Algum país já conseguiu acabar com (ou pelo menos diminuir bastante) a corrupção?:roleta online escolhas
Hough acredita ser possível reduzir a prática identificando o tiporoleta online escolhascorrupção que se quer combater.
No escândalo da Petrobras e da Lava Jato, por exemplo, ele identifica o problema central como sendo a faltaroleta online escolhastransparênciaroleta online escolhascontratos públicos. Outros exemplosroleta online escolhastiposroleta online escolhascorrupção podem ser pequenos subornos no dia a dia e financiamento ilegalroleta online escolhascampanhas.
Robert Klitgaard, especialistaroleta online escolhascorrupção da Universidade Claremont, nos EUA, diz,roleta online escolhasum relatório feito para a OCDE, que no combate ao problema "o sucesso é sempre incompleto, e o risco da corrupção ressurgir sempre é uma ameaça".
A exemploroleta online escolhasHough, Klitgaard acredita que, apesarroleta online escolhasnão ser possível acabar totalmente com a corrupção, há casosroleta online escolhasiniciativas que conseguiram bons resultados e podem servirroleta online escolhasexemplo a outros países.
Mas que iniciativas seriam essas? Abaixo, a BBC Brasil reúne quatro exemplosroleta online escolhasestratégias usadasroleta online escolhaspaíses e territórios diferentes que conseguiram reduzir a corrupção.
1) Hong Kong
O casoroleta online escolhasHong Kong é considerado modelo no combate à corrupção.
No anos 1970, o então território britânico vivia uma situaçãoroleta online escolhascorrupção sistêmica, que envolvia o governo local, o sistemaroleta online escolhasJustiça, empresas e a própria população, com pagamentoroleta online escolhaspequenas propinas e outras formasroleta online escolhascorrupção. Parte do esquema era controlado pelo crime organizado.
A gota d'água veio quando o então cheferoleta online escolhaspolícia, Peter Godber, fugiu da cidade ao ser acusadoroleta online escolhascorrupção.
Sua fuga e a corrupção disseminada no governo geraram uma ondaroleta online escolhasprotestos que,roleta online escolhas1974, resultou na criaçãoroleta online escolhasuma Comissão Independente Contra a Corrupção, com uma equipe bem treinada e bem paga.
Segundo um relatório do centroroleta online escolhaspesquisas anticorrupção U4roleta online escolhasparceira com a Transparência Internacional, o sucesso dessa comissão se deve,roleta online escolhasparte, ao fatoroleta online escolhasela ter se focado não apenasroleta online escolhaspunição, mas tambémroleta online escolhaseducação e prevenção.
A agência atuava atéroleta online escolhasjardinsroleta online escolhasinfância, mostrando às crianças históriasroleta online escolhasque o personagem honesto sempre vencia. A ideia era ensinar valores, e não leis.
As pessoas eram encorajadas a não tolerar a corrupção e fazer denúncias pessoalmente, sem usar anonimato. Hoje, 70% das denúncias feitas no país não são anônimas,roleta online escolhasacordo com a agência. Com isso, diz, é mais fácil levar as investigações adiante.
Outros fatores que explicam essa históriaroleta online escolhassucesso: uma forte vontade política, a independência da agência, um alto nívelroleta online escolhasrecursos (tanto financeiros quantos humanos) alocados na agência e um sistemaroleta online escolhasJustiça eficaz e independente.
Além disso, a agência tem poderes especiais: tem acesso a contas bancárias, pode exigir que testemunhas deponham sob juramento e confiscar propriedades e documentosroleta online escolhasviagem.
Também há forte apoio legislativo e um sistemaroleta online escolhasleis que cobre vários tiposroleta online escolhascorrupção, tanto no setor público quanto no setor privado. No Brasil, por exemplo, o enriquecimento ilícito não é crime ─ o que, segundo promotores, dificulta muita a puniçãoroleta online escolhassuspeitos.
