A dolorosa história das crianças indígenas abusadasbahia e chapecoense palpiteinternatos nos EUA:bahia e chapecoense palpite

Sete crianças enfileiradasbahia e chapecoense palpitegramado; a maioria delas tem rosto sério

Crédito, Biblioteca do Congresso dos EUA

Legenda da foto, Crianças Sioux ao chegar a um internato no Estado da Virgínia,bahia e chapecoense palpite1897

Sua trajetória é semelhante àbahia e chapecoense palpiteoutras centenasbahia e chapecoense palpitemilharesbahia e chapecoense palpitecrianças indígenas dos Estados Unidos e faz partebahia e chapecoense palpiteum capítulo trágico da história do país que só agora começa a ser explorado a fundo.

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A partirbahia e chapecoense palpitemeados do século 19 e ao longobahia e chapecoense palpitemaisbahia e chapecoense palpitecem anos, o governo federal financiou centenas dessas instituições ao redor do país.

Maisbahia e chapecoense palpite200 delas eram administradas por instituições religiosas, sendo pelo menos 80 pela Igreja Católica.

O objetivo era fazer com que jovens indígenas esquecessembahia e chapecoense palpitecultura, idioma, religião e identidade e assimilassem os costumes dos americanos brancos.

A ênfase não era na educação formal, masbahia e chapecoense palpitetrabalho doméstico e agrícola, mesmo para crianças pequenas.

Três crianças abraçadas e olhando para câmera

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Ramona Klein com doisbahia e chapecoense palpiteseus irmãos. Ela tinha 7 anos quando foi retirada da casa onde vivia com a família embahia e chapecoense palpitereserva indígena
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Nesses locais, eles estavam sujeitos a “abusos físicos, sexuais e emocionais desenfreados, doenças, desnutrição, superlotação e faltabahia e chapecoense palpiteassistência médica”, segundo o Departamento do Interior, que lançoubahia e chapecoense palpite2021 uma investigação sobre o tema.

“Muitas crianças nunca voltaram para casa”, disse o Departamentobahia e chapecoense palpiterelatório divulgadobahia e chapecoense palpitejulho.

“Com base nos registros disponíveis, concluímos que ocorreram pelo menos 973 mortes documentadasbahia e chapecoense palpitecrianças indígenas no sistemabahia e chapecoense palpiteinternatos entre 1819 e 1969.”

Foram localizados “pelo menos 74 locaisbahia e chapecoense palpitesepultamentobahia e chapecoense palpite65 antigos internatos ao redor do país”.

No entanto, como grande parte dos abusos e mortes não foi documentada, é difícil saber o número exato e as causas dos óbitos ou a identidade das vítimas.

“O Departamento reconhece que o número realbahia e chapecoense palpitecrianças que morrerambahia e chapecoense palpiteinternatos indígenas é maior”, apontou o relatório.

Muitas morrerambahia e chapecoense palpitedecorrênciabahia e chapecoense palpitedoenças, outras como resultado dos abusos sofridos.

A secretária do Interior, Deb Haaland, primeira indígena a ocupar o cargo e cujos antepassados foram enviados a internatos, percorreu o país durante um ano ouvindo sobreviventes.

Muitos estão na casa dos 70 ou 80 anosbahia e chapecoense palpiteidade, e há urgênciabahia e chapecoense palpiteregistrar seus depoimentos.

Aos 77 anosbahia e chapecoense palpiteidade, Klein é um deles. Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, ela fala do trauma causado pelos anos que passou no internato.

'Não consigo imaginar o que devem ter sofrido'

“Não acho que meus pais realmente tiveram escolha”, diz Klein, que era uma entre oito irmãosbahia e chapecoense palpiteuma família pobre, que viviabahia e chapecoense palpiteuma casa pequena sem água encanada ou eletricidadebahia e chapecoense palpiteuma reservabahia e chapecoense palpiteBelcourt,bahia e chapecoense palpiteDakota do Norte.

“Talvez a escolha tenha sido entre os filhos passarem fome e frio ou irem para o internato. Não consigo imaginar o que devem ter sofrido. Sei que o foco, quando se fala deste período, é naquelesbahia e chapecoense palpitenós que éramos crianças. Mas também é importante lembrar o que nossos pais viveram.”

