'Experiênciablackjack bet365quase morte me transformoublackjack bet365músicoblackjack bet365ponta':blackjack bet365
Ele estava tão disposto a impressionar que havia pedido ao seu supervisor para continuar trabalhando enquanto o patrão almoçava. O supervisor o aconselhou a ter cuidado.
Ele estava serrando uma tábuablackjack bet365madeira. "Eu não serrei corretamente e ela se partiu", relembra Tony.
"A tábua ficou presa na minha manga e me derrubou."
Tony começou a cair.
O seu primeiro pensamento foi que ele não iria conseguir sobreviver. Por isso, ele conta que ficou totalmente relaxado, deixou-se cair e fechou os olhos.
"Eu não sei se foi a adrenalina ou outra coisa — porque eu li sobre isso, quando você caiblackjack bet365uma grande altura, tudo fica mais lento", ele conta. "Comecei a ver flashesblackjack bet365imagens. Era inacreditável."
Nas suas visões, Tony viu diferentes partes do mundo e rostosblackjack bet365pessoas que ele não conhecia.
"Vi crianças que nunca havia visto antes — que se tornariam meus filhos, imagino. E algo que realmente ficou na minha mente foi que eu estavablackjack bet365pé, tocando um instrumento. Simplesmente pensei: 'esta é a sensação mais estranha que tive na vida'. Foi tudo o que vi e desmaieiblackjack bet365seguida."
Na décadablackjack bet3651960, as vozes roucas e acetinadas dos artistasblackjack bet365jazz vagueavam pela casablackjack bet365infânciablackjack bet365Tony,blackjack bet365Nottingham, na Inglaterra. A mãeblackjack bet365Tony, Ama, estava tocando seus discos.
Ela e seu marido Jack eramblackjack bet365Kumasi, no sulblackjack bet365Gana, e Ama havia assistido pessoalmente a uma apresentação do trompetista e cantorblackjack bet365jazz norte-americano Louis Armstrong durante ablackjack bet365visita ao paísblackjack bet3651956. Aquilo fez com que ela se apaixonasse pelo jazz.
Jack havia passado algum tempo na Inglaterra com pouco maisblackjack bet36520 anosblackjack bet365idade,blackjack bet365buscablackjack bet365uma carreira no pugilismo, e mudou-seblackjack bet365vez para Nottinghamblackjack bet3651959, para formar um lar parablackjack bet365família. Quando Ama e seus dois filhos juntaram-se a ele um ano depois, ela trouxe consigo uma sérieblackjack bet365discos e a casa ficou repletablackjack bet365batidas sincopadasblackjack bet365jazz.
Ama e Jack tiveram ao todo sete filhos, todos meninos, e Tony foi o quinto. Nascidoblackjack bet3651964, suas memóriasblackjack bet365infância são, como na famosa cançãoblackjack bet365Armstrong What a Wonderful World,blackjack bet365"céu azul e nuvens brancas".
"Pouco me lembro do inverno quando era criança", conta ele, "porque estava me divertindo muito para pensar naqueles dias frios e escuros."
Ele descreve ablackjack bet365infância como "muito tradicional", com comida e músicablackjack bet365Gana. Os seus pais insistiam que a família falasseblackjack bet365casa seu dialeto ganense, o axânti: "inglês era falado na rua".
Mas, quando foi para a escola primária, Tony era meio "valentão".
Ele conta: "Nasci canhoto e,blackjack bet365Gana, se você tem um filho canhoto, tradicionalmente eles querem fazê-lo se tornar destro. É uma tradição antiga e os meus pais insistiram que eu virasse destro."
"E a escola foi informada [da situação]. Eles tinham que garantir que eu não escrevesse com a mão esquerda e acho que isso me tornou um pouco problemático, porque eu estava agindo contra a minha essência", relembra Tony.
Durante esses anos iniciais na escola, Tony não se interessava por nada que não fosse esporte, futebol e jogar com seus amigos. Na escola secundária, ele expressou uma paixão pela música, mas disseram a ele que não poderia estudar.
"Eles davam pequenos testes e escolhiam quem fosse mais concentrado e embasado", conta Tony, "e eu não fui um dos escolhidos."
"Fiquei arrasado com aquilo e eles me colocaramblackjack bet365carpintaria, até que aceitei e foi o que fizblackjack bet365toda a minha escola secundária", relembra ele.
Tony estava se tornando habilidoso no seu trabalho e saiu da escolablackjack bet3651980 para começar a trabalhar como aprendizblackjack bet365carpinteiro, frequentando a faculdade uma vez por semana e aprendendo o trabalho nos quatro dias restantes. Foiblackjack bet365um desses trabalhos que ele sofreu aquela queda terrível.
Depois do acidente, Tony acordou no hospital com seus pais e dois dos seus irmãos ao lado da cama, desesperadosblackjack bet365preocupação e perguntando como ele estava se sentindo.
"Eu respondi: 'minha cabeça dói muito' e eles disseram: 'você nos deu um susto, você esteve inconsciente por dias'", relembra ele.
