Feridas, famintas e sozinhas - as crianças deixadas órfãs pela guerraapostas frança argentinaGaza:apostas frança argentina

Ibrahim deitado na cama do hospital acompanhado do pai
Legenda da foto, Ibrahim, deitado na cama do hospital, perdeu a irmã, a mãe e o avô quando mísseis atingiremapostas frança argentinacasa
  • Author, Yolande Knell
  • Role, Da BBC Newsapostas frança argentinaJerusalém

Aviso: Esta reportagem contém descrições gráficas que algumas pessoas podem achar perturbadoras.

Nascidaapostas frança argentinameio aos horrores da guerraapostas frança argentinaGaza, a meninaapostas frança argentinaum mês deitadaapostas frança argentinauma incubadora nunca conheceu o colo dos pais.

Ela nasceuapostas frança argentinacesariana depois queapostas frança argentinamãe, Hanna, foi gravemente ferida por um ataque aéreo israelense. Hanna não viveu para escolher o nome da filha.

"A gente simplesmente chama elaapostas frança argentinafilhaapostas frança argentinaHanna Abu Amsha", diz a enfermeira Warda al-Awawda, que cuida da pequena recém-nascida no Hospital al-Aqsaapostas frança argentinaDeir al-Balah, no centroapostas frança argentinaGaza.

No caos causado pela guerraapostas frança argentinacurso, com famílias inteiras quase exterminadas, médicos e socorristas muitas vezes lutam para encontrar cuidadores para crianças enlutadas.

"Perdemos o contato com a família dela", conta a enfermeira. "Nenhum dos seus familiares apareceu e não sabemos o que aconteceu com o pai dela."

As crianças, que compõem quase metade da populaçãoapostas frança argentina2,3 milhõesapostas frança argentinapessoasapostas frança argentinaGaza, tiveram suas vidas destroçadas pela guerra.

Os ataques lançados por Israel já deixaram maisapostas frança argentina28 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

Os bombardeios e invasão terrestre seguem a morte pelo menos 1,2 mil pessoas durante os ataques do Hamas ao sulapostas frança argentinaIsraelapostas frança argentina7apostas frança argentinaoutubro, segundo as autoridades israelenses.

Embora Israel diga que se esforça para evitar vítimas civis, emitindo por exemplo ordensapostas frança argentinaevacuação, maisapostas frança argentina11.500 menoresapostas frança argentina18 anos foram mortos,apostas frança argentinaacordo com autoridadesapostas frança argentinasaúde palestinas. Há ainda os feridos, aqueles com ferimentos que mudam completamente uma vida.

É difícil obter números precisos, masapostas frança argentinaacordo com um relatório recente do Euro-Mediterranean Human Rights Monitor, um grupo sem fins lucrativos, maisapostas frança argentina24.000 crianças perderam um ou ambos os pais.

Bebê recém-nascida
Legenda da foto, A mãe deste bebê recém-nascido não chegou a viver para escolher seu nome
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Ibrahim Abu Mouss,apostas frança argentinaapenas 10 anos, sofreu ferimentos graves nas pernas e no estômago quando um míssil atingiuapostas frança argentinacasa. Mas suas lágrimas são pela mãe, pelo avô e pela irmã mortos.

"Ficaram me dizendo que elas estavam sendo tratadas no andarapostas frança argentinacima no hospital", diz Ibrahim enquanto seu pai seguraapostas frança argentinamão.

"Mas eu descobri a verdade quando vi fotos no telefone do meu pai. Eu chorei tanto que doeuapostas frança argentinatodos os lugares."

Os primos da família Hussein costumavam brincar juntos, mas agora sentam-se solenemente perto das sepulturasapostas frança argentinaareia onde algunsapostas frança argentinaseus familiares foram enterrados, próximo a uma escola que virou abrigo no centroapostas frança argentinaGaza. Cada um perdeu um ou ambos os pais.

"O míssil caiu no colo da minha mãe e o corpo dela foi rasgadoapostas frança argentinapedaços. Por dias ficamos tirando as partes do corpo dela dos escombros da casa", diz Abed Hussein, que morava no campoapostas frança argentinarefugiadosapostas frança argentinaal-Bureij.

