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Quando receber uma notícia, tome algumas precauções e reflita:
1) Pare e pense. Não acredite na notícia ou compartilhe o textoprint bet 365imediato.
2) Ela lhe causou uma reação emocional muito grande? Desconfie. Notícias inventadas são feitas para causar,print bet 365alguns casos, grande surpresa ou repulsa.
3) A notícia simplesmente confirma alguma convicção sua? Também é uma técnica da notícia inventada. Não quer dizer que seja verdadeira. Desenvolva o hábitoprint bet 365desconfiar e pesquisar.
4) A notícia está pedindo para você acreditar nela ou, por outro lado, ela está mostrando por que acreditar? Quando a notícia é verdadeira, é mais provável que ela cite fontes ou dê links ou cite documentos oficiais e seja transparente quanto a seu processoprint bet 365apuração.
5) Produzir uma reportagem assim que eventos acontecem toma tempo e exige profissionais qualificados. Desconfieprint bet 365notícias bombásticas no calor do momento.
O que fazer na prática:
1) Leia a notícia inteira, não apenas o título;
2) Averigue a fonte:
a. É uma correnteprint bet 365WhatsApp ouprint bet 365outra rede sem autoria alguma ou link para um site? Desconfie e,print bet 365preferência, não compartilhe;
b. Tem autoria? É uma fonte legítima, na qual você já confiou no passado? Se não, talvez seja melhor não confiar. Pesquise o nome do veículo, autor ou da autora no Google e veja o que mais essa pessoa está produzindo e para qual veículoprint bet 365imprensa. Além disso, preste atenção para averiguar se o site que reproduz a notícia está publicando só notíciasprint bet 365um lado político, por exemplo, mostrando que talvez haja algum viés ideológico;
c. Há no texto referência a um veículoprint bet 365imprensa, como se fosse o autor da notícia? Entre no site original do veículoprint bet 365imprensa para verificar se a notícia está láprint bet 365fato;
3) Digite o título da notícia recebida no Google. Se for verdadeira, é provável que outros veículosprint bet 365imprensa confiáveis estejam reproduzindo a mesma notícia; se for falsa, pode ser que veículosprint bet 365checagem já tenham averiguado o boato. Pesquise nos resultados da busca;
4) Pesquise, também, os fatos citados dentro da notícia. Ela se apoiaprint bet 365acontecimentos verificáveis? Por exemplo, se ela afirma que alguma autoridade disse algo, há outros veículosprint bet 365imprensa reproduzindo o que essa autoridade falou? Tente procurar isso na internet;
5) Verifique o contexto, como a dataprint bet 365publicação. Tirar a notícia verdadeiraprint bet 365contexto, divulgando-aprint bet 365uma data diferente, por exemplo, é um tipoprint bet 365desinformação;
6) Pergunte para a pessoa que encaminhou a notícia para vocêprint bet 365quem ela recebeu, se confia na pessoa e se conseguiu checar alguma informação;
7) Recebeu uma imagem que conta uma história? É possível fazer uma busca "reversa", por meio da imagem, e não por texto, e verificarprint bet 365que outros sites ela foi reproduzida, o que pode dar pistasprint bet 365sua veracidade. Salve a foto no seu computador e suba ela no seu mecanismoprint bet 365busca ou cole o url dela nesse navegador:
Se estiver no celular, tente neste site independente do Google: https://reverse.photos/
8) Recebeu um áudio ou um vídeo com informações? Tente resumir essas informações e procurá-las no Google. Exemplo: você recebe um áudio dizendo que no dia seguinte haverá greveprint bet 365ônibus. Procure no Google: "greveprint bet 365ônibus" junto com a data. Outra opção é buscar no Google: "áudio greveprint bet 365ônibus WhatsApp", por exemplo. Essa busca pode resultarprint bet 365um desmentidoprint bet 365uma agênciaprint bet 365checagensprint bet 365notícia, se ela não for verdadeira, ouprint bet 365uma notícia realprint bet 365algum órgãoprint bet 365imprensa, se for verdadeira;
9) Números: a notícia cita númerosprint bet 365pesquisas ouprint bet 365outros dados? Tente procurá-los isoladamente para checar se fazem sentido;
Fontes: NewsLitTip, CNJ (Conselho Nacionalprint bet 365Justiça), BBC, Factcheck.org
O que são 'fake news' ou notícias falsas e por que isso deve te interessar?
Notícias falsas são um termo para designar notícias fabricadas, comprovadamente falsas - normalmente feitas para prejudicar outras pessoas e muitas vezes com objetivos políticos ou que procurem o lucro.
E elas sempre existiram, diz Sam Wineburg, professorprint bet 365História da Universidadeprint bet 365Stanford nos Estados Unidos, mas, "no passado, dependiamprint bet 365jornais ou papéis que circulavamprint bet 365mãoprint bet 365mão".
