Tim Vickery: As bancasbolsa de apostas siterevista que viraram mercados, a revoluçãobolsa de apostas sitedados e o diagnóstico sombrio do Brasil:bolsa de apostas site

Crédito, Eduardo Martino

Desde que cheguei ao Brasil,bolsa de apostas site1994, sempre me nutri da ideiabolsa de apostas siteum país progredindo - lentamente, na verdade, mas buscando ser uma mãe mais gentil para tantos filhos e filhasbolsa de apostas siteuma terra tão fértil.

Os últimos dois anos forçaram uma reflexão, com um diagnóstico bem mais sombrio.

Chego à conclusãobolsa de apostas siteque a crise, especialmente na vida urbana, tem três aspectos.

Um é estrutural e histórico - o legado nocivo da escravidão, um passado e presentebolsa de apostas sitedesigualdade perigoso, um Estado que funciona para poucos e a mentalidadebolsa de apostas site"salve-se quem puder" que vem como consequência, junto a níveis altíssimosbolsa de apostas siteviolência.

Crédito, AFP

Legenda da foto, 'Se o serviço ébolsa de apostas sitegraça, então o produto é você', diz frase citada pelo colunista

O segundo é a situação econômica global. Na verdade, o boom do Brasil sempre foi precário, dependente da vendabolsa de apostas sitematéria-prima (jábolsa de apostas sitesi um modelo discutível) para a China no momentobolsa de apostas siteque aquele país estava crescendo com uma rapidez claramente não sustentável. As expectativasbolsa de apostas sitedez anos atrás eram muito exageradas. A realidade voltou para morder o Brasil bem naquela partebolsa de apostas siteanatomia onde o sol não brilha.

O terceiro fator é uma onda gigante, um tsunami ainda misterioso - porque não sabemos ainda por onde ele vai nos conduzir. Trata-sebolsa de apostas siteuma tendência internacional - a destruiçãobolsa de apostas sitemodelosbolsa de apostas sitenegócios por meio da tecnologiabolsa de apostas siteinformação. Tirando valor por onde ela anda, a internet fecha jornais e revistas e transforma bancasbolsa de apostas siteminimercados, a internet esvazia o varejo e até ameaça os advogados.

Quem lê tanta notícia, agora pode fazer isso online. A loja virou um lugar onde o cliente vai provar roupa e escolher o tamanho adequado, para depois pedir pela internet, pagando bem menos. E até tem robôs "doutores", prontos para exercer funçõesbolsa de apostas siteadvocacia.

Faz parte da dinâmica constante do capitalismo, destruindo coisa velha para construir o novo. Mas agora com uma diferença: o novo modelo custumava pagar mais que o antigo, facilitando a transição. Historicamente, por exemplo, o trabalhador rural perdeu espaço, mas acabou encontrando empregobolsa de apostas sitefábricas, ganhando mais. Agora não. O novo modelo muitas vezes paga menos. Ou nem paga. Porque a natureza do trabalho está passando por uma mudança histórica.

Vi duas frases muito interessantes sobre o escândalo recente envolvendo Facebook e o polêmico usobolsa de apostas siteseus dados.

Primeiro: se o serviço ébolsa de apostas sitegraça, então o produto é você.

Segundo: dados são o novo petróleo.

Nesta nova fase, do capitalismobolsa de apostas siteinformação, o conhecimento é tudo. Um grande supermercado vai construindo abolsa de apostas siteestratégia baseada nas opções feitas por milhõesbolsa de apostas siteconsumidores. Um gigantebolsa de apostas sitevarejo online sabe o que você já pediu, conhece o seu gosto e usa algoritmos para sugerir mais produtos na mesma linha. Um titã das mídias sociais tem acesso a um leque extraordináriobolsa de apostas siteinformações sobre você, postadasbolsa de apostas sitelivre e esportânea vontade - mas que,bolsa de apostas sitemassa, viram um bancobolsa de apostas sitedadosbolsa de apostas sitegrande utilidade - numa campanhabolsa de apostas sitevendas ou numa campanhabolsa de apostas siteeleição.

O cidadão, então, está num atobolsa de apostas siteconsumo ou até um momentobolsa de apostas sitelazer - mas na verdade, está produzindo, fornecendo informações que têm grande potencial econômico para quem é capazbolsa de apostas sitepegar, analisar, vender. Quem pega esses dados tem nas mãos o combustível do mundo atual.

É como se a sociedade inteira tivesse virado uma fábrica. O produto é você. Ao comprar ou postar, você estábolsa de apostas sitefato e sem recompensa, trabalhando - servindo aos interessesbolsa de apostas sitevários gigantes globais. São poucas as empresas com escala para se beneficiar. É um modelo altamente concentrado.

Isso é uma preocupaçãobolsa de apostas sitequalquer praça. Mas, na realidade do Brasil, já marcada por uma concentraçãobolsa de apostas siterenda impressionante, a perspectiva é alarmante. E acredito que, se quisermos seguir vivendo (e por que não?), temos que achar uma maneirabolsa de apostas siteque a tecnologia da informação funcionebolsa de apostas siteprol da maioria. Talvez, o petróleo nunca na verdade tenha sido nosso. Tomara que a história com dados seja diferente.

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadobolsa de apostas siteHistória e Política pela Universidadebolsa de apostas siteWarwick.

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