Costa da Morte: como um pescador descobriu maiscassino da betano1.000 barcos naufragados no litoral da Espanha:cassino da betano
Ao contráriocassino da betanooutras histórias fantásticascassino da betanopescador, ascassino da betanoPepe costumam ser bastante realistas e estão muito bem documentadas. São maiscassino da betano1.000 naufrágios cartografados, formando um mapacassino da betanotesouros ecassino da betanotragédias.
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Alguns dos acidentes marítimos mais conhecidos do mundo, como o do barco britânico HMS Serpent e o do navio petroleiro Prestige ocorreram na Costa da Morte e, antescassino da betanopesquisadores e cientistas mapearem esta região do Atlântico Norte, ela já havia sido estudada por um Pepecassino da betanoOlegario.
“Me ofereciam trabalhos na terra para ganhar mais, mas eu não aceitava. E, quando tinha que voltar para casa aos domingos, ficava triste”, conta à BBC News Brasil.
Mas Pepecassino da betanoOlegario nunca foi um pescadorcassino da betanotilápias. Ele dedicoucassino da betanovida a encontrar uma espécie única: o carrancudo e misterioso mero. Este peixe era tão difícilcassino da betanoser encontrado que se tornou quase uma lenda.
O quilo do mero era um dos mais caros nas feiras galegas, o que aumentavacassino da betanofama. Então, pescadores impressionados decidiram seguir Pepecassino da betanoumcassino da betanoseus diascassino da betanotrabalho e descobriram o segredocassino da betanoseu sucesso.
Os meros são peixes com maiscassino da betano100 quilos que podem vivercassino da betanoprofundidades superiores a 200 metros. Estas condições impedem a formaçãocassino da betanorefúgios naturais, como algas e corais. Então, estes animais acabam vivendo dentrocassino da betanocascos, âncoras e pedaçoscassino da betanobarcos naufragados.
"Eu trocava diascassino da betanopesca para caçar naufrágios. Naquela época, já sabia que, se encontrasse algum, encontraria também os meros”, afirma.
Os maiscassino da betanoquarenta anos cartografando os destroços perdidos no litoral da Galícia renderam a Pepe uma forte parceria com embarcações da região.
Capitães franceses, espanhóis e portugueses avisavam diretamente o pescador quando voltavam com suas redes rasgadas do mar.
“Todos me conheciam, eles me ligavam e diziam ‘Pepe, enganchei minha rede’, mas, mesmo com as indicações, eu demorava dias para encontrar [os naufrágios]”.
Seguindo direções entre faróis e praias, Pepecassino da betanoOlegario encontrou pontos que passaram a ser desviados pelos navios e desejados por pescadorescassino da betanomeros.
Porém, por mais que o pescador ganhasse a vida buscando destroços, nunca deixoucassino da betanose lembrar que se tratavamcassino da betanograndes tragédias, com muitas vítimas.
“Quando estava pescando, pensava na tragédia desse barco e, quando chegava na costa, perguntava sobre a história por trás e assim fui aprendendo”, conta à BBC.
O cemitério dos ingleses na Costa da Morte
A região mais perigosa da Costa da Morte é a chamada Ponta do Boi,cassino da betanoCamariñas. Nestas águas, três grandes naufrágios marcaram para sempre a memória dos galegos. O Iriscassino da betanoHull (1883), o HMS Serpent (1890) e o SS Trinacria (1893).
Iriscassino da betanoHull era um navio inglês que havia saídocassino da betanoCardiff (Reino Unido) com destino à Índia, passando ao largo do estreitocassino da betanoGibraltar. Porém,cassino da betanonovembro daquele ano, o barcocassino da betanocarga a vapor tripulado por maiscassino da betano30 homens se chocou com os chamados Baixoscassino da betanoAntón, o que iniciou uma tragédia que deixaria um único sobrevivente: Geoge Chirgwin.
Os mesescassino da betanooutubro e novembro marcam o fim do outono na Europa e, neles, o mar na Costa da Morte fica mais perigoso. Além do vento nordeste que empurra os barcoscassino da betanovolta para a terra, suas estruturas rochosas são como icebergs - mais perigosas do que aparentam ser à primeira vista.
Foi tambémcassino da betanonovembro, mascassino da betano1890, que outro acidente terrível ocasionaria um naufrágio na Ponta do Boi. O navio militar britânico HMS Serpent se dirigia à Serra Leoa, mas teve seu trajeto interrompido e terminou com a mortecassino da betano172 dos seus 175 tripulantes.
“A tripulação era jovem, três deles conseguiram nadar com muita dificuldade e avisar a vizinhança que, infelizmente, não conseguiu ajudar”, conta Virginia Barros, guia turística no local.
Por vários dias, o mar devolveu os corpos à terra e foram aproximadamente 140 recuperados. Para que tivessem um enterro digno, construiu-se uma necrópole. O Cemitério dos Ingleses, hoje, faz parte da Rota Europeiacassino da betanoCemitérios Singulares, e está cercadocassino da betanouma paisagem composta pelo som das ondas e névoa, sobre um descampado rochoso.
“Até meados do século passado, sempre que um navio da marinha britânica passava pela Costa da Morte, soltava salvascassino da betanohonra às vítimas destes grandes naufrágios”, conta Virginia.
O desastre ambiental do Prestige
Uma toneladacassino da betanococaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
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A tragédia mais midiática da Costa da Morte foi, sem dúvidas, a do navio petroleiro Prestige,cassino da betano2002.
Mesmo com novos faróis e cartografias, o litoral galego segue, até os diascassino da betanohoje, exigindo respeito.
Este desastre foi marcado por uma cortina negracassino da betanofumaça e pela contaminaçãocassino da betanomaiscassino da betano2 mil quilômetroscassino da betanocosta por grande parte das 77 mil toneladascassino da betanopetróleo que o Prestige carregava.
Cenascassino da betanoaves e peixes cobertos por petróleo circularam o mundo e, como resposta, o governo espanhol decidiu construir o complexo hoteleiro Parador Costa da Morte, que foi inaugurado quase 20 anos depois do desastre,cassino da betano2020.
"O conselhocassino da betanoministroscassino da betanoA Coruña decidiu, entre as ações econômicas para recuperar o litoral, investir no turismo”, conta Julio César Castro Marcote, diretor do Parador Costa da Morte.
Alémcassino da betanofomentar o turismo na região galega, que é tão bonita quanto perigosa, o Parador também assumiu o papelcassino da betanocontar histórias regionais.
A fotografiacassino da betanoXurxo Lobato, que captura o momento exato do acidente do petroleiro Prestige, está pendurada logo na entrada do Parador, alémcassino da betanooutros retratoscassino da betanopescadores.
Através do olharcassino da betanoRamón Caamaño e Virxilio Viétez, é possível admirar os rostos curtidoscassino da betanosolcassino da betanouma geraçãocassino da betano1930, que chamava o marcassino da betano“la mar”, no feminino, como sinalcassino da betanorespeito.
“O quinto andar do edifício projetado por Alfonso Peneda foi o escolhido para a exposição perene das cartas náuticascassino da betanoPepecassino da betanoOlegario” afirma o diretor.
O galego que descobriu maiscassino da betanomil restoscassino da betanonaufrágios ao longocassino da betanodécadas no mar apresenta com orgulho suas cartografias feitas à mão, agora emolduradas. Mesmo aposentado, ainda se lembra dos nomes da tripulação, tiposcassino da betanocarga, destino do navio, ano e motivos dos acidentes. O trabalhocassino da betanoPepecassino da betanoOlegario ajuda, assim, a reconstituir partes da memória da Galícia.