Seis mesesemail realsbetguerraemail realsbetGaza: as profundas divisões que afastam cada vez mais a paz do Oriente Médio:email realsbet

Soldados israelenses sentados ao ladoemail realsbetgrande arma

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A rivalidade entre Irã e Israel se tornou uma das principais fontesemail realsbetinstabilidade no Oriente Médio

Os números mostram recordes no horror dos últimos seis meses. Maisemail realsbet33 mil pessoas foram mortasemail realsbetGaza, a maioria delas civis,email realsbetacordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

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Fim do Matérias recomendadas

Menino olhando para baixo,email realsbetmeio a escombros

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Sem um cessar-fogo, organizações preveem que o númeroemail realsbetcrianças morrendo por desnutrição seguirá crescendo rapidamente

De acordo com a instituição Save the Children, 13,8 mil crianças palestinas foram mortasemail realsbetGaza e maisemail realsbet12 mil ficaram feridas. A Unicef relata que mil crianças tiveram uma ou duas pernas amputadas.

Maisemail realsbet1,2 mil israelenses, a maioria civis, foram mortos pelo ataque do Hamasemail realsbet7email realsbetoutubro, e 253 pessoas foram levadas pra Gaza como reféns. Israel diz que 130 reféns ainda estãoemail realsbetcativeiro e ao menos 34 estão mortos.

Uma equipe das Nações Unidas relatouemail realsbetmarço ter informações confiáveisemail realsbetque os reféns foram alvoemail realsbetviolência sexual, incluindo "estupro, tortura sexual e tratamento cruel, desumano e degradante".

A equipe também disse que há indícios suficientes para acreditar que a violência contra os reféns continua.

Kibutz devastado

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Novo podcast investigativo: A Raposa

Uma toneladaemail realsbetcocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

Episódios

Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

O kibutz Nir Oz fica bem na fronteiraemail realsbetIsrael com Gaza.

Ele parece uma cápsula do tempo ainda presa aos horroresemail realsbet7email realsbetoutubroemail realsbet2023. Naquela manhã, logo após o amanhecer, o Hamas rompeu os muros e entrou no local.

Até o Exército israelense chegar, no início da tarde, um quarto dos cercaemail realsbet400 israelenses que viviam ali foram ou mortos pelo Hamas ou levados como reféns.

Ron Bahat, um homem com cercaemail realsbet50 anos que cresceu no Nir Oz, mostra como o local está hoje. Ele eemail realsbetfamília sobreviveram por sorte e por conseguir segurar a porta do quarto do pânico quando o Hamas entrou ememail realsbetcasa.

A BBC caminhou por fileirasemail realsbetpequenas casas, com jardins que hoje estão crescendo sem cuidados. Muitas exibem buracosemail realsbetbala ou estão queimadas.

Outras não foram tocadas desde que os corpos dos mortos foram encontrados e retirados dali.

Ron aponta as casasemail realsbetamigos e vizinhos que foram mortos e sequestrados. Em uma casa bastante danificada, uma pilhaemail realsbetroupas infantis cuidadosamente passadas haviaemail realsbetalguma forma sobrevivido ao fogo. Já a família que morava ali não sobreviveu.

Agasalhos e mochila queimados

Crédito, OREN ROSENFELD

Legenda da foto, Agasalhos e mochilaemail realsbetcriança ainda estão penduradosemail realsbetuma casa que foi incendiada no kibutz

Uma ironia triste é que o Nir Oz é parteemail realsbetum movimentoemail realsbetesquerda que historicamente defende a paz com os palestinos.

Seis meses depois do ataque do Hamas, Ron não está disposto a fazer quaisquer concessões ao Hamas.

"Olha, eu desejo que haja um líder que leve alguma prosperidade [a Gaza], porque no fim nós precisamos ter paz", diz ele.

"Mas qualquer um que apoie o Hamas é um inimigo. No momentoemail realsbetque eles largarem as armas, a guerra acaba. No momentoemail realsbetque Israel largar as armas, nós deixamosemail realsbetexistir. Essa é a diferença."

