Como o WhatsApp ganha dinheiro?:galeta.bet
A divergência internagaleta.betum dos aplicativos mais usados do mundo se dágaleta.betmeio a uma pressão crescentegaleta.betinvestidores para que Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, prove que estava certo ao pagar US$ 22 bilhões (R$ 78 bilhões,galeta.betvalores atuais) para comprá-lo.
O motivo da dúvida dos acionistas vaigaleta.betencontro a uma pergunta frequente dos 1,5 bilhãogaleta.betusuários do aplicativo: como o WhatsApp ganha dinheiro?
Mas a pergunta deveria ser outra. Afinal, o WhatsApp ganha dinheiro? Para a surpresagaleta.betmuitos, a resposta é não - na verdade, ele dá prejuízo.
"O WhatsApp não tem hoje muita receita, se é que tem alguma", diz a analista Debra Aho Williamson, da consultoria especializadagaleta.betmarketing e negócios eMarketer.
"A empresa tem agido lentamentegaleta.betpropósito na criaçãogaleta.betum negócio com publicidade, e acredito que continuará a avançar bem devagargaleta.betfontesgaleta.betreceita para ganhar dinheiro."
Procurado pela BBC News Brasil, o WhatsApp não quis comentar o assunto.
Obstáculo ao crescimento
O aplicativo tornou-se um sucesso ao ser uma alternativa aos pacotes caros e limitadosgaleta.betmensagensgaleta.bettexto dos planosgaleta.bettelefonia.
Hoje, são enviadas 55 bilhõesgaleta.betmensagens diariamente por meio dele,galeta.betacordo com os dados mais recentes da companhia.
Uma das razões pelas quais, mesmo sendo tão popular, o WhatsApp opera no vermelho é o fatogaleta.betser totalmente gratuito.
O aplicativo já foi pago no passado. Dependendo do mercado e do tipogaleta.betcelular, cobrava US$ 1 para ser baixado ou uma anuidade no mesmo valor após o primeiro ano grátis. Em 2016, a empresa deu fim a qualquer tipogaleta.betcobrança.
"Isso era um obstáculo para o aumento do númerogaleta.betusuários, porque era preciso pagar com cartãogaleta.betcrédito, e muita gente não tem", explica Leandro Guissoni, professorgaleta.betmarketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Receita não era uma preocupaçãogaleta.betZuckerberg, senão ele não teria comprado uma empresa que havia dado um prejuízogaleta.betUS$ 130 milhões no ano anterior. Ele disse que esperaria o primeiro bilhãogaleta.betusuários para pensargaleta.betcomo tornar o aplicativo rentável."
O Facebook fatura principalmente com publicidade, exibidagaleta.betforma personalizada para cada usuáriogaleta.betacordo com seus gostos e comportamento. Mas essa estratégia não poderia ser replicada no WhatsApp, até agora pelo menos.
Não ter publicidade, um dos pilares do aplicativo
Não ter publicidade foi um dos pilares do serviço desde que surgiugaleta.bet2009. Seus fundadores desenvolveram o programa após sairem do Yahoo por discordarem do usogaleta.betanúncios pela empresa. "Koum tem um históricogaleta.betnão gostargaleta.betpropaganda personalizada", explica Williamson, do eMarketer.
A empresa disse, ao dizergaleta.betseu blog por que não exibe anúncios, que "ninguém acorda um dia ansioso por ver mais propaganda, ninguém vai dormir pensando nos anúncios que verá no dia seguinte".
Ainda que o Facebook tenha incorporado anúnciosgaleta.betjulho do ano passadogaleta.betseu outro aplicativogaleta.betmensagens, o Messenger, não fez o mesmo com o WhatsApp ainda. A saída dos seus criadores pode mudar isso.
"Eles já não estão mais lá. Não acho que haja um impedimento para a empresa, que agora tem outro dono", avalia Marcelo Tripoli, sócio associadogaleta.betmarketing digital da consultoria McKinsey.
Mas o Facebook não tem pressa. Age com cautela ao testar o melhor formatogaleta.betpropaganda, explica o analista. "Tornar o WhatsApp rentável com publicidade não será algo trivial. Você não espera mandar mensagem no grupo da família e ver um anúnciogaleta.betuma churrascaria", diz Tripoli.
"Mas o Facebook é donogaleta.betum negócio com uma grande escala e margemgaleta.betlucro e não está com a faca na garganta para mudar isso. Não precisa se arriscar a desagradar os usuários."
Usogaleta.betdados dos usuários gera polêmica
Enquanto o dinheiro não entragaleta.betcaixa, o WhatsApp gera outros benefícios para o Facebook. O programa contribui, por exemplo, para a forma como investidores enxergam a rede social.
"O WhatsApp torna o Facebook mais valioso, porque empresas assim são avaliadas pela basegaleta.betusuários e a frequênciagaleta.betuso, que, no caso do WhatsApp, só crescem", explica Tripoli.
O aplicativo também ajuda a tornar o sistemagaleta.betpropaganda da rede social mais eficiente. "As informações sobre o comportamento do usuário no WhatsApp são usadas para melhorar a qualidade dos anúncios personalizados exibidos no Facebook", diz Rodrigo Tafner, mestregaleta.betgestão internacionalgaleta.betnegócios e coordenador do curso Tech da ESPM.
Isso significa que o WhatsApp informa ao Facebook há quanto tempo uma pessoa usa o aplicativogaleta.betmensagens, com que frequência faz isso e qual é a versão do programa que está instalada no celular.
