Como a guerra contra a pornografia pode mudar a internet:ivi bet casino

E os texanos não estão sozinhos. Neste exato momento, ocorre um apagão das pornografia pelos Estados Unidos.

Em 2023, os Estados do Arkansas, Mississippi, Utah e Virgínia aprovaram leis que exigem a verificação da idade dos visitantes. O Pornhub bloqueou todos eles, assim que as leis entraramivi bet casinovigor.

No inícioivi bet casino2024, foi a vez da Carolina do Norte eivi bet casinoMontana. E novas leis exigindo o mesmo tratamento foram aprovadas nas últimas semanasivi bet casinoIdaho, Kansas, Kentucky e Nebraska.

Com novas normas programadas para entrarivi bet casinovigor, o desligamento poderá atingir a maior parte do sul dos Estados Unidos nos próximos 12 meses. Com isso, o Pornhub – o quarto website mais popular do planeta, segundo alguns índices – poderáivi bet casinobreve estar bloqueado para um a cada três norte-americanos.

Formalmente, o objetivo dessas leis é evitar que as crianças tenham acesso a conteúdo pornográfico,ivi bet casinomeio às preocupaçõesivi bet casinoque elas possam ser prejudicadas pela normalizaçãoivi bet casinocomportamento sexual violento ou agressivo e pelo incentivoivi bet casinoexpectativas irreaisivi bet casinorelação ao sexo.

De 2022 até o momento, 19 Estados americanos aprovaram leis exigindo que os sites pornográficos verifiquem a idade dos seus usuários. E os legisladores já propuseram leis federaisivi bet casinoverificação da idade.

A adoçãoivi bet casinoverificaçõesivi bet casinoidentidade não se limita aos sites adultos. Outras regulamentações propostas nos EUA, Reino Unido, União Europeia, Austrália eivi bet casinopartes da Ásia poderão exigirivi bet casinobreve a verificaçãoivi bet casinoidade para as redes sociais e uma sérieivi bet casinooutras plataformas.

Seus proponentes afirmam que esta verificação não é diferente da apresentação da identidade exigida para comprar um maçoivi bet casinocigarros – que são esforçosivi bet casinosegurança baseados no bom senso, que irão funcionar tão bem online quanto no comércio físico.

"É muito simples", afirma Terry Schilling, presidente do think tank conservador (centroivi bet casinopesquisa e debates) Projeto dos Princípios Americanos (American Principles Project), uma das principais organizações que defendem as leisivi bet casinoverificação da idade.

"Achamos que as crianças não devem poder ter acesso à quantidadeivi bet casinopornografia que elas têm disponível hoje", afirma ele.

Mas os opositores às novas regras defendem que as leis são mal elaboradas e podem até levar as pessoas para partes mais sombrias da internet, expondo as crianças e os adultos a riscos ainda maiores. Eles também argumentam que as repercussões da nova legislação podem trazer profundas consequências para o futuro da internet e a liberdade que ela oferece.

"Vamos ser honestos, entre as redes sociais e a pornografia, provavelmente temos a maior parte da atividade online das pessoas", afirma Daniel Kahn Gillmor, tecnólogo da União Americana para as Liberdades Civis (ACLU, na siglaivi bet casinoinglês).

A maioria das pessoas concorda que é uma boa ideia evitar que as crianças tenham acesso à pornografia na internet. Mas alguns acreditam que existem melhores formasivi bet casinocontrole do que a imposiçãoivi bet casinoregrasivi bet casinoverificação da idade.

Colocandoivi bet casinolado o debate político cada vez maior sobre qual a melhor formaivi bet casinoregulamentar o mundo online e as plataformasivi bet casinotecnologia que o sustentam, a internet parece estar passando por um momento decisivo.

Debate polarizado

Em uma ação apresentada este ano por uma coalizão que inclui a ACLU e a Aylo, companhia dona do Pornhub, a Suprema Corte americana concordouivi bet casinoanalisar a questão da verificação da idade. E não há como saber o que a corte irá decidir a respeito.

Enquanto isso, o acesso à pornografia passou a ter presença cada vez maior no cenário da eleição presidencial dos Estados Unidos.

O candidato a vice-presidente na chapaivi bet casinoDonald Trump, J. D. Vance, declarou no passado que a pornografia deveria ser considerada ilegal – e influentes think tanks conservadores pedem a proibição total da pornografia, caso Trump chegue novamente à Casa Branca.

