O guarda133 betfronteira que descobriu ser imigrante irregular nos EUA e lutou para não ser deportado:133 bet
Em um dia133 betabril133 bet2018, após quase duas décadas133 betserviço impecável, o guarda133 betfronteira Raúl Rodríguez foi chamado para uma conversa por seus supervisores do Serviço133 betAlfândegas e Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla133 betinglês), no estado americano do Texas.
"Logo que entrei, contamos piadas, mas havia algo estranho no ar. Um dos supervisores mandou o outro fechar a porta. Percebi que o papo era sério, mas não sabia o que era", lembra ele,133 betrelato à BBC.
Como agente do CBP, ele tinha uma ficha exemplar, que lhe rendeu até uma alta condecoração do governo dos Estados Unidos.
Rodríguez também já havia servido na Marinha americana.
Em seu trabalho na fronteira entre o Texas e o México, ele teve que lidar com milhares133 betcasos133 betpessoas que queriam entrar nos Estados Unidos sem documentação adequada.
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A NSF, que significa Foundation Nacional 133 bet Sanitação 133 bet {k0} português, também é conhecida como Organização 133 bet Saúde Pública e Segurança. A NSF foi fundada 133 bet {k0} 1944 como uma organização sem fins lucrativos para estabelecer e fazer cumprir padrões para a sanitação e segurança 133 bet alimentos.
No entanto, é importante não confundir a NSF com o Conselho 133 bet Pesquisa 133 bet {k0} Ciências (NSF, do inglês National Science Foundation), uma agência do governo federal dos EUA financiada pelo Congresso que visa, entre outras coisas, promover o progresso da ciência, avançar a saúde, prosperidade e bem-estar nacionais e garantir a defesa nacional.
Mesmo que os nomes sejam semelhantes, eles têm diferentes propósitos e missões. A NSF que discutimos neste artigo é a Organização 133 bet Saúde Pública e Segurança, mesmo que a outra NSF também tenha um papel importante na promoção da ciência nos EUA.
A NSF, no sentido 133 bet Organização 133 bet Saúde Pública e Segurança, foi fundada 133 bet {k0} 1944 para estabelecer e impor padrões para a higiene e segurança alimentar nos EUA. A organização trabalha 133 bet {k0} estreita colaboração com as autoridades reguladoras e a industria alimentícia para garantir a segurança dos alimentos e bebidas ao consumidor.
Portanto, quando se fala 133 bet {k0} NSF 133 bet {k0} universidades, é importante entender qual dos dois significados 133 bet NSF está a ser referido, como a NSF 133 bet Organização 133 bet Saúde Pública e Segurança ou a NSF do Conselho 133 bet Pesquisa 133 bet {k0} Ciências. Neste artigo, nós estamos a discutir a NSF como Organização 133 bet Saúde Pública e Segurança.
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Às vezes, Rodríguez tinha que tomar decisões difíceis envolvendo homens, mulheres e crianças, e até pessoas que conhecia, que precisavam133 betajuda.
Pelo que se lembra, houve casos muito desafiadores que o fizeram pensar se deveria permitir a entrada133 betpessoas sem visto que buscavam uma vida melhor nos Estados Unidos.
Mas naquela reunião com seus supervisores133 betabril133 bet2018, Rodríguez recebeu uma notícia que mudou completamente133 betvida: ele estava sendo investigado por indícios133 betque era um imigrante irregular, fato que foi confirmado logo depois.
"Eles tentaram muito me deportar e me tirar dos Estados Unidos, apesar do que fiz e do que sacrifiquei por este país", diz Rodríguez,133 betalusão à133 betatuação tanto na Marinha quanto no CBP.
"Assinei um cheque133 betbranco. Ou seja, estava disposto a dar minha vida por esta nação. E eles viraram as costas para mim."
Rodríguez falou ao programa133 betrádio Outlook, do Serviço Mundial da BBC.
'Você é americano'
Raúl Rodríguez morou, desde pequeno, com parentes no estado americano do Texas. Seus pais sempre viveram no México,133 betuma cidade perto da fronteira.