Era comum que as famílias fossem coagidas por agentes federais ou religiosos a entregar os filhos.

Muitas vezes, quando havia resistência, as crianças eram levadas à força, arrastadas para forabahia e chapecoense palpitecasa e amarradas.

Famílias que resistiam ficavam sujeitas a cortes no fornecimentobahia e chapecoense palpitealimentos pelo governo, e,bahia e chapecoense palpitealguns casos, líderes indígenas chegaram a ser presos por se recusarem a entregar as crianças.

Alguns internatos ficavam a centenasbahia e chapecoense palpitequilômetrosbahia e chapecoense palpitedistância, e várias famílias nem sabiam para onde os filhos tinham sido levados ou eram proibidasbahia e chapecoense palpitevisitá-los.

Muitas só ficavam sabendo das mortes dos filhos quando já haviam sido enterrados.

Os internatos eram anunciados como uma maneirabahia e chapecoense palpite“civilizar” menores indígenas, mas seu objetivo também era a “desapropriação territorialbahia e chapecoense palpitepovos indígenas por meio da remoção forçada e realocaçãobahia e chapecoense palpiteseus filhos”, conforme o relatório do Departamento do Interior.

Klein sorrindobahia e chapecoense palpitefrente a paredebahia e chapecoense palpitecasa

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Klein levou anos até conseguir falar sobre os abusos que sofreu e afirma que os quatro anos no internato marcaram o restobahia e chapecoense palpitesua vida. Hoje, ela compartilhabahia e chapecoense palpitehistória

Essas instituições foram criadasbahia e chapecoense palpiteuma épocabahia e chapecoense palpiteque as tribos vinham sendo expulsasbahia e chapecoense palpiteseus territórios e confinadasbahia e chapecoense palpitereservas, após séculosbahia e chapecoense palpiteconflitos com os colonizadores europeus.

O governo acreditava que, ao abandonar seus costumes, os indígenas poderiam abrir mão das terras.

Uma leibahia e chapecoense palpite1819 alocava recursos para contratar pessoas “de bom caráter moral” para ensinar aos indígenas práticas agrícolas “adequadas àbahia e chapecoense palpitesituação” e educar suas crianças.

Essa alternativa era considerada mais barata do que investirbahia e chapecoense palpiteguerras. “É simplesmente uma questãobahia e chapecoense palpitedinheiro”, disse Carl Schurz, que havia servido como secretário do Interior,bahia e chapecoense palpiteum textobahia e chapecoense palpite1881 sobre “o problema indígena”.

“Se a educaçãobahia e chapecoense palpitecrianças indígenas poupar o paísbahia e chapecoense palpiteapenas uma pequena guerra no futuro, irá economizar dinheiro suficiente para sustentar dez escolas como a Carlisle, com 300 alunos cada, por dez anos.”

Ele se referia à Escola Industrial Indígenabahia e chapecoense palpiteCarlisle, internato fundadobahia e chapecoense palpite1879, no Estado da Pensilvânia, pelo generalbahia e chapecoense palpitebrigada Richard Henry Pratt, que havia lutado contra indígenas no Oeste americano.

“Um grande general disse que o único índio bom é um índio morto”, afirmou Prattbahia e chapecoense palpiteum discurso que ficou famoso, ao propor uma alternativa: “Mate o índio dentro dele, e salve o homem”.

'Não chorei durante décadas'

Klein chegou ao internato com trêsbahia e chapecoense palpiteseus irmãos, uma irmã e outras crianças da mesma reserva.

Mas não havia muita convivência, já que os meninos ficavambahia e chapecoense palpitedormitórios e refeitórios separados, e a irmã foi colocada com crianças mais velhas.

“Uma das primeiras coisas que fizeram foi cortar nossos cabelos e usar um pente fino e querosene para matar piolhos, mesmo se não tivéssemos piolhos”, lembra.

Esse tipobahia e chapecoense palpiteexperiência era comum. Os cabelos longos — considerados pelos indígenas algo sagrado e símbolobahia e chapecoense palpiteorgulho e pelo governo como provabahia e chapecoense palpiteque eram selvagens — eram cortados na chegada.

