Como colonos israelenses estão tomando terras palestinas sob pretextonovibet é da betanoguerra:novibet é da betano

Olayan Olayan
Legenda da foto, Olayan Olayan, nascidonovibet é da betanoBattirnovibet é da betano1941, observa vale onde assentamentos israelenses foram construídos
  • Author, Yolande Knell e Toby Luckhurst
  • Role, Da BBC Newsnovibet é da betanoJerusalém

Na aldeia palestinanovibet é da betanoBattir, onde antigos terraços são irrigados por uma fonte natural, a vida segue inalterada há séculos.

Battir, que faz partenovibet é da betanoum local que é Patrimônio Mundial da Unesco, é conhecida pelos seus vinhedos e jardinsnovibet é da betanooliveiras.

Agora, no entanto, ela é o mais novo pontonovibet é da betanodiscórdia sobre os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada.

Israel aprovou a formaçãonovibet é da betanoum novo assentamento judeu no local, desapropriando terras privadas para a construçãonovibet é da betanonovas casasnovibet é da betanocolonos. E surgiram novos postos avançados, mesmo sem autorizaçãonovibet é da betanoIsrael.

"Eles estão roubando as nossas terras para construir seus sonhos sobre a nossa catástrofe", disse Ghassan Olyan, dononovibet é da betanouma das propriedades confiscadas.

A Unesco afirma estar preocupada com os planosnovibet é da betanocolonizaçãonovibet é da betanotornonovibet é da betanoBattir, mas a aldeia está longenovibet é da betanoser um caso isolado. Todos os assentamentos na Cisjordânia são considerados ilegais com base no Direito Internacional, mas Israel não estánovibet é da betanoacordo.

Para Olyan, "eles não ligam para o Direito Internacional, nem para as leis locais, nem mesmo para a leinovibet é da betanoDeus".

Ghassan Olyan
Legenda da foto, Parte das terrasnovibet é da betanoGhassan Olyan estão sendo tomadas para a construçãonovibet é da betanoum novo assentamento israelense na Cisjordânia ocupada
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Na semana passada, o chefenovibet é da betanointeligência domésticanovibet é da betanoIsrael, Ronen Bar, alertou os ministros que extremistas judeus na Cisjordânia estavam realizando atosnovibet é da betano"terror" contra os palestinos, causando "danos indescritíveis" ao país.

Desde o início da guerra na Faixanovibet é da betanoGaza, os assentamentos israelenses na Cisjordânia vêm aumentando com maior rapidez.

Extremistas no governonovibet é da betanoIsrael defendem que essas mudanças irão impedir a eventual criaçãonovibet é da betanoum Estado palestino independente. E também existe o receionovibet é da betanoque eles tentem prolongar a guerranovibet é da betanoGaza para atingir seus objetivos.

Yonatan Mizrahi, da organização israelense Peace Now (que acompanha o aumento dos assentamentos), afirma que extremistas judeus na Cisjordânia estão agravando uma situação que já é tensa e volátil. Com isso, eles dificultam ainda mais o término do conflito entre Israel e Palestina.

Mizrahi acredita que existe uma "misturanovibet é da betanoódio e medo" na sociedade israelense depois dos ataquesnovibet é da betano7novibet é da betanooutubro passado, que resultaram na mortenovibet é da betano1,2 mil pessoas, segundo dados israelenses. E esta onda vem levando os colonos a confiscar mais terras, com menos questionamentos.

"Acho extremamente perigoso", disse Mizrahi. "Isso aumenta o ódio dos dois lados."

Uma pesquisa realizadanovibet é da betanojunho pelo think tank (centronovibet é da betanopesquisa e debates) Pew Research Center indicou que 40% dos israelenses acreditam que os assentamentos aumentaram a segurança do país, contra 27%novibet é da betano2013. Paralelamente, 35% das pessoas entrevistadas declararam que os assentamentos prejudicam a segurançanovibet é da betanoIsrael, contra 42% anteriormente.