Em Nir Oz, cacosemail realsbetvidro ainda quebram sob os sapatos e casas destruídas têm cheiroemail realsbetplástico e madeira queimados. Não há ninguém ali para limpar.

Alguns dos moradores que sobreviveram até voltaram para visitas rápidas, mas a maioria se mantém à distância, vivendoemail realsbethotéis mais para dentroemail realsbetIsrael.

Casa queimada; no entanto, é possível ver fileira com 6 bandeirasemail realsbetIsrael bem preservadas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Cercaemail realsbet100 pessoas,email realsbetum totalemail realsbet400 moradores desse kibutz, foram sequestradas ou assassinadas pelo Hamas

A jovem Yamit Avital voltou para mostrar o local a um amigo por algumas horas.

Naquela manhãemail realsbetoutubro, ela estavaemail realsbetTel Aviv. Seu marido estavaemail realsbetcasa e conseguir fugir com as crianças. O irmão dele, que morava perto, foi morto.

As mãosemail realsbetYamit tremiam levemente enquanto ela falava sobre a possibilidadeemail realsbetvoltar a moraremail realsbetNir Oz.

"Eu não sei, é muito cedo... Talvez a gente possa começar a pensar sobre isso quando os reféns voltarem. Não conseguimos pensar sobre isso agora", diz ela.

Não há quem possa mostrar à BBC as ruínasemail realsbetKhan Younis ou da Cidadeemail realsbetGaza, ou as barracas dos 1,4 milhãoemail realsbetcivis desalojadosemail realsbetRafah, da mesma forma como Ron Bahat mostrou o kibutzemail realsbetNir Oz.

Isso porque jornalistas internacionais não podem entraremail realsbetGaza, já que Israel e o Egito, que têm controle das fronteiras, não o permitem.

A única exceção são viagens organizadas pelas Forçasemail realsbetDefesaemail realsbetIsrael (FDI) — somente a convite e altamente supervisionadas.

Yamit Avital sorrindo contidamenteemail realsbetfrente a carro
Legenda da foto, Yamit Avital se mostra reticente sobre voltar a moraremail realsbetNir Oz

Eu participeiemail realsbetuma dessas viagens, ao norteemail realsbetGaza, no inícioemail realsbetnovembro.

Com apenas cercaemail realsbetum mêsemail realsbetguerra, o poderemail realsbetfogo israelense já tinha reduzido a área a um deserto.

Acumulam-se provasemail realsbetque tanto o Hamas como Israel podem ter cometido crimesemail realsbetguerra.

O Tribunal Internacionalemail realsbetJustiçaemail realsbetHaia está investigando Israel por alegações "plausíveis"email realsbetgenocídio contra os palestinos num caso movido pela África do Sul.

Mas o tribunal não pode julgar uma acusação contra o Hamas porque não se trataemail realsbetum Estado. O grupo é classificado como uma organização terrorista pelos EUA, pelo Reino Unido e por vários outros países.

Israel rejeita a acusaçãoemail realsbetque é culpado por um genocídio. Para muitos dos seus cidadãos e apoiadores, é grotesco e ofensivo alegar que o Estado criado depois do Holocausto está ele próprio cometendo um genocídio.

Um dos conselheiros jurídicosemail realsbetIsrael, Tal Becker, disse aos juízes do tribunalemail realsbetHaia que “o terrível sofrimento dos civis, tanto israelenses como palestinos, é antesemail realsbetmais nada o resultado da estratégia do Hamas”.

Os palestinos veem as acusações por uma lente diferente, moldada por anosemail realsbetocupação militar por Israel.

Muitos palestinos acreditam que Israel já criou um estadoemail realsbetapartheid que lhes nega os direitos mais básicos.

Em Jerusalém, na Páscoa, um proeminente ativista cristão palestino, Dimitri Diliani, disse-me que "matar crianças é matar crianças".

"Não importa quem é a criança que está sendo morta e não importa quem está matando", defendeu.

