A estátuam bet'pai'm betteoria racista que inspirou nazismo que museu sobre Dom Pedro 2º decidiu esconder:m bet

Crédito, Museu Imperial/ Divulgação

Legenda da foto, Escultura Mima foi coberta com tecido no Museu Imperial

Temporariamente. É assim que, ao menosm betforma oficial, a instituição tem tratado a polêmica decisão.

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Se voce está procurando uma bicicleta m bet estrada para subida, você deve ter gostado m bet Pinarello Dogma. Mas o que acha m bet Specialized Tarmac? Essa bicicleta foi introduzida m bet {k0} 2004 e teve diversos desenvolvimentos até a sua versão SL8, que foi revelada no verão m bet 2024.

Mas, o Specialized Tarmac é bom para subir m bet {k0} montanhas? Vamos analisar.

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Existem vários fatores para uma bicicleta ser boa pra subir, como seu peso, relação peso-potência, geometria, entre outros. Por isso, vamos comparar o Specialized Tarmac e o Pinarello Dogma m bet {k0} alguns desses aspectos.

  • Peso:O Specialized Tarmac SL8 pesa 6,7 kg enquanto o Pinarello Dogma F12 pesa 7,35 kg.
  • Relação peso-potência:Descida m bet peso significa maior facilidade pra subir, assim uma melhor relação peso-potência é vantajoso.
  • Geometria:A geometria da bicicleta deve permitir uma posição cómoda para o ciclista pratear bem.

Por que escolher o Specialized Tarmac?

O Specialized Tarmac é uma ótima escolha para subir montanhas por ser mais leve que o Pinarello Dogma. Por isso, ele será mais fácil m bet {k0} ascensões conhecidas. Ademais, possui excelente relação peso-potência e sua geometria permite que você tenha a melhor posição m bet pedalada, seja mais confortável durante a subida, e lhe ajude à obter o máximo m bet sua força m bet pedálada.

Conclusão

Se procuramos pela melhor bicicleta pra subir montanhas, os ciclistas têm preferências diversas. Algumas lhes encantam pelas suas tradicionais geometrias e estética, como o Dogma m bet Pinarello. Por outro lado, algumas bicicletas oferecem um desempenho superior. O Specialized Tarmac é livre m bet peso e mais aerodinâmica, o que é altamente desejável para as montanhas, que é a razão pela qual a empresa que fabrica bicicletas a apresentou como seu modelo líder.

Se estiver numa guerra entre comprar um Specialized ou um Pinarello na tentativa m bet garantir que você fechar um olho para mais pouco m bet 1kg no peso, taco inteiro na escalada, trazere as diferenças entre eles bem dentro do domínio do razoável ou menos.

Então, se sua prioridade é ser legal com a bicicleta m bet competição ou percorrer a montanha mais rápido, o Specialized Tarmac SL8 precisa estar m bet {k0} sua lista final m bet candidatos a melhor

Fim do Matérias recomendadas

Crédito, Museu Imperial/ Divulgação

Legenda da foto, Escultura 'Mima'm betdois ângulos diferentes

O museu tem a escultura emm betexposição permanente desde a inauguração,m bet1943 — antes, a peça ficava no Museu Nacional. Conforme nota técnica elaborada pela socióloga e historiadora Alessandra Bettencourt Figueiredo Fraguas, pesquisadora da instituição,m betpresença ali é justificada por três pontos: "por simbolizar a amizade que união d. Pedro 2º e Arthurm betGobineau", por "ser um objeto […] que pertenceu ao próprio" imperador e porque "Gobineau era um diplomata e a escultura se adequaria à sala que visa a simular esse espaço no Paláciom betPetrópolis", a chamada Sala dos Diplomatas.

No documento assinado por ela a que a reportagem teve acesso, Fragas argumenta que "não é mais tolerável que uma obram betartem betautoria do 'pai do racismo' continue exposta sem que haja qualquer indagação a respeito".

Ela sugere que a peça seja "recolhida à reserva técnica" ou, "se exposta, que seja com as devidas explicações ao público, problematizações e contextualizações".

"Forçoso é […] perguntar por que, ao longom betoito décadas, a autoria da escultura não foi questionada. Sabe-se que objetos também são documentos e, por isso, precisam ser 'lidos a contrapelo',m betsuma, problematizados", diz ainda o texto técnico. "Chegado é o momentom betrever conceitos e narrativas."

