Por que degelo do permafrost é uma das maiores ameaças ao planeta:legacy of dead novibet

Permafrost que derretelegacy of dead novibetNewtok, Alasca

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O permafrost armazena o dobrolegacy of dead novibetcarbono que existe na atmosfera — e está derretendo

Trata-se do permafrost, uma das maiores reservaslegacy of dead novibetcarbono do planeta.

Os cientistas estimam que cercalegacy of dead novibet1,5 trilhãolegacy of dead novibettoneladaslegacy of dead novibetcarbono estão armazenados no permafrost. Ou seja, o dobro do que há atualmente na atmosfera.

E a má notícia é que esse carbono está sendo liberado na atmosfera, na formalegacy of dead novibetCO2 e metano, a uma velocidade nunca vista antes na história da humanidade.

Na verdade, especialistas que estudam o permafrost afirmam que hoje ele emite mais carbono do que absorve, passandolegacy of dead novibetreservatóriolegacy of dead novibetcarbono a fontelegacy of dead novibetpoluição.

E isso faz dele uma das maiores ameaças à nossa atmosfera.

Mas vamos por partes.

O que é o permafrost

É uma camada do subsolo da crosta terrestre que está permanentemente congelada — daí seu nome —legacy of dead novibetalgumas das regiões mais frias do mundo.

Gráfico mostrando camadas do permafrost

Fica debaixolegacy of dead novibetuma camada mais finalegacy of dead novibetvegetação e terra, que os especialistas chamamlegacy of dead novibet"camada ativa", que congela quando a neve ou o gelo estão no topo e derrete quando está mais quente.

Esta camada protege o permafrost, que é compostolegacy of dead novibetterra, rochas, areia e matéria orgânica (restoslegacy of dead novibetplantas e animais), unidos por gelo.

É nesses restos orgânicos que é capturado o carbono que, congelado no subsolo, é inofensivo, mas se liberadolegacy of dead novibetgrandes quantidades pode se tornar uma das principais fonteslegacy of dead novibetpoluição do planeta.

Julian Murton, professorlegacy of dead novibetCiência do Permafrost na Universidadelegacy of dead novibetSussex, explicou à BBC News Mundo (serviçolegacy of dead novibetnotíciaslegacy of dead novibetespanhol da BBC), que — dependendo das condições da superfície — o carbono pode ser liberado como CO2 ou como metano, que é "30 vezes mais poderoso como gáslegacy of dead novibetefeito estufa".

Embora qualquer camadalegacy of dead novibetsubsolo que permaneça congelada por pelo menos dois anos já seja tecnicamente considerada permafrost, Murton observa que "grandes extensões foram criadas durante as eras glaciais."

Este permafrost mais antigo, que tem centenaslegacy of dead novibetmilhareslegacy of dead novibetanos, é o mais espesso e profundo, podendo se estender por até 1,5 mil metros abaixo da superfície.

Em contrapartida, o permafrost mais recente costuma ter apenas alguns centímetroslegacy of dead novibetprofundidade.

Localização

A maior parte está localizada no hemisfério norte, onde estima-se que quase um quarto dos solos tenham permafrost.

Ele se concentra principalmente na região do Ártico, sobretudolegacy of dead novibetpartes da Rússia (Sibéria), Estados Unidos (Alasca), Canadá e Dinamarca (Groenlândia).

Gráfico mostrando localização do permafrost

Além do Ártico, ele também é encontrado no planalto tibetano elegacy of dead novibetregiõeslegacy of dead novibetgrande altitude, como as Montanhas Rochosas.

No hemisfério sul, há muito menos permafrost do que no norte, porque há mais oceano e menos terra.

Embora os cientistas suspeitem que deve haver terra congelada debaixo da enorme camadalegacy of dead novibetgelo da Antártida, ela é profunda demais para se comprovar.

Sabe-se que há permafrost nas pequenas partes do continente branco onde há solo descoberto.

Também existe nas regiões austrais mais altas, como os Andes, na América do Sul, e os Alpes do Sul, na Nova Zelândia.

Um estudo publicado pelo Departamentolegacy of dead novibetGeografia da Universidadelegacy of dead novibetZurique, na Suíça, estimoulegacy of dead novibet2012 que, se todas as áreaslegacy of dead novibetpermafrost do mundo fossem somadas, elas somariam cercalegacy of dead novibet22 milhõeslegacy of dead novibetquilômetros quadrados.

Por que está liberando carbono

Basicamente porque o aquecimento global está aumentando as temperaturaslegacy of dead novibettodo o planeta, mas ainda mais na área do Ártico, que está esquentando cercalegacy of dead novibettrês vezes mais rápido do que o resto da Terra.

O aquecimento global também está tornando o clima do Ártico mais úmido, explica o professor Murton.

Quando o permafrost estálegacy of dead novibetseu estado natural, ele atua como o refrigerador da Terra, mantendo os resíduoslegacy of dead novibetcarbono orgânico congelados e secos.