A má notícia é que, segundo especialistas, a experiênciaroleta online escolhasHong Kong não é facilmente replicávelroleta online escolhasoutros países, já que é muito difícil juntar todas s condições que existiam ali naquele momento específico.
2) Filipinas
O caso das Filipinas é estudado por Klitgaardroleta online escolhasum relatório sobre combate à corrupção para a OCDE .
Em junhoroleta online escolhas2010, Benigno Aquino 3º foi eleito presidente com o slogan "Quando ninguém for corrupto, ninguém será pobre".
Naquele momento, as Filipinas enfrentavam um problemaroleta online escolhascorrupção sistêmica: eram o 133º colocado entre 178 países no rankingroleta online escolhaspercepçãoroleta online escolhascorrupção da Transparência Internacional. Em uma escalaroleta online escolhaszero a 10,roleta online escolhasque 10 significa menos corrupto, a nota das Filipinas era 2,4.
O caso virou modelo para o pesquisador mais pela forma direta como o governo abordou o problema do que pelas medidas implementadasroleta online escolhassi.
Semanas após a eleição, foi feita uma grande reunião com ministros e outros integrantes do alto escalão do governo que seguiu o modeloroleta online escolhasum estudoroleta online escolhascasoroleta online escolhasuma business school ─ escolaroleta online escolhasnegócios.
Eles analisaram uma históriaroleta online escolhassucessoroleta online escolhasoutro país, modelos teóricos sobre corrupção, custos e trabalharam para identificar exatamente qual tiporoleta online escolhascorrupção deveriam combater.
Naquela mesma tarde, o governo já tinha uma planoroleta online escolhasação, o que chama atenção, pois normalmente propostas do tipo demoram semanas ou até meses para ficarem prontas.
O plano incluía um foco principal na identificação e puniçãoroleta online escolhasgrandes corruptos,roleta online escolhasvezroleta online escolhas"peixes pequenos" ─ a ex-presidente do país, Gloria Arroyo, por exemplo, foi presa por fraude eleitoral pouco depois,roleta online escolhas2012.
Também incluía uma grande estratégia para permitir e convencer cidadãos a dar notas para medir o desempenhoroleta online escolhasagências do governo, um acompanhamento feitoroleta online escolhasperto e que se mostrou eficiente para reduzir pagamentosroleta online escolhassuborno.
O programa também incluía novas parcerias com a sociedade civil e empresários, reformas radicais na formulação do orçamento, que deixaram o processo mais transparente, e aumento da coordenação entre agências do governo.
Com isso, o país passou da posição 133 para 94 no ranking da Transparência e foi descrito pelo Fórum Econômico Mundial como "o país que mais melhorou"roleta online escolhascompetitividade global. As taxasroleta online escolhasinvestimento também aumentaram.
Mas Klitgaard nota que ainda há muito a avançar no país: a percepçãoroleta online escolhascorrupção ainda é alta e,roleta online escolhas2014, o então presidente Aquino foi acusadoroleta online escolhasabusoroleta online escolhaspoder.
Especialistas dizem que a cruzada anticorrupção funcionou mais com nos setores públicos que prestam serviços burocráticos do que realmente no nível dos políticos.
"Mas o progresso é palpável. Mesmoroleta online escolhasum país com corrupção sistêmica, a melhora é possível, com benefícios políticos e econômicos significativos", escreve Klitgaard.
3) Índia
O professor da Universidaderoleta online escolhasSussex Dan Hough diz que, na Índia, um dos grandes problemas era a corrupção do dia a dia, que tem no pagamentoroleta online escolhaspequenas propinasroleta online escolhasface mais visível.
No país, é costume pagar suborno para tudo: obter carteiraroleta online escolhashabilitação, conseguir ligação à rederoleta online escolhaságua, fazer o registroroleta online escolhasum imóvel e até para atestadoroleta online escolhasóbito, dizem ativistas.