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Gobineau já era conhecido por suas ideias pseudocientíficas quando desembarcou no Riom betJaneiro,m bet1869, encarregado pelo governom betNapoleão 3º (1808-1873)m betser o embaixador da França no Brasil. Segundo informações do Museu Imperial,m betprincipal missão no país era acompanhar os desfechos da Guerra do Paraguai, entãom betseus movimentos finais.

Odiou o país, principalmente porque aqui encontrou diversidade racial e miscigenação. Para ele, o Brasil tinha seu futuro condenado pela "degeneração" resultantem bettamanha mistura racial, que "daria origem a mestiços e pardos […] estéreis". Ele foi um dos primeiros a defender, como "solução" ao país, o incentivos a imigraçãom betmassam bet"raças europeias" — movimento este que ocorreriam betgrande intensidade como ferramentam betsubstituiçãom betmãom betobra, sobretudo depois do fim do regime escravocrata, com a Lei Áurea,m bet1888.

"Se,m betvezm betse reproduzir entre si, a população brasileira estivessem betcondiçõesm betsubdividir ainda mais os elementos daninhosm betsua atual constituição étnica, fortalecendo-se atravésm betaliançasm betmais valor com as raças europeias, o movimentom betdestruição observadom betsuas fileiras se encerraria, dando lugar a uma ação contrária", escreveu o diplomata.

Ele ficaria apenas um ano no Brasil e destacaria, como única coisa boa a ele desse passagem, a amizade que consolidou com o imperador.

"Definitivamente eles eram amigos. O condem betGobineau […] acabou sendo um dos diversos intelectuais com quem o imperador brasileiros desenvolveu discussões, muitas vezes bastante acaloradas", contextualiza à BBC News Brasil o biógrafo Paulo Rezzutti, autor de, entre outros, 'D. Pedro II – A história não contada: O último imperador do Novo Mundo revelado por cartas e documentos inéditos'. "Gobineau era um racialista radical, a pontom betachar que o Brasil estaria acabadom betcercam bet200 anos devido a sermos um país formado por mestiços. As ideias da raça pura, que Gobineau defendia, acabariam servindom betbase para os nazistas."

Rezzutti conta que os dois "se reuniam para conversar ao menos duas vezes por semana" e "discordavamm betmuitos pensamentos". "Depoism betseu serviço no Brasil, Gobineau voltou à Europa e lá continuou se correspondendo com d. Pedro até falecer,m bet1882. Eles se reencontraram quando das idasm betd. Pedro para o exterior e chegaram a viajar juntos", relata o biógrafo.

As missivas enviadas pelo francês ao imperador brasileiro hoje integram o Arquivo da Casa Imperial do Brasil, fundo arquivístico sob a guarda do Museu Imperial desde 1948. Já as cartas que d. Pedro mandou a Gobineau estão na França — ficam na Biblioteca Nacional e Universitáriam betEstrasburgo. Mas a instituição brasileira conta com cópias destas.

A nota técnica preparada por Fraguas explica como 'Mima' acabou indo parar na coleção do imperador brasileiro. Segundo texto escrito pelo historiador Afrânio Peixoto (1876-1947)m bet1942, d. Pedro teria encomendado a obra a Gobineau a fimm betjustificar que ele o acompanhasse na comitiva formada param betsegunda viagem ao exterior, entre 1876 e 1877. "O 'presente', cuja chegada ao Riom betJaneiro é descrita nas cartas [trocadas entre os dois] foi exposto no Paláciom betSão Cristóvão, residência da família imperial", esclarece a nota redigida por Fraguas. "A ideia era que a obram betarte ficasse na sala onde o imperador recebia os diplomatas."

Crédito, Museu Imperial/ Divulgação

Legenda da foto, Texto descritivo da escultura, no Museu Imperial

Rezzutti conta que Gobineau acabaria criando a peçam bet1879 e enviando-a ao imperador. Em carta enviadam bet28m betjulho daquele ano, o francês diz que lhe era "impossível traduzir a impaciência com que aguardo notícias vossas para saber a impressão que a terá recebido; não sei se já disse ao imperador que é uma 'Mima'". "Ela joga bolas para o ar e as apanha comm betmão esquerda. A direita acabam betpegar uma e prepara-se para jogá-la como a outras. O interesse que eu quis dar a essa figura resultam betsua tristeza, e, escrava asiática, desempenham betprofissãom bet'Mima' sem procurar seduzir. Quis fazer uma criação bastante melancólica e não sensual. Dizem que eu consegui. Vossa majestade julgará", escreveu ele.

