Em 2017, 15 ministérios praticamente só tiveram dinheiro para pagar salários:rivalo apostas esportivas

O presidente Michel Temer durante reunião
Legenda da foto, Nova reforma ministerialrivalo apostas esportivasTemer parece estar a caminho

Questionado, o ministério reconhece as dificuldades orçamentárias e diz que sofreu um forte contingenciamento no começo do ano, com 43%rivalo apostas esportivasseus valores bloqueados. O congelamento atualmente está reduzido a 12,4% do orçamento, o que,rivalo apostas esportivasacordo com a pasta, demonstra "a importância da temática ambiental para o governo".

Vista aérea da Esplanada dos Ministérios
Legenda da foto, Esplanada dos Ministérios: poucas pastas têm dinheiro para investimentos | Geraldo Magela/Ag. Senado

O Ministério da Defesa repassou R$ 56,2 bilhões (85,4%) dos R$ 65 bilhões já empregados pela pasta a funcionários. E só R$ 2,7 bilhões foram destinados a investimentos, segundo o critério do Sistema Integradorivalo apostas esportivasAdministração Financeira (Siafi), usado pela BBC Brasil nesta reportagem. Ainda assim, é um dos melhores desempenhos percentuais da Esplanada (com 4,1% do orçamento investidos).

A Defesa confirmou os dados da reportagem, mas disse que já tem R$ 6,6 bilhões empenhados (isto é, contratados) para serem pagosrivalo apostas esportivasinvestimentos. Segundo a assessoriarivalo apostas esportivasimprensa do órgão, ele "aguarda liberaçõesrivalo apostas esportivaslimites financeiros até o fim do mês (de novembro)".

A maior parte do gasto com pessoal é obrigatória, e não pode ser alterada ao sabor da vontade do ministro que chefia cada pasta. A queda dos investimentos já vem acontecendo desde 2015, ainda no governo Dilma Rousseff (PT), após atingir um picorivalo apostas esportivas2014.

Ministérios que mais gastaram com pessoal

Além disso, os ministérios brasileiros não gastam só com investimentos e pessoal. Também precisam arcar com despesas correntes (aluguéis, taxas, contrataçãorivalo apostas esportivasserviços etc.). É por isso que a soma dos investimentos e dos gastos com pessoal não chega a 100%.

"Sempre que a receita vem abaixo da prevista no Orçamento, o governo é obrigado a contingenciar despesa", diz um trecho da resposta enviada pelo Ministério do Planejamento à BBC Brasil.

"Como, hoje, maisrivalo apostas esportivas90% do orçamento federal corresponde a despesas obrigatórias ou não contingenciáveis, resta ao governo a obrigaçãorivalo apostas esportivascontingenciar os outros menosrivalo apostas esportivas10% que corresponde a despesasrivalo apostas esportivascusteio e a despesas discricionárias", informa, reconhecendo o ínfimo valor reservado para investimentos públicos.

Onde há investimento

A situação é melhorrivalo apostas esportivasministérios como osrivalo apostas esportivasTransportes, Cidades e Integração Nacional. São pastas que têm entre suas atribuições realizar obrasrivalo apostas esportivasinfraestrutura, o que puxa os percentuaisrivalo apostas esportivasinvestimento para cima e as torna especialmente atrativas para os políticos.

O Ministério das Cidades, por exemplo, deixou as mãos do PSDB - que estárivalo apostas esportivassaída da base do governo - e passou ao comando do PP, com o deputado Alexandre Baldy (GO). O novo ministro é próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu partido é dos principais do chamado Centrão - a base do governo Temer.

Ministérios que mais investiram
Ministérios que menos investiram

O alto índicerivalo apostas esportivasinvestimento é que faz com que Cidades, por exemplo, esteja no foco da disputa política - a pasta é considerada parte do "filé mignon" do governo. É por isso que, embora o ministério tenha ficado sob comandorivalo apostas esportivasAlexandre Baldy, a bancada do PMDB na Câmara agora pressione o Palácio do Planalto para indicar os principais cargosrivalo apostas esportivassegundo escalão.

Só este ano, pasta já investiu R$ 855 milhões, valor maior que os orçamentosrivalo apostas esportivasvários ministérios. Outras gastaram ainda mais: no Ministério dos Transportes, os investimentos somam R$ 3,4 bilhões, e na Saúde, são R$ 666 milhões.

Tabelarivalo apostas esportivasministérios que menos investiram
Legenda da foto, Ministériosrivalo apostas esportivasque os investimentos não chegaram a 2% do total gasto

Em outros ministérios, o nívelrivalo apostas esportivasinvestimentos é baixo porque eles gastam grande parterivalo apostas esportivasseus recursos com transferências para os Estados e prefeituras ou pagamentosrivalo apostas esportivasbenefícios sociais.

É o caso da Integração Nacional, por exemplo, que repassou R$ 8,2 bilhõesrivalo apostas esportivasfinanciamentos para prefeituras, e do Ministério do Desenvolvimento Social, que pagou R$ 70,5 bilhõesrivalo apostas esportivasbenefícios este ano. O pagamentorivalo apostas esportivasbenefícios também pesou no Ministério do Trabalho.