Para combater isso, dois ativistas criaram o site "I Paid Bribe" (Eu paguei propina), que permite que as pessoas denunciem anonimamente o pagamentoroleta online escolhassubornos.
O site também permite que usuários deem conselhos sobre como evitar pagar subornos ─ pedir o carimbo e nome do agente que diz que faltam documentos para algum processo burocrático e que isso pode ser resolvido com um "cafezinho", por exemplo.
Com o grande númeroroleta online escolhasdenúncias feitas sobre as provas para conseguir permissão para dirigir, por exemplo, o governo acabou tomando uma atitude mais drástica: acabou com os examinadores.
No primeiro centro automatizado para testesroleta online escolhasdireção, abertoroleta online escolhasBangaloreroleta online escolhas2011, os candidatos a motoristas precisam andar por uma pista cheiaroleta online escolhassensores que determinam seu desempenho. A prova sobre legislação é feitaroleta online escolhasum computador.
"A genialidade deste site é que ele permite identificar qual é o problema específico e criar políticas específicas para isso", diz Hough.
Mas, como todos os outros, a Índia ainda tem muito a avançar: estároleta online escolhas76ª no ranking da Transparência Internacional.
4) Geórgia
Parece uma anedota, mas na Geórgia era comum que as pessoas pagassem subornos para conseguir empregoroleta online escolhaspolicial rodoviário. Qual era a primeira coisa que faziam quando saíam às ruas? Cobrar propinaroleta online escolhastodo mundo para compensar o gasto. "Todo mundo" incluía até pedestres.
Este exemplo também é citado por Hough e várias organizações, como a Transparência Internacional.
Na Geórgia, segundo especialistas, imperava uma cultura do "jeitinho", ligada à razões históricas: sendo um pequeno país no meioroleta online escolhasgrandes impérios, a população se orgulhavaroleta online escolhasconseguir contornar os poderes estabelecidos.
Mas, aos poucos, os georgianos começaram a achar que as coisas passaram dos limites e,roleta online escolhas2003, teve início a chamada "Revolução Rosa", que tirou o presidente do cargo.
O novo presidente, Mikheil Saakashvili, foi eleito com uma plataformaroleta online escolhascombate à corrupção e promoção da transparência.
A transparência chegou a ser literal: as delegacias da antiga e corrupta polícia rodoviária são hoje feitasroleta online escolhasvidro, para que todos vejam o que se passa lá dentro.
Antiga porque aquela força policial foi toda substituída: 16 mil agentes foram demitidos da noite para o dia. Os novos policiais recebiam mais e eram monitorados para que não recebessem subornos.
A transparência também chegou às contas públicas. As licitações do governo agora são todas feitasroleta online escolhasuma plataforma online pública ─ o que facilita o controle externo.
Segundo Hough, a Geórgia é um exemploroleta online escolhaspaís que tinha problemas com "transparência" ─ o que, para ele, se assemelha à situação do Brasil.
"Se você tem transparência para saber quem ganha contratos do governo, como isso foi feito, quanto eles pagaram, quem está no conselho dessas empresas, fica mais difícil usar o sistema a seu favor", diz Hough.
Em 2010, a Transparência Internacional classificou a Geórgia como o paísroleta online escolhasmelhor desempenhoroleta online escolhastermosroleta online escolhasredução relativa da corrupção.
No ano passado, a Geórgia ficou no 48º no ranking mundialroleta online escolhaspercepção da corrupção.
"Os desafios permanecem na Geórgia. A corrupção na Justiça ainda é um problema, e estão surgindo mais acusaçõesroleta online escolhasfavoritimos no alto escalão. Após deixar o cargo, o presidente Saakashvili foi acusadoroleta online escolhasabusoroleta online escolhaspoder ─ inclusive na luta contra a corrupção", diz o relatórioroleta online escolhasKlitgaard.