'Bombeiro herói' salva mulhercasas de apostas boascoma usando colchão para boiar na água no RS:casas de apostas boas

Rudnei Santos, um homemcasas de apostas boasmeia idade com roupacasas de apostas boasbombeiro; ao fundo vista da cidade

Crédito, Fernando Otto/BBC

Legenda da foto, Rudnei Santos é um dos bombeiros que trabalharam incessantemente desde o início das enchentes

Rudinei é considerado um herói pela populaçãocasas de apostas boasEldorado do Sul. Em toda a operação das enchentes, ele contabiliza ter resgatado pelo menos 250 pessoas das águas barrentas que alagam a cidade.

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O município foi proporcionalmente o mais afetado pelas inundações no Rio Grande do Sul. Segundo o governo, Eldorado do Sul chegou a ter 98%casas de apostas boassua área alagada durante as enchentes - apenas a rodovia não foi afetada.

A área urbana ficou completamente debaixo d’água, inclusive a casacasas de apostas boasRudinei, que precisou dormir algumas noites no terceiro andar do prédio da prefeitura. A sede da administração municipal se tornou a sede da Defesa Civil e até dos bombeiros depois que o quartel também ficou debaixo d’água.

O prédio abrigou até mesmo uma Unidadecasas de apostas boasTerapia Intensiva (UTI) após os hospitais e postoscasas de apostas boassaúde serem tomados pela água.

Qualcasas de apostas boasbombeiros alagado

Crédito, Fernando Otto/BBC

Legenda da foto, Quartelcasas de apostas boasbombeiros também ficou alagadocasas de apostas boasEldorado do Sul

'A enchente começou'

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Rudinei relatou à BBC News Brasil o que passou na tragédia das inundações. Confira a seguir:

"Antescasas de apostas boastudo acontecer, tínhamos a previsão das autoridadescasas de apostas boasque iriam subir os níveis do Lago Guaíba e, consequentemente, haveria uma nova enchente aqui no nosso município. Então, dois dias antescasas de apostas boascomeçar a inundar as primeiras ruas, nós já emitimos alguns alertas e vídeos explicativos para que as pessoas não ficassem esperando.

A enchente começou. No segundo diacasas de apostas boasremoção das pessoas das áreas alagadas, havia muitos pedidos. A cada minuto, havia três pedidos ou mais.

Às 18h30 chovia bastante e chegou um chamado via telefone. Nossa colega que fez o atendimento telefônico relatou que havia a necessidadecasas de apostas boasfazer um resgatecasas de apostas boasuma pessoa acamada, uma pessoa idosa que necessitavacasas de apostas boasatendimento especial porque ela não tinha nenhum tipocasas de apostas boasmovimento.

Então isso nos fez pensarcasas de apostas boascomo chegar até aquele local e como entrar. Quando a gente recebe um chamado, a gente já vai imaginando todas as situações que a gente pode se deparar, qual é o tipocasas de apostas boasequipamento que a gente pode levar, quais as pessoas que a gente necessita. Quantos bombeiros a gente vai precisar no local, se a embarcação consegue chegar e se vamos precisarcasas de apostas boasuma viatura leve ou pesada.

Na triagem via telefônica com a filha dessa pessoa, que estavacasas de apostas boasoutra cidade, vimos que ela não sabia exatamente como estava a situação, o que é mais uma questão que a gente tem que levarcasas de apostas boasconsideração. Porque a informação que ela está nos passando por telefone não écasas de apostas boasquem está no local, então isso pode ser uma coisa boa ou pode ser uma surpresa que talvez a gente perca um poucocasas de apostas boastempo, pois a gente não sabe exatamente qual a magnitude e grandeza desse atendimento.

Mas como a pessoa nos relatou que a mãe dela, no caso, era uma pessoacasas de apostas boasidadecasas de apostas boasestado terminal, sem movimentos e dependentecasas de apostas boasuma cuidadora que também já tem certa idade, ela não conseguiria ir para um local mais seguro sozinha.

Homemcasas de apostas boasbarco com colete e capacete segurando latascasas de apostas boasleitecasas de apostas boaspó na mãocasas de apostas boasuma rua alagada

Crédito, Fernando Otto/BBC

Legenda da foto, Rudnei tem ajudado famílias ilhadas levando alimentos

Nessas condições, fomos até o local. Lá já estava sem energia elétrica e praticamente toda a cidade já estava às escuras, Chegamos com a nossa ambulância até próximo a esse local. Ali, colocamos nossa embarcação na água. Um barco sem motor. Fomos remando até a casa.