"A vida no México era difícil. Estava sempre procurando o que comer no dia seguinte. Não foi uma infância fácil", explica.
Quando Rodríguez tinha cinco anos,133 betmãe lhe disse que ele teria que ir morar nos Estados Unidos, já que havia nascido naquele país e que lá teria uma vida melhor.
"Fiquei apavorado", lembra.
"A razão que me deram foi que eu não poderia ir à escola no México porque era americano. Não confrontei meus pais. Então, quando minha irmã se juntou a mim, me senti aliviado. Mas, depois133 bettrês dias, ela voltou e eu fiquei lá", acrescenta.
Rodríguez teve que frequentar uma escola onde a maioria das crianças era branca e133 betum bairro rico, e diz ter sofrido racismo. "Me envolvi133 betmuitas brigas devido aos insultos que recebia", conta.
Quando jovem, Rodríguez ingressou na Polícia Militar da Marinha dos Estados Unidos.
"Minha mãe ficou muito orgulhosa quando entrei para as Forças Armadas e ela me viu três meses depois com meu uniforme. Entrei no México com o uniforme militar dos Estados Unidos. Meus pais não conseguiam acreditar no que aconteceu comigo", diz ela.
No entanto, Rodríguez teve que deixar a Marinha devido a uma lesão.
Por isso, optou por um cargo no CBP, órgão que se encarrega, entre outras coisas,133 betprocessar a entrada133 betvisitantes estrangeiros nos EUA.
'Você perde amigos e familiares por causa do seu trabalho'
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Em uma fronteira tão ativa quanto a dos Estados Unidos e do México, os casos que os agentes enfrentam às vezes podem representar dilemas: cumprir a lei ou abrir uma exceção humanitária.
Rodríguez garante que nunca teve dúvidas na escolha do primeiro.
"Você perde amigos, perde família por causa do dever, por causa do que tem que fazer. E isso era uma das coisas mais difíceis do trabalho: às vezes você tem que impedir a entrada133 betpessoas que eram conhecidas ou próximas133 betvocê", explica.
O caso mais difícil133 betque se lembra, que o persegue até hoje, foi o133 betum estudante do Ensino Médio133 betuns 16 ou 17 anos.
"Ele morava nos Estados Unidos; foi estudar. Mas agentes133 betimigração quiseram checar133 betsituação migratória. Estávamos tendo uma conversa normal e descobrimos que ele não era cidadão americano. Na verdade, nasceu no México. Ele era menor133 betidade na época", explica.
"Tive que entrar133 betcontato com o consulado do México para o jovem pudesse ser retirado dos Estados Unidos. E eles enviaram um oficial133 betimigração do outro lado da fronteira. Ele foi solto no México. E resolveu voltar aos EUA passando133 betvolta pela fronteira por baixo133 betuma ponte, atravessando a nado", continua.
"Ele foi encontrado afogado no rio no dia seguinte."
Rodríguez lamenta que aquele adolescente, com muitos sonhos e objetivos, com quem havia falado algumas horas antes, tenha morrido dessa forma.
"Esse menino queria um emprego para sustentar133 betfamília no México. E a razão pela qual foi para o México naquele dia foi porque133 betavó faleceu. Ele queria comparecer ao seu funeral no México. Ele falava inglês fluentemente. Então, pensou que poderia fazer a travessia (de volta aos EUA), falando133 betinglês, sem apresentar nenhum documento. Mas foi detido, devolvido ao México e acabou se afogando", diz Rodríguez.
Foi um caso que trouxe133 betvolta memórias133 betsi mesmo, quando criança cruzando a fronteira para ver133 betfamília e voltando usando seu inglês fluente como "passaporte" para os EUA.
"Foi um dos muitos casos pelo qual você sente empatia. Você acha que deveria deixar a pessoa atravessar, mas não pode. E muitas vezes me perguntavam: 'Deixe-me passar desta vez.' Mas não estava disposto a arriscar o sustento da minha família ou ir para a cadeia por ninguém, porque minha família era mais importante", assinala.
Prêmio133 betintegridade
Rodríguez diz que o trabalho133 betagente do CBP é estressante e exige muito — descumprir a lei pode trazer consequências gravíssimas.