“Reconheço o Holocausto, mas isso não significa um sinal verde para Israel cometer genocídio contra o meu povo ou qualquer outro povo.”

Bombardeio a noiteemail realsbetmeio a prédios

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Legenda da foto, Depois do 7email realsbetoutubro, Israel tem bombardeado Gaza dia e noite

Pontoemail realsbetvirada na guerra?

A análise no Tribunal Internacionalemail realsbetJustiça deve levar anos e os acusadoresemail realsbetIsrael terãoemail realsbetprovar a intencionalidade do país nos atosemail realsbetguerra para ganhar o caso.

O conflito e as mortesemail realsbetcivis não constituem tecnicamente, por si só, genocídio.

A equipe jurídica da África do Sul argumenta que declarações como a feita pelo ministro da Defesaemail realsbetIsrael, Yoav Gallant,email realsbet9email realsbetoutubro, mostram intenções genocidas.

"Ordenei um cerco completo à Faixaemail realsbetGaza. Não haverá eletricidade, nem comida, nem combustível. Tudo está fechado", disse ele depoisemail realsbetvisitar o Comando Sul das FDIemail realsbetBeersheba.

"Estamos lutando contra animais humanos e agindoemail realsbetacordo com isso."

Israel foi forçado pela pressão internacional, especialmenteemail realsbetWashington, a afrouxar planos do bloqueio que o ministro previa.

A quantidadeemail realsbetassistência chegando a Gaza ainda era claramente inadequada.

Após seis mesesemail realsbetconflito, Gaza enfrenta uma fome iminente,email realsbetacordo com a Classificação Integrada das Fasesemail realsbetSegurança Alimentar.

A organização Oxfam calcula que 300 mil pessoas isoladas no norteemail realsbetGaza vivem desde janeiro com uma médiaemail realsbet245 calorias por dia — o equivalente a uma lataemail realsbetfeijão.

A catástrofe humanitáriaemail realsbetGaza também foi registradaemail realsbetdetalhe por jornalistas palestinos, por civis nas redes sociais e pelas organizações humanitárias cujos funcionários estão autorizados a entrar no território.

Sete membros da World Central Kitchen (WCK), que fornecia milhõesemail realsbetrefeições aos palestinosemail realsbetGaza, foram mortos pelo Exército israelenseemail realsbet1ºemail realsbetabril.

As mortes indignaram o presidente americano Joe Biden e outros líderesemail realsbetpaíses aliados ferrenhosemail realsbetIsrael. As críticas deixaram Israel ainda mais isolado.

O país não espera simpatiaemail realsbetgrande parte do mundo, mas esperava apoio e compreensãoemail realsbetpoderosos aliados ocidentais.

Em vez disso, esses aliados estão rejeitando a alegaçãoemail realsbetIsraelemail realsbetque não impede a entrada e circulaçãoemail realsbetajuda humanitária.

Foto aéreaemail realsbetcidade destruída

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Legenda da foto, Muitas cidadesemail realsbetGaza foram reduzidas a escombros por ataques israelenses

Biden conseguiu extrair concessões incomumente rápidasemail realsbetIsrael, que prometeu maior acesso humanitário a Gaza. Talvez a Casa Branca tenha ameaçado impor condições ao usoemail realsbetarmas americanasemail realsbetGaza.

As mortes da equipe da WCK parecem ter sido um pontoemail realsbetvirada para o presidente Biden, cujo apoio a Israel tem sido uma constante ao longo daemail realsbetcarreira política.

Apoiar Israel ainda é o seu princípio firme, mas os EUA já não estão preparados para transformar isso numa redeemail realsbetproteção para Benjamin Netanyahu e seus parceiros extremistas da coligação.

Os palestinos perguntam, com alguma raiva e frustração, porque foram necessárias as mortesemail realsbetsete trabalhadores humanitários, incluindo seis ocidentais, para se ver alguma mudança — depois das mortesemail realsbetmilharesemail realsbetpalestinosemail realsbetGaza.

