Maior participação feminina traria R$ 382 bilhões à economia brasileira até 2025, diz OIT:casa de aposta internacional
A inserção das mulheres na economia levaria ao aumento no podercasa de aposta internacionalconsumocasa de aposta internacionalbens e serviços das famílias, bem como ao aumentocasa de aposta internacionalrecolhimentoscasa de aposta internacionaltributos sobre renda. A OIT estima que a injeçãocasa de aposta internacionalcapital resultante da inserção feminina na economia possa acrescentar R$ 131 bilhõescasa de aposta internacionalreceita tributária à União brasileira ao longo dos oito anoscasa de aposta internacionalquestão.
Em entrevista à BBC Brasil, a técnica da OITcasa de aposta internacionalprincípios e direitos fundamentais do trabalho,Thaís Dumêt Faria, afirmou que o estudo atesta que é possível gerar riqueza por meiocasa de aposta internacionalinclusão social. "Um país consegue se desenvolver numa situaçãocasa de aposta internacionaligualdade e justiça social e ganha tambémcasa de aposta internacionalrelação a produtividade e PIB", afirmou.
Faria diz que é possível incluir as mulheres no mercadocasa de aposta internacionaltrabalho por meiocasa de aposta internacionaliniciativas públicas e privadas. "É importante focar na escolaridade, porque sabemos que muitas meninas abandonam a escola por questãocasa de aposta internacionalgravidez ou problemas familiares. Isso ainda é uma realidade. É importante também ter projetos, como fórunscasa de aposta internacionalempresas. São iniciativas empresariais que buscam fazer um diagnóstico no seu quadrocasa de aposta internacionalfuncionários e identificar onde estão as maiores disparidades."
Mais do que números
Para ela, "não é só uma questão numérica, (mas sim)casa de aposta internacionalinclusão realmente nacasa de aposta internacionalforma integral. É possível que haja 50%casa de aposta internacionalhomens e 50%casa de aposta internacionalmulherescasa de aposta internacionaluma empresa, mas que as mulheres ocupem cargos menores, sem acesso aos cargoscasa de aposta internacionaldireção. Isso não é uma situaçãocasa de aposta internacionaligualdade", exemplifica.
O documento da OIT avaliou que apenas 56% das mulherescasa de aposta internacionalidade economicamente ativa estão empregadas no Brasil. Em contraste, por exemplo, 78,2% dos homens estão trabalhando. No resto do mundo a participação feminina écasa de aposta internacional49,4% e a masculinacasa de aposta internacional79,1%. A diferença entre gêneroscasa de aposta internacionalpontos percentuais arredondados é menor no Brasil (22) do que no mundo (26).
Para conseguir o incrementocasa de aposta internacionalrenda, Faria e a OIT recomendam adotar políticas que garantam maior segurança social e acesso à educação para mulheres e seus dependentes. "Elas não têm nenhum tipocasa de aposta internacionalproteção social. Se adoecem, elas não têm nenhum benefício, porque não contribuem, então - como são chefescasa de aposta internacionalfamília - a família inteira fica desamparada e você acaba fortalecendo um ciclocasa de aposta internacionalpobreza".
"São exatamente essas mulheres que deveriam estar inseridas no mercadocasa de aposta internacionaltrabalho formal, com todas as garantias trabalhistas:casa de aposta internacionalcaso doença,casa de aposta internacionalacidente,casa de aposta internacionalmorte. Enfim, elas têm os filhos para cuidar, se considerarmos que 41,5% delas são chefescasa de aposta internacionalfamília", conclui.
No Brasil, o grupocasa de aposta internacionalmulheres que enfrenta maior vulnerabilidade é o das trabalhadoras domésticas. "Temos dadoscasa de aposta internacional2014 que mostram que 92% dos trabalhadores domésticos são mulheres, dessas 60% são negras e 41,5% são chefescasa de aposta internacionalfamília e 40% são diaristas, ou seja, o nívelcasa de aposta internacionalinformalidade dessas mulheres dos grupos mais pobres é muito maior".
