Os relatoscomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameexperiênciacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamequase morte: 'Ouvia os gritos dos médicos tentando me salvar':como apostar em jogos de videogame

Um choque hemorrágico no decorrer do procedimento a levou a perder 3,8 litroscomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesangue dos 4,2 do seu corpo.

"Eu ouvia todos os gritos dos médicos tentando me salvar, pedindo bolsacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesangue, dizendo 'não consigo encontrar o [local do] rompimento uterino'. Via todo aquele desespero e não tinha medo. Não entrei naquele clima. Porque eu não me encontrava ali."

O choque hemorrágico foi contido, e ela e a bebê foram realocadas para uma UTI.

Fernanda, hoje com 39 anos, acabou sobrevivendo. Sua filha não resistiu.

"Pedi sinceramente para me juntar [à filha], porque não tinha mais o que eu fazer aqui. Só que a vida não é o que a gente quer. É o que tem."

Depois da alta do hospital, Fernanda teve que reaprender a andar. E enquanto vivenciava o luto pela filha, começou a processar o que tinha ocorrido durante a cirurgia.

Naquela fronteira entre a vida e a morte, ela conta que lembracomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameter se visto fora do corpo na mesacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameoperação. Ecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamevivenciar um estado alteradocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameconsciênciacomo apostar em jogos de videogameformacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameduas "visões".

"A primeira foi que eu estavacomo apostar em jogos de videogameum campocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameflores. Não conseguia ver o céu, mas conseguia ver que era um campo sem fim. Tinha várias flores e desse campo saía um buquê gigantescocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamerosas vermelhas. E foi um sentimento que eu nunca senti na vida. Como uma plenitude", conta Fernanda.

"Eu estava nesse lugar, mas não queria voltar porque eu me sentia partecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogametodo aquele lugar,como apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogametudo, assim. Não sabia quem estava me dando aquela flor, não sabia se era a natureza, Deus... não sei, o universo. Não sabia quem estava me dando aquela flor, mas, assim, foi maravilhoso."

A segunda foi menos coerente.

"Essa era como um videogame. Eu assistia a uma TV ou a um jogo, algo assim. Aí nitidamente eu vi ursinhos pulando, e vinha docecomo apostar em jogos de videogamedireção a eles. Eles falavam e brincavam. Na hora eu não entendia e não queria saber o significado dessa imagem. Só registrava. Mais adiante eu pensei que podia ser a ideiacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesuperar uma fase difícil, como num videogame."

Estados alteradoscomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameconsciência (as "visões", a sensaçãocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamese ver fora do corpo) são cenários frequentemente descritos por pessoas que passaram pela experiênciacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamequase morte (EQM), um campocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameestudo relativamente novo e que vem atraindo mais atenção nos últimos anos, inclusive no Brasil.

Fernanda muitas vezes é questionada se isso foi uma alucinação resultantecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameefeitos da anestesia cirúrgica.

"Eu ouço: 'Será que tu não teve algum delírio?'. Mas eu já passei por diversas anestesias e não tive algo parecido."

'Quase morte'

Antescomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameentrar na questão, é preciso entender as circunstâncias que propiciam esses estados. Afinal, o que é uma "quase morte" para a ciência, para a medicina?

De forma geral, é um estágiocomo apostar em jogos de videogameque o coração já paroucomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamebater, mascomo apostar em jogos de videogameque ainda resta uma janelacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogametempo para ressuscitação. Segundo o consenso tradicional na medicina, logo após a parada cardíaca, oxigênio e sangue deixamcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameser bombeados e o cérebro paracomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamefuncionar.

A questão é: se ele está desligado, o que explica a capacidadecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameproduzir as visões durante uma EQM? E como ficam depois gravadas na memória? Afinal, mesmo para uma "alucinação" é preciso um cérebrocomo apostar em jogos de videogameatividade.

A pesquisadora Jimo Borjigin, da Universidadecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameMichigan (EUA), monitorou o nívelcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameatividade cerebral durante esse estágiocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamequase colapso da vida, primeirocomo apostar em jogos de videogameratos e, posteriormente,como apostar em jogos de videogamequatro pacientes humanos.

E se deparou com um cenário que contradiz a medicina clássica: o cérebro não está paralisado. Pelo contrário, há uma "tempestade"como apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameatividade.

"É como se um celularcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameconexão 1Gcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamerepente virasse um 5G", diz ela à BBC News Brasil. "Dessa forma, o cérebro pode carregar mais informaçãocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameforma muito mais rápida."

Borjigin aponta que há uma torrentecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameatividade gama,como apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameondas super-rápidas, na chamada "zona quente do cérebro" — uma área acionadacomo apostar em jogos de videogameexperiências visuais e auditivas, alémcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameestar relacionada a sonhos, alucinações visuais da epilepsia e justamente estados alteradoscomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameconsciência.

Essa hiperatividade parece consonante com a intensidade dos relatoscomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameEQM: são os "filmes da vida" que se passamcomo apostar em jogos de videogamemicrossegundos, cenas com explosõescomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamecores e tonalidades, uma sensaçãocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamepaz interior, além do inefável — o que fica difícil traduzircomo apostar em jogos de videogamepalavras.