As agências humanitárias atuandoemail realsbetGaza afirmam que o ataque aos trabalhadores da WCK não foi um incidente isolado, mas o resultadoemail realsbetum desrespeito enraizado pelas vidas dos civis palestinos.

Mulher lê livro para criança no coloemail realsbetmeio a assentamento improvisado

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Legenda da foto, As mulheres e as crianças estão entre os mais afetados pelas operações militaresemail realsbetIsraelemail realsbetGaza

A indignação do presidente Biden pode ter demorado a chegar, mas poderia criar um pontoemail realsbetvirada na guerra.

No próximo mês, uma formaemail realsbetavaliar a possível mudança é simplesmente contabilizar se Israel está matando menos civis palestinos ou se o aumento do fluxoemail realsbetassistência alimentar e médica pode resgatar Gaza da fome.

Outro teste será observar se Netanyahu vai desafiar as críticas americanas e avançar com um ataque terrestre a Rafah, onde Israel afirma que unidades restantes do Hamas devem ser destruídas.

Os EUA dizem que isso não deve acontecer até que Israel consiga encontrar uma formaemail realsbetproteger as vidasemail realsbetquase 1,5 milhãoemail realsbetpalestinos que estão refugiados lá.

Lalzawmi 'Zomi' Frankcom murió "haciendo el trabajo que amaba", dijo su familia en un comunicado.

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Legenda da foto, Lalzawmi 'Zomi' Frankcom (à esq.) foi uma das funcionárias da WCK mortasemail realsbetGaza

Pressão internaemail realsbetIsrael

Benjamin Netanyahu entregou a “poderosa vingança” que prometeu aos israelensesemail realsbet7email realsbetoutubro.

As suas outras promessas,email realsbetvitória total, destruição do Hamas e volta dos reféns, não foram cumpridas.

Dentroemail realsbetIsrael, Netanyahu enfrenta forte pressão política. Seus índicesemail realsbetaprovação nas pesquisasemail realsbetopinião despencaram.

Na semana passada, milharesemail realsbetmanifestantes agitando bandeiras israelenses bloquearam as ruas ao redor do Parlamentoemail realsbetJerusalém, exigindo a demissão do primeiro-ministro e novas eleições.

"Netanyahu tem interesseemail realsbetprolongar a guerra tanto quanto puder, porque enquanto a guerra continuar, ele pode dizer que agora não é o momento para novas eleições", afirmou Nava Rosalio, uma das líderes do movimento contra Netanyahu.

Seu grupo se chama Busha em hebraico, que se traduz como "Vergonha".

“Ele diz que agora não é horaemail realsbetprocurar quem é o responsável, que é ele. Ele prefere manter os refénsemail realsbetGaza e prolongar a guerra”.

Quando o Hamas atacou, Israel estava profundamente divididoemail realsbetrelação às políticasemail realsbetdireita do governo e às guerras culturais entre israelenses seculares e religiosos.

Desde então, os reservistas que haviam suspendidoemail realsbetprotesto seu alistamento militar voltaram a vestir o uniforme.

As manifestações foram interrompidasemail realsbetprol da unidade nacional.

Seis meses depois, já não é mais considerado antipatriótico protestar contra o fracasso do governoemail realsbetpôr fim à guerra eemail realsbetresgatar os reféns.

As divisõesemail realsbetIsrael estão mais uma vez escancaradas.

Manifestantes a noite, erguendo bandeirasemail realsbetIsrael

Crédito, OREN ROSENFELD

Legenda da foto, Manifestantesemail realsbetJerusalém pediram recentemente a saídaemail realsbetNetanyahu

Netanyahu enfrenta acusações contundentesemail realsbetque aemail realsbetprioridade é a própria sobrevivência política.

Para permanecer no poder, ele deve preservar aemail realsbetcoligação, que é construída com o apoioemail realsbetpartidos judeus ultranacionalistas.