Se o movimento pela verificação da idade não for contido, é possível que sejamos forçados a usar nossa identidade oficialivi bet casinogrande parte da nossa atividade online, afirma Gillmor. E gruposivi bet casinodefensores dos direitos civis receiam que esta situação possa nos levar a uma nova eraivi bet casinovigilância estatal e corporativa, que transformaria o nosso comportamento na internet.

"Este é o primeiro sinalivi bet casinoalerta, não se trata apenas da pornografia", afirma Evan Greer, diretora do grupoivi bet casinodefesa dos direitos digitais Luta pelo Futuro (Fight for the Future). Para ela, as leisivi bet casinoverificação da idade são manobras mal disfarçadas para impor censuraivi bet casinotoda a internet.

Diversos ativistas alertam que estas medidas poderão ser empregadas para limitar o acesso não só à pornografia, mas à arte, literatura e a fatos básicos sobre a educação sexual e à vida LGBTQIA+.

"Nós não nos opomos apenas por algum nobre idealivi bet casinoliberdadeivi bet casinoexpressão", explica Greer. "Nós acreditamos fundamentalmente que isso irá reduzir a segurança das crianças, retirando delas informações sobre alguns dos temas mais importantes da vida delas."

As novas leis procuram simplesmente "alguma solução rápida para a internet", prossegue Greer.

"Existe uma discussão válida e importante a ser feita sobre o impacto da pornografia sobre a nossa sociedade e as plataformas deveriam ser pressionadas a fazer mais para proteger as crianças. Mas quando você precisaivi bet casinouma identidade digital para navegar na web, ela imediatamente cria uma barreira à liberdadeivi bet casinoexpressão e limita o acesso das pessoas à informação."

Já os representantesivi bet casinogrupos defensores da verificação da idade afirmam que os benefícios justificam as desvantagens e que as novas leis sãoivi bet casinofácil implementação e fundamentais para proteger a segurança das crianças online.

"A indústria pornográfica mente para você e está sendo histérica", segundo Schilling.

Para ele, exigir que os sites pornográficos verifiquem a identidade dos seus usuários "é apenas bom senso. É barato, é acessível e existe há décadas."

"É uma verdade evidente que as crianças não devem ter acesso à pornografia, mas, mesmo se não fosse assim, pesquisas indicam que a exposição precoce à pornografia é muito prejudicial às crianças."

Maisivi bet casinouma dúziaivi bet casinoEstados americanos já aprovaram resoluções declarando que a pornografia é uma "criseivi bet casinosaúde pública". Eles destacam principalmente os riscos existentes para as crianças.

Eles refletem as preocupações levantadas por diversas organizações internacionais, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Comissariado Infantil do Reino Unido. Este último,ivi bet casinouma pesquisa recente entre 1 mil jovens, concluiu que a pornografia pode normalizar a violência sexual e atitudes prejudiciais entre as crianças.

Mas as evidências científicas ainda não são tão claras. Existem diversos estudos indicando que a pornografia pode ter efeito negativo sobre as atitudes e o comportamento sexual dos jovens, mas a extensão e o escopo desses efeitos são incertos.

Uma meta-análise concluiu que muitos estudos sobre o tema exibem sinaisivi bet casinoviés ou faltaivi bet casinorigor científico. Com isso, fica difícil chegar a "conclusões causais válidas sobre os efeitos da pornografia sobre os adolescentes".

E, apesar do que pressupõe a maioria das pessoas, estudos encontraram poucas evidências que sustentem a ideiaivi bet casinoque a pornografia cause dependênciaivi bet casinocrianças ou adultos.

Os opositores às leisivi bet casinoverificação da idade afirmam que os grupos que apoiam essa legislação são a evidênciaivi bet casinoque existe uma agenda conservadora maiorivi bet casinojogo.

A professoraivi bet casinosociologia Kelsy Burke, da Universidadeivi bet casinoNebraska, nos Estados Unidos, e autora do livro The Pornography Wars ("As guerras pornográficas",ivi bet casinotradução livre), acredita que as leisivi bet casinoverificação da idade fazem parteivi bet casinouma batalha moral mais ampla que estáivi bet casinocursoivi bet casinotodo o mundo.

"A proteção das crianças parece ser algo com que todos nós podemos concordar", explica Burke.

"Mas pode não ser realmente sobre as crianças, nem mesmo sobre a pornografia. Na verdade, é uma formaivi bet casinocodificar crenças morais específicas sobre sexualidade e gênero que podem não se alinhar com a maioria dos americanos."

