Tim Vickery: O que minhas escalasos melhores jogos de apostaPortugal me ensinam sobre a economia do Brasil:os melhores jogos de aposta

Tim Vickery

Crédito, Eduardo Martino

Fiquei com pena do elemento. Passava o dia todo servindo turistas brasileiros, e claramente o fazia com desgosto. Isso, é bom lembrar, aconteceu numa épocaos melhores jogos de apostaque o Brasil iaos melhores jogos de apostaventoos melhores jogos de apostapopa, e Portugal passava por uma recessão severa.

Pensei nele na semana passada, ouvindo mais um papo no Rioos melhores jogos de apostaJaneiroos melhores jogos de apostapessoas desesperadas para mudar-se para Portugal. Pode ser que hojeos melhores jogos de apostadia ele tenha um outro tipoos melhores jogos de apostaproblema com os filhos da Terraos melhores jogos de apostaSanta Cruz. Agora, talvez, os seus aviões não andem tão cheiosos melhores jogos de apostaturistas brasileiros esbanjando prosperidade. Mas é bastante possível que as ruas dele estejam cheiasos melhores jogos de apostabrasileiros fugindo da crise tupiniquim.

Avião comercial

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Colunista já não vê mais tantos brasileirosos melhores jogos de apostavoos para Portugal;os melhores jogos de apostacompensação, vê mais brasileiros morando na rua - um reflexo da mudança na economia

O cenário já é muito diferente daquele do nosso encontro quase uma década atrás. Portugal elegeu um governo com a coragemos melhores jogos de apostaromper com a mania insanaos melhores jogos de apostaausteridade. Resolveu investiros melhores jogos de apostavezos melhores jogos de apostacortar, e cresceu nos últimos três trimestres.

No Brasil, entretanto, o otimismoos melhores jogos de apostadez anos atrás virou fumaça. O Brasil, junto com a Rússia, é "uma grande decepção", nas palavrasos melhores jogos de apostaJim O'Neill, o executivo financeiro britânico que cunhou o termo Brics para se referir ao bloco emergenteos melhores jogos de apostaBrasil, Rússia, Índia e China, e mais tarde África do Sul.

O'Neill ponderou que o Brasil "está muito dependente do preço das commodities (matérias-primas)" e precisa "diversificar e reduzir o peso delas emos melhores jogos de apostaeconomia".

Se isso é verdade hoje, também era verdade dez anos atrás - o que mina a coerência do conceito dos Brics. Sempre faltaram tijolos sólidos para construir tal conceito. A China é muito grande. O Brasil é muito grande. Mas a relação econômica os colocaos melhores jogos de apostalados opostos da mesa; Brasil vendendo matéria-prima; China comprando, fabricando produtos com valor agregado e depois vendendo-os.

No climaos melhores jogos de apostaoba-oba da época, muitos escolheram não enxergar o óbvio - que a partir do momentoos melhores jogos de apostaque a China crescesse mais lentamente, o Brasil ia ter problemas. E também que, mesmo no auge, haveria um problema - a famosa "doença holandesa",os melhores jogos de apostaque a vendaos melhores jogos de apostacommodities não cria muitos empregos, mas encarece o câmbio, tornando mais difícil criar empregos bonsos melhores jogos de apostaoutros setores.

Então, nos meus últimos voos na companhia aérea portuguesa - sou fiel pela questão das milhas -, não esbarrei com nenhum comissárioos melhores jogos de apostabordo raivoso com o sucesso da economia brasileira. As viagens têm sido mais agradáveis, mas mesmo assim é uma pena. Preferia mil vezes lidar com um eventual funcionário mal-humorado do que cruzar com esse exército crescenteos melhores jogos de apostabrasileiros dormindo na rua.

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadoos melhores jogos de apostaHistória e Política pela Universidadeos melhores jogos de apostaWarwick.

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