"Quando me disseram que meu irmão, meu tio e toda a minha família havia sido morta, senti que meu coração estava sangrando com fogo."

Com bolsas escuras ao redor dos olhos, Abed fica acordado à noite, assustado com os sons do bombardeio israelense e sentindo-se sozinho.

"Quando minha mãe e meu pai estavam vivos, eu costumava dormir, mas depois que eles foram mortos, não consigo mais. Eu costumava dormir ao lado do meu pai", explica ele.

Abed e seus dois irmãos estão sendo cuidados pela avó, mas a vida cotidiana é muito difícil.

"Não há comida nem água", diz ele. "Estou com dorapostas frança argentinaestômago por beber água do mar."

Kinza
Legenda da foto, “Tudo é triste”, diz Kinza

O paiapostas frança argentinaKinza Hussein foi morto tentando buscar farinha para fazer pão. Ela é assombrada pela imagemapostas frança argentinaseu cadáver, trazido para casa para ser enterrado após ser morto por um míssil.

"Ele não tinha olhos e a língua estava cortada", ela recorda.

"Tudo o que queremos é que a guerra acabe", diz ela. "Tudo é triste."

Quase toda a populaçãoapostas frança argentinaGaza agora dependeapostas frança argentinadistribuiçãoapostas frança argentinaajuda para o básico. De acordo com números da ONU, cercaapostas frança argentina1,7 milhãoapostas frança argentinapessoas foram deslocadas, muitas forçadas a se mover repetidamenteapostas frança argentinabuscaapostas frança argentinasegurança.

Mas a agência infantil da ONU, Unicef, diz queapostas frança argentinamaior preocupação é com cercaapostas frança argentina19.000 crianças que estão órfãs ou sem qualquer adulto para cuidar delas.

"Muitas dessas crianças foram encontradas sob os escombros ou perderam os pais no bombardeioapostas frança argentinasuas casas", diz Jonathan Crickx, chefeapostas frança argentinacomunicações da Unicef Palestina,apostas frança argentinaRafah, no sulapostas frança argentinaGaza. Outros foram encontradosapostas frança argentinapostosapostas frança argentinacontrole israelenses, hospitais e nas ruas.

"Os mais jovens muitas vezes não conseguem dizer seu nome e até mesmo os mais velhos geralmente estãoapostas frança argentinachoque, então pode ser extremamente difícil identificá-los e potencialmente reagrupá-los com a família estendida."

Abed Hussein
Legenda da foto, Abed Hussein perdeu os pais na guerra e diz que não consegue dormir à noite sem eles

Mesmo quando é possível encontrar familiares, eles nem sempre estãoapostas frança argentinacondiçõesapostas frança argentinaajudar a cuidarapostas frança argentinauma criança enlutada.

"Tenhamosapostas frança argentinamente que muitas vezes eles também estãoapostas frança argentinauma situação muito ruim", diz Crickx.

"Eles podem ter seus próprios filhos para cuidar e pode ser difícil, quando não impossível, cuidar dessas crianças desacompanhadas e separadas."

Desde que a guerra começou, a organização sem fins lucrativos SOS Children's Villages, que atua localmente com a Unicef, diz que tem trabalhado para receber 55 crianças, todas com menosapostas frança argentina10 anos. E empregou uma equipe especializada adicionalapostas frança argentinaRafah para fornecer ajuda psicológica.

Um funcionário sênior da equipe da SOS contaapostas frança argentinauma criançaapostas frança argentina4 anos que foi deixadaapostas frança argentinaum postoapostas frança argentinacontrole. Ela foi trazida com mutismo seletivo, um transtornoapostas frança argentinaansiedade que a deixou incapazapostas frança argentinafalar sobre o que aconteceu com ela e a família. Mas agora, depoisapostas frança argentinaser recebida com presentes e brincar com outras crianças com quem vive, está progredindo.

A Unicef acredita que quase todas as criançasapostas frança argentinaGaza hoje precisamapostas frança argentinaapoio à saúde mental.

Com suas vidas dilaceradas, mesmo quando houver um cessar-fogo duradouro, muitos ficarão com traumas difíceisapostas frança argentinasuperar.