Assim não geram nenhum dano ao meio ambiente.

Mas, da mesma forma que os alimentos começam a apodrecer quando tiramos do freezer, à medida que o calor e as chuvas derretem essa camada congeladalegacy of dead novibetterra, os micróbios começam a decompor os restos orgânicos, liberando dióxidolegacy of dead novibetcarbono e metano na atmosfera.

Mas o dano não termina por aí.

Os gaseslegacy of dead novibetefeito estufa liberados fazem com que as temperaturas aumentem ainda mais, o que, porlegacy of dead novibetvez, gera mais derretimento.

Gráfico mostrando o que acontece quando o permafrost derrete

É o que os cientistas chamamlegacy of dead novibet"ciclolegacy of dead novibetfeedback" e isso está amplificando os danos do degelo.

Mas apesar da grande ameaça potencial representada pelo derretimento do permafrost — mesmo que apenas parte do CO2 e metano retidos fosse liberada, ainda assim isso poderia ser catastrófico —, o fato é que as projeções sobre as mudanças climáticas não levam esse fenômenolegacy of dead novibetconsideração.

O motivo, explica Murton, é que é muito difícil projetar como o aquecimento global impactará essa camada subterrânea.

"O aquecimento do clima está acontecendo na atmosfera, e o permafrost é subterrâneo. Ambos são separados por uma camada complexa, que alguns chamamlegacy of dead novibetamortecedor, formada por vegetação — por exemplo, tundra — neve, matéria orgânica e água", explica.

"Essa camada amortecedora muda constantemente, dia a dia, mês a mês e ano a ano. Com as mudanças climáticas, vai mudando a vegetação, a quantidadelegacy of dead novibetneve... O vínculo entre o ar e a terra é muito complexo e mutável", completa.

Além disso, o fatolegacy of dead novibetque o permafrost está localizadolegacy of dead novibetalgumas das partes mais remotas e frias do mundo complica seu estudo.

Nesse sentido, muitas das medições realizadas utilizam imagenslegacy of dead novibetsatélite que podem detectar mudanças na temperatura da superfície.

"Estamos vendo evidênciaslegacy of dead novibetum degelo extenso do permafrost próximo à superfície", diz o especialista britânico, embora deixe claro que a variabilidade constante torne difícil medir esta redução.

Desgelo do permafrostlegacy of dead novibet2003 a 2017

Um estudo liderado pela cientista britânica Sarah Chadburnlegacy of dead novibet2017 determinou que se a temperatura da atmosfera aumentar 2 °Clegacy of dead novibetcomparação com a era pré-industrial — hoje está quase 1,2 °C mais quente — 6,5 milhõeslegacy of dead novibetkm2legacy of dead novibetpermafrost irão desaparecer, ou seja 30% do total.

Se o mundo não chegar a um acordo para deixarlegacy of dead novibetliberar gaseslegacy of dead novibetefeito estufa, e a temperatura continuar subindo no ritmo atual, perderíamos 70%, diz a projeção.

Otimismo

Ainda assim, Murton se mostra otimista.

"Não sou um cientista especialistalegacy of dead novibetcarbono, mas estudei o descongelamento do permafrost como geólogo por 30 anos, e se há algo que acho óbvio nesse processo é que ele é reversível", diz ele.

"Quando o permafrost descongela, muitas vezes se formam depressões, e o permafrost cai por uma encosta e é soterrado por sedimentos. É muito comum que essas depressões se estabilizem depoislegacy of dead novibetum tempo e a vegetação cresçalegacy of dead novibetcima, fazendo com que o permafrost não fique mais exposto".

"Não acho que o ciclolegacy of dead novibetfeedback seja inevitável", acrescenta.

O especialista também destaca que o permafrost mais antigo e profundo da Terra já sobreviveu a períodos ainda mais quentes do que o atual.

"Esse permafrost espesso, velho e congelado continuará alilegacy of dead novibet100 anos,legacy of dead novibet500 anos e certamente mais além", prevê.

Newtok, no Alasca,legacy of dead novibet2015

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Comunidades construídas sobre o permafrost, como o vilarejolegacy of dead novibetNewtok no Alasca, estão ameaçadas

Em relação ao "extenso" derretimento do permafrost superficial, para Murton o mais urgente não é seu efeito ambiental, mas seu impacto na vidalegacy of dead novibetmilhõeslegacy of dead novibetpessoas que vivem nessas áreas.

"Me preocupa mais o efeito na engenharia, porque essas comunidades construíram suas casas e estradaslegacy of dead novibetpermafrost, e o degelo dessas terras está gerando todos os tiposlegacy of dead novibetproblemas", diz ele, se referindo ao colapso do solo congelado, o tem causado afundamentolegacy of dead novibetterras e inundações.

"Estas mudanças estão afetando a população local muito mais do que as estimativas incertaslegacy of dead novibetemissõeslegacy of dead novibetgases."

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