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Tim Vickery: Falta lógica política na ideiabet 5 reaisoferecer benefícios do Estado apenas aos mais pobres:bet 5 reais
Em outras épocas, Townshend deu voz a outras emoções. Um dos primeiros hits do The Who,bet 5 reais1965, Anyway, Anyhow, Anywhere, é um grito triunfantebet 5 reaisuma geração emergente e cheiabet 5 reaisconfiança nos benefíciosbet 5 reaisum novo Estadobet 5 reaisbem-estar social: "Nothing gets in my way, not even locked doors - don't follow the lines that's been laid before" ("Nada me impede, nem as portas trancadas - não siga as linhas traçadas antes").
O disco foi lançado quatro dias antesbet 5 reaiseu nascer. No meu caso, além da moradia barata e da saúde gratuita, o que me destrancou as portas foi a educação: não paguei nada por três anosbet 5 reaisfaculdade, bancados pelo Estado.
É algo que não existe mais. Hojebet 5 reaisdia, no meu país, o aluno formado sai da faculdade com dívidas equivalentes a R$ 200 mil.
Não vejo sentido nesse modelo. Diantebet 5 reaisum investimento tão pesado, o aluno sente pressão para escolher um ramo lucrativo - uma decisão nem sempre acertada -, que pode ser uma área para a qual ele não tenha talento, ou na qual não aplique bem suas habilidades. E abet 5 reaisdívida é claramente uma restrição à atividade econômica: seu poderbet 5 reaisconsumo fica limitado.
Nas eleições britânicas recentes, o Partido Trabalhista ganhou bastante votobet 5 reaisjovens com a promessabet 5 reaisacabar com o modelobet 5 reaisempréstimos e voltar para um sistema bancado pelo Estado. Há, dentro do partido, quem critique tal promessa.
Segundo os críticos, um garoto que nem eu, oriundobet 5 reaisum conjunto habitacional, seria a exceção entre os beneficiários. Quem ganharia mais seriam as famíliasbet 5 reaisclasse média, quando ajudar os mais pobres deveria ser sempre a prioridade.
O argumento tem um apelo superficial. Mas carecebet 5 reaislógica política - como, defendo, pode ser concluído nos últimos anos no Brasil.
A universalidade dos benefícios do Estado - que não somente está direcionado aos mais pobres, mas aberto a todos - é uma precondição fundamental ao progresso social. A classe média paga bastante para sustentar um Estadobet 5 reaisbem-estar. A classe média, então, tem que ganhar alguma coisa, tem que ter um interessebet 5 reaismantê-lo. Aí é possível criar uma aliança resistente - coisa que obviamente não aconteceu aqui.
Programas como Bolsa Família desempenham um papel notável, tirando milhõesbet 5 reaispessoas da pobreza extrema. Mas as fissuras políticas ficaram evidentes nas eleições recentes, numa divisão nacional entre Nordeste e Sul.
A partir do momentobet 5 reaisque a China desacelerou, a fraqueza política ficou evidente. Em junhobet 5 reais2013, milhõesbet 5 reaisbrasileiros tomaram as ruas para expressar uma indignação quase primal contra o Estado. Naquele momento, o grande assunto ainda não era a corrupção - e sim a faltabet 5 reaiseficiência e prioridades estatais.
O Estado parecia capazbet 5 reaisse preparar para uma Copa do Mundo, mas incapazbet 5 reaisfornecer saúde e educação. Não havia "padrão Fifa" nos serviços públicos. Quem estava bancando o Estado - inclusive programas como Bolsa Família - não estava recebendo o suficientebet 5 reaistroca.
E, com a situação econômica piorando, esse grupobet 5 reaispessoas estava cada vez mais preocupado com seu aluguel, planobet 5 reaissaúde e a insegurança nas ruas. Na ausênciabet 5 reaisbenefícios universais, ficou impossível alinhar os interesses da classe média com aqueles das pessoas recebendo Bolsa Família.
O perigo vem quando a classe média embarca numa outra música do The Who, da décadabet 5 reais70, Won't Get Fooled Again ("Não seremos enganados novamente"), e vira as costas para o processo político. Aí - numa lição que o país deveria lembrar - o resultado são o autoritarismo e a faltabet 5 reaisprogresso social.
*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadobet 5 reaisHistória e Política pela Universidadebet 5 reaisWarwick.
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