Segundo arquivos históricos, os recém-chegados geralmente ganhavam nomesbahia e chapecoense palpiteinglês ou eram identificados por números e eram obrigados a se converter ao cristianismo.

Membros da mesma tribo costumavam ser separados, para evitar que formassem laços, e as crianças eram proibidasbahia e chapecoense palpitese comunicar embahia e chapecoense palpitelíngua nativa, muitas vezes a única que sabiam falar, sob ameaçabahia e chapecoense palpiteespancamento.

Klein diz quebahia e chapecoense palpiteprimeira impressão do internato foi abahia e chapecoense palpiteuma ambiente estranho, grande e frio. “Conseguia ouvir as outras meninas chorando”, recorda.

“Se eu pudesse descreverbahia e chapecoense palpiteuma palavra, seria uma sensaçãobahia e chapecoense palpiteestar perdida, abandonada, muito solitária.”

Klein conta que tinhabahia e chapecoense palpiteajudar na limpeza: “Não acho que havia nadabahia e chapecoense palpiteerrado nessa parte, apesarbahia e chapecoense palpiteeu ser uma criança pequena”.

As camas tinhambahia e chapecoense palpiteser feitas com perfeição, “em estilo militar”. Os castigos por mau comportamento incluíam ficarbahia e chapecoense palpitejoelhos sobre o cabobahia e chapecoense palpiteuma vassoura colocada no chão, enquanto era espancada com uma palmatória nas costas e nádegas.

“Mas eu me recusava a chorar. Decidi que não iria chorar, e não chorei durante décadas”, afirma.

Durante as aulas,bahia e chapecoense palpiteprincipal lembrança é abahia e chapecoense palpite“ouvir várias vezes o quão burra e ignorante eu era, como eu era incapazbahia e chapecoense palpiteaprender”.

'Não havia ninguém a quem recorrer'

Crianças enfileiradas caminhandobahia e chapecoense palpiteruabahia e chapecoense palpiteterra, com casa ao fundo

Crédito, Biblioteca do Congresso dos EUA

Legenda da foto, O Departamento do Interior descobriu 973 mortes documentadasbahia e chapecoense palpitecrianças indígenasbahia e chapecoense palpiteinternatos entre 1819 e 1969, mas reconhece que o número realbahia e chapecoense palpitevítimas é bem maior. Na foto, criançasbahia e chapecoense palpiteinternato no Alasca,bahia e chapecoense palpite1900

Klein ainda tem dificuldadebahia e chapecoense palpitefalar dos abusos sexuais que sofreu no internato, e durante vários momentos durante o relato à BBC News Brasil, precisou parar para se recompor.

Ela conta que o filho adultobahia e chapecoense palpiteuma das funcionárias tinha as chaves que davam acesso ao seu dormitório.

“Eu ouvia o barulho das chaves e via a luz lanterna que ele carregava. Ele apontava a lanterna para o meu rosto. Ele usava brilhantina no cabelo, eu sentia o cheiro”, lembra.

“Ele colocava as mãos sob as cobertas e me tocavabahia e chapecoense palpitelugares onde não deveria tocar.”

O abuso se repetiu por várias vezes e também com outras crianças, mas ela levou anos até contar a experiência.

“É importante lembrar como era aquela época. Não havia ninguém a quem recorrer. Essa pessoa era filhobahia e chapecoense palpiteuma funcionária, ninguém iria acreditarbahia e chapecoense palpitemim.”

Vários sobreviventes relatam terem sofrido ou presenciado abusos sexuais, frequentemente por partebahia e chapecoense palpitefuncionários ou religiosos encarregadosbahia e chapecoense palpitecuidar dos internos. No entanto, esses abusos muitas vezes não eram documentados.

“Muitosbahia e chapecoense palpitenós tivemos que assistir o padre sodomizando (…), nossos colegas serem abusados sexualmente. Ninguém quer compartilhar coisas assim. Aprendi a ser forte, você não podia chorar”, relatou um sobrevivente ouvido pelo Departamento do Interior.

“Infelizmente, (o Instituto) Wrangell (que operou no Alasca até 1975) atraía pedófilos”, contou outro.