Quando o corte dá prejuízo

Mas como a queda nos investimentos afeta as pessoas comuns? Os moradoresrivalo apostas esportivasCachoeiro do Itapemirim (ES) têm um exemplo na portarivalo apostas esportivascasa.

Em 2007, a prefeitura conseguiu um repasse do governo federalrivalo apostas esportivascercarivalo apostas esportivasR$ 2 milhões para a construçãorivalo apostas esportivasuma Vila Olímpica, com duas quadras poliesportivas, camporivalo apostas esportivasfutebolrivalo apostas esportivasareia e uma quadrarivalo apostas esportivasfutevôlei. Mas,rivalo apostas esportivasmaio deste ano, só metade do projeto estava pronto,rivalo apostas esportivasacordo com um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU).

Segundo o órgão federal e a prefeitura, os atrasos que ocorreram após 2015 se devem à lentidão nos repassesrivalo apostas esportivasBrasília, justamente quando se intensificou a queda nos investimentos federais. Ao visitar o local, os técnicos da CGU também anotaram que as obras começaram a sofrer com vandalismo e "destruição e roubo das instalações".

Na prática, se for concluída, a obra custará mais do que o previsto, dada a necessidaderivalo apostas esportivascorrigir as destruiçõesrivalo apostas esportivasinstalações iniciadas, mas não concluídas. Além disso, o investimento feito até agora está ocioso, o que representa uma perdarivalo apostas esportivasoportunidade para o país - o dinheiro poderia ter ido para outra finalidade.

Reproduçãorivalo apostas esportivasfotos do relatório da CGU
Legenda da foto, Imagensrivalo apostas esportivasrelatório da CGU sobre a vila olímpica da cidaderivalo apostas esportivasCachoeiro (ES), publicado esta semana

O atraso nas obras da vila olímpicarivalo apostas esportivasCachoeiro representa uma opção a menosrivalo apostas esportivaslazer para os moradores da cidade natal do escritor Rubem Braga e do cantor Roberto Carlos. Mas o problema é ainda mais dramático quando se tratarivalo apostas esportivasinvestimentosrivalo apostas esportivasáreas que interferem na capacidade do paísrivalo apostas esportivascompetir no exterior por recursos e mercado para os nossos produtos.

É o que explica o economista especializadorivalo apostas esportivasAdministração Pública e professor da Universidaderivalo apostas esportivasBrasília (UnB) José Matias-Pereira.

"Como no Brasil o nívelrivalo apostas esportivasinvestimento tem ficado abaixo do que se observarivalo apostas esportivasoutras economiasrivalo apostas esportivasperfil parecido com o nosso, vamos perdendo competitividade. Se a produtividade (das empresas) e dos trabalhadores não cresce, isso acaba por minar a capacidade do paísrivalo apostas esportivascompetir", observa.

Áreas como educação, ciência e tecnologia deveriam ser priorizadasrivalo apostas esportivasmomentosrivalo apostas esportivascrise, diz ele. São esses investimentos que poderão criar condições para que o país supere a crise.

No Amazonas, a faltarivalo apostas esportivasdinheiro no governo federal paralisou a maior obra educacional do Estado. O que era para ser a nova sede da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) é hoje um amontoadorivalo apostas esportivasestruturasrivalo apostas esportivasconcreto e andaimes abandonados, já mostrando sinaisrivalo apostas esportivasdegradação. A primeira etapa da construção, com a reitoria, a biblioteca e o refeitório, deveria ter ficado prontarivalo apostas esportivas2015, mas a obra foi interrompida por faltarivalo apostas esportivasrecursos.

Obra inacabadasrivalo apostas esportivasManaus
Legenda da foto, Obras da Cidade Universitária, na zona metropolitanarivalo apostas esportivasManaus | Foto: Assembleia Legislativa do Amazonas

Essa primeira fase estava orçadarivalo apostas esportivasR$ 81 milhões, e até agora apenas 20% das obras foram concluídas. O governo do Estado também já terminou um trecho da rodovia que liga a cidade universitária ao centrorivalo apostas esportivasManaus, mas o trecho permanece vazio durante todo o dia.

Segundo o governador José Melo (Pros), o Estado, responsável por tocar a obra, só terá folgarivalo apostas esportivascaixa para concluir a empreitada depoisrivalo apostas esportivasvender uma parte das ações da companhia estadualrivalo apostas esportivasgás, a Cigás.

A BBC Brasil publicou dias atrás reportagem sobre um estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, mostrando que em 2017 o nívelrivalo apostas esportivasinvestimento dos governos estaduais voltou aos patamar da décadarivalo apostas esportivas1990. E o mesmo deve acontecer com a União,rivalo apostas esportivasacordo com um dos autores da pesquisa, o economista Rodrigo Orair.

Segundo Orair, que estuda o tema desde 2009 no Ipea (Institutorivalo apostas esportivasPesquisa Econômica Aplicada), o percentual reservado pelo governo para os investimentos atingiu um pico nos anos 1970, durante o regime militar, e declinou desde aquela época.

O pesquisador diz ainda que o investimento começou a se recuperar a partirrivalo apostas esportivas2004. A boa fase durou até 2015, quando a crise econômica se intensificou.

Serie histórica dos investimentos