As organizações que defendem as leis são explícitas, há muito tempo, sobre as questões LGBTQIA+. Um dos principais objetivos do Projeto dos Princípios Americanos, por exemplo, é se opor à normalização da identidade transgênero.

O Centro Nacional sobre a Exploração Sexual (NCOSE, na siglaivi bet casinoinglês) é um grupo antipornografia liderado por conservadores, que também defende leisivi bet casinoverificação da idade. Antes conhecida como Moralidade nos Meiosivi bet casinoComunicação, a entidade tem um longo históricoivi bet casinooposição aos direitos LGBTQIA+.

Recentemente, a organização expressou seu "pesar" a este respeito e tentou se distanciar das declarações do passado. O NCOSE afirma que "apoiar e proteger as comunidades LGBTQIA+", atualmente, é uma das prioridades do grupo.

O NCOSE e o Projeto dos Princípios Americanos declaram que o seu apoio às leisivi bet casinoverificação da idade se restringe à proteção das crianças contra a pornografia e nada além disso.

"O NCOSE reconhece que a vulnerabilidade não conhece fronteiras e afeta os indivíduosivi bet casinotodas as orientações sexuais e identidadesivi bet casinogênero. Acreditamos totalmente na importânciaivi bet casinoapoiar e proteger as comunidades LGBTQIA+", afirma a consultora jurídica do NCOSE, Dani Pinter.

"Acho que alguns grupos que se opõem a esses esforços estão destacando este ponto dissimuladamente, como distração", destaca ela.

Proteger as crianças ou mantê-las no escuro?

Quando o assunto é proteger as crianças, os líderes do setor pornográfico afirmam que estãoivi bet casinoacordo com seus críticos mais severos.

"O Pornhub é a favor do conceitoivi bet casinoverificaçãoivi bet casinoidade. Ponto final", afirma Alex Kekesi, vice-presidenteivi bet casinomarcas e comunidade da Aylo, companhia proprietária do Pornhub.

"Não queremos crianças nas nossas plataformas e somos favoráveis ao aumento das regulamentações que dificultem, quando não impossibilitem as criançasivi bet casinoterem acesso a conteúdo inadequado para aivi bet casinoidade", explica ela.

Para Kekesi, o problema é que as leis atuaisivi bet casinoverificação da idade são ineficientes para proteger as crianças.

Os especialistasivi bet casinopolítica da internet afirmam que é comum contornar regulamentações da internet que se apliquem apenas a certos Estados, utilizando redes privadas virtuais (VPNs, na siglaivi bet casinoinglês), que permitem disfarçar aivi bet casinolocalização. E as crianças podem simplesmente procurar sites pornográficos que não respeitem as regras estabelecidas.

Os executivos do setor adulto não são os únicos a expressar esta mesma preocupação.

A BBC conversou com cercaivi bet casino10 especialistasivi bet casinointernet e segurança infantil. Segundo eles, as leis atuaisivi bet casinoverificação da idade podem ter efeitos indesejados para o uso da internet pelas crianças.

"Essa legislação pode levar as crianças inadvertidamente para ambientes online mais perigosos, tanto na dark web quanto na internet comum", afirma Bob Cunningham, executivo-chefe do Centro Internacional para Crianças Exploradas e Desaparecidas (ICMEC, na siglaivi bet casinoinglês).

Embora alguns sites pornográficos importantes tenham decidido atender às novas leis, seja verificando a idade dos visitantes ou se retirando totalmente dos Estados específicos, milhõesivi bet casinooutros sites não se importam.

E, segundo muitos especialistasivi bet casinosegurança infantil, os principais sites pornográficos se dedicam mais a policiar conteúdo ilegal e perigoso do que aqueles que são menos dispostos a respeitar a nova legislação.

O argumento do setor adulto é que, para as pessoas que quiserem ver pornografia, os sites maiores estão entre os lugares mais seguros.

O Pornhub enfrentou críticas no passado por questõesivi bet casinosegurança relativas a crianças e adultos. Uma pesquisa do jornal The New York Timesivi bet casino2020, por exemplo, encontrou material sobre abuso sexual infantil, ilustraçõesivi bet casinoestupro e outros tiposivi bet casinoconteúdo nocivo e ilegal no site.