Mas, para ele, isso não significa que quem tente entrar ilegalmente nos Estados Unidos deva ser maltratado.
"Quando atravessava a fronteira, via a forma como me tratavam, como me olhavam e falavam comigo, a intimidação, que queriam me mandar133 betvolta ao México por causa da minha aparência ou das minhas feições. Meu aspecto muito indígena me assombrou durante toda a minha vida enquanto crescia", lembra.
"Queria, eu acho, fazer uma pequena diferença", acrescenta.
Rodríguez teve que treinar os novos membros do CBP por um tempo.
Ele lembra que deu a eles uma primeira palestra na qual insistia: "Seja cortês, seja justo. Não trate as pessoas mal. Não as trate como criminosos quando as vir pela primeira vez. 99% dessas pessoas são boas pessoas."
Certa vez, ele se deparou com o caso133 betuma mulher que o abordou133 betuma loja pedindo um favor. "Preciso trazer uma criança para cá."
Ele se recusou a ajudá-la, mas a mulher deixou seu telefone133 betum pedaço133 betpapel.
Rodríguez notificou seus supervisores sobre o caso, e eles pediram que ligasse para ela para fingir que aceitaria a travessia do menino133 bettroca133 betdinheiro. Mas tudo tinha que ser feito com um gravador e um equipamento133 betrastreamento.
"A mulher disse 'Tenho vários filhos que quero trazer para cá’. Depois133 betvárias ligações e reuniões, ela me disse 'Meu chefe quer falar com você'", recorda.
"Eles tinham esconderijos na fronteira e alguns esconderijos aqui nos Estados Unidos e estavam contrabandeando pessoas. Eram todos menores133 betidade. Então, chegou o dia133 betque ela traria as crianças e eu as deixaria passar. A alguns poucos quilômetros133 betdistância, todos foram parados e efetuamos a prisão".
Por este caso, Rodríguez recebeu o Integrity Award, que é o segundo prêmio mais importante do Departamento133 betSegurança Interna dos EUA, entregue na capital do país, Washington DC.
"Eles dão a você uma bela medalha, um distintivo e US$ 5 mil (cerca133 betR$ 25 mil133 betvalores atuais)", diz Rodríguez com orgulho.
Em seus cursos para novos agentes do CBP, Rodríguez conta que sempre pediu aos recém-chegados que deixassem seus sentimentos133 betcasa para evitar problemas no cumprimento da lei.
"Seus sentimentos não têm lugar no seu trabalho porque você vai tomar muitas decisões ruins, porque vai se deparar com um caso133 betque vai sentir pena das pessoas e vai fazer algo errado", dizia Rodríguez aos novatos.
'Foi aí que percebi que tinha perdido tudo'
Em 2018, e pouco antes133 betse aposentar, os supervisores133 betRodríguez o chamaram ao escritório do CBP e lhe entregaram um envelope com documentos indicando que ele estava sendo investigado. Rodríguez teve que entregar seu distintivo e arma, e foi suspenso.
Ele não sabia o que estava acontecendo, mas logo depois foi chamado a uma sala133 betinterrogatório do CBP, onde prestou juramento e os oficiais leram seus direitos.
Em seguida, mostraram a ele uma certidão133 betnascimento mexicana com o nome dele, dos pais e dos avós.
"Então, você era um cidadão mexicano", ouviu Rodríguez133 betseus supervisores.
"Não, eu não sabia. Sempre soube que era um cidadão americano", respondeu.
Então, seus supervisores solicitaram uma reunião com o pai133 betRodríguez.
Em uma lanchonete, os agentes perguntaram a Margarito Rodríguez se seu filho realmente nasceu no México.
"E ele meio que olha para baixo e diz com um aceno133 betcabeça: 'Sim, você nasceu no México.'"
"Foi quando percebi que minha carreira havia acabado e que havia perdido tudo. Desmaiei", lembra.
Rodríguez foi demitido do CBP. Seu tempo na Marinha foi invalidado. Ambos os trabalhos são permitidos apenas para cidadãos americanos.
