'Meu filho vivia sendo humilhado': caso Dandara expõe tragédiasportingbet welcome bonusviver e morrer travesti no Brasil:sportingbet welcome bonus

Dandara

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Dandara dos Santos, 42, foi espancada e morta a tirossportingbet welcome bonusagressão gravada no Ceará

Segundo vizinhos e pessoas que a conheciam, Dandara distribuía sorrisos por onde passava e ganhava a vida vendendo roupas usadas, alémsportingbet welcome bonusajudar a mãe nas atividades domésticas.

"Ela acordava logo cedinho, às 5h já estavasportingbet welcome bonuspé e às 6h o café já estava na mesa. Meu filho era querido por onde passava. Todo mundo aqui na rua brincava com ele, os garis, as meninas da padaria, todo mundo", conta a mãe, Francisca Ferreirasportingbet welcome bonusVasconcelos,sportingbet welcome bonus74 anos.

Embora a Polícia Militar do Ceará já tenha prendido sete envolvidos no crime, a atuação da PM-CE foi criticada pela demorasportingbet welcome bonusagir. As prisões só foram feitas dois dias após a divulgação do vídeo e 18 dias após a mortesportingbet welcome bonusDandara.

A família chora não só pela perda do ente querido, mas também por Dandara ter sido vítimasportingbet welcome bonusintolerância.

"Meu filho (Dandara) não tinha inimigos, ele foi morto por preconceito. Por ser travesti, ele vivia sendo humilhado. Agora eu pergunto, qual o problemasportingbet welcome bonusser assim, me diga?", indaga a mãe.

Francisca Ferreira

Crédito, BBC Brasil

Legenda da foto, Mãesportingbet welcome bonusDandara, Francisca Ferreira conta que a filha era querida pela vizinhança

Para ONGs que trabalham com a população LGBT, muitos casossportingbet welcome bonusassassinatossportingbet welcome bonustravestis ou transexuais motivadas por ódio e preconceito permanecem impunes.

Segundo o Grupo Gay da Bahia, eles formam o segundo grupo mais atingido entre vítimas fataissportingbet welcome bonusataques homofóbicossportingbet welcome bonus2016. Dos 343 assassinatossportingbet welcome bonuspessoas LGBT, 173 eram gays (50%), 144 (42%) trans (travestis e transexuais), 10 lésbicas (3%), 4 bissexuais (1%), alémsportingbet welcome bonus12 heterossexuais tambémsportingbet welcome bonuscrimes homofóbicos - eram amantessportingbet welcome bonustransexuais, chamados "T-lovers".

Númerossportingbet welcome bonusfalta

É impossível saber quantos transexuais e travestis foram mortos no país,sportingbet welcome bonusbusca feita nos dados das secretariassportingbet welcome bonussegurança pública. Os Boletinssportingbet welcome bonusOcorrência não geram indicadores baseadossportingbet welcome bonusidentidadesportingbet welcome bonusgênero e orientação sexual.

O nomesportingbet welcome bonusDandara, por exemplo, consta no relatório diáriosportingbet welcome bonusCrimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) da Secretariasportingbet welcome bonusSegurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS) como Antônio Cleilson Ferreira Vasconcelos, seu nomesportingbet welcome bonusregistrosportingbet welcome bonusnascimento. No espaço destinado ao tiposportingbet welcome bonusarma utilizada no crime, está escrito apenas "outros".

Para o Gruposportingbet welcome bonusResistência Asa Branca (Grab), com sedesportingbet welcome bonusFortaleza, a faltasportingbet welcome bonusestatísticas oficiais seria uma prova da ausência do governo na luta contra a homofobia.

"Se não existem dados, é porque não existimos para eles, somos ignorados. No entanto, existe uma sériesportingbet welcome bonusassassinatos, ataques coletivos a travestis, transexuais, gays e lésbicas, que culminamsportingbet welcome bonuscrimes cruéis, que emsportingbet welcome bonusmaioria tem características que demonstram um percursosportingbet welcome bonustortura, até a execução", afirma Dário Bezerra, representante do grupo.

Dandara

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Irmão diz que além do preconceito, morosidade da polícia levou à mortesportingbet welcome bonusDandara

Para o professor e pesquisador do Núcleosportingbet welcome bonusPolíticassportingbet welcome bonusGênero e Sexualidade (NPGS) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Carlos Eduardo Bezerra, a ausência da discussão sobre gênero e direitos humanos contribui para esse tiposportingbet welcome bonusviolência.

"Nada justifica estes crimes. Mas a ausênciasportingbet welcome bonuspolíticas públicas efetivas (educação, saúde, emprego, lazer) voltadas para garantir a dignidade e a proteçãosportingbet welcome bonuspessoas LGBT, sobretudo aquelas mais vulneráveis; a ausência da discussão sobre direitos humanos, gênero e identidadesportingbet welcome bonusgênerosportingbet welcome bonusescolas e espaçossportingbet welcome bonusformação; o avanço do discurso fundamentalista, contribuem para estes tipossportingbet welcome bonuscrimes", analisa o pesquisador.

Manifestantessportingbet welcome bonusBrasília

Crédito, Agencia Brasil

Legenda da foto, Manifestação contra homofobiasportingbet welcome bonusBrasília; segundo ONG, sósportingbet welcome bonus2016, 343 pessoas LGBTS morreram no país
Dandara

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Casos como osportingbet welcome bonusDandara não são contabilizados da mesma forma, tornando impossível saber quantas travestis morrem no país

Omissão

O irmãosportingbet welcome bonusDandara, Ricardo Vasconcelos,sportingbet welcome bonus39 anos, aponta não só o preconceito e a intolerância como causa da mortesportingbet welcome bonusDandara, mas também a morosidade da políciasportingbet welcome bonusintervir na ação dos assassinos.

Ele conta que ligações foram feitas ao númerosportingbet welcome bonusemergência 190 durante o espancamentosportingbet welcome bonussua irmã, mas a PM-CE só chegou ao local após o óbito.

"Vamos entrar com uma ação contra o Estado, eles foram omissos, e essa omissão matou meu irmão. A gente tem provas, o pessoal do bairro onde ele morreu falou que ligou pro 190 e a polícia só chegou na horasportingbet welcome bonusisolar o corpo, e acho que é porque disseram que iam queimá-lo se a PM não chegasse", diz Ricardo.

O Secretáriosportingbet welcome bonusSegurança Pública do Ceará, André Costa, disse que a viatura que estava mais próxima do local não foi encaminhada por estar atendendo a uma ocorrência. Mas, após uma segunda ligação, outra viatura foi direcionada ao local.

"Na realidade, o que temos é que a demanda é grande para as viaturas que estão nas ruas. Mas nós estamos trabalhando para colocar mais viaturas nas ruas", explicou Costa.

Questionada sobre uma possível omissão da PM-CEsportingbet welcome bonusrelação ao massacresportingbet welcome bonusDandara, a Defensoria Pública Geral do Estado (DPGE), por meio do Núcleosportingbet welcome bonusDireitos Humanos, informou que, até o momento, nenhuma denúncia chegou à defensoria. Mas, caso tenha ocorrido alguma omissão, ela será investigada pela DPGE.

O Ministério Público do Estado (MP-CE) disse esperar que os culpados sejam prontamente processados e que respondam por suas ações.