Eles não se opõem apenas à libertaçãoemail realsbetmassaemail realsbetprisioneiros palestinosemail realsbettroca da libertaçãoemail realsbetreféns israelenses, sem a qual um cessar-fogo não acontecerá.

Os dois principais aliados ultranacionalistasemail realsbetNetanyahu, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, vão mais longe. Ambos querem que os palestinos deixem Gaza para que os judeus possam estabelecer-se lá.

O primeiro-ministro, conhecido pelas suas competências nas artes obscuras da política, está tentanto se equilibrar para manter essa ala da coligação feliz, ao mesmo tempo que nega que as opiniõesemail realsbetSmotrich e Ben-Gvir reflitam a política do governo.

Antesemail realsbetoutubro, as divisõesemail realsbetIsrael devem ter feito com que o país parecesse vulnerável ao Hamas.

Seis meses depois, as mesmas rupturas dentroemail realsbetIsrael estão dificultando a vitória na guerra.

Futuro palestino

Yahya Sinwar acenando para foto, rodeado por seguranças

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Legenda da foto, Yahya Sinwar é o líder do Hamasemail realsbetGaza e autor intelectual dos ataquesemail realsbet7email realsbetoutubro

Capturar ou matar Yahya Sinwar, o líder do Hamasemail realsbetGaza e mentor dos ataquesemail realsbet7email realsbetoutubro, daria a Israel a oportunidadeemail realsbetdeclarar vitória.

Mas ele ainda está vivo, enviandoemail realsbetonde quer que esteja posicionamentosemail realsbetsucessivas etapasemail realsbetnegociaçãoemail realsbetum cessar-fogo.

Acredita-se que ele estejaemail realsbetalgum ponto da redeemail realsbettúneis subterrâneos do Hamas, protegido por guarda-costas e por um escudo humanoemail realsbetreféns israelenses.

Yahya Sinwar deve estar decepcionado pelo fatoemail realsbetos palestinos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, não terem demonstrado apoio massivo a Gaza.

Alguns devem estar pensando a longo prazo, esperando para ver como os acontecimentos se desenrolamemail realsbetGaza e no Oriente Médioemail realsbetgeral.

Outros estão lutando para alimentar as suas famílias agora que milharesemail realsbetpalestinos foram impedidosemail realsbettrabalharemail realsbetIsrael.

Israel lançou muitos ataques mortais contra grupos armados na Cisjordânia, matando inocentes no processo e prendendo milharesemail realsbetpessoas que estão detidas sem julgamento.

Alguns agricultores palestinos foram expulsos das suas terras após intimidação violenta — e por vezes mortal — por parteemail realsbetcolonos judeus extremistas.

Acampamentoemail realsbetárea árida

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Legenda da foto, Acampamento improvisado paraemail realsbetRafah, no sul da Faixaemail realsbetGaza

As pesquisasemail realsbetopinião mostram um forte apoio dos palestinos aos ataquesemail realsbet7email realsbetoutubro, embora muitos rejeitem as evidênciasemail realsbetque o Hamas tenha cometido atrocidades.

Numa manifestação barulhenta contra os israelensesemail realsbetRamallah, na Cisjordânia, perguntei a Joharah Baker, uma ativista palestina, se os ataques do Hamas tinham aproximado os palestinos da libertação do poder israelense.

Ela respondeu que esse não era o ponto.

"O que aconteceuemail realsbet7email realsbetoutubro é apenas uma coisa que aconteceuemail realsbetmuitos anosemail realsbetopressão... A nossa luta continuará até sermos livres. Isso é o que qualquer povo sob ocupação, sob opressão, sob colonos faria", argumentou Baker.

De acordo com o pesquisador palestino Khalil Shikaki, especialistaemail realsbetpesquisasemail realsbetopinião, mesmo aqueles que não gostam do Hamas aprovam que os ataques tenham recolocado o desejo palestinoemail realsbetindependência no mapa político do Oriente Médio.

E as mais recentes pesquisas indicam que os jovens palestinos não acreditam que a soluçãoemail realsbetdois Estados — com uma Palestina independente ao ladoemail realsbetIsrael —algum dia acontecerá.