Desorientado, machucado e com um forte trauma na cabeça, Tony ficou sabendo que havia batido a cabeça no solo com tanta força durante a queda que poderia ter morrido com o impacto.
Ele se lembra do supervisor do seu trabalho vindo visitá-lo no hospital: "Ele me disse: 'você caiublackjack bet365cabeça no chão com força, como se fosse um sacoblackjack bet365batatas'."
Depois que Tony melhorou o suficiente para sair do hospital, três ou quatro semanas mais tarde, ele permaneceublackjack bet365casa enquanto convalescia. Tony havia recebido algum dinheiroblackjack bet365indenização pela queda e pela perdablackjack bet365receita e seu emprego permaneceu aberto para que ele retornasse assim que estivesse pronto.
Mas as imagens que Tony havia visto enquanto caía não desapareceram. Elas continuaram a "piscar" sempre que ele fechava seus olhos.
"Elas realmente me assombravam, pois era quase como se alguma coisa estivesse sendo mostrada para mim", afirma Tony.
Ele não contou para ninguém, mas a queda havia alterado seu comportamento perante a vida para sempre.
Tony, que nunca havia estudado música, começou a pensarblackjack bet365gastar o dinheiro da indenização comprando um instrumento.
Mas qual era o instrumento que ele havia visto nas suas visões? Ele pesquisoublackjack bet365livrosblackjack bet365música e,blackjack bet365uma das páginas, havia a descriçãoblackjack bet365um instrumentoblackjack bet365sopro brilhante, feitoblackjack bet365latão, com formato cônico.
Lá estava ele: o saxofone.
"Não estou dizendo que era musicalmente ignorante naquela época, mas eu nunca havia visto um saxofone", afirma Tony. "Provavelmente eu havia ouvido no rádio, mas sem prestar nenhuma atenção."
No inícioblackjack bet3651982, Tony pagou 50 libras pelo seu primeiro saxofone — era muito dinheiro nos anos 1980, equivalente a cercablackjack bet365200 libras (R$ 1.500) hojeblackjack bet365dia. Ele voltou para casa carregando seu pequeno tesouro musical.
Sua mãe lançou para ele um olhar estranho. Ela não sabia que Tony havia tido uma visão.
"Eu disse: 'É um saxofone e vou aprender a tocar'", conta Tony. "Vou sair do emprego."
Tony lembra queblackjack bet365mãe colocou a mão na cabeça e pediu ao seu marido Jack que falasse com seu filho.
Ele se lembra dela dizendo para Jack: "Ele está jogando fora um emprego perfeito. Deve estar assustado com o que aconteceu na queda."
Seu pai realmente tentou falar com Tony, mas ele estava inflexível.
"Eu disse que não podia voltar atrás. Eles não compreendiam o motivo, mas eu disse a eles: 'Se eu voltar atrás, será como se tivesse morrido naquela queda'", relembra ele.
Tony conta que não tinha dinheiro para as aulas e os seus pais não podiam gastar seu "dinheiro suado" com aulasblackjack bet365música, masblackjack bet365mãe ofereceu algo muito mais valioso — ouroblackjack bet365formablackjack bet365vinil.
"Ela me deu as pilhasblackjack bet365discos", diz Tony. "Ela disse: 'veja, estas são músicas muito boas, use esses discos e aprenda com eles'. Foi exatamente o que fiz. Eu gravei os discosblackjack bet365fita cassete, coloquei os fonesblackjack bet365ouvido e passei a ouvir constantemente e tentar aprender a tocar junto com eles."
Tony começou então a aprender a tocar o saxofone, mas suas primeiras tentativas não produziram aquele som suave e abafado que tornou o instrumento famoso.
"Parecia uma criança com cinco anosblackjack bet365idade tentando tocar violino", relembra Tony. O som era angustiante e "doloroso para os ouvidos".
Os seus irmãos se tornaram seu "termômetro musical". A porta do seu quarto poderia se abrirblackjack bet365repente e um sapato disparar na direçãoblackjack bet365Tony, atingindo-o na cabeça ou nas costas.
Mas ele continuou praticando, primeiro por duas horas, depois cinco e, por fim, por oito a dez horas por dia.
À medida que o tempo passava, os sapatos passaram a voar com menos frequência e seus irmãos começaram a vir sentar-se e ouvir Tony tocar.
Tony lembra que, um dia, quando ablackjack bet365mãe trazia uma bandejablackjack bet365comida para o seu quarto, ela disse "estou reconhecendo o que você está tocando... adoro essa música".
Era uma faixa intitulada Take the "A" Train,blackjack bet365um disco do pianista e compositorblackjack bet365jazz Duke Ellington. A música falablackjack bet365um tremblackjack bet365metrôblackjack bet365Nova York, nos Estados Unidos, acelerando pelos trilhos até o distritoblackjack bet365Sugar Hill, no Harlem.
Tony sentiu queblackjack bet365vida também estava nos trilhos. "Foi uma ótima época para ser eu mesmo", afirma ele.
Embora Tony tocasse saxofoneblackjack bet365ouvido, ele não sabia ler música e queria aprender mais sobre teoria musical. Entre 1986 e 1987, ele foi a uma faculdadeblackjack bet365Nottingham, conhecida pelo seu ensinoblackjack bet365música e artes cênicas, mas disseram a ele que não poderia estudar porque não havia realizado exames ou graduações musicais.
