Quem não protege nossa arte deve devolvê-la, diz arqueólogo egípcio sobre incêndio no Museu Nacional:geny cbet
Campanha pelo retorno da arte egípcia
Famoso por suas participaçõesgeny cbetdocumentários sobre o Egito Antigo, Hawass ganhou ainda mais visibilidade nos últimos anos ao endossar uma campanha pelo retorno da arte egípcia presentegeny cbetoutros países.
Após dirigir instituições responsáveis por alguns dos principais monumentos egípcios - como as pirâmidesgeny cbetGizé e as ruínasgeny cbetSaqqarah e Al-Wāḥāt al-Baḥriyyah -, ele foi nomeadogeny cbet2002 secretário-geral do Conselho Supremogeny cbetAntiguidades, órgão do governo responsável pela preservação do patrimônio.
Em 2011, Hawass chefiou por alguns meses o Ministériogeny cbetAntiguidades após a criação do órgão, até a queda do presidente Hosni Mubarak,geny cbetmeio à Primavera Árabe.
Ele diz que visitou o Museu Nacional, no Riogeny cbetJaneiro,geny cbet2009. "Eu vi como as criançasgeny cbetescolas corriam para ver as múmias e pude ver que os artefatos eram muito importantes", afirma.
Entre os 700 itens da coleção egípcia, havia sarcófagos, estátuas, amuletos, bronzes e múmias - a maioria dos períodos mais tardios da história egípcia, como o Reino Novo (1550 AC a 1077 AC) e o Terceiro Período Intermediário (1069 AC a 664 AC).
Segundo Hawass, a melhor peça da coleção era o esquife (sarcófago)geny cbetuma cantora do santuário do deus Amun chamada Sha-Amun-em-su. O objeto, com 1,58 metro, data da 23ª Dinastia (cercageny cbet750 AC) e foi presenteado pelo Quediva (vice-rei) do Egito, Ismail, ao imperador D. Pedro 2º durantegeny cbetviagem ao Egito,geny cbet1876.
O arqueólogo destaca ainda a coleçãogeny cbetgatos e crocodilos embalsamados e "uma múmia muito peculiargeny cbetuma rainha do Período Romano" (entre os séculos 4 e 6).
Coleção egípcia do Museu Nacional
Hawass diz que as peças do Museu Nacional não estavam entre as coleções que arqueólogos egípcios tentam repatriar, pois "muito desses itens deixaram o Egito como presentes ou num períodogeny cbetque o comérciogeny cbetantiguidades era legal no país".
Vários objetos que o movimento pretende recuperar saíram do Egito quando a nação era um protetorado britânico (1882-1953) e potências europeias enriqueciam os acervosgeny cbetseus museus com objetos retirados das colônias.
Entre os itens mais cobiçados estão a Pedrageny cbetRoseta, hoje no Museu Britânico (Londres), e o busto da rainha Nefertiti, do Museu Egípciogeny cbetBerlim.
Há movimentos pela repatriaçãogeny cbetobjetos artísticosgeny cbetvários países. No Brasil, pesquisadores, autoridades e indígenas tentam recuperar vários fósseis e artefatos que estãogeny cbetmuseus estrangeiros - como os mantos tupinambás, exuberantes peçasgeny cbetplumária cujos últimos seis remanescentes estão na Europa.
Embora a coleção do Museu Nacional não estivesse na mira dos arqueólogos egípcios, Hawass diz que a destruição do acervo reforça o movimento pela repatriaçãogeny cbetobjetos.
"Este incidente nos permite pedir à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para que países com coleções no exterior, e museus no exterior, tenham controle sobre essas coleções, para que possamos garantir que esses objetos sejam protegidos e restaurados adequadamente."
E se os museus estrangeiros não forem capazesgeny cbetgarantir a segurança e conservação dos objetos, o arqueólogo defende que sejam devolvidos à terra natal.
"Acho que essa é uma decisão que a Unesco pode tomar, porque o incêndio foi devastador para todos nós."