"Existe um recorte racial muito grande, que reforça a pobrezacasa de aposta internacionalum grupo social", prossegue ela, explicando que, nesse ciclocasa de aposta internacionalpobreza, filhoscasa de aposta internacionaltrabalhadorescasa de aposta internacionalsituação precária precisam trabalhar para ajudar no sustento da família e, sem estudo, veem-se sem opçõescasa de aposta internacionalascensão social.
Ponto positivocasa de aposta internacionalmeio ao desemprego
Na região das Américas o estudo afirma que, entre 1997 e 2017, a inclusão se deu pelo viés do desemprego. Não foram gerados muitos novos empregos para mulheres - elas simplesmente foram menos demitidas do que os homens. Especialmente na última década, 2007-2017, as taxascasa de aposta internacionaldesemprego masculino subiram mais rapidamente do que o feminino, afirma a OIT.
A escassezcasa de aposta internacionaltrabalho, que no Brasil se refletecasa de aposta internacionalum índicecasa de aposta internacionaldesempregocasa de aposta internacionalquase 14%, é preocupação mundial. "Sublinhando a discrepânciacasa de aposta internacionalgênero, há uma tendência negativacasa de aposta internacionaltaxacasa de aposta internacionalparticipação para ambos homens e mulheres. Entre 1997 e 2017 a taxacasa de aposta internacionalempregocasa de aposta internacionalambos os sexos caiucasa de aposta internacionalaproximadamente 3 pontos percentuais", lê-se no relatório.
Mas apesarcasa de aposta internacionalhaver menos empregos, a diferença entre homens e mulheres diminuiu proporcionalmente nas últimas década. A tendência para 2018-2021 nas Américas, entretanto, écasa de aposta internacionalestagnação na melhoracasa de aposta internacionaligualdade e um recuo no número totalcasa de aposta internacionaltrabalhadores empregados.
Dados do Ipea, Institutocasa de aposta internacionalPesquisa Econômica Aplicada, divulgados nesta quarta corroboram a análise da OIT. O desemprego masculino cresceu "de 44% para 50% no períodocasa de aposta internacional2012 a 2017, refletindo não só uma contração da ocupação entre os homens (-0,9%), mas também uma expansãocasa de aposta internacional3,7% da ocupação feminina".
"No Brasil a participação feminina é um pouco maior que a média geral. A diferença entre homens e mulheres brasileiros é menor que a média global. Então, isso é um ponto que podemos considerar positivo, no sentidocasa de aposta internacionalaumentocasa de aposta internacionalinserção da mulher no mercadocasa de aposta internacionaltrabalho, mas a gente não está aqui analisando a qualidade desse trabalho", diz Faria.
"Isso também é importante: estamos analisando aqui somente a taxacasa de aposta internacionalocupação no mercadocasa de aposta internacionaltrabalho, sem necessariamente avaliar as diferenças salariais ou a qualidade desse trabalho. Para a OIT é fundamental que todo trabalho seja considerado decente".
Compromisso
Em 2014, líderes do G20 - grupo das 20 maiores economias do mundo que inclui o Brasil - se comprometeram com a meta "25casa de aposta internacional25", que significa reduzircasa de aposta internacional25% a diferençacasa de aposta internacionalgênero até 2025.
Se atingida, ela gerará a inclusãocasa de aposta internacional189 milhõescasa de aposta internacionalmulheres no mercadocasa de aposta internacionaltrabalho mundial, 5,1 milhões dessas posições somente no Brasil. A projeção espera que a maioria dos empregos (162 milhões) sejam geradoscasa de aposta internacionalpaíses emergentes, devido ao tamanhocasa de aposta internacionalseus mercados e potencialcasa de aposta internacionalavanço feminino, mas o cenáriocasa de aposta internacionalincerteza econômica ameaça essa meta, acredita Faria.
"Quase um terço das mulheres e homens trabalhandocasa de aposta internacionalpaíses emergentes ecasa de aposta internacionaldesenvolvimento não ganham suficientemente para tirar suas famílias da pobreza", constata o documento da OIT.