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Lula precisa passar o cargo para Alckmin? O que acontece quando um presidente brasileiro está internado:futebol ao
Entretanto, há a expectativafutebol aoque o presidente só tenha alta e volte para Brasília na semana que vem.
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A previsão do Palácio do Planalto até terça (10/12) erafutebol aoque Lula não iria se licenciar da Presidência e continuaria formalmente no cargo. A BBC News Brasil procurou a assessoriafutebol aoimprensa dele para perguntar se essa orientação mudaria com a notícia do procedimento endovascular, mas não teve resposta.
Na prática, o vice-presidente Geraldo Alckmin assumiu parte da agenda que estava prevista para Lula na terça-feira. Ele cancelou um compromisso que teriafutebol aoSão Paulo e voltou cedo a Brasília para uma reunião bilateral com o Primeiro-Ministro da Eslováquia, Robert Fico.
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Segundo professoresfutebol aodireito ouvidos pela BBC News Brasil, não há regras claras na legislação brasileira sobre a substituição do presidentefutebol aocasofutebol aointernação.
O artigo 79 da Constituição dá orientações vagas: "Substituirá o Presidente, no casofutebol aoimpedimento, e suceder-lhe-á, nofutebol aovaga, o Vice-Presidente".
E não há uma lei complementar regulando esse artigo.
Para o advogado Felipe Fonte, professorfutebol aodireito público da FGV, a Constituição "é lacônica" sobre as situaçõesfutebol aoimpedimento, deixando muito a critério do presidente como proceder.
Ele lembra que o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a despachar do hospital durante seu mandato quando passou por algumas internações decorrentes da facada que sofreu na campanhafutebol ao2018.
"Se ele [Lula] está consciente, eu acho que ele pode escolher seguir no exercício da função, mesmofutebol aosituação hospitalar, tal como Bolsonaro fazia. Ou pode admitir que o vice-presidente atue temporariamente e solicitar o afastamento médico", afirma Fonte.
Assim que assumiu o cargo, Bolsonaro passou por uma cirurgiafutebol aojaneirofutebol ao2019 e ficou 18 dias no hospital. Na ocasião, ele tirou licença médica apenas nos dois primeiros dias, períodofutebol aoque passou temporariamente o cargo para seu vice, o general Hamilton Mourão.
A situação se repetiufutebol aosetembro daquele ano, quando Mourão assumiu a função por cinco dias, metade do períodofutebol aointernação.
Jáfutebol ao2021, quando Bolsonaro foi internadofutebol aoemergência devido a uma obstrução no intestino, a avaliação foi que Mourão não precisava assumir o cargo. O então vice-presidente manteve uma viagem para Angola, onde participou da Cúpula da Comunidade dos Paísesfutebol aoLíngua Portuguesa (CPLP).
Acordo entre presidente e vice
Para o constitucionalista Diego Werneck, professor do Insper, a faltafutebol aodetalhamento da Constituição sobre as situaçõesfutebol aoafastamento faz com que essa decisão, geralmente, seja tomadafutebol aoacordo entre o presidente e o vice.
"A Constituição não regulafutebol aodetalhes o que é impedimento e a gente não deveria imaginar que isso tem que ser entendidofutebol aouma forma muito abrangente", afirma.
"Então, quando o presidente está dormindo ou mesmo passando por uma operação, ele, naquele momento, não está podendo exercer a função. Mas nem por isso a gente imagina que sempre que o presidente dorme e o vice está acordado, automaticamente o vice tem poder decisório como se presidente fosse", exemplifica.
Segundo Werneck, a incapacidade por apenas algumas horas não costuma gerar a necessidadefutebol aoum licenciamento formal. A situação, ressalta, pode ficar mais complexa no casofutebol aoum período mais longofutebol aoinconsciência do presidente.
"É claro que, se tiver alguma necessidadefutebol aouma decisão presidencial [enquanto o presidente estiver impedido por questõesfutebol aosaúde], aí vai ter que se tomar uma decisão política", nota o professor.
"E digo que é uma decisão política, porque, evidentemente, num cenário que um presidente fique inconsciente muito tempo, o próprio vice pode dizer 'olha, agora eu preciso entrar'. E outras pessoas, ministros, podem dizer 'não, peraí, o presidente não está impedido'", ressalta Werneck.
Como ocorre nos Estados Unidos?
Se o presidente dos Estados Unidos se tornar incapazfutebol aodesempenhar seu papel, a Constituição americana coloca os "poderes e deveres" do cargo nas mãos do vice-presidente.
E a 25ª Emenda, ratificada no final dos anos 60, torna esse processo mais claro.
Ela prevê que o presidente deve enviar uma carta ao Congresso comunicando seu afastamento, por exemplo, no casofutebol aoum tratamentofutebol aosaúde. Com isso, o vice-presidente se torna o presidente interino.
Depois, quando o presidente está recuperado, ele precisa enviar outra carta ao Congresso avisando que está pronto para reassumirfutebol aofunção.
Já na hipótesefutebol aoo presidente sofrer alguma emergência que o impeçafutebol aoenviar a carta, isso deverá ser feito pelo vice-presidentefutebol aoconjunto com a maioria do gabinete presidencial (o que no Brasil equivaleria à equipe ministerial).
Da mesma forma, o presidente tem que enviar uma carta ao Congresso para reassumir o cargo, quando está novamente apto.
Mas, se o vice-presidente e o gabinete ministerial não concordarem que o presidente está pronto para voltar àfutebol aofunção, cabe ao Congresso decidir.
A substituição temporária do comando do país já ocorreu algumas vezes nos Estados Unidos. Em 1985, quando o presidente Ronald Reagan esteve no hospital para uma cirurgiafutebol aocâncer, ele colocou seu vice-presidente, George HW Bush, no comando por algumas horas.
"Estou prestes a passar por uma cirurgia, durante a qual estarei breve e temporariamente incapazfutebol aoexercer os poderes e deveres constitucionais do Gabinete do Presidente dos Estados Unidos", dizia a cartafutebol aoReagan.
Em 2002 e 2007, períodofutebol aoque os Estados Unidos estavamfutebol aoguerras no Afeganistão e no Iraque, o presidente George W. Bush fez o mesmo com seu vice-presidente, quando foi sedado durante colonoscopiasfutebol aorotina.
Já a vice Kamala Harris se tornou a primeira mulher a assumir o comando do país ao substituir Joe Biden por pouco maisfutebol aouma hora enquanto ele estava sedado realizando um examefutebol aocolonoscopiafutebol ao2021.
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