Em 2017, 15 ministérios praticamente só tiveram dinheiro para pagar salários:rivalo apostas esportivas
Questionado, o ministério reconhece as dificuldades orçamentárias e diz que sofreu um forte contingenciamento no começo do ano, com 43%rivalo apostas esportivasseus valores bloqueados. O congelamento atualmente está reduzido a 12,4% do orçamento, o que,rivalo apostas esportivasacordo com a pasta, demonstra "a importância da temática ambiental para o governo".
O Ministério da Defesa repassou R$ 56,2 bilhões (85,4%) dos R$ 65 bilhões já empregados pela pasta a funcionários. E só R$ 2,7 bilhões foram destinados a investimentos, segundo o critério do Sistema Integradorivalo apostas esportivasAdministração Financeira (Siafi), usado pela BBC Brasil nesta reportagem. Ainda assim, é um dos melhores desempenhos percentuais da Esplanada (com 4,1% do orçamento investidos).
A Defesa confirmou os dados da reportagem, mas disse que já tem R$ 6,6 bilhões empenhados (isto é, contratados) para serem pagosrivalo apostas esportivasinvestimentos. Segundo a assessoriarivalo apostas esportivasimprensa do órgão, ele "aguarda liberaçõesrivalo apostas esportivaslimites financeiros até o fim do mês (de novembro)".
A maior parte do gasto com pessoal é obrigatória, e não pode ser alterada ao sabor da vontade do ministro que chefia cada pasta. A queda dos investimentos já vem acontecendo desde 2015, ainda no governo Dilma Rousseff (PT), após atingir um picorivalo apostas esportivas2014.
Além disso, os ministérios brasileiros não gastam só com investimentos e pessoal. Também precisam arcar com despesas correntes (aluguéis, taxas, contrataçãorivalo apostas esportivasserviços etc.). É por isso que a soma dos investimentos e dos gastos com pessoal não chega a 100%.
"Sempre que a receita vem abaixo da prevista no Orçamento, o governo é obrigado a contingenciar despesa", diz um trecho da resposta enviada pelo Ministério do Planejamento à BBC Brasil.
"Como, hoje, maisrivalo apostas esportivas90% do orçamento federal corresponde a despesas obrigatórias ou não contingenciáveis, resta ao governo a obrigaçãorivalo apostas esportivascontingenciar os outros menosrivalo apostas esportivas10% que corresponde a despesasrivalo apostas esportivascusteio e a despesas discricionárias", informa, reconhecendo o ínfimo valor reservado para investimentos públicos.
Onde há investimento
A situação é melhorrivalo apostas esportivasministérios como osrivalo apostas esportivasTransportes, Cidades e Integração Nacional. São pastas que têm entre suas atribuições realizar obrasrivalo apostas esportivasinfraestrutura, o que puxa os percentuaisrivalo apostas esportivasinvestimento para cima e as torna especialmente atrativas para os políticos.
O Ministério das Cidades, por exemplo, deixou as mãos do PSDB - que estárivalo apostas esportivassaída da base do governo - e passou ao comando do PP, com o deputado Alexandre Baldy (GO). O novo ministro é próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu partido é dos principais do chamado Centrão - a base do governo Temer.
O alto índicerivalo apostas esportivasinvestimento é que faz com que Cidades, por exemplo, esteja no foco da disputa política - a pasta é considerada parte do "filé mignon" do governo. É por isso que, embora o ministério tenha ficado sob comandorivalo apostas esportivasAlexandre Baldy, a bancada do PMDB na Câmara agora pressione o Palácio do Planalto para indicar os principais cargosrivalo apostas esportivassegundo escalão.
Só este ano, pasta já investiu R$ 855 milhões, valor maior que os orçamentosrivalo apostas esportivasvários ministérios. Outras gastaram ainda mais: no Ministério dos Transportes, os investimentos somam R$ 3,4 bilhões, e na Saúde, são R$ 666 milhões.
Em outros ministérios, o nívelrivalo apostas esportivasinvestimentos é baixo porque eles gastam grande parterivalo apostas esportivasseus recursos com transferências para os Estados e prefeituras ou pagamentosrivalo apostas esportivasbenefícios sociais.
É o caso da Integração Nacional, por exemplo, que repassou R$ 8,2 bilhõesrivalo apostas esportivasfinanciamentos para prefeituras, e do Ministério do Desenvolvimento Social, que pagou R$ 70,5 bilhõesrivalo apostas esportivasbenefícios este ano. O pagamentorivalo apostas esportivasbenefícios também pesou no Ministério do Trabalho.
