Tentar parar Lava Jato ‘seria suicídio político', diz chefe anticorrupção da OCDE:baixar pagbet app

Dragro Kos, da OCDE

Crédito, Herve Cortinat/OCDE

Legenda da foto, Dragro Kos diz que Brasil levou "choque" para começar a combater corrupção

"Tenho certezabaixar pagbet appque os brasileiros não vão tolerar qualquer interferência irregular nas açõesbaixar pagbet appandamento. Infelizmente o país precisou levar esse choque para começar a lutarbaixar pagbet appforma séria contra os casosbaixar pagbet appcorrupção. Mas é o preço que o Brasil precisa pagar", disse.

Para Kos, o impacto do escândalo da Petrobras ultrapassou as fronteiras nacionais - o caso se tornoubaixar pagbet appinteresse global, o que aumenta a visibilidade e a vigília sobre a continuidade da operação.

"É o públicobaixar pagbet apptodo o mundo que está esperando para ver as decisões da Justiçabaixar pagbet apprelação ao caso", disse.

Segundo ele, o fatobaixar pagbet apptrês ministros do governo interino supostamente envolvidos nos escândalos já terem deixado o cargo acusadosbaixar pagbet apptentar interferir nas investigações pode ser interpretadobaixar pagbet appmaneira positiva.

"Isso é bom porque obviamente agora os padrões são mais elevados. Se os ministros não correspondem a esse padrão, então eles têmbaixar pagbet appdeixar o cargo", afirma.

Kos diz acreditar ainda que o combate à corrupção no Brasil está se desenvolvendobaixar pagbet appforma positiva.

"Resta ver quais serão os resultados na Justiça, mas até o momento parece que a reação das autoridades brasileiras tem sido boa", avalia.

Manifestantebaixar pagbet appSP

Crédito, Ricardo Senra/BBC Brasil

Legenda da foto, A pressão popular poderia impedir intereferências nas investigações

Testebaixar pagbet appoutubro

Apesar da queda dos três ministros, o presidente do grupobaixar pagbet apptrabalho sobre corrupção da OCDE afirma ainda que é preciso "dar tempo" ao governo interinobaixar pagbet appMichel Temer para saber "o quão sério" será o combate à corrupção no país.

Em outubro, a organização deve divulgar um estudo sobre o Brasil, no qual avaliará se as cercabaixar pagbet app40 recomendações feitas ao paísbaixar pagbet app2014 para o cumprimento da Convençãobaixar pagbet appCombate ao Suborno foram implementadas.

"Após isso será mais fácil ver o que ocorre na prática", afirma.

Pelo acordo, o Brasil deverá responder ao grupobaixar pagbet apptrabalho se adotou medidasbaixar pagbet apprelação às maisbaixar pagbet app50 questões levantadas pela OCDEbaixar pagbet app2014.

Uma das exigências apresentadas no último relatório estábaixar pagbet appviasbaixar pagbet appser cumprida: é a Leibaixar pagbet appResponsabilidade das Estatais, cuja nova versão, mais branda, foi aprovada na última quarta-feira pela Câmara. O texto precisa passar novamente pelo Senado.

Kos elogia os avanços para a implementação dessa lei, mas ressalta que a OCDE "quer agora ver os resultados disso na prática".

Outra recomendação feita ao Brasil ébaixar pagbet apprelação ao confisco dos recursos e bens decorrentesbaixar pagbet appsubornos. "Isso é algo que vamos olhar com muita atenção", destaca ele.

A organização também critica o fatobaixar pagbet appque, até 2014, data do último relatório sobre o Brasil, existiam apenas 14 alegaçõesbaixar pagbet apppropina envolvendo negócios brasileiros no exterior desde que o país aderiu à convenção da OCDE sobre Combate ao Suborno,baixar pagbet app2000.

Segundo Kos, desse total apenas quatro estão sendo investigados.

"Só 14 alegaçõesbaixar pagbet appcorrupção é algo que não corresponde ao tamanho da economia brasileira. E apenas quatro casosbaixar pagbet appandamento é algo simplesmente insuficiente", diz ele.

"Queremos que as autoridades brasileiras lidem com os casosbaixar pagbet appsuborno internacional com muito mais seriedade", ressalta.

"É positivo reforçar a legislação ou ter uma boa base institucional, mas se isso não produzir resultados práticos, ou seja, colocar os envolvidos atrás das grades, ninguém ficará satisfeito."

O relatório sobre o Brasil que será divulgadobaixar pagbet appoutubro corresponde à terceira fase da Convenção da OCDE sobre corrupção, com cruzamentobaixar pagbet appinformações apresentadas pelo país. Por enquanto, não estão previstas visitas do grupobaixar pagbet apptrabalho ao Brasil.

Em março, a OCDE lançou a quarta fase da Convenção, que terá análises mais completas, feitas sob medida para cada país. Os dois primeiros a integrar essa nova etapa deverão ser o Reino Unido e a Finlândia.

Vontade política

Drago Kos ressalta que, apesarbaixar pagbet appo escândalo da Petrobras ser "um dos maiores casosbaixar pagbet appcorrupção já vistosbaixar pagbet appum país", o Brasil não seria um caso problemáticobaixar pagbet apprelação à aplicação da convenção da OCDE sobre corrupção.

Segundo ele, isso dependebaixar pagbet app"como o novo governo irá abordar a questão."

Dos 41 países signatários do documento que visa prevenir e reprimir o subornobaixar pagbet appfuncionários públicosbaixar pagbet appnegócios internacionais, mais da metade não tomou nenhuma medida ou fez pouco para implementar a Convenção.

"Entre esses cercabaixar pagbet app20 países que não fizeram quase nada, temos pequenas nações, mas também o Brasil, o Japão, a Rússia e a Argentina", diz Kos.

Ele atribui à "falta vontade política" a inércia para adotar medidas que permitam o cumprimento do acordo.

"Ninguém irá me convencerbaixar pagbet appque economias desse porte não possam realizar investigações apropriadas. Obviamente não é a prioridade desses países", ressalta.

Ele acababaixar pagbet apprealizar uma viagem à Argentina, que ocorreu após um ultimato da OCDE para que o país cumprisse as condições previstas pela organização.

Segundo ele, houve "grandes problemas" com o governo anterior, mas agora há sinaisbaixar pagbet appque avanços podem ser conquistados no país.