Mima é o termo usado para uma atriz que representa papéis burlescos, com empregom betgesticulação — por extensão, uma comediante mímica.

D. Pedro respondeu ao amigo. "A 'Mima' já está colocada sobre o seu pedestal. Ela muito me agrada. Am betfisionomia representa alguma recordação, ou mesmo um retrato? Ela exprime bem a ação. A magrezam betseus braçosm betbetsuas pernas indica am betcondição, mas eu acharia talvez os seios um tanto desenvolvidos", escreveu ele. "Eu a contemplo amiúde, sobretudo do lado direito, que eu prefiro."

Na tréplica, Gobineau disse: "Vossa Majestade pergunta-me se é um retrato ou uma recordação. Nem uma, nem outra cousa. É puramente uma ideia e eu quis exprimir nessa cabeça jovem um 'que'm betseveridade triste que contrasta com a dança à qual ela se entrega. Trata-sem betuma cativa".

"Por mais que ela possa ter traços arianos, fica a questãom betcomo uma obra, representando uma escravizada, cristalizaria as teorias racialistasm betGobineau", diz Rezzutti.

O racismo na elite brasileira

"A teoria [de Gobineau] foi acolhida como malabarismo retórico para justificar e legitimar a escravidão no Brasil", comenta à BBC News Brasil o historiador Paulo Henrique Martinez, professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp). "Eram poucas as pessoas interessadas e aptas a considerar as ideias e teorias científicasm betqualquer natureza, exceto alguns profissionais e autodidatas, experimentados nas leituras e nas poucas instituições culturais nacionais, como museus, faculdades e laboratórios."

"A aceitação foi meramente pragmática. Os principais meiosm betdivulgação e disseminaçãom betideias eram a legislação ordinária, a imprensa escrita, pronunciamentos e debates parlamentares", analisa ele. "A benção intelectual e política do imperador Pedro 2º tinha alcance restrito, mas forte apelo legitimador, como argumentom betautoridade. Autoridade mais da vontade do que da razão."

Mas se d. Pedro se dispunha a ouvir com frequência e cultivou amizade duradoura com Gobineau, ele também era racista? Aqui é preciso cuidado para não cairm betanacronismo.

Martinez é categórico: "não cabem afirmações como esta", diz ele, negando qualquer traçom betracismo nas condutas do imperador. "[Ele] era uma pessoa 'novidadeira'. Tinha interesse e curiosidade sincera pelas ciências, os novos conhecimentos e equipamentos técnicos", lembra.

"D. Pedro 2º estava imersom betseu tempo e nas ideias dele. Ele era um abolicionista, mas mesmo muitos dos abolicionistas eram racialistas. Ele participou com cientistas dam betépocam betconversas sobre o assunto da divisão das espécies por raças, mas, quanto à radicalização levada a cabo por Gobineau sobre a raça pura, teorizando que a união entre indivíduosm betespécies diferentes criava raças degeneradas, o imperador não chegou perto", pontua o biógrafo Rezzutti.

"Afinal ele, como imperador do Brasil, sabia bem que o seu povo era miscigenado. D. Pedro 2º, corroborar esse discurso, só se ele estivesse louco", complementa ele. "Como o imperador, tendo um escritor que não era branco, como Machadom betAssis, e engenheiros negros com quem conversava, que era o caso dos irmãos Rebouças, podia ser racista? Numam betsuas cartas ao conde, d. Pedro diz: 'Não protesto senão contra o que julgo ser muito absolutom betvossa doutrina sobre as raças humanas'."

Rezzutti lembra, contudo, que teorias racistas estavam presentes na elite brasileira. "Não só na corte, mas no Brasil como um todo até o século 20", ressalta. "O próprio incentivo à colonização europeia, com imigrantes italianos, portugueses e germânicos, era um claro projeto racialista para embranquecer o Brasil."

"O imperador procurou sempre pregar a racionalidade técnica e científica como instrumento e idealm betcivilização. Esta atitude intelectual e visãom betmundo o levou buscar e conhecer cientistas, técnicos, artistas e escritores", frisa Martinez. "Poderia estabelecer com eles relações mais cordiais, afetuosas e amistosas, conforme a situação, o momento e a admiração que despertavam. O casom betGobineau foi mais um destes encontros com as ideias e formulação teóricas do seu tempo."

A nota técnica preparada pelo Museu Imperial destaca Gobineau como "um dos mais importantes interlocutoresm betd. Pedro 2º".