Desde o início da guerra, a violência dos colonos contra civis palestinos na Cisjordânia disparou. Ela já vinha aumentando, mas, nos últimos 10 meses, as Nações Unidas documentaram cercanovibet é da betano1.270 ataques, contra 856novibet é da betanotodo o anonovibet é da betano2022.

Segundo a organização israelensenovibet é da betanodefesa dos direitos humanos B'Tselem, durante o mesmo período, a intimidação dos colonos israelenses forçou os palestinos a abandonar pelo menos 18 aldeias na Cisjordânia – o território palestino entre Israel e a Jordânia que foi tomado pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias,novibet é da betano1967, e permanece ocupado desde então.

Entre 7novibet é da betanooutubronovibet é da betano2023 e agostonovibet é da betano2024, 589 palestinos foram mortos na Cisjordânia. Destes, pelo menos 570 foram mortos por forças israelenses e pelo menos 11 por colonos, segundo as Nações Unidas.

Afirma-se que algumas das vítimas estariam planejando ataques, enquanto outras eram civis desarmados. E, no mesmo período, os palestinos mataram cinco colonos e nove membros das forçasnovibet é da betanosegurançanovibet é da betanoIsrael.

Nesta semana, um homem palestinonovibet é da betano40 anos foi supostamente morto a tiros, depois que colonos e soldados israelenses entraramnovibet é da betanoWadi al-Rahhel, pertonovibet é da betanoBelém. O exército israelense declarou que haviam sido atiradas pedrasnovibet é da betanoum veículo israelense próximo.

No mês passado, um homem palestinonovibet é da betano22 anos foi morto quando dezenasnovibet é da betanocolonos entraram violentamente na aldeianovibet é da betanoJit. O ato recebeu condenação internacional.

As forçasnovibet é da betanosegurançanovibet é da betanoIsrael prenderam quatro pessoas e descreveram o incidente como "grave evento terrorista". Mas o histórico desses casos énovibet é da betanovirtual impunidade.

O grupo israelensenovibet é da betanodefesa dos direitos civis Yesh Din concluiu que, entre 2005 e 2023, apenas 3% das investigações oficiais sobre a violência dos colonos terminaramnovibet é da betanocondenação.

Na cartanovibet é da betanoRonen Bar dirigida aos ministros israelenses, que vazou para a imprensa do país, o chefe do Shin Bet (o serviçonovibet é da betanosegurançanovibet é da betanoIsrael) afirmou que a fraca aplicação das leis incentiva os colonos radicais.

'Extremamente perigoso'

Os colonos israelenses vivemnovibet é da betanocomunidades exclusivamente judaicas, estabelecidasnovibet é da betanopartes da Cisjordânia.

Muitos assentamentos recebem apoio legal do governonovibet é da betanoIsrael. Já outros são conhecidos como postos avançados, muitas vezes compostosnovibet é da betanosimples caravanas e galpõesnovibet é da betanoferro corrugado.

Estes postos são ilegais, mesmo segundo a lei israelense. Mas os extremistas os constroemnovibet é da betanoqualquer forma, como tentativanovibet é da betanoconquistar mais terras.

Em julho, o principal tribunal da ONU concluiu, pela primeira vez, que a ocupação israelense da Cisjordânia é ilegal (incluindo Jerusalém Oriental). O Tribunal Internacionalnovibet é da betanoJustiça afirmou que o país deveria suspender todas as atividadesnovibet é da betanocolonização e se retirar da região o mais breve possível.

Mas Israel rejeitou a conclusão, declarando que "o povo judeu não é ocupante danovibet é da betanoprópria terra".

Os aliadosnovibet é da betanoIsrael no Ocidente vêm descrevendo repetidamente os assentamentos como um obstáculo para a paz.

Agora, o receio é que os extremistas estejam trabalhando para tornar os assentamentos na Cisjordânia irreversíveis. Eles expandiram rapidamente seu controle sobre o território, com o apoio do governonovibet é da betanodireita mais radical da histórianovibet é da betanoIsrael.

Os extremistas estão fazendo avançar planosnovibet é da betanoanexação da Cisjordânia e convocam abertamente a colonização da Faixanovibet é da betanoGaza após o término da guerra.