E, para a pesquisadora, o que é chamadocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogame"alucinação" (um termo mais adequado para distúrbios psiquiátricos e não para a experiênciacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamequase morte, ela ressalta) não invalida o fatocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameque tudo aquilo foi vivenciado internamente.

"Só porque temos dificuldadecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameentender o que os pacientes estão sentindo, não quer dizer que não aconteceu para eles dentro do cérebro, certo?"

Para Borjigin, a pergunta mais importante giracomo apostar em jogos de videogametorno da razão para o corpo disparar essa hiperatividade na cabeça.

"Acho que essa ativação cerebral talvez indique um mecanismocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesobrevivência embutido. É como se o cérebro fizesse um cálculo rápido através dessa atividade gama", diz.

Há uma vastidãocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamemistérios a serem compreendidos, inclusivecomo apostar em jogos de videogameepisódios que acontecem depois da EQM propriamente dita.

Fernanda, por exemplo, contacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamealguns efeitos intrigantes que ela relaciona àcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameexperiência.

"Nunca fui uma pessoacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameescrever oucomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameler muito. Após esse episódio, às vezes eu acordavacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamemadrugada com um texto pronto na minha cabeça. Eu via alguma série durante o dia ou lia alguma coisa e acordava com uma 'mensagem' completa sobre o conteúdo. Parecia um canal aberto."

Ela está participandocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameuma pesquisa conduzida por Ana Cláudia Mesquita Garcia, professora na Escolacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameEnfermagem da Universidade Federalcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameAlfenas (MG) e enfermeira paliativista.

A pesquisadora é interessadacomo apostar em jogos de videogameinvestigar estados alterados da consciência pelo potencialcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamebenefícios na saúdecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameforma geral. Ela já estudou como substâncias psicodélicas podem ajudar portadorescomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamedoenças graves, incluindo pacientes no fim da vida, no alíviocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesintomas angustiantes.

Também coordena o Death Cafe Alfenas, um projetocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameextensão baseadocomo apostar em jogos de videogameuma ideia que surgiu na Suíça,como apostar em jogos de videogame2004. É um espaço mais informal e relaxado para discutir a finitude da vida, um tema visto muitas vezes como tabu.

"Na maior parte desses relatos [de EQM], a pessoa disse que foi uma experiência transformadora para elacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameforma positiva, com um impacto para o resto da vida dela. Ela passa a repensar as escolhas, então tem realmente, pelo relato dessas pessoas, um impacto positivo na vida", afirma.

A propostacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameAna Garcia é analisar entrevistas com pessoas que passaram por uma EQM. A partir dessa coletânea, identificar os padrões que caracterizam esses episódios, usando uma escala científica desenvolvida pelo psiquiatra americano Bruce Greyson e adaptada para o Brasil.

Ela quer entender quais são os impactos positivos (e também os negativos) na vida que provêmcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameuma experiênciacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamequase morte.

"Os profissionaiscomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesaúde precisam saber que essas experiências existem e saber como abordar com o paciente, porque muitas vezes a pessoa evita falar porque acha que não vão acreditar nela. O profissionalcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesaúde pode se preparar para escutar sem julgar e entender da melhor maneira possível o que o paciente vivenciou."

Fernanda passou por estresse pós-traumático e uma espéciecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamesolidão resultante da experiência. Houve o choque vivenciado na cirurgia. Houve a perda da filha.

"Ter coragem não é fácil. É muito sofrido. Vou ser bem sincera: por causa do luto pela morte da minha filha, eu me sinto muito solitária. Para as pessoas, é difícil compreender o que se passou."

"Os médicos dizem que eu, meu marido e minha mãe passamos por um estresse pós-traumático. É como se a gente fosse para guerra e voltasse com vários gatilhos para o resto da vida. Porque o que a gente vivenciou no hospital foi muito forte."

A pesquisadora Ana Garcia também investiga a temática da espiritualidadecomo apostar em jogos de videogamesaúde, com o intuitocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameentender melhor a "dimensão espiritual" do ser humano — uma expressão que pode soar esotérica, mas que denomina um elementocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamevalor na vidacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameum indivíduo.

"A espiritualidade é algo que faz parte da gente como ser humano, nós nascemos com essa busca por significado, por propósito e transcendência, ou seja, uma busca por algo que está alémcomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamenós, que é maior do que nós. Obviamente o que é transcendente para um pode não ser para o outro."

Fernanda diz que hoje valoriza o que passou: "Hoje eu me sinto muito honradacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameter passado por essa experiência, muito honrada mesmo."

"Uma pergunta que sempre fazem: se eu vi alguém, se alguém falou comigo, como é que foi? E eu digo que eu não vi ninguém, só a natureza. Então perguntam: 'Tu sentia que existia uma hierarquia, tipo alguém acimacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameti? Sim. Senti. Como eu falei: eu fazia partecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameum todo. Não dizia respeito a uma Fernanda humana, mas partecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameum todo. Mas sentia que era algo maior do que eu."

Ela hoje desenvolve um projeto com duas psicólogascomo apostar em jogos de videogameque trabalha com mulheres o fortalecimento feminino por meiocomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogamelivros, escritos e trocacomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameexperiências. "Fiquei com mais sedecomo apostarcomo apostar em jogos de videogamejogos de videogameviver. Tenho muito mais amor, mais sangue nos olhos para viver."