"Foi quase como aquela rejeição novamente", ele conta, "mas desta vez eu não iria aceitar, porque eu havia encontrado algo que realmente amava e queria fazer — aquela rejeição só me deixou mais forte."
Enquanto ele folheava uma revista norte-americana chamada Downbeat, lendo sobre a vidablackjack bet365músicosblackjack bet365jazz, ele viu alguns anúnciosblackjack bet365faculdadesblackjack bet365música nos Estados Unidos.
"Eu simplesmente escolhi uma e pensei: 'Quer saber? Vou escrever para eles e tentar me candidatar.' E foi exatamente o que eu fiz", conta Tony.
Ele envioublackjack bet365inscrição pelo correio para a Faculdadeblackjack bet365Música Berkleeblackjack bet365Boston, Massachusetts (Estados Unidos), centroblackjack bet365excelência musical. Os alunosblackjack bet365Berklee já ganharam 311 prêmios Grammy.
"Primeiro eles me ouviram e, um dia, eles me aceitaram", afirma Tony. E,blackjack bet3651988, com 24 anosblackjack bet365idade, Tony, assustado e entusiasmado, saiu para estudar música nos Estados Unidos.
Tony recebeu uma bolsablackjack bet365estudosblackjack bet365Berklee porque, segundo ele, era considerado "muito bom" para alguém que havia sido autodidata. A história também havia chegado aos jornaisblackjack bet365Nottingham e Tony recebeu ajuda com esforçosblackjack bet365captaçãoblackjack bet365recursos — e dos seus pais.
"Naquela época, eles estavam muito orgulhosos e impressionados com a minha persistência e o meu progresso", conta ele.
"Quando eles descobriram que eu havia sido aceito pela Faculdadeblackjack bet365Música Berklee, todos ficaram dizendo 'uau, isso não é brincadeira, isso é muito sério'. E então contei aos meus pais sobre as visões", relembra Tony.
Tony conta que eles aceitaram que este era o caminho certo para seu filho.
Ele teve uma época "fantástica"blackjack bet365Berklee. A faculdade atraía músicosblackjack bet365todo o mundo que queriam aprender a arte do jazz. Alguns eram autodidatas, como Tony, e outros receberam treinamento clássico.
"Eles aceitaram minha chegada como se fosse a coisa mais normal do mundo", diz ele. "Mas, na Inglaterra, o país onde nasci, parece que você precisa passar por um sistema para ser aceito."
Quando Tony voltou para a Inglaterra, ele trabalhou no seu primeiro álbum, All is Known, que ganhou o Prêmioblackjack bet365Jazz do Parlamento e o BBC Jazz Awardblackjack bet3652005.
"Eu lembro que a primeira faixa que gravamos chamava-se Boo Boo's Birthday, do [pianista e compositorblackjack bet365jazz norte-americano] Thelonious Monk", conta Tony, "e me lembroblackjack bet365ter a partitura na minha frente. Fiz uma primeira gravação, nós a ouvimos e pensei comigo: 'sabe, parece que estou lendo a cartilha."
"Eu pensei: 'OK, preciso voltar a me sentir confortável, como no princípio'. Rasguei então a partitura, joguei no cestoblackjack bet365lixo e toquei cinco trechosblackjack bet365pura magia. Foi assim que fiz todo o álbum, sem partitura, apenas tocando."
Alémblackjack bet365ser músico, compositor e líderblackjack bet365banda, Tony também trabalha como professor na Academiablackjack bet365Jazz Julian Joseph e na Academia World Heart Beat Music. Em setembroblackjack bet3652020, ele começou a lecionar no Conservatório Trinity Labanblackjack bet365Música e Dança e, este ano, recebeu o graublackjack bet365professor honorário da Universidadeblackjack bet365Nottingham.
Ele adora trabalhar com músicos jovens e idosos, inspirando-os a viver seus sonhos e nunca perder a esperança.
Mas, e quanto às outras imagens que ele viu enquanto caía do telhado — os diferentes locais do mundo e os rostos das crianças?
Elas também ganharam vida, segundo Tony.
"Tenho três filhos maravilhosos e sou também avô", conta ele. "Tudo aquilo aconteceu e viajei por todo o mundo. Trabalhei com alguns dos maiores músicos do planeta."
Esses músicos incluíram artistas como Macy Gray, Harry Connick Jr. e a Julian Joseph All Star Big Band.
Nas suas aulas, Tony muitas vezes incentiva seus alunos a tocarblackjack bet365ouvido, sem partitura. A sensação é totalmente liberadora, segundo ele.
"É como andarblackjack bet365bicicleta sem rodinhas", afirma Tony. "Você usa as rodinhas para manter o equilíbrio. Quando você retira as rodinhas, a criança andablackjack bet365bicicleta com muita liberdade — é isso o que parece."
Tony Kofi com certeza está seguindo o conselhoblackjack bet365Louis Armstrong: "Nunca toque uma música da mesma forma duas vezes".
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