“Vi funcionários sodomizando meninosbahia e chapecoense palpitesuas camas ou nos banheiros. Meninas indo para casa no meio do ano escolar, grávidas. Muitas dessas crianças tinham 11, 12, 13 anosbahia e chapecoense palpiteidade.”

A investigação do Departamento engloba 417 internatos que funcionarambahia e chapecoense palpite37 Estadosbahia e chapecoense palpite1819 a 1969.

A National Native American Boarding School Healing Coalition (NABS), coalizão indígena criadabahia e chapecoense palpite2012, identificou outras 115 instituições adicionais.

As condições precárias dos internatos eram conhecidas desde pelo menos 1928, quando uma investigação federal revelou instalações “superlotadas”, ausênciabahia e chapecoense palpiteeducação adequada e horasbahia e chapecoense palpite“trabalho industrial pesado”,bahia e chapecoense palpite“violaçãobahia e chapecoense palpiteleisbahia e chapecoense palpitetrabalho infantil”.

O documento apontou que as crianças eram submetidas a punições severas e recebiam uma dieta “deficientebahia e chapecoense palpitequantidade, qualidade e variedade” e que muitas passavam fome e sofriambahia e chapecoense palpitedesnutrição.

Apesar das críticas, os internatos continuaram a funcionar. Maisbahia e chapecoense palpite40 anos depois,bahia e chapecoense palpite1969, um inquérito do Congresso denunciou a separação das crianças indígenasbahia e chapecoense palpitesuas famílias ebahia e chapecoense palpitesua cultura e descreveu a situação nos internatos como “uma tragédia nacional”.

A partir desse inquérito, o governo federal começou a fechar os internatos, mas calcula-se que maisbahia e chapecoense palpite60 mil crianças indígenas ainda estavam nessas instituições no início da décadabahia e chapecoense palpite1970.

Atualmente, os internatos que permanecem abertos são administrados pelas próprias tribos ou pelo Gabinetebahia e chapecoense palpiteEducação Indígena, ligado ao Departamento do Interior, e seu foco é no ensino da cultura indígena.

Pedidosbahia e chapecoense palpitedesculpas

Crianças indígenasbahia e chapecoense palpitesalabahia e chapecoense palpiteaula, algumas delas sentadas, e outras escrevendo na lousa

Crédito, Biblioteca do Congresso dos EUA

Legenda da foto, Salabahia e chapecoense palpiteaula na Escola Industrial Indígenabahia e chapecoense palpiteCarlisle,bahia e chapecoense palpite1901. Esse internato foi fundadobahia e chapecoense palpite1879 por um general que havia lutado contra indígenas no Oeste americano e cuja filosofia era 'Mate o índio, salve o homem'

Nos últimos anos, várias tribos começaram suas próprias investigações e localizaram sepulturas não identificadas com restos mortaisbahia e chapecoense palpitecrianças nas áreas onde funcionaram internatos.

Sobreviventesbahia e chapecoense palpiteabusos sexuais processaram ordens religiosas ou indivíduos responsáveis.

O Departamento do Interior diz que “o governo dos Estados Unidos deveria reconhecer formalmente seu papel na adoçãobahia e chapecoense palpiteuma política nacionalbahia e chapecoense palpiteassimilação forçadabahia e chapecoense palpitecrianças indígenas” e oferecer “um pedido formalbahia e chapecoense palpitedesculpas aos indivíduos, famílias e tribos prejudicados”.

Em junho, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos publicou um documento que mencionou os internatos e a políticabahia e chapecoense palpiteassimilação forçada e afirmou que “a Igreja reconhece que desempenhou um papel nos traumas vividos pelas crianças indígenas”.

“Pedimos desculpas pela falhabahia e chapecoense palpitenutrir, fortalecer, honrar, reconhecer e valorizar aqueles que foram confiados ao nosso cuidado”, disse o documento, sem detalhar abusos.

“Devemos fazer nossa parte para (…) quebrar a culturabahia e chapecoense palpitesilêncio que cerca todos os tiposbahia e chapecoense palpiteaflições, maus-tratos e negligências do passado.”

