Rio".

Pessoas estudando a bíblia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Ensino religioso deveria ser contéudo e não componente curricular, distingue Cortella

betway bonus casino BBC News Brasil - Qualbetway bonus casinoopinião a respeito do ensino religioso obrigatório?

betway bonus casino Cortella - É constitucional. O único governo que o tirou da Constituição foi obetway bonus casinoGetúlio Vargas, durante a ditadura (do Estado Novo). A discussão não é se a gente faz ensino religioso, ou não. Na Alemanha, o ensino religioso é obrigatório. Há várias naçõesbetway bonus casinoque isso é colocado.

Para travarmos essa discussão, é preciso fazer uma distinção entre "conteúdo curricular" e "componente curricular". Conteúdo curricular é o assunto que se lida na escola, já componente é nomebetway bonus casinomatéria - português, matemática, história... No Brasil, o ensino religioso é componente curricular. Há pessoas, como eu, que acham que o ensino religioso tembetway bonus casinoser um conteúdo curricular. Mas, até o momento, não posso opinar porque a Constituição não permite. Aliás, está escrito literalmente: "o ensino religioso constituirá parte obrigatória do currículo, no horário regular da escola, sendo obrigatório para escola e optativo para o aluno".

Eu sou contra o ensino ser confessional. É difícil porque às vezes o professor ou professora, ou a direção da escola pode chegar para o pai ou para a mãe e dizer assim: "teu filho pode ser um bandido, um marginal, ou pode assistir à aulabetway bonus casinoreligião". Não precisabetway bonus casinodiscussão sobre Escola Sem Partido para alguém dizer uma coisa como essa e não é cartaz que vai tirar essa possibilidade.

E a criançabetway bonus casinouma família que decidiu que ela não vai participar da aulabetway bonus casinoensino religioso vai fazer o quê? Ficar sentada no corredor? Ficar no pátio, sozinha, largada? "Não", você diz, "ela pode ir para a biblioteca". Onde tem, né? É um tema um pouco mais complexo do que apenas a presença ou não dentro da nossa Constituição. Mas religião é parte da vida humana e colocá-la fora do conteúdo da escola é privar a formação daquilo que dá completude.

betway bonus casino BBC News Brasil - O nome do ministro da educação no governo Bolsonaro ainda não foi decidido, mas algumas pessoas próximas ao presidente eleito defendem que o criacionismo tenha o mesmo peso na escola do que a teoriabetway bonus casinoevoluçãobetway bonus casinoDarwin. O senhor concorda?

betway bonus casino Cortella - A diferença entre ciência e religião é a seguinte: religião é crer para ver. Ciência é ver para crer. Precisamos separá-las. Elas não são incompatíveis, são apenas diferentes. O criacionismo é uma crençabetway bonus casinouma parte das pessoas e não tem nenhuma base científica.

Se a escola vai ensinar criacionismo, ela não pode deixarbetway bonus casinodizer que há pessoas que são re-encarnacionistas, ateias, ou que acreditam - como é o casobetway bonus casinoindianos e hinduístas -betway bonus casino350 milhõesbetway bonus casinodeuses diferentes. O conjuntobetway bonus casinoexposição da humanidade tem que entrar junto com outras teorias que são parte das culturas humanas.

O evolucionismo darwinista, com todas as modificações que teve no mundo contemporâneo, é aceito dentro da comunidade científica porque foi provado e experimentado. Desse pontobetway bonus casinovista, eu não posso colocar as duas coisas no mesmo patamar.

Escola militar

Crédito, BBC/VICTOR UCHÔA

Legenda da foto, Colégios militares são admiráveisbetway bonus casinovários pontos, diz filósofo

betway bonus casino BBC News Brasil - Ao longo da campanha, o presidente eleito afirmou que queria implantar, nas escolas regulares, o mesmo modelo das escolas militares. Como o senhor vê essa possibilidade?

betway bonus casino Cortella - Acho ótimo. A Escola Naval,betway bonus casinoAngra dos Reis, os colégios militaresbetway bonus casinoBrasília, o Instituto Tecnológicobetway bonus casinoAeronáutica (ITA), a Escolabetway bonus casinoEngenharia do Exército são absolutamente admiráveis. Quem,betway bonus casinosã consciência, não gostaria que a excelência fosse essa? Aliás, elas são excelentes porque têm orçamentos superiores a qualquer outra escola.

Se um dia, ministro da educação eu fosse, e tivesse recurso para colocarbetway bonus casinotodas as escolas públicas brasileiras o mesmo orçamento que tem a Escola Navalbetway bonus casinoAngra, não teria dúvidabetway bonus casinofazê-lo. Esse é o nosso sonho.

O que não é necessário? Que se traga a militarização dentro da redebetway bonus casinoescolas. Isto é: copiar a conduta, enquanto padrão científico, a capacidadebetway bonus casinoformação, a seriedade e até a disciplina, mas não a disciplina militarizada porque ela tem outro tipobetway bonus casinoobjetividade. Uma pessoa que saibetway bonus casinouma escola militar na educação básica, sai com uma formação científica sólida. Eu quero isso para todas as escolas não é só o presidente Bolsonaro que quer.

betway bonus casino BBC News Brasil - Como o senhor vê a possibilidade da voltabetway bonus casinodisciplinas como Organização Social e Política do Brasil (OSPB) e Educação Moral e Cívica (EMC)?

betway bonus casino Cortella - A disciplinabetway bonus casinoEducação Moral e Cívica foi criada durante o governo Vargas,betway bonus casino1940, durante a ditadura. Já OSPB foi criada no governo João Goulart pelo grande educador Anísio Teixeira. Elas existembetway bonus casinovários países com nomes diferentes. Onde não existiram? Na Alemanha nazista, na União Soviética. E sabe por que elas não existiram? Porque onde o nazismo, o fascismo e o totalitarismo comunista existiram, não precisava uma matéria com esse nome. O tipobetway bonus casinoideologia era ensinado por intermédio da língua nacional, biologia, história, geografia, entre outras.

Quando a gente tem o aparecimento dessas disciplinas no nosso país, a intenção é dar uma formaçãobetway bonus casinocidadania. Será que depois, por exemplo, no períodobetway bonus casino1964 a 1984, houve um desvirtuamento do conteúdo original? Pode haverbetway bonus casinoqualquer outra disciplina.

Eu não sou avesso que se discuta o que é o Congresso, como funciona a política. Mas isso é uma tarefa do conjunto da escola. Não acho a volta dessas disciplinas necessária. Mas, se ela existir, o conteúdo dela terá a mesma possibilidadebetway bonus casinoser doutrinário comobetway bonus casinoFilosofia, biologia, física ou matemática.

Salabetway bonus casinoaula

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Segundo Cortella, democratização do acesso a escola é um dos principais desafios da educação no Brasil

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