Os colonos, agora, trabalham no centro do governo israelense,novibet é da betanoministérios importantes.

Os líderes mundiais que se opuseram aos assentamentos defendem, com renovado entusiasmo, uma soluçãonovibet é da betanodois Estados – um planonovibet é da betanopaz esperado há muito tempo, que criaria um Estado palestino independente.

Mas os nacionalistas religiosos israelenses acreditam que todas aquelas terras pertencem por direito a Israel. Eles prometem transformar o Estado palestino independentenovibet é da betanoum sonho impossível.

Analistas acreditam que este é o motivo que leva alguns políticos a se recusarem a aceitar qualquer acordonovibet é da betanocessar-fogo.

"A razão por que eles não querem encerrar o conflito ou chegar a um acordo sobre os reféns é porque eles acreditam que Israel deve continuar lutando até atingir um pontonovibet é da betanoque possa permanecer dentronovibet é da betanoGaza", afirma a correspondente política do jornal The Times of Israel, Tal Schneider.

"Eles acham que, no longo prazo,novibet é da betanoideologia é mais legítima", prossegue ela. "Esta é anovibet é da betanoúnica lógica."

Enquanto isso, autoridades israelenses anunciaram planosnovibet é da betanocinco novos assentamentos, incluindo onovibet é da betanoBattir. Eles declararam uma área recordenovibet é da betanoterra,novibet é da betanopelo menos 23 km2, como propriedade do Estado.

A decisão significa que Israel considera o local como terra israelense, independentenovibet é da betanoestar nos territórios palestinos ocupados,novibet é da betanosernovibet é da betanopropriedade privadanovibet é da betanopalestinos ou ambos. Os palestinos ficam proibidosnovibet é da betanousar aquela terra.

Ao mudar os fatos no campo, como descrevem os colonos, eles esperam levar israelenses para as terras e construirnovibet é da betanoquantidade suficiente para tornarnovibet é da betanopresença irreversível. Enovibet é da betanoesperançanovibet é da betanolongo prazo é que Israel anexe formalmente aquelas terras.

Além do confisconovibet é da betanoterras sancionado pelo Estado, os extremistas também estabeleceram rapidamente novos postos avançados.

Em um deles, localizadonovibet é da betanoal-Qanoub, ao nortenovibet é da betanoHebron, imagensnovibet é da betanosatélite mostraram novas caravanas e estradas construídas nos meses decorridos desde o início da guerra. E, paralelamente, uma comunidade palestina inteira foi forçada a abandonar aquelas terras.

Mapa da Cisjordânia

Nós fomosnovibet é da betanocarro até al-Qanoub com Ibrahim Shalalda,novibet é da betano50 anos, e seu tio Mohammed,novibet é da betano80. Eles contaram que suas casas foram destruídas por colonosnovibet é da betanonovembro passado.

Enquanto nos aproximávamos, um colono extremista bloqueou a estrada com seu carro.

Logo chegaram israelenses armados e o grupo nos parou para inspeção. Alguns deles eram soldados das Forçasnovibet é da betanoDefesanovibet é da betanoIsrael (IDF, na siglanovibet é da betanoinglês), com insígnias nos seus uniformes. Um deles se identificou como oficialnovibet é da betanosegurança do assentamento.

O guarda do assentamento forçou os dois agricultores palestinos a saírem do carro e os revistou. Depoisnovibet é da betanoduas horas, os soldados das IDF dispersaram os colonos e liberaram o carro da BBC.

Ibrahim e Mohammed
Legenda da foto, Ibrahim e Mohammed quando o veículo parou o carro que levava a reportagem da BBC

Israel começou a colonizar a Cisjordânia logo depoisnovibet é da betanotomar o território da Jordânia e ocupá-lo, maisnovibet é da betanocinco décadas atrás. Desde então, sucessivos governos israelenses permitiram a expansão gradual dos assentamentos.

