Por que vim a Curitiba acompanhar o depoimentomrjack.bet appLula:mrjack.bet app
A fimmrjack.bet appentender um pouco melhor a motivação dos dois extremos, a BBC Brasil conversou com manifestantes que vieram à capital paranaense para acompanhar o interrogatório.
Natalia Elisabeth Roque Rojas, 21 anos, militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
Filhamrjack.bet appparaguaio e brasileira, Natalia mora no noroeste do Paraná e chegou a Curitiba na madrugadamrjack.bet appsegunda-feira. Está dormindo no acampamento que a Frente Brasil Popular, organização que reúne vários movimentos sociais, montou atrás da rodoviária da cidade.
Sentada ao ladomrjack.bet appdezenasmrjack.bet appbarracas, conta que está no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra desde os 10 anos, quando os pais tornaram-se membros. Antes, moravam no Paraguai, onde o pai era caseiromrjack.bet appuma fazenda e a mãe, donamrjack.bet appcasa.
Como a família queria "um espaço maior para plantar e um lugar para viver", segundo Natalia, decidiram seguir os passosmrjack.bet appum tio, então assentado pelo MST, e vieram ao Brasil.
Os direitos dos trabalhadores são um tema que permeia seu discurso. Ela diz que viajou a Curitiba para defendê-los e protestar contra as reformas do governo Michel Temer.
"Na verdade, a gente não veio só defender o Lula, mas os direitos que vêm sendo tirados desde que entrou o governo Temer. Um (das razões) é a reforma da Previdência, que vem forte contra a classe trabalhadora."
Antes da entrevista, um ato contra as mudanças na aposentadoria e na legislação trabalhista ocorria a poucos metros dali. Perguntada se os manifestantes acreditam na inocência do ex-presidente ou se argumentammrjack.bet appprolmrjack.bet appum julgamento mais justo, ela escolhe a segunda opção.
"Acreditamos que a forma como ele está sendo julgado não é a correta, até porque, no momento, Lula é o único que ainda está do lado da classe trabalhadora. Ele é o único que a classe trabalhadora tem confiançamrjack.bet appque vai entrar e pode fazer diferença para nós. É por isso."
De temposmrjack.bet apptempos, buzinas ou gritosmrjack.bet app"fora" vindos da rua ao lado do acampamento interferem na conversa. Natalia diz que não se incomoda.
"Entendemos que as pessoas que buzinam não compreendem o motivo da nossa luta. Então a gente não se sente intimidado, porque o movimento já passou por isso e não émrjack.bet apphoje. Mas a gente não se sente reprimido, não."
Com experiênciamrjack.bet appmais 11 anos no MST, período no qual fez um cursomrjack.bet apppedagogia do campo, diz que nunca foi hostilizada por vestir suas camisetas vermelhas.
Antesmrjack.bet appnos despedirmos, uma última questão. O que espera para o futuro do país?
"A gente espera que a questão política se resolva da forma como o povo decida. E que a gente consiga colocar alguém que realmente atenda às necessidades do povo", diz, aparentemente terminandomrjack.bet appfala.
Mas faz um adendo: "Ah, e que se construa o socialismo no país, algo que ainda está longe".
Helio Oliveira, 52 anos, empresário da construção civil
Helio estámrjack.bet appfrente ao prédio da Justiça Federal do Paraná, local do depoimento do ex-presidente Lula a Sérgio Moro. É a noitemrjack.bet appterça-feira e o acesso à frente do edifício ainda não foi fechado pela Polícia Militar. Com o celularmrjack.bet appmãos, ele grava vídeos como se estivesse mandando recados a Lula.
Ao fundo, uma mulher no megafone: "Viva Sérgio Moro, viva Sérgio Moro!".
Vindo do Rio Grande do Norte, ele chegou na manhãmrjack.bet appterça-feira acompanhado por mais dez pessoas, todos membros do grupo Radar. Juntos, eles organizam manifestações contra a corrupção.
Helio diz que combate esse problema desde 2014, por meiomrjack.bet appprotestosmrjack.bet appseu Estado, e que não poderia perder esse "momento ímpar" da Lava Jato - e do Brasil.
Sua "perseguição aos corruptos", conta, começou criança, por causa da educação rígida da mãe. Para complementar o salário do pai, que era funcionário público, diz que começou a trabalhar aos 12 anosmrjack.bet appum supermercado e não podia levar "sequer um alfinete para casa".
"Sou um combatente ferrenho da corrupção, porque tenho comigo que ela mata muita gente nos hospitais, muitas crianças, muitos jovens nas drogas, muitos idosos. E, hoje, Lula é um símbolo da corrupção."
Em seus protestos, ele diz que pensava nas gerações futuras emrjack.bet appcomo não queria um país mergulhado na miséria e "na ideologia marxista-comunista" que o governo petista estaria tentando instalar no país.
Empresário da construção civilmrjack.bet appNatal, não escondemrjack.bet appadmiração pelo que chamamrjack.bet app"repúblicamrjack.bet appCuritiba", onde, afirma, tudo funciona: se julga e se prende, fazendo com que as pessoas "se saciem com a missão da Justiça".
Ele vê todos os atores envolvidos na Lava Jato - promotores, juízes e policiais federais - como idealistas que querem uma mudança do país e precisam do apoio da "populaçãomrjack.bet appbem".
Sobre a expectativamrjack.bet appenfrentamento com manifestantes do lado oposto, Helio afirma que é uma característica da esquerda "fazer essa zoadamrjack.bet appque vai ter conflito" para tentar amedrontar a outra parte.
"Não viemos aqui para confronto", diz, enquanto seus amigos o chamam para entrar no carro. Vão a um jantar que reúne apoiadores da Lava Jato do Brasil inteiro. Na janela traseira, há um adesivo com os dizerem "PQP STF".
Antesmrjack.bet appnos despedirmos, uma última questão. O que espera para o futuro do país?
"Desejo um país que funcione, que nossos governantes possam conduzir essa massamrjack.bet appmiseráveis que temos para o caminhomrjack.bet appum país do futuro, onde haja educação, saúde, crescimento econômico e pujança."
Ao juntar-se aos amigos diz "tchau, querida" e todos riem.