A Aylo afirma que essas reportagens interpretaram mal a questão, pois tratavamivi bet casinoproblemas enfrentados por todo o setor – não apenas pelo setor pornográfico, mas também pelas redes sociais e outras grandes plataformas.

O Pornhub e seus sites parceiros também pertencem hoje a novos proprietários e a Aylo afirma que restringiu suas práticas desde então.

Segundo Kekesi, atualmente, pessoas revisam manualmente todo o conteúdo postado no Pornhub. E, embora a empresa acredite que seus usuários regulares devam receber alto nívelivi bet casinoprivacidade, ela exige que todas as pessoas que carregarem ou aparecerem no conteúdo da plataforma confirmemivi bet casinoidade, identidade e consentimento.

Em maioivi bet casino2024, a Aylo firmou parceria com a Fundaçãoivi bet casinoVigilância da Internet (IWF, na siglaivi bet casinoinglês), que é um grupo dedicado à prevenção do abuso infantil no âmbito da internet.

"A Aylo demonstrou iniciativa nos seus esforços para tornar suas plataformas mais seguras", segundo a executiva-chefe da IWF, Susie Hargreaves. "Esperamos que outros sitesivi bet casinoentretenimento adulto sigam o seu exemplo."

Os sites que respeitam as leisivi bet casinoverificaçãoivi bet casinoidade afirmam já terem observado sensível redução do númeroivi bet casinousuários que permanecem no site após o acesso.

A plataformaivi bet casinovídeos adultos xHamster, uma das líderes do setor, declarou que verifica as identidades e respeita todas as leisivi bet casinoverificação da idade dos Estados Unidos. Segundo ela, apenas 6% dos visitantes do seu site tentam passar pela verificaçãoivi bet casinoidade – e apenas a metade deles tem sucesso.

Embora alguns usuários, sem dúvida, desistam da busca, especialistas como Evan Greer afirmam que a maioria deles procura conteúdoivi bet casinooutros lugares.

"Para falar com franqueza, isso leva à eliminação dos sites mais responsáveis do setor,ivi bet casinofavor daqueles que, muitas vezes, não verificam os provedores, não moderam o conteúdo, não incluem a verificação da idade e ocultamivi bet casinojurisdição", segundo um porta-voz do xHamster.

Por outro lado, alguns defensores argumentam que ainda é muito cedo para saber qual o impacto causado pela legislação.

"Concordo que existem melhores formasivi bet casinofazer isso", afirma Dani Pinter.

Pode haver um pequeno segmentoivi bet casinocrianças que acabemivi bet casinosites mais perigosos, segundo ela, "mas muitas crianças jovens encontram esse material por acidente,ivi bet casinoforma que, quanto mais barreiras elas tenham para encontrar, melhor".

Cavaloivi bet casinoTroia?

Existem preocupações parecidasivi bet casinorelação a outras regulamentaçõesivi bet casinoverificação da idade.

A Leiivi bet casinoSegurança Online do Reino Unido, por exemplo, irá impor restriçõesivi bet casinoidade à pornografia, redes sociais e muitas plataformas onlineivi bet casinogrande porte.

A Wikipédia declarou recentemente que irá se recusar a cumprir com as regras britânicasivi bet casinoverificação online porque "violaria nosso compromissoivi bet casinocoletar o mínimoivi bet casinodados sobre os leitores e colaboradores".

Os reguladores ainda não definiram exatamente como as empresas precisarão verificar as idades, mas as propostas incluem as mesmas verificações controversasivi bet casinoidentidade.

Na capital americana, Washington, os legisladores americanos debatem a chamada Lei da Segurança Online das Crianças (KOSA, na siglaivi bet casinoinglês). A legislação pretende impor restrições similaresivi bet casinotodo o país.

Fortes manifestações contrárias levaram a alterações da KOSA para eliminar a verificação da idade. Mas seus opositores afirmam que, ainda assim, a lei concederia a autoridades não eleitas amplos poderes para censurar a web.

Kelsy Burke e outros críticos afirmam que muitas leisivi bet casinoverificação da idade são bastante vagas e podem remover muito mais do que o conteúdo destinado à satisfação sexual.

A legislação que exige a verificação da idade se aplica tipicamente a qualquer website que tenha 25% a 33% do seu conteúdo "prejudicial para menores". E, no Kansas, por exemplo, a legislação que define o que é conteúdo prejudicial para menores inclui "atosivi bet casinohomossexualidade", segundo Burke.