Debate deve continuar

Sobre 'Mima', o debate deve continuar. A polêmica está instalada na conta oficial do Instagram da instituição, depoism betpost feito na semana passada sobre o assunto.

Martinez avalia que "a iniciativam betsi mesma é apenas simbólica". "Resta conhecer a conduta e o efeito que este simbolismo pode e deve gerar. Deixar claro as razões e o sentido da presença desta peça no instituição e, principalmente, o que ela nos proporcionam bettermosm betconhecimento,m betcompreensãom betbetensino da história,m betpensamento crítico e da atitude ética que orienta esta iniciativa no museu", comenta o historiador.

"Um museu não pode ser apenas uma vitrine estática para onde as pessoas se dirigem para alimentar o saudosismo românticom betuma era passada. É trabalho da instituição levantar discussões como essa", afirma Rezzutti. "Nos dias atuais, quando grupos radicais preferem o cancelamento definitivo, o museu optou por uma intervenção temporária e agium betmaneira correta. Não se recusou a falarm betalgo incômodo, não colocou a estátua na reserva técnica e abriu mãom bettomar partem betuma discussão complexa."

"É um pano, que será retiradom betalgum momento. O que eu temo é o pensamento rasom betquem verá isso, associará que um racista era amigom betd. Pedro 2º, logo o imperador também era racista e adepto à teoria da superioridade das raças. Para a mídia e os influenciadores transformarem o imperador num protonazista será um pulo", preocupa-se ele.

Crédito, Museu Imperial/ Divulgação

Legenda da foto, Escultura coberta por tecido foi feita por Gobineau, considerado um dos pais da teoria pseudocientífica que justificaria a supremacia racial branca

Rezzutti também demonstra expectativa sobre os desdobramentos desse tipom betdiscussão — e se outros itens do acervo serão submetidos a tal escrutínio. "Peças é que não faltam, como a coroa imperial, cujos diamantes foram extraídosm betminas por mãom betobra escravizada", pontua ele.

"Definitivamente, se a linham betdiscussão seguir por esse caminho, faltará pano, não apenas para o Museu Imperial. O Museu Nacionalm betBelas Artes, na minha opinião, possui a obram betarte brasileira mais racista da história", cita o biógrafo.

Ele se refere à tela 'A Redençãom betCam', feita pelo espanhol Modesto Brocos (1852-1936). "Nela vemos três geraçõesm betuma família, onde uma avó negra levanta os braços aos céus agradecendo por que o neto nasceu branco", explica Rezzutti.

Crédito, Domínio Público

Legenda da foto, Tela 'A Redençãom betCam',m bet1895

No casom bet'Mima', o documento redigido pela socióloga Fraguas afirma quem betficha técnica "se limita às características físicas do objeto tomado como obram betarte", com autoria assinalada. "Sobre o autor, apenas a descrição: 'Joseph Arthur, condem betGobineau, escultor, escritor, diplomata historiador e poeta […]'", ressalta o texto. "[…] A ficha omite, ou silencia, uma informação relevante: Gobineau é também o autor do 'Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas', publicado entre 1853 e 1855,m betvários volumes. A obra é considerada um marco das teorias racialistas e do racismo (pseudo)científico, cuja tese do arianismo serviriam betbase para Adolf Hitler e o nazismo."

O diretor Ferreira Júnior garante que a discussão está longem betacabar. "O Museu Imperial tem procurado abordar novos problemas, novos objetos e novas abordagensm betsuas reflexões. Assim, o tema do racismo é objetom betum cursom betletramento racial para todos os funcionários do museu com o intuitom betelaborarmos um manualm betpráticas antirracistas e subsidiar a curadoriam betuma exposição sobre a memória negra no acervo do Museu Imperial, que será instaladam bet2025", afirma.

Sobre a cobertura da peça, ele diz que o objetivo é "convidar o público para a reflexão". "Não é 'apagar' ou 'esconder a história', como alguns estão dizendo", pontua. "Afinal, cobrir a escultura é um pontom betpartida, nãom betchegada. A ideia é remover o tecido que cobre o objetom betum ato simbólicom betinstalaçãom betuma nova legendam betapresentação que contemple as reflexões que estamos propondo. E penso que será possível fazê-lo logo no iníciom bet2025."

Para prosseguir o debate, o museu terá uma mesa-redonda sobre o assunto no próximo dia 13. Ferreira Júnior diz que a proposta é transformar 'Mima'm betestátua "envergonhada" a uma obra "desvelada".