O que mudou? "Hoje, uma notícia falsa pode viralizarprint bet 365um instante - as redes sociais permitem um alcance enorme. Além disso, hoje, há mais produtoresprint bet 365informação", afirma ele.
Ou seja, o alcance e a difusãoprint bet 365notícias falsas aumentaram.
O fenômeno começou a ser observado maisprint bet 365perto - estudado por pesquisadores e reportado pela mídia - com a profusãoprint bet 365notícias falsas nas redes sociais durante as eleições americanasprint bet 3652016, quando Donald Trump foi eleito para a presidência do país. Também foi quando o termo "fake news", cuja tradução por aqui é "notícias falsas", começou a ser usado.
Há pesquisas que apontam que as notícias falsas que circularam nas redes sociais durante o pleito americano podem ter influenciado seu resultado.
Há outros fatores que contribuem para a profusão das notícias falsas atualmente e para a conversaprint bet 365torno desse tema: a alta polarização política - destaque nesse estudo recente sobre o assunto -, a forma como as redes sociais funcionam e a fácil receitaprint bet 365sites com anúncios online são alguns exemplos.
O próprio uso do termo "fake news" é polêmico. Depois que foi eleito, Trump começou a usar a expressão para atacar parte da imprensa americana, usando a expressão para se referir à coberturaprint bet 365sua gestão, ressignificando-a.
Especialistas preferem falarprint bet 365"desinformação" ou,print bet 365português, "notícias falsas" mesmo. "O termo se politizou. Não ajuda mais", diz Peter Adams, vice-presidente da áreaprint bet 365educação da News Literacy, instituição que promove aulas sobre o assunto. "É melhor falarprint bet 365vários tiposprint bet 365desinformação. Alguns exemplos são: uma sátira que não é interpretada como tal, conteúdo deliberadamente manipulado e notícias disseminadas foraprint bet 365contexto."
E por que você deve se importar com isso tudo? "Porque a verdade é justamente a base da democracia. A qualidade da informação está diretamente ligada à democracia", diz Wineburg. Tudo bem discordar, mas que sejaprint bet 365fatos verdadeiros, não inventados. Principalmente agora, com as eleições brasileirasprint bet 365outubro deste ano.
Mas muita gente cai nessa?
Sim.
Um dos estudos mais importantes sobre o assunto, publicadoprint bet 365março por pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), mostrou que as notícias falsas se disseminam mais rapidamente e com maior alcance que notícias verdadeiras - isso porque as pessoas as espalham mais.
Segundo o trabalho, notícias falsas são 70% mais prováveisprint bet 365serem retuitadas (o estudo foi conduzido no Twitter) do que notícias verdadeiras.
Há várias teorias para explicar porque isso acontece: a hipótese dos pesquisadores do MIT, segundo disseram ao site da universidade, é que as pessoas gostamprint bet 365compartilhar novidades para mostrar que estão "por dentro".
Também pode ser relacionado às emoções das pessoas - eles observaram que notícias falsas causam mais surpresa e repulsa, enquanto as verdadeiras causam mais ansiedade e tristeza. Quanto maior a surpresa com uma notícia, portanto, maior a vontadeprint bet 365compartilhá-la. E as pessoas, segundo o estudo, se surpreendem mais com as notícias inventadas (por isso faz todo sentido observar suas emoções ao ler uma notícia e desconfiar se ela for muito exaltada, como indicado no guia acima).
"Se algo te faz ficar muito bravo ou feliz, pare um pouco e pense antesprint bet 365compartilhar a notícia. É como dizer: 'Se algo é muito bom para ser verdade, provavelmente não é", diz Melissa Zimdars, professoraprint bet 365mídia da faculdadeprint bet 365Merrimack, nos EUA, que pesquisa sobre desinformação.
Além disso, qualquer um pode cair nessa. Enquanto alguns pesquisadores apontam que pessoas mais velhas estão ligadas à difusãoprint bet 365notícias falsas, outros dizem que pessoas mais jovens tampouco estão ilesas.
Esse estudo mostra que pessoas mais velhas seguem no Facebook "páginas engajadas, que lideram a polarização do debate político", enquanto os jovens se atêm às páginas da imprensa tradicional, "que costumam adotar um tom mais neutro nas reportagens".
Um estudoprint bet 365pesquisadoresprint bet 365Stanford, que teve participação do professor Wineburg, mostrou como estudantes têm dificuldadeprint bet 365distinguir anúnciosprint bet 365notícias eprint bet 365identificarprint bet 365onde vieram informações.
"O argumentoprint bet 365que são 'nativos digitais' não cola", diz Wineburg. "Jovens podem, sim, ser nativos digitais e ainda assim cair nos truques. As pessoas confundem a habilidade dos jovensprint bet 365operar tecnologia com a sofisticação necessária para entendê-la."
