Por que (e como) agênciascasas de apostas eleiçãopublicidade se envolvemcasas de apostas eleiçãoescândaloscasas de apostas eleiçãocorrupção no Brasil?:casas de apostas eleição

Notascasas de apostas eleiçãocinquenta e cem reais

Crédito, Vinicius Tupinamba | Thinkstock

Legenda da foto, Agênciascasas de apostas eleiçãopublicidade são cada vez mais frequentescasas de apostas eleiçãoações relacionadas à Lava Jato e outros esquemascasas de apostas eleiçãocorrupção

Mas por que - e como - isso acontece?

"Os contratos entre órgãos públicos e agências trazem elementos que dificultam a identificaçãocasas de apostas eleiçãofraude, porque é muito difícil estabelecer o preçocasas de apostas eleiçãoalguns trabalhoscasas de apostas eleiçãocomunicação", explica Angélico.

"São trabalhos poucos concretos. Às vezes eles envolvem muitas subcontrataçõescasas de apostas eleiçãoserviços como vídeo, trilha sonora, fotografia, diagramação. E você pode fraudar issocasas de apostas eleiçãomaneira mais fácil do que outro tipocasas de apostas eleiçãocontrato. Esse é um dos fatores pelos quais algumas agências se envolvem."

O presidente da Associação Brasileira das Agênciascasas de apostas eleiçãoPublicidade (Abap), Orlando Marques, diz que o órgão "sempre condenou esse tipocasas de apostas eleiçãoprática" e orienta suas associadas sobre os procedimentos corretos. "Mas sempre tem alguém que acha que é mais esperto."

Suspeitas

Os esquemas investigados pela PF na operação Hidracasas de apostas eleiçãoLerna ilustram o modo como a participação dessas empresas acontece.

Em um dos casos, a construtora OAS teria contratado ficticiamente a Pepper, especializadacasas de apostas eleiçãocampanhas políticas, para maquiar o financiamento ilegal da campanha do atual governador baiano, Rui Costa (PT). O esquema teria sido revelado pela dona da agência, Danielle Fonteles,casas de apostas eleiçãoacordocasas de apostas eleiçãodelação premiada.

No segundo caso, também relatado por um publicitário, a Propeg teria pago propina para obter um contratocasas de apostas eleiçãoR$ 45 milhões do Ministério das Cidades. Pelo menos dois ex-titulares da pasta durante o governo Lula, Mario Negromonte e Márcio Fortes, teriam sido pagos por contratos fechados com agênciascasas de apostas eleiçãocomunicação, segundo a PF.

Os ex-ministros negam as acusações. O Ministério das Cidades disse que, "em poder das informações (sobre a investigação), a pasta terá condiçõescasas de apostas eleiçãoavaliar do que se trata e capacidadecasas de apostas eleiçãoinstaurar, imediatamente, processos administrativos disciplinares para investigar a denúncia".

A Propeg, porcasas de apostas eleiçãovez, afirmou que "no que tange à agência, os fatoscasas de apostas eleiçãoapuração não possuem qualquer conexão com o Partido dos Trabalhadores, o Governador do Estado da Bahia e com a empresa OAS". O PT da Bahia disse que a ação da PF, que teria arrombado as portas da sede do partidocasas de apostas eleiçãoSalvador, foi "desnecessária" e "sensacionalista".

Carro da PF na Propeg,casas de apostas eleiçãoSalvador, na terça-feira

Crédito, Polícia Federal

Legenda da foto, Delações premiadascasas de apostas eleiçãopublicitários têm sido usadas pela PF para investigar lavagemcasas de apostas eleiçãodinheirocasas de apostas eleiçãocontratos públicos

'Homem do meio'

"Na maioria das vezes, a agência age como 'homem do meio'. Tira-se dinheiro dos cofres públicos atravéscasas de apostas eleiçãouma contratação, esse dinheiro passa por uma agênciacasas de apostas eleiçãopublicidade, que realmente fará algum serviço, e a outra parte dele vai para um político ou partido", explica Angélico.

O que as agências costumam ganhar com a participação? Em geral, o favorecimentocasas de apostas eleiçãolicitações públicas -casas de apostas eleiçãomodo semelhante ao que ocorre com as construtoras.

"Algo que acontece muito é ver uma agênciacasas de apostas eleiçãopublicidade que fez a campanhacasas de apostas eleiçãoum candidato sendo repetidamente contratadacasas de apostas eleiçãolicitações depois que esse candidato é eleito. Isso é uma indicação clara quecasas de apostas eleiçãoque há uma relação mais próxima entre eles do que deveria", diz o consultor da Transparência Internacional.

Em alguns casos, explica, o esquema se espalha pela cadeia da publicidade e envolve também produtorascasas de apostas eleiçãoconteúdo - vídeo e fotografia, por exemplo - que são subcontratadas pelas agências para realizar campanhas.