Nos identificamos como bombeiros e entrei primeiro para verificar a situação. A gente faz uma análisecasas de apostas boastoda a cinemática e aí retornamos para a equipe.

Como a gente verificou que seria possível passar o colchão pela porta onde ela estava, entramos e deixamos o barco ancorado próximo à entrada da casa.

Quando chegamos ao local, a altura da água já estava encostando no colchão e ele já estava flutuando um pouco. A pessoa recebia oxigenoterapia e estava ligada a aparelhos para tomar medicamentos.

A vítima era uma senhora, que tinhacasas de apostas boastornocasas de apostas boas70 anos, e se alimentava por sonda, alémcasas de apostas boasnão se movimentar. Pelo tempo acamada, ela tinha os membros muito enrijecidos, o que não facilitava a mobilidade. A gente teve que colocar um cobertor por baixo dela, com muito cuidado, vários bombeiros que estavam submersos a suspenderam.

Colocamos elacasas de apostas boascima do colchão novamente e fomos puxando o colchão sobre a água, cuidando para que ele não afundasse.

Fotografia colorida mostra carro tentando passar por rua alagada

Crédito, Fernando Otto/BBC

Legenda da foto, A cidadecasas de apostas boasEldorado do Sul ficou totalmente alagada

O desafio seguinte foi passar pela porta porque ela era bem estreita. Então apertamos um pouco a lateral do colchão para que ele dobrasse levemente e pudesse passar.

Com todo o cuidado, a gente fez esse movimentocasas de apostas boaslateralização sempre com cuidado com o tubocasas de apostas boasoxigênio dela.

Levá-lacasas de apostas boasbarco até o hospital também foi um desafio, um desafio colocá-lacasas de apostas boascima do barco. Sem dizer que esse não é o meio mais adequado para fazer o transportecasas de apostas boasuma vítima com essa necessidade. Fizemos o caminho até a ambulância, que nos aguardava numa área seca, muito cuidado, pois estava completamente escuro e com as águas turbulentas.

Levamos ela para o postocasas de apostas boassaúde e a deixamos aos cuidados dos médicos. A maioria das pessoas que estavam nessas condições foi transferida para Porto Alegre, via terrestre ou por aeronaves.

Com certeza ela foi transferida para Porto Alegre porque o pronto atendimento estava recebendo muita demanda, então não poderia ficar com tantas pessoas nessas condições.

Fizemos tudo isso tendo que proteger uma pessoa que não consegue responder o que está acontecendo com ela. Uma vítima que não pode te dizer onde está doendo. Tivemos apenas os relatos da cuidadora dessa idosa.

Essa ocorrência nos causou um desgaste físico e emocional muito grande, por ser um trabalho noturno, sem praticamente nenhuma iluminação. Foi perigoso e bem complexo. Demandou bastante trabalho da equipe.

Foram cinco bombeiros envolvidos, além da equipe da ambulância.

É difícil quantificar quantos resgates eu fiz nessa operação das enchentes porque foram inúmeras viagenscasas de apostas boasbarco, indo aos bairros e voltando até o localcasas de apostas boasdesembarque. Mas nós temos uma estimativacasas de apostas boasque toda a equipe dos Bombeiros Voluntárioscasas de apostas boasEldorado do Sul socorreramcasas de apostas boastornocasas de apostas boas4 mil pessoas.

Como eu trabalho como comando na linhacasas de apostas boasfrente, acredito que fizcasas de apostas boastornocasas de apostas boas250 atendimentos.

Nós tivemos várias embarcações e motores que se danificaram devido ao grande fluxocasas de apostas boasresgates e também por conta do grande númerocasas de apostas boasobstáculos submersos. Havia veículos, madeira, galhos e todo o tipocasas de apostas boasmaterial debaixo d'água e isso acaba dificultando a navegação. Por muitas vezes, tínhamos que parar a operação, tirar o motor e limpar antescasas de apostas boascontinuar.

Se ele quebrasse, a gente tinha que parar e consertar. Sem dúvida, as enchentes foram a maior ocorrência que a gente já enfrentou. Porque quando tu vai num combate a incêndio, num acidente veicular é uma operação pontual que demanda pouco tempo."