Ele faz um paralelo: é como ser fluenteprint bet 365uma língua, como somos quando crianças, e não saberprint bet 365gramática - que só aprendemos depois, na escola.
O que se sabe sobre notícias falsas no Brasil?
Esse guia tem razãoprint bet 365ser: há muitas notícias falsas circulando no Brasil.
Há pessoas e empresas que ganham dinheiro produzindo e sustentando sites e páginasprint bet 365notícias falsas no Brasil. Em 2017, uma reportagem do jornal Folhaprint bet 365S.Paulo mostrou como funcionava um desses sites. Reportagens recentes do programa Profissão Repórter e do portal G1, ambos da Globo, mostraram como funcionam outras páginas.
O próprio Facebook removeu 196 páginas e 87 perfis no Brasil,print bet 365julho, após uma "rigorosa investigação".
As páginas e perfis removidos fariam "parteprint bet 365uma rede coordenada que se ocultava com o usoprint bet 365contas falsas no Facebook e escondia das pessoas a natureza e a origemprint bet 365seu conteúdo, com o propósitoprint bet 365gerar divisão e espalhar desinformação", afirmouprint bet 365comunicado.
Várias das páginas afetadas eram relacionadas ao MBL (Movimento Brasil Livre) - grupoprint bet 365direita que teve participação significativa nas manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT),print bet 3652016. Mais recentemente, o Facebook derrubou uma rede brasileira que vendia curtidas e seguidores após uma investigação com um think tank americano chamado Digital Forensic Research Lab, do Atlantic Council.
Também há um grande númeroprint bet 365correntes falsas circulando pelo WhatsApp, no Brasil eprint bet 365outros países.
Alguns exemplos locais são as notícias falsas que circularam após o assassinato da vereadora Marielle Franco e durante a greve dos caminhoneiros, entre tantas outras.
A natureza fechada da rede -print bet 365mensagens privadas - dificulta o rastreamento dessas notícias falsas. Há pesquisadores que apontam outro problema na difusãoprint bet 365notícias falsas do Brasil: o fatoprint bet 365que muita gente só tem acesso à internet por meioprint bet 365aplicativos como WhatsApp e o Facebook e, portanto, acesso a informação por meio dessas redes.
Há, por fim, perfis falsos nas redes sociais - o Facebook anunciou, por exemplo, ter encerrado 583 milhõesprint bet 365contas nos três primeiros mesesprint bet 3652018. Pesquisadores das universidades do Sul da Califórnia eprint bet 365Indiana estimam que haja entre 9% a 15%print bet 365robôs no Twitter.
Uma reportagem da BBC Brasilprint bet 3652017 mostrou que existia no Brasil pelo menos uma empresa que supostamente criava e vendia perfis falsosprint bet 365redes sociais para políticos e empresas.
Os perfis eram controlados por pessoasprint bet 365verdade, sentadas atrásprint bet 365computadoresprint bet 365diversas partes do Brasil, inventando rotinas e mensagens para seus "personagens" para fazê-los parecerem mais reais. Eles não compartilhavam necessariamente notícias falsas, mas criavam uma falsa sensaçãoprint bet 365apoio a políticos.
Mas veículosprint bet 365notícias e agênciasprint bet 365checagem no Brasil têm tentado combater notícias falsas - até unindo esforços -, assim como pesquisadores têm acompanhado o fenômeno e desenvolvido ferramentas para tentar combatê-lo.
Qual é o papel do Estado e o das empresasprint bet 365tecnologia nisso tudo?
No Brasil, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até meadosprint bet 365agosto, já disse que as notícias falsas podem colocarprint bet 365risco o processo democrático durante as eleições, e que a Justiça irá remover notícias falsas que forem abusivas. Não há mais detalhesprint bet 365como isso se dará. Um grupoprint bet 365trabalho foi criado para estudar o tema na corte.
Alguns países no mundo introduziram legislação contra notícias falsas - o que alguns especialistas apontam como potencialmente perigoso. A Alemanha é um exemplo, com uma lei que entrouprint bet 365vigor neste ano exigindo que redes sociais removam discursoprint bet 365ódio e notícias falsasprint bet 365suas plataformasprint bet 365até 24 horas, sob penaprint bet 365multa.
Outros países, como os Estados Unidos, cobram regulaçãoprint bet 365empresas como Facebook e Twitter. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, foi chamado ao Congressoprint bet 365abril deste ano para responder a questões sobre anúncios e perfis e notícias falsos circulando na rede durante as eleições americanas.
Depois queprint bet 365ter páginas "amigas" removidas, o MBL acusou o Facebookprint bet 365"censura" e falou-se na Câmara dos Deputadosprint bet 365criar uma "CPI do Facebook".
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