Funciona,casas de apostas eleiçãomodo simplificado, assim: a agência, contratada pelo órgão do governo, subcontrata produtoras e exige delas uma "bonificação por volume" (BVcasas de apostas eleiçãoprodução, como é chamada no meio) - uma espéciecasas de apostas eleiçãotaxa informal descontada do pagamento final.

O valor dessa taxa, no entanto, é depositadocasas de apostas eleiçãocontascasas de apostas eleiçãoterceiros, como empresas abertas por políticos ou seus familiares. Na prática, é uma maneiracasas de apostas eleiçãopagar propina a políticos ou partidos.

'Fragilidade'

Segundo publicitários e produtores ouvidos pela BBC Brasil - por medocasas de apostas eleiçãorepresálias no mercado, parte deles preferiu não se identificar -, a prática tornou-se mais comum nos últimos anos.

"Já trabalhei para uma agênciacasas de apostas eleiçãoque tive que fazer orçamentoscasas de apostas eleiçãomaiscasas de apostas eleiçãoR$ 80 mil, mas ficava apenas com R$ 5 mil. Eu pagava meus fornecedores, pagava o BV e ainda tinha que fazer repasses para uma pessoa da agência", disse um fotógrafo.

"Certa vez, estávamos fazendo uma campanha e me pediram um repasse mais alto além do BV. Eu reclamei, porque teria que repassar quase o dobro do que estava lucrando. E me disseram, pela primeira vez, que o cliente final, um ministério, estava querendo o repasse."

No iníciocasas de apostas eleição2016, um grupocasas de apostas eleiçãoprodutorascasas de apostas eleiçãoconteúdo publicitário pediu,casas de apostas eleiçãocarta aberta, o fim da cobrança informal do BV por parte das agências, temendo o envolvimentocasas de apostas eleiçãoesquemascasas de apostas eleiçãocorrupção.

"Já éramos contrários à prática do BV antes disso acontecer, mas a apariçãocasas de apostas eleiçãonomescasas de apostas eleiçãoprodutoras na Lava Jato certamente deixou mais clara nossa fragilidade", disse à BBC Brasil Francesco Civita, diretor da produtora Prodigo Films.

Um executivo afirmou que a maioria das agências "entendeu o recado" nos últimos meses, mas que ainda há aquelas que insistem na cobrança da taxa - que não é regulamentada, mas, a rigor, não é ilegal. Uma dessas agências, segundo ele, é a Propeg.

"Tive propostas para isso, mas sempre negamos. Nunca quis pagar um terceiro sem saber quem é, para onde vai,casas de apostas eleiçãoque rolo que estou me metendo. Quando as empresas tinham coragemcasas de apostas eleiçãose defender, eles recuavam", afirma.

Homem rejeitando ofertacasas de apostas eleiçãodinheiro

Crédito, Andrey Popov | Thinkstock

Legenda da foto, Associaçõescasas de apostas eleiçãopublicidade e produtoras dizem estar tentando coibir práticascasas de apostas eleiçãomercado que podem levar ao envolvimento com corrupção

Segundo Orlando Marques, presidente da Abap, o órgão tem realizado "cursos, palestrascasas de apostas eleiçãoespecialistas sobre a lei anticorrupção e sobre governança" para as agências associadas.

"Tudo o que podíamos fazer para os associados não se meterem nesse tipocasas de apostas eleiçãofria a gente fez. E não queremos deixar esse assunto esfriar. Mas sempre tem alguém que acha que é mais esperto que os demais. Em negócios isso é inevitável", disse.

"A Propeg, como todas as demais agências, sabe o que é certo e o que é errado. Se fez o errado, sabia o que estava fazendo."

Transparência

Para Fabiano Angélico, a participação das agênciascasas de apostas eleiçãoescândalos é mais uma face do principal problema da corrupção na administração pública: a contrataçãocasas de apostas eleiçãoempresas privadas.

"Temos hoje muita transparência nos salários pagos pelo poder público no Brasil, mas o gasto na contrataçãocasas de apostas eleiçãoempresas não se discute. As empresas não dão detalhes e a lei só obriga que um resumo do contrato seja publicado", diz.

"O Estado precisava identificar os tiposcasas de apostas eleiçãocontratos mais sujeitos a fraude e deixá-los bem mais transparentes, desde o edital até as propostascasas de apostas eleiçãocada empresa. Na maior parte das vezes, nem a justificativa para contratar alguém é tornada pública."

Um ponto importante, diz, é deixar claro quem são os donos e sócios das empresas que estão sendo contratadas, para que seja possível entender para onde vai o dinheiro que sai dos cofres públicos - e encontrar possíveis irregularidades mais facilmente.

"Às vezes, o dono da agência abre outra empresa, com outro CNPJ para ganhar licitações. Fica difícil para os órgãoscasas de apostas eleiçãocontrole rastrear a relação entre uma e outra. Daí a importânciacasas de apostas eleiçãosaber quem são as pessoas por trás das empresas."