Quando o corte dá prejuízo
Mas como a queda nos investimentos afeta as pessoas comuns? Os moradoresrivalo apostas esportivasCachoeiro do Itapemirim (ES) têm um exemplo na portarivalo apostas esportivascasa.
Em 2007, a prefeitura conseguiu um repasse do governo federalrivalo apostas esportivascercarivalo apostas esportivasR$ 2 milhões para a construçãorivalo apostas esportivasuma Vila Olímpica, com duas quadras poliesportivas, camporivalo apostas esportivasfutebolrivalo apostas esportivasareia e uma quadrarivalo apostas esportivasfutevôlei. Mas,rivalo apostas esportivasmaio deste ano, só metade do projeto estava pronto,rivalo apostas esportivasacordo com um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo o órgão federal e a prefeitura, os atrasos que ocorreram após 2015 se devem à lentidão nos repassesrivalo apostas esportivasBrasília, justamente quando se intensificou a queda nos investimentos federais. Ao visitar o local, os técnicos da CGU também anotaram que as obras começaram a sofrer com vandalismo e "destruição e roubo das instalações".
Na prática, se for concluída, a obra custará mais do que o previsto, dada a necessidaderivalo apostas esportivascorrigir as destruiçõesrivalo apostas esportivasinstalações iniciadas, mas não concluídas. Além disso, o investimento feito até agora está ocioso, o que representa uma perdarivalo apostas esportivasoportunidade para o país - o dinheiro poderia ter ido para outra finalidade.
O atraso nas obras da vila olímpicarivalo apostas esportivasCachoeiro representa uma opção a menosrivalo apostas esportivaslazer para os moradores da cidade natal do escritor Rubem Braga e do cantor Roberto Carlos. Mas o problema é ainda mais dramático quando se tratarivalo apostas esportivasinvestimentosrivalo apostas esportivasáreas que interferem na capacidade do paísrivalo apostas esportivascompetir no exterior por recursos e mercado para os nossos produtos.
É o que explica o economista especializadorivalo apostas esportivasAdministração Pública e professor da Universidaderivalo apostas esportivasBrasília (UnB) José Matias-Pereira.
"Como no Brasil o nívelrivalo apostas esportivasinvestimento tem ficado abaixo do que se observarivalo apostas esportivasoutras economiasrivalo apostas esportivasperfil parecido com o nosso, vamos perdendo competitividade. Se a produtividade (das empresas) e dos trabalhadores não cresce, isso acaba por minar a capacidade do paísrivalo apostas esportivascompetir", observa.
Áreas como educação, ciência e tecnologia deveriam ser priorizadasrivalo apostas esportivasmomentosrivalo apostas esportivascrise, diz ele. São esses investimentos que poderão criar condições para que o país supere a crise.
No Amazonas, a faltarivalo apostas esportivasdinheiro no governo federal paralisou a maior obra educacional do Estado. O que era para ser a nova sede da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) é hoje um amontoadorivalo apostas esportivasestruturasrivalo apostas esportivasconcreto e andaimes abandonados, já mostrando sinaisrivalo apostas esportivasdegradação. A primeira etapa da construção, com a reitoria, a biblioteca e o refeitório, deveria ter ficado prontarivalo apostas esportivas2015, mas a obra foi interrompida por faltarivalo apostas esportivasrecursos.
Essa primeira fase estava orçadarivalo apostas esportivasR$ 81 milhões, e até agora apenas 20% das obras foram concluídas. O governo do Estado também já terminou um trecho da rodovia que liga a cidade universitária ao centrorivalo apostas esportivasManaus, mas o trecho permanece vazio durante todo o dia.
Segundo o governador José Melo (Pros), o Estado, responsável por tocar a obra, só terá folgarivalo apostas esportivascaixa para concluir a empreitada depoisrivalo apostas esportivasvender uma parte das ações da companhia estadualrivalo apostas esportivasgás, a Cigás.
A BBC Brasil publicou dias atrás reportagem sobre um estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, mostrando que em 2017 o nívelrivalo apostas esportivasinvestimento dos governos estaduais voltou aos patamar da décadarivalo apostas esportivas1990. E o mesmo deve acontecer com a União,rivalo apostas esportivasacordo com um dos autores da pesquisa, o economista Rodrigo Orair.
Segundo Orair, que estuda o tema desde 2009 no Ipea (Institutorivalo apostas esportivasPesquisa Econômica Aplicada), o percentual reservado pelo governo para os investimentos atingiu um pico nos anos 1970, durante o regime militar, e declinou desde aquela época.
O pesquisador diz ainda que o investimento começou a se recuperar a partirrivalo apostas esportivas2004. A boa fase durou até 2015, quando a crise econômica se intensificou.