Mudanças climáticas: o que são eventos superemissores e por que é crucial controlá-los:casa de appsta com

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA, na siglacasa de appsta cominglês) afirma que “o metano é maiscasa de appsta com80 vezes mais potente que o dióxidocasa de appsta comcarbono nacasa de appsta comcapacidadecasa de appsta comaquecimento durante os 12 anoscasa de appsta comque ele permanece na atmosfera”.

Segundo o organismo, o motivo é que, “devido àcasa de appsta comestrutura química, o metano captura mais calor por molécula na atmosfera do que o dióxidocasa de appsta comcarbono”.

Por isso, o IPCC destacou que, para atingir o objetivocasa de appsta comlimitar o aquecimento global a não maiscasa de appsta com2 °Ccasa de appsta comcomparação com a era pré-industrial, devemos reduzir urgentemente as emissõescasa de appsta comCH4casa de appsta compelo menos um terço – e 121 países se comprometeram com esta meta na Conferênciacasa de appsta comMudanças Climáticascasa de appsta comGlasgow, no Reino Unido,casa de appsta com2021.

Embora a pecuária seja responsável por 33% das emissõescasa de appsta commetano produzidas pelas atividades humanas, o arroto das vacas não é o único desafio para atingir este objetivo.

Segundo o PNUMA, a agricultura e os resíduos orgânicos geram outros 30%. Mas a maior fonte deste gás (35%) é a mesma que gera a maior parte do dióxidocasa de appsta comcarbono: os combustíveis fósseis.

E uma das formascasa de appsta comcontaminação é através dos chamados “superemissores”casa de appsta commetano.

O que são os superemissores?

Os superemissores são equipamentos, instalações ou outras infraestruturas onde ocorrem fugascasa de appsta commetanocasa de appsta commassa, geralmente devido a falhas estruturais.

Estas enormes fugascasa de appsta comgás podem chegar a durar semanas, liberando imensas quantidadescasa de appsta comCH4 para a atmosfera.

E, embora a maioria das superemissões ocorra na indústriacasa de appsta competróleo e gás, elas também podem ser produzidas durante a extraçãocasa de appsta comcarvão ecasa de appsta comaterros sanitárioscasa de appsta commaiores proporções.

Um estudo liderado pelo cientista Thomas Lauvaux, do Laboratóriocasa de appsta comCiências Ambientais e do Clima da Universidadecasa de appsta comSaclay, na França, publicadocasa de appsta com2022 pela revista Science, estimou que os superemissores liberaram cercacasa de appsta com8 milhõescasa de appsta comtoneladascasa de appsta commetano por ano durante a produçãocasa de appsta competróleo e gás, entre 2019 e 2020.

Este volume equivale a 8% a 12% das emissões globais anuaiscasa de appsta comCH4. Mas, apesar dos enormes danos causados ao meio ambiente, ainda é difícil reduzir essas imensas perdas.

Um dos principais motivos é que, para suspendê-las, é preciso primeiro detectá-las – e rastrear emissõescasa de appsta commetano é complicado, pois se tratacasa de appsta comum gás incolor e inodoro.

Para encontrar e catalogar as perdascasa de appsta commetano, o PNUMA lançou,casa de appsta comoutubrocasa de appsta com2021, o Observatório Internacionalcasa de appsta comEmissõescasa de appsta comMetano (IMEO, na siglacasa de appsta cominglês).

“O grande desafio é saber exatamente quanto [metano] está sendo emitido,casa de appsta comonde ele está saindo e por quanto tempo foi emitido, para então poder reduzir as emissões ao nível necessário”, segundo o diretor do IMEO, Manfredi Caltagirone.

Como detectar

Giulia Ferrini trabalha na formação do IMEO. Ela disse à BBC News Mundo (serviçocasa de appsta comespanhol da BBC) que, para descobrir onde ocorrem as perdas, “estamos atualmente limitados a imagenscasa de appsta comsatélite, provenientes do espaço”.

Estas imagens são obtidas por sensores especiais capazescasa de appsta comdetectar a presençacasa de appsta commetano.