O Facebook também tem acesso ao númerogaleta.betcelular registrado no WhatsApp, o paísgaleta.betque o usuário está e o tipogaleta.bettelefone e sistema operacional usados. Mas a rede social não tem acesso a outros dados, como a listagaleta.betcontatos existente no telefone dos usuários e o conteúdo das mensagens.
"Ao conectar seu númerogaleta.betcelular com os sistemas do Facebook, ele pode fazer sugestões melhoresgaleta.betamigos ou mostrar anúncios mais relevantes para você", diz o WhatsApp ao explicar como e porque compartilha dados dos usuários com empresas controladas pela rede social. "Por exemplo, você pode ver o anúnciogaleta.betuma empresa com a qual você já tem contatogaleta.betvezgaleta.betumagaleta.betquem você nunca ouviu falar."
O WhatsApp não compartilhava a princípio dadosgaleta.betseus usuários com o Facebook, algo que seus fundadores garantiram que não ocorreria ao vendê-lo. Isso mudou um ano e meio depois da aquisição, quando atualizou seus termos para permitir essa possibilidade.
Isso levou a uma investigação do governo britânico, que concluiu que o aplicativo estaria violando leisgaleta.betprivacidade do país ao compartilhar esses dados. A empresa também estava sob o escrutíniogaleta.betautoridades na França e na Alemanha pelo menos motivo
O WhatsApp esclareceu que não havia compartilhado informaçõesgaleta.betusuários até então, algo confirmado pelo governo britânico, e assumiu o compromissogaleta.betnão fazê-lo até estargaleta.betconformidade com regras estabelecidas pela nova lei europeia que regulamenta a questão.
A legislação entragaleta.betvigorgaleta.bet25galeta.betmaio. Ela não veta o compartilhamentogaleta.betdados, mas estabelece critérios para como isso deve ser feito.
Flexibilizar criptografia pode ter sido motivogaleta.betdiscórdia
Um dos principais pontosgaleta.betdiscórdia que teriam levado à saídagaleta.betKoum seriam as supostas tentativas da rede socialgaleta.betobter ainda mais informações do WhatsApp,galeta.betacordo com o The Washington Post.
A rede social estaria tentando enfraquecer a tecnologiagaleta.betcriptografia usada para proteger o conteúdo das conversas travadas pelo programa, o que impede que outras pessoas além do remetente e destinatário saibam o que é falado ali.
O Facebook não quis comentar os motivos que levaram o executivo a deixar a empresa, mas não refutou as alegações, disse o jornal.
A empresagaleta.betZuckerberg se encontra hojegaleta.betuma situação delicada, após vir à tona que dadosgaleta.betmilhõesgaleta.betusuários da rede social foram coletados pela consultoria Cambridge Analytica.
A consultoria foi acusadagaleta.betusar essas informações para influenciar o resultado da eleição presidencial americanagaleta.bet2016 e a votação que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.
"Zuckerberg estava sendo paciente com (a baixa) receita pelo benefíciogaleta.betuso dos dados do WhatsApp, mas e agora? Ele se comprometeu diante do Congresso americano a trabalhar por melhores políticasgaleta.betprivacidade", questiona Guissoni, da FGV, para quem o escândalo cria dificuldades para a rede social e seu criador.
"Fazer algo que vá contra isso pode ter consequências muito negativas, e, sem poder usar os dados para fazer anúncios personalizados, a empresa fica sem um modelogaleta.betreceita claro."
Aplicativos para empresas já fazem parte do modelogaleta.betnegócios
O aplicativo testa outras saídas enquanto isso. Em janeiro, lançou o WhatsApp Business, voltado para pequenas e médias empresas.
Essa versão do programa oferece algumas vantagens, como garantir a autenticidade da conta, trazer informações úteis sobre a empresa para os consumidores e informar a ela como seus clientes se comportam.
Em uma reunião recente com investidores, o Facebook divulgou que 3 milhõesgaleta.betpessoas usam o WhatsApp Business atualmente.
Também há um aplicativo piloto para grandes companhias. Ambas são testadas no Brasil, entre outros mercados.
São alternativas gratuitas, mas o diretorgaleta.betoperações do aplicativo, Matt Idema, disse ao jornal americano The Wall Street Journal que está nos planos "cobrargaleta.betempresas no futuro".
Sistemasgaleta.betpagamentos são uma alternativagaleta.betreceita
O WhatsApp também testa um sistemagaleta.betpagamentos na Índia, onde tem 200 milhõesgaleta.betusuários, que permite às pessoas enviar e receber dinheiro por meio do programa.
O aplicativogaleta.betmensagens WeChat já oferece esse serviço na China. E o indiano Paytm é um concorrente no mercado onde a novidade está sendo testada.
"Se algo der certo na Índia, vai dar certogaleta.betqualquer mercado, mas, se fizer um estrago, terá sidogaleta.betum país só", diz Tafner.
"Os acionistas têm sido pacientes, porque sabem que é um negócio com um potencial grande e que, com tantos usuários, na horagaleta.betque tiver cobranças ou anúncios, terá um retorno muito alto."
Uma estimativa feita pela consultoria Trefis Team, publicada pela revista Forbesgaleta.betnovembro, estima que o WhatsApp pode vir a ter uma receitagaleta.betUS$ 5,2 bilhões a US$ 15,6 bilhões se adotar as estratégias usadas por outros aplicativosgaleta.betmensagens.
Concorrentes como Line e WeChat faturam a partirgaleta.betum mixgaleta.betpublicidade, jogos, serviçosgaleta.betpagamentos e compras feitas por meio do programa.
Isso iria contra os valores da empresa, mas eles podem estar ficando no passado, junto com seus fundadores, avalia Guissoni: "Não vai ter outra alternativa, vão ter que abrir mãogaleta.betalguma coisa".