Algumas organizações, como o Congresso Nacionalbahia e chapecoense palpiteIndígenas Americanos (NCAI, na siglabahia e chapecoense palpiteinglês), querem um pedidobahia e chapecoense palpitedesculpas formal do papa Francisco e que a Igreja divulgue seus registros relacionados aos internatos.

Em 2022, o pontífice viajou ao Canadá e pediu desculpas pelo papel da Igreja na “destruição cultural e assimilação forçada” no sistemabahia e chapecoense palpiteinternatos indígenas naquele país. Mas não há indicaçãobahia e chapecoense palpiteque ele vá se manifestar sobre o que ocorreu Estados Unidos.

A NABS gostariabahia e chapecoense palpiteum pedidobahia e chapecoense palpitedesculpas presidencial, mas também não há previsãobahia e chapecoense palpiteque isso ocorra.

No Canadá, o governo se desculpou formalmente, e sobreviventes receberam bilhõesbahia e chapecoense palpiteindenizações.

“O trabalho que fizemos com o Departamento do Interior (na investigação) é um começo admirável”, diz o diretor-executivo adjunto da NABS, Samuel Torres, à BBC News Brasil.

Mas Torres ressalta que o Congresso americano deveria criar uma comissão da verdade para localizar e analisar os registros dos internatos, inclusive os que estãobahia e chapecoense palpitepoderbahia e chapecoense palpiteinstituições religiosas ou coleções privadas, e investigar mais detalhesbahia e chapecoense palpitecomo operavam.

Projetosbahia e chapecoense palpitelei para criar essa comissão estãobahia e chapecoense palpitetramitação. O objetivo seria esclarecer o número totalbahia e chapecoense palpitemenores levados aos internatos ebahia e chapecoense palpitecrianças abusadas, desaparecidas ou mortas, identificar locaisbahia e chapecoense palpitesepultamento e investigar os impactosbahia e chapecoense palpitelongo prazo desse sistema.

O trauma resultante do sistemabahia e chapecoense palpiteinternatos é sentido ainda hoje, e o relatório do Departamento do Interior cita altas taxasbahia e chapecoense palpitesuicídio, alcoolismo e dependênciabahia e chapecoense palpitedrogas entre indígenas americanos.

“Há um movimento para resgatar o que foi roubadobahia e chapecoense palpitetermosbahia e chapecoense palpitecultura, língua e costumes”, diz Torres.

"Mas o trauma intergeracional que muitos povos indígenas enfrentam torna isso um desafio considerável."

Sua organização criou um arquivo digital que reúne milharesbahia e chapecoense palpitedocumentos e entrevistas com sobreviventes.

Uma maneira, segundo ele,bahia e chapecoense palpite“honrar e reconhecer as experiências contadas por aqueles que as vivenciaram”.

Klein diz que os quatro anos que passou no internato marcarambahia e chapecoense palpitevida.

“Isso impactou meus relacionamentos pessoais, a faltabahia e chapecoense palpiteconfiança, a faltabahia e chapecoense palpitevínculo. E,bahia e chapecoense palpitecerta forma, (me fez ficar) muito determinada”, afirma.

“Eu achava que não era inteligente. Que era inferior aos outros, especialmente os não indígenas. Nos passavam a mensagembahia e chapecoense palpiteque éramos um povo sujo. E devo dizer que minha mãe não tinha muitos recursos, mas era muito limpa e muito organizada.”

Ela diz que levou décadas para superar esses sentimentos. Uma carreira dedicada ao ensino, com mestrado e doutoradobahia e chapecoense palpiteEducação, ajudou nesse processo.

Hoje, alémbahia e chapecoense palpitecompartilharbahia e chapecoense palpiteprópria experiência, Klein faz parte da NABS e participa dos esforços para documentar históriasbahia e chapecoense palpiteoutros sobreviventes e descendentes.

“É preciso coletar os relatos para que o mundo entenda essa parte da história dos Estados Unidos”, diz.

“À medida que essas histórias forem compartilhadas, nos ajudarão a curar [o trauma]. E à medida que [nós indígenas] formos reconhecidos por nossas contribuições, talvez as pessoas percebam o quanto foi perdido, não apenas para nossa própria cultura, mas para o mundo.”