A certidão133 betnascimento mexicana133 betRodríguez veio à tona quando ele ajudava um irmão133 betum processo133 betimigração perante as autoridades dos Estados Unidos.
"Eles fizeram uma investigação enquanto o processo se desenrolava e encontraram uma certidão133 betnascimento. Naquela época, não sabiam que eu tinha nascido no México até meu pai admitir isso”, explica.
"Meu pai disse que foi minha mãe quem inventou (que eu havia nascido nos Estados Unidos). Ele nunca admitiu ter estado envolvido", acrescenta.
A mãe133 betRodríguez faleceu há algum tempo.
Por não ter a documentação exigida, Rodríguez enfrentou processo133 betdeportação. O agora ex-agente do CBP temia que, ao ser expulso para o México, pudesse ser vítima133 betpessoas que queriam prejudicá-lo por causa133 betseu passado como agente133 betfronteira.
"Pensei 'não vou durar muito no México', porque saberiam onde eu havia trabalhado. Assim que eu cruzasse a fronteira, eles viriam atrás133 betmim. Era um dos meus medos,133 betque fosse torturado. E muitas coisas passaram pela minha cabeça. Coisas que provavelmente aconteceriam comigo."
Rodríguez teria que deixar esposa, quatro filhos e cinco netos nos Estados Unidos. Perder tudo pelo que havia trabalhado durante dia e noite o deixou com muita raiva. "Não sabia para onde ir. Não sabia o que fazer", conta.
"Meus colegas133 bettrabalho disseram que não queriam mais ser vistos comigo. Eu os via133 betum restaurante e eles se viravam. Eles fazem você pensar que você não é mais um deles, que você é um pária".
"Foi uma sensação terrível estar do outro lado", diz Rodríguez, lembrando que,133 betuma hora para outra, teve que fazer133 bettudo para não ser parado na rua e enfrentar os agentes que procuram imigrantes sem documentos para detê-los e expulsá-los dos Estados Unidos.
"Me escondi. Passei133 betuma pessoa que fazia cumprir a lei para alguém que se escondia da lei. Foi assim que me senti. Senti como se estivesse fazendo algo errado".
Luta para ficar
Refletindo sobre o que viveu, Rodríguez lamenta que seu país tenha "virado as costas para ele".
"Eu me senti traído. Me senti enganado, usado por esse país", diz.
Ele iniciou, então, um processo133 betimigração para buscar permanência legal nos Estados Unidos.
Seu caso chegou à Justiça, e um juiz avaliou seu caso.
"Li seu processo. Não acredito que este país fez o que fez com você. Você é um cidadão modelo. Você fez tudo certo. Você serviu133 betnossas Forças Armadas. Você serviu nosso governo. Não vejo nada133 beterrado com você além do que dizem que você fez, mas você não sabia que não era cidadão", disse o juiz, lembra Rodríguez.
"Então, peço desculpas pelo que eles fizeram você passar e por todos esses obstáculos pelos quais você passou. Não acredito que fizeram isso com você. Então, eu concedo a você seu status133 betimigração."
Com essa decisão, Rodríguez pôde se tornar oficialmente residente nos Estados Unidos, o que lhe dá direito a obter futuramente a cidadania do país que durante quase toda a133 betvida considerou o seu lar.
Questionado se, depois133 bettudo o que viveu, voltaria a trabalhar para o CBP, lidando com casos133 betimigrantes133 betapuros, Rodríguez não tergiversa.
"Sim. E vou lhe dizer o porquê: eu tinha que fazer meu trabalho da melhor maneira possível. Não posso fazer nada diferente porque tenho que fazer a coisa certa. Tenho que seguir as regras. Não poderia quebrar as regras porque seria uma decepção para minha família se eu o fizesse", diz ele.
"Se eu tiver que ir para o México, se eles tiverem que me deportar, tudo bem? Eu diria que sim. Já que você não pode mudar as regras para mim e nem para outras pessoas, eu esperaria que eles me tratassem da mesma forma que todos os outros."
Mas, acrescenta, tudo isto é algo que mudou definitivamente a133 betvida.