Atualmente, estima-se que três milhõesnovibet é da betanopalestinos morem na região (excluindo Jerusalém Oriental, que foi anexada por Israel), ao ladonovibet é da betanomeio milhãonovibet é da betanoisraelenses judeus, que ocupam maisnovibet é da betano130 assentamentos.

Mas uma figuranovibet é da betanodestaque do governonovibet é da betanodireita radical que chegou ao podernovibet é da betano2022 promete dobrar o númeronovibet é da betanocolonos para um milhão.

Bezalel Smotrich acredita que os judeus detêm o direito concedido por Deus sobre aquelas terras. Ele lidera um dos dois partidosnovibet é da betanodireita radical, apoiadores dos colonos, que o veterano primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu trouxe para a coalizão do seu governo, depois que as eleiçõesnovibet é da betano2022 o levaram novamente ao poder.

Smotrich é o ministro das Finançasnovibet é da betanoIsrael, mas também mantém um cargo no Ministério da Defesa. Foi esta função que permitiu que ele realizasse mudanças radicais das políticas israelenses na Cisjordânia.

O ministro investiu maciçamente as finanças do Estado nos assentamentos, incluindo novas rodovias e infraestrutura. Mas ele também criou uma nova burocracia, retirando os poderes do exército, para acelerar a construçãonovibet é da betanoassentamentos.

Em observações gravadas secretamente para seus apoiadores, Smotrich se vangloriounovibet é da betanotrabalhar para "mudar o DNA" do sistema, para que a anexaçãonovibet é da betanofato seja "mais fácilnovibet é da betanoengolirnovibet é da betanoâmbito legal e internacional".

'Missão da minha vida'

Nacionalistas religiosos se firmaram às margens da política israelense há décadas. Masnovibet é da betanoideologia vem lentamente se tornando mais popular.

Nas eleiçõesnovibet é da betano2022, os dois partidos conquistaram 13 cadeiras no parlamento israelense (que inclui, ao todo, 120 membros). E eles passaram a ser poderosos e influentes na coalizãonovibet é da betanodireita do primeiro-ministro Netanyahu.

Durante a guerra, Bezalel Smotrich e o também radical Itamar Ben-Gvir, agora ministro da Segurança Nacionalnovibet é da betanoIsrael, fizeram repetidos comentários incentivando a divisão social e provocando os aliadosnovibet é da betanoIsrael no Ocidente.

Quando o exércitonovibet é da betanoIsrael prendeu reservistas acusadosnovibet é da betanoabusar sexualmentenovibet é da betanoum prisioneiro palestino, Ben-Gvir declarou que era "uma vergonha" para Israel prender "nossos melhores heróis". E,novibet é da betanoagosto, Smotrich sugeriu que poderia ser "justificado e moral" promover a fome entre os habitantes da Faixanovibet é da betanoGaza.

É na Cisjordânia e na Faixanovibet é da betanoGaza que a direita radical tenta fazer mudanças permanentes.

"Este é um gruponovibet é da betanoisraelenses contrários a qualquer tiponovibet é da betanocompromisso com os palestinos ou com os outros vizinhos árabesnovibet é da betanoIsrael", segundo o jornalista veterano israelense Anshel Pfeffer, correspondente da publicação The Economist.

E, com a guerranovibet é da betanoGaza, a direita radical encontrou uma nova oportunidade. Smotrich convocou os moradores palestinos a deixar a região, abrindo o caminho para que os israelenses pudessem "fazer o deserto florescer".

Netanyahu descartou a possibilidadenovibet é da betanodevolver os assentamentos judeus na Faixanovibet é da betanoGaza. Mas ele permanece dependente dos partidosnovibet é da betanodireita radical, que ameaçam destruirnovibet é da betanocoalizão se ele assinar um acordonovibet é da betanocessar-fogo considerado "irresponsável" para libertar outros reféns israelenses atualmente nas mãos do Hamas.

A lógica dos extremistas pode ser seguida apenas por uma minoria dos israelenses. Mas ela ajuda a prolongar a guerra – e a transformar radicalmente o cenário da Cisjordânia, prejudicando as chancesnovibet é da betanopaz a longo prazo.