'O lítio nos pertence': os indígenas que lutam contra exploração do 'ouro branco':erfahrungen bwin
Tornou-se especialmente demandado à medida que os carros elétricos, que também utilizam lítio nas suas baterias, estão se tornando cada vez mais populares.
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A Argentina é o quarto maior produtor mundialerfahrungen bwinlítio (atráserfahrungen bwinAustrália, Chile e China), mas alguns residenteserfahrungen bwinJujuy dizem que não só não se beneficiam da indústria, como também seu modoerfahrungen bwinvida está ameaçado por ela.
A extraçãoerfahrungen bwinlítio requer enormes quantidadeserfahrungen bwinágua – cercaerfahrungen bwin2 milhõeserfahrungen bwinlitros por tonelada.
E moradores como Nati Machaca, que vivem da terra e criam gado nesta área predominantemente rural, temem que a atividade esteja secando o solo e poluindo a água local.
"Se isso continuar,erfahrungen bwinbreve passaremos fome e ficaremos doentes", alerta ela.
Questão fundiária
A posição dos maiserfahrungen bwin400 grupos indígenas que habitam estas montanhas é complicada pelo fatoerfahrungen bwinmuitos não terem títulos legais das terras onde vivem há séculos – muito antes da chegada dos conquistadores espanhóis no século 16.
Machaca é um exemplo disso. Ela moraerfahrungen bwinum terreno que seu avô comprou do proprietário para quem ele trabalhava.
"Naquela época eram todos acordos verbais", explica ela. "Mas não há provas."
Ela e muitos outros, que não têm documentos legais para apoiar as suas reivindicações sobre a terra, podem agora enfrentar o despejo sob uma controversa reforma constitucional aprovadaerfahrungen bwinjunho pelo governadorerfahrungen bwinJujuy, Gerardo Morales.
"[O governador] Morales vem atrás da terra porque sabe que é onde está o lítio", diz Machaca.
A nova constituição também limita o direitoerfahrungen bwinprotesto, mas isso não dissuadiu as comunidades indígenas, que bloquearam as estradas para as minaserfahrungen bwinlítio.
A polícia foi enviada para retirá-los, mas os manifestantes dizem que isso os tornou mais unidos e determinados.
"Não vamos sair. A terra é nossa, o lítio nos pertence", insistiram.
O processoerfahrungen bwinprodução do lítio
No total, existem 38 projetoserfahrungen bwinmineraçãoerfahrungen bwinlítio no norte da Argentina, dos quais três já estãoerfahrungen bwinfuncionamento.
Grande parte do lítio nesta área está localizado abaixo das salinas na formaerfahrungen bwinsalmouraerfahrungen bwinlítio.
Para chegar aos depósitos subterrâneos, as empresas primeiro precisam perfurar. A salmoura é então bombeada para a superfícieerfahrungen bwinlagoas artificiais, onde parte do líquido evapora antes que o lítio seja extraído por meioerfahrungen bwinuma sérieerfahrungen bwinprocessos químicos.
As comunidades locais alertam que o impacto da mineraçãoerfahrungen bwinlítio no ambiente é considerável, tanto pela enorme quantidadeerfahrungen bwinágua que o processo requer, como pela poluição do ar e da água que os produtos químicos utilizados na extração podem causar.
Marie-Pierre Lucesoli é gerente da câmaraerfahrungen bwinmineração da vizinha Salta, província também ricaerfahrungen bwinlítio, e afirma que os processoserfahrungen bwinobtençãoerfahrungen bwinlítio "evoluem diariamente com o objetivoerfahrungen bwinse tornarem mais sustentáveis".
Segundo Lucesoli, as empresas estão fazendo grandes esforços para otimizar o uso da água, bem como para reduzir o usoerfahrungen bwincombustíveis fósseis, com quase todas as usinaserfahrungen bwinmineraçãoerfahrungen bwinlítio planejadas para funcionar com energia solar.
Mas Néstor Jérez, chefe do povo indígena Ocloya, continua preocupado com o impacto que a atual mineraçãoerfahrungen bwinlítio tem e que os projetos futuros poderão ter.
Grupos indígenas como os Ocloya buscam vivererfahrungen bwinharmonia com a Pachamama (Mãe Terra), a quem veneramerfahrungen bwincerimônias.
É da Pachamama que Néstor Jérez diz que os povos indígenas tiram forças para se opor aos projetos minerários: "Ela é a fiadora da vida, por isso vamos defendê-la custe o que custar."
Marcha pela Paz
Ele não se deixa influenciar pelo argumento apresentado por Lucesoli, que afirma que a mineraçãoerfahrungen bwinlítio gera emprego local e que com isso surgem oportunidadeserfahrungen bwineducação e formação.
"A riqueza não tem a ver apenas com a melhoria econômica dos habitantes, mas também com a melhoria da qualidadeerfahrungen bwinvida que durará muitas gerações", afirma.
Sentindo que suas preocupações não estavam sendo atendidas, os grupos indígenas marcharam até a capital argentina, Buenos Aires, para que suas exigências fossem ouvidas pelo governo nacional.
A marcha, chamada "Malónerfahrungen bwinla Paz" (Marcha pela Paz), segue o modeloerfahrungen bwinprotestos indígenas semelhantes realizadoserfahrungen bwin1946 e 2006.
Os participantes deste terceiro “Malónerfahrungen bwinla Paz” dizem estar determinados a não ceder até que a reforma constitucional apoiada pelo governador Morales seja revogada.
Mas reforçam queerfahrungen bwinluta é muito mais ampla do que pela terra onde vivem.
"A mineração está prejudicando a biodiversidade e agravando a crise climática", disseram os que marcharam para a capital.
Entretanto, Lucesoli argumenta que o lítio contribuirá para mitigar as alterações climáticas, uma vez que é um elemento-chave na produção das baterias necessárias para a trocaerfahrungen bwincarros a gasolina e diesel para veículos eléctricos.
Para ela, o mineral faz parte "da transformação energética para descarbonizar o mundo".
Ela admite, porém, que "o setor empresarial precisa informar melhor a comunidade", a fimerfahrungen bwinconscientizar as pessoas que se opõem à mineraçãoerfahrungen bwinlítio.
Mas aqueles que controlam os bloqueioserfahrungen bwinestradaserfahrungen bwinJujuy e muitos que marcharam para Buenos Aires insistem que não desistirão daerfahrungen bwinresistência.
"Isto não é só para nós: é para as gerações futuras e para o bem-estarerfahrungen bwintoda a humanidade."
erfahrungen bwin Todas as fotos por Natalia Favre e sujeitas a direitos autorais