O senador Jeremy Ryan Claeys, do Estado do Kansas, foi o responsável por propor a leiivi bet casinoverificaçãoivi bet casinoidade do Estado. Ele não respondeu ao pedidoivi bet casinocomentários enviado pela BBC.

"Nunca houve uma definição claraivi bet casinopornografia", segundo Ricci Levy, presidente e executivo-chefe da Fundação para a Liberdade Woodhull, uma organização sem fins lucrativos que defende a liberdade sexual. "É apenas um rótulo pejorativo e conveniente que os políticos e líderes religiosos aplicam ao materialivi bet casinoque eles não gostam."

"Estamosivi bet casinomeio a um enorme retrocesso no Reino Unido e nos EUAivi bet casinorelação ao sexo e à sexualidade", prossegue ele, "e devemos ser extremamente cautelosos sobre o policiamento da sexualidade online."

Os críticos destacam que as leisivi bet casinoverificação da idade estão sendo promovidas ao mesmo tempoivi bet casinoque as proibiçõesivi bet casinolivros, lideradas por políticos do Partido Republicano, estão se espalhando pelos Estados Unidos. Livros infantis estão sendo censurados por meras mençõesivi bet casinoquestões relacionadas à raça, gênero e sexualidade, frequentemente com alegaçõesivi bet casinoproteger as crianças contra "obscenidades".

Não há dúvidasivi bet casinoque o anonimato online contribuiu para uma sérieivi bet casinoproblemas, como o abuso infantil, tráficoivi bet casinodrogas e ciberbullying, entre outros. Mas os defensores das liberdades civis argumentam que o mesmo anonimato também é responsável pela mesma liberdade que fez da internet uma força tão positiva e revolucionária.

"A verificaçãoivi bet casinoidade impõe um ônus à capacidade dos adultosivi bet casinoter acesso a conteúdo, pois ela significa que todos os usuários precisam verificar suas idades, não apenas as crianças", afirma Vera Eidelman, uma das advogadas da ACLU que estão trabalhando no caso do Pornhub junto à Suprema Corte.

A verificação pode representar uma séria ameaça ao anonimato online, retirando das pessoas seu direitoivi bet casinoexplorar ideias e falar livremente. "Combinado, ele irá fazer com que as pessoas hesitem muito maisivi bet casinose engajarivi bet casinoconteúdo com acesso legal", segundo ela.

Pinter reconhece que existem preocupações legítimas sobre a verificação da idade que devem ser solucionadas. Mas ela defende que os "absolutistas" também precisam aceitar a necessidadeivi bet casinoabrir mãoivi bet casinoparte da privacidade para proteger as crianças.

Solução à vista?

É possível encontrar uma formaivi bet casinoproteger as crianças e a privacidade das pessoas?

Existe outra solução, que é preferida por muitos oponentes à verificação da idade: um sistema conhecido como verificação da idade "baseada no aparelho".

Essencialmente, os legisladores poderiam fazer com que as empresasivi bet casinotecnologia embutissem funçõesivi bet casinoverificação da idade nos sistemas operacionaisivi bet casinosmartphones e computadores.

"Acreditamos que a verificação da idade pelo aparelho ofereça uma solução abrangente", afirma Bob Cunningham.

Todas as leis atuais dos Estados americanos sobre verificação da idade exigem que os próprios websites procedam à verificação, normalmente usando ferramentasivi bet casinoterceiros. Este pode ser um problema, já que eles terceirizam a segurança digital para empresas que podem não deter os recursos ou o históricoivi bet casinoproteção dos usuários.

Estas preocupações não são hipotéticas. Em junho deste ano, por exemplo, o portal 404 Media noticiou que uma empresa usada para verificaçãoivi bet casinoidade e identidadeivi bet casinoplataformas como o TikTok, Uber e X (o antigo Twitter) deixou expostas online imagensivi bet casinocarteirasivi bet casinomotorista, que ficaram vulneráveis à açãoivi bet casinohackers.

Já as ferramentasivi bet casinoverificaçãoivi bet casinoidade baseadas nos aparelhos, criadas por empresas como Apple, Google e Microsoft, supostamente seriam mais confiáveis do que as ferramentasivi bet casinoterceiros ou os sistemas criados pelos governos,ivi bet casinorelação à proteção dos dados contra vazamentos e hackers.

A Apple, Google e Microsoft não responderam aos pedidosivi bet casinocomentários enviados pela BBC.