Os pesquisadores franceses e norte-americanos que publicaram o estudo sobre superemissores na revista Science utilizaram informações obtidas pelo satélitecasa de appsta comobservação terrestre Sentinel-5 Precursor, desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (AEE).

O satélite levou ao espaço um sensor chamado Instrumentocasa de appsta comMonitoramento Troposférico (mais conhecido como Tropomi), que conseguiu detectar cercacasa de appsta com1,8 mil superemissõescasa de appsta commetano entre 2019 e 2020. Mas Ferrini adverte que o usocasa de appsta comimagenscasa de appsta comsatélite tem suas limitações.

“É importante reconhecer que os satélites podem observar melhor algumas partes do mundo do que outras e, por isso, a detecçãocasa de appsta comsuperemissores pode ser prejudicada pela capacidadecasa de appsta comobservação dos satélites”, esclarece ela.

Mas Ferrini também ressalta que “à medida que a tecnologia avança sem parar, o limiarcasa de appsta comobservação é significativamente reduzido, o que significa que podemos detectar (e, portanto, combater) eventoscasa de appsta comemissões menores. Com isso, ficamos aparelhados para progredir além dos grandes emissores”.

O objetivo do IMEO é “integrar dadoscasa de appsta comdiversas fontes para,casa de appsta comúltima instância, fornecer ao mundo um conjuntocasa de appsta cominformações totalmente transparente”.

Para a especialista, “somente com a sólida compreensãocasa de appsta comonde nos encontramoscasa de appsta comtermoscasa de appsta comemissõescasa de appsta commetano, podemos desenvolver um plano claro e sólidocasa de appsta comcombate para proteger nosso futuro”.

Ferrini destaca que, ao fornecer informaçõescasa de appsta comlivre acesso sobre onde são produzidas as grandes perdascasa de appsta commetano, “as partes interessadascasa de appsta comuma sériecasa de appsta comsetores têm mais motivação para demonstrar seus efeitoscasa de appsta comredução, como parte da luta global contra as mudanças climáticas”.

Ferrini administra a Associaçãocasa de appsta comMetanocasa de appsta comPetróleo e Gás 2.0 do PNUMA. Ela defende que este setor, onde ocorre a maior parte das superemissões, é o que detém maior potencial para corrigi-las “de forma eficiente e rentável”.

“Temos evidênciascasa de appsta comque muitas estratégias eficazescasa de appsta comreduçãocasa de appsta commetano custariam apenas uma fração dos lucros da indústria”, afirma ela.

Resultadoscasa de appsta comcurto prazo

O fatocasa de appsta comque o metano é muito mais prejudicial que o CO2 não foi o único motivo que levou os especialistas no combate às mudanças climáticas a se concentraremcasa de appsta comreduzir as emissõescasa de appsta comCH4. A meta também foi estabelecida porque esta seria uma solução mais rápida.

Um aspecto positivo do CH4 é acasa de appsta comvida atmosférica, que é muito mais curta que a do dióxidocasa de appsta comcarbono – cercacasa de appsta com12 anos,casa de appsta comcomparação com os séculos que o CO2 dura na atmosfera.

Por isso, se conseguirmos suspender as emissõescasa de appsta commetano, devemos observar uma mudança bastante positivacasa de appsta compouco maiscasa de appsta comuma década. E, com esta perspectivacasa de appsta commente, o IMEO propôs uma meta ambiciosa.

“Se reduzirmos o metano antropogênico [de origem humana]casa de appsta com45% neste decênio, o aquecimento seria mantido abaixo do limite estabelecido no Acordocasa de appsta comParis”, explica a organização, referindo-se ao limitecasa de appsta com1,5 °C.

“O metano é um fator determinante para a velocidadecasa de appsta comaquecimento do planeta”, explica Ferrini. “O dióxidocasa de appsta comcarbono determina a quantidade totalcasa de appsta comaquecimento, mas o metano define a rapidez do aquecimento do nosso planeta.”

“Por isso, reduzir as emissõescasa de appsta commetano é uma oportunidade fundamental para limitar a velocidade do aquecimentocasa de appsta comcurto prazo, enquanto prosseguem os esforços mais abrangentescasa de appsta comdescarbonização”, conclui a especialista.