Em vez disso, diz ele, vários jovens com menosemail realsbet30 anos querem um Estado único entre o Mar Mediterrâneo e o rio Jordão, no qual acreditam que poderiam batalhar e conquistar direitos democráticos.

Esses jovens comparam aemail realsbetluta com aquela contra o Apartheid na África do Sul e acreditam que há um Nelson Mandela palestinoemail realsbetuma prisão israelense.

Trata-seemail realsbetMarwan Barghouti, preso desde 2002 e cumprindo cinco penasemail realsbetprisão perpétua por homicídio.

Se ele concorresse à presidência, as estimativas mostram que ele venceria facilmente.

Embora ele seja líder da facção palestina rival, Fatah, o Hamas colocou o nomeemail realsbetMarwan Barghouti na listaemail realsbetprisioneiros palestinos que pretende libertaremail realsbettrocaemail realsbetreféns israelenses.

É impossível imaginar judeus israelenses desistindo da natureza judaica do seu Estado.

O fatoemail realsbetos palestinos verem isso como uma possibilidade é outro sinal da distância entre eles.

Uma idosa palestina entre escombros

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Legenda da foto, Uma idosa palestina entre escombros

Após seis mesesemail realsbetguerra, não há sinais imediatosemail realsbetque ela esteja terminando.

Benjamin Netanyahu evitou expor quaisquer detalhes sobre seus planos para o controleemail realsbetGaza após a guerra, exceto quando defendeu que Israel deveria estar no poder —email realsbetoutras palavras, com uma ocupação.

Ele rejeitou a proposta dos EUAemail realsbetsubstituir as tropas israelenses por uma força da Autoridade Palestina (AP), que administra partes da Cisjordânia.

Os americanos querem uma AP revitalizada, que eventualmente governe Gaza.

Isso provavelmente exigiria uma nova liderança. O atual presidente palestino, Mahmoud Abbas, é idoso e extremamente impopular.

Os palestinos dizem que ele não conseguiu combater a corrupção, não demonstrou empatia por Gaza e não conseguiu que a polícia palestina protegesse a população dos agressivos colonos judeus, enquanto ele mantém uma cooperação com Israel na segurança.

Benjamin Netanyahu também rejeitou a propostaemail realsbetJoe Bidenemail realsbetum grande acordo que transformaria o Oriente Médio.

Em trocaemail realsbetpermitir a independência palestina, Israel seria reconhecido pela Arábia Saudita, e os sauditas obteriam um acordoemail realsbetdefesa ao estilo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com os EUA.

Em vez disso, o primeiro-ministro diz aos israelenses que ele é o único homem capazemail realsbetsalvá-los do perigo mortalemail realsbetum Estado palestino.

Isto é música para os ouvidos dos ultranacionalistas do seu governo, que estão muito mais interessadosemail realsbetmanter a Cisjordânia e toda Jerusalém do queemail realsbetfazer um acordo com a Arábia Saudita.

Longe das salasemail realsbetconferências onde os líderes discutem o futuro, a guerra criou outro enorme obstáculo à paz.

Palestinos e israelenses nunca estiveram tão desconfiados uns dos outros desde as décadas turbulentasemail realsbetassassinatos, sequestros e guerrasemail realsbet1950 e 1960.

O pesquisador Khalil Shikaki identifica um processo mútuo e aceleradoemail realsbetdesumanização desde 7email realsbetoutubro.

"Os palestinos não são vistos como parceiros para a paz. Eles não são vistos como pessoas que merecem igualdade, por conta do que fizeramemail realsbet7email realsbetoutubro. Portanto, eles [israelenses] questionam aemail realsbethumanidade. Infelizmente, vemos consequências semelhantes também entre os palestinos, que vêem o que está acontecendoemail realsbetGaza."

"Esta desumanização é absolutamente desastrosa para o futuro."

*Com reportagem adicionalemail realsbetOren Rosenfeld, Fred Scott e Kathy Long