A técnica baseada nos aparelhos também poderia permitir que os governos exigissem que a infraestruturaivi bet casinoverificação da idade esteja disponível, oferecendo aos pais a opçãoivi bet casinohabilitá-la ou não,ivi bet casinovezivi bet casinoimpor verificaçõesivi bet casinoidentidade a cada usuário da internet que visitar um site pornográfico. Esta medida colocaria o poder nas mãos das famílias e não no Estado.

Além disso, a adoção da verificação baseadaivi bet casinoaparelhos seria mais fácil e barata para os sites, o que aumenta a possibilidadeivi bet casinocumprimento da lei pelos sites envolvidos. E também favoreceria a privacidade – o website poderia pedir seu númeroivi bet casinotelefone para verificarivi bet casinoidade, sem compartilhar outras informações a seu respeito.

"Quem compra a maioria dos telefones celulares são os pais, não os menores", explica o diretorivi bet casinopolíticas públicas da Coalizão para a Liberdadeivi bet casinoExpressão (Free Speech Coalition), Mike Stabile. "Por isso, os pais podem simplesmente definir isso nos controles parentais, sem exigir que as pessoas carreguem suas identidades."

"É por isso que estamos tão desorientados com essa legislação. Existe uma forma fácilivi bet casinofazer isso."

Segundo Daniel Kahn Gillmor, existe tecnologia que permite estabelecer um sistema sólido e seguro para verificar a idade dos usuários, protegendo aivi bet casinoprivacidade.

A companhia Aylo, dona do site Pornhub, afirma que está pronta para dedicar recursos e mãoivi bet casinoobra significativos para formar um sistemaivi bet casinoverificaçãoivi bet casinoidade abrangente, baseado nos aparelhos. Mas, para isso, ela precisaivi bet casinoparceiros no governo e na indústria para fazer com que o sistema funcione.

Os apoiadores deste projeto incluem o xHamster, a Coalizão para a Liberdadeivi bet casinoExpressão e a Meta, empresa dona do Facebook e do Instagram.

O NCOSE também apoia a verificação da idade baseadaivi bet casinoaparelhos. A entidade chegou a redigir um modeloivi bet casinolei que os legisladores poderiam implementar. Mas Dani Pinter acredita que ainda é possível conduzir a verificação da idade,ivi bet casinoforma segura e eficaz, nos websites.

Alguns especialistasivi bet casinopolítica da tecnologia ainda estão hesitantes a este respeito.

Gillmor afirma que os legisladores não deveriam exigir nenhuma formaivi bet casinoverificação da idade, nem mesmo as elaboradas pela Apple ou pela Google, até que seja criado um sistema controlado e estabelecido, que garanta a proteção dos direitos civis.

E a verificação da idade baseada nos dispositivos também tem os seus críticos.

"Por que a Apple deveria ter a responsabilidadeivi bet casinodefender as crianças contra a pornografia?", questiona Terry Schilling. "Não é problema da Apple, é problema do Pornhub."

Ele defende que o Pornhub é uma empresa bilionária e sugerir que ela não pode criar uma forma segura e eficazivi bet casinoverificar a idade dos usuários sem violarivi bet casinoprivacidade é uma farsa.

Schilling rejeita todo o debate sobre as leisivi bet casinoverificação da idade. Para ele, trata-seivi bet casinoum argumentoivi bet casinomá fé, defendido por um setor que luta para manter seus portfóliosivi bet casinobilhõesivi bet casinodólares.

Mas, para outros, o que está na balança é o futuro da liberdadeivi bet casinoexpressão na internet. E, pelo menos nos Estados Unidos, a decisão agora está nas mãos da Suprema Corte.

"Fornecerivi bet casinocédulaivi bet casinoidentidade sempre que quiser visitar uma plataforma adulta não é a solução mais eficaz para proteger nossos usuários", afirma Cherie DeVille no seu vídeo. "Até que seja oferecida uma solução real, tomamos a difícil decisãoivi bet casinoimpedir totalmente o acesso ao nosso website naivi bet casinoregião."

Quando os juízes da Suprema Corte analisarem a questão, milhõesivi bet casinoamericanos já terão ouvido esta mensagem.

*Thomas Germain é jornalista especializadoivi bet casinotecnologia da BBC. Ele cobre inteligência artificial, privacidade e o longo alcance da cultura da internet há quase uma década e pode ser encontrado como @thomasgermain no X (antigo Twitter) e no TikTok.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.