Mesmo com maisj galera10 mil imóveis vazios, governo gasta 1,6 bi com aluguel:j galera

Vista da Esplanada dos Ministérios a partir da Torrej galeraTV

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Legenda da foto, Em Brasília, governo federal tem 268 imóveis vagos e se prepara para alugar, por cercaj galeraR$ 13 milhões anuais, prédio para Funasa, que tem sede própria na capital federal

Rioj galeraJaneiro, Pará, Bahia e Santa Catarina, nessa ordem, abrigam 60% dos imóveis desocupados que podem ser negociados pela administração pública federal. São 1.587 no Rio e 1.586 no Pará (veja gráfico).

O restante, chamadoj galera"bensj galerauso especial", são destinados à prestaçãoj galeraserviço público, como, por exemplo, repartições, escolas e hospitais.

São Paulo (483), Mato Grosso do Sul (480) e Distrito Federal (165) lideram o ranking desses imóveis que não estão sendo usados. Quatro deles estão no exterior.

O Ministério do Planejamento informou que "está trabalhando para reduzir a despesa anualj galeraR$ 1,6 bilhão com aluguel" justamente ocupando ou negociando os imóveis próprios que estão vazios.

Em maio, por exemplo, foram colocados à venda, por meioj galeraeditais, 24 apartamentosj galeradois a quatro quartos e uma casa no Lago Sul como parte da estratégia elaborada para reduzir gastos e aumentar a arrecadação com a vendaj galerabens que estão desocupados e não podem serj galerauso público.

Gráfico com distribuição dos imóveis chamados bens dominais
Legenda da foto, Há um totalj galera8.242 imóveis desocupados para serem vendidos, alugados ou cedidos pela administração pública federal | Fonte: Ministério do Planejamento

Há ainda outras estratégias como ocupar os imóveis vazios.

"Uma das medidasj galeracurso é trocar prédios alugados por outrosj galerapropriedade da União", esclareceu a pasta, por meioj galerasua assessoriaj galeraimprensa.

Para isso, diz o Ministério do Planejamento, a Secretariaj galeraPatrimônio da União (SPU), que é responsável por gerenciar os bens federais, está negociando permutas com proprietários desses imóveis locados hoje ocupados por órgãos públicos.

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Mas, pelo menos na Funasa (Fundação Nacional da Saúde), o movimento é exatamente contrário.

Mesmo com sede própria na capital federal, o órgão foi autorizado a alugar sem licitação os dois primeiros andares e parte do terceiro pavimento, além do subsolo,j galeraum edifício na Asa Norte. O imóvel pertence ao empresário e ex-governador do DF Paulo Octávio. Ele é filiado ao PP, mesmo partido do ministro Ricardo Barros, da Saúde, pasta à qual a Funasa está ligada.

O valor do aluguel é estimadoj galeraR$ 13 milhões por ano.

De acordo com o estrato publicado no Diário Oficial da União que dispensou a licitação, o novo espaçoj galera17,7 mil metros quadrados seria usado para abrigar unidades da presidência da Funasa.

Rioj galeraJaneiro

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Legenda da foto, Rioj galeraJaneiro tem 1.587 imóveis descupados, prontos para serem vendidos, alugados ou cedidos pela administração pública federal

Meses atrás, a Anvisa, agênciaj galeravigilância sanitária, também ligada à estrutura do Ministério da Saúde, tentou alugar um espaço no mesmo prédio. A transferência foi anunciada, gerou reclamações da associaçãoj galeraservidores ─ que ameaçou acionar o Tribunalj galeraContas da União (TCU) ─ e acabou cancelada.

No caso da Funasa, o extrato da dispensaj galeralicitação foi publicado no Diário Oficial da União e o processo é alvoj galeraapuração no TCU, que solicitou informações ao presidente do órgão, Rodrigo Sérgio Dias.

Em um ofício encaminhado no finalj galerasetembro, o TCU questionou se foram feitos "estudos técnicos para definição das características do imóvel" a ser locado e também sobre a "imprescindibilidadej galeratransferênciaj galerasua sede".

Gráfico com distribuição dos imóveis chamados bens especiais
Legenda da foto, 2.062 é o númeroj galeraimóveis desocupados destinados à prestaçãoj galeraserviços públicos | Fonte: Ministério do Planejamento

O TCU quis saber também o motivo pelo qual a Funasa escolheu um espaço com dimensões superiores às atualmente ocupadas pelas unidades da presidência do órgão, na sede localizada no Setorj galeraAutarquias Sulj galeraBrasília.

A locação teria sido justificada para reformar a sede da Funasaj galeraBrasília que estaria apresentando problemas estruturais.

Por isso, o TCU solicitou "demonstração inequívocaj galeraque as reformas ocorridas no Edifício Sede da Funasa, nos últimos cinco anos, não atendem às exigências".

A Funasa já respondeu aos questionamentos do TCU, que ainda averigua "possíveis irregularidades na dispensaj galeralicitação".

Outro lado

A assessoriaj galeraimprensa da Funasa não respondeu aos pedidosj galerainformação feitos pela reportagem para esclarecer por que decidiu alugar uma nova sedej galeraBrasília e para comentar a apuração conduzida pelo TCU.

Reprodução do ofício do TCU pedindo informações para a Funasa sobre locaçãoj galeraimóvel
Legenda da foto, TCU apura contratoj galeralocação para sede da Funasa,j galeraBrasília

O Ministério do Planejamento, porj galeravez, informou que a SPU autorizou locaçãoj galerauma nova sedej galeraBrasília por, segundo o planejamento, "não haver outro desocupado nos padrões exigidos pela Funasa".

"Os procedimentos para a locação e a celebração dos contratos sãoj galeraresponsabilidade exclusiva do referido órgão", esclareceu o Ministério Planejamento.

"Em relação às autorizações para locaçãoj galeraimóveis por partej galeraórgãos federais, cabe à SPU receber a demanda e verificar se há algum imóvel da União desocupado que atenda aos requisitos do órgão. Caso não haja disponibilidade, a SPU, conforme determina a Portaria nº 234/2017, autoriza a locação", informou o Planejamento.