Os brasileiros que estão 'presos'betesporte rolloverDubai por conta das enchentes e não conseguem voltar:betesporte rollover

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Fomos do luxo ao lixo', desabafa a empresária Marilu Souza

No entanto, por causa das inundações, foi impedidobetesporte rolloverembarcar no voo original, que tinha data para a última terça-feira (16).

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Diante do ocorrido, ele já está há pelo menos 58 horas no aeroporto e ainda não sabe quando vai voltar para casa. As informações e serviços prestados pela companhia aérea, segundo ele, deixam a desejar.

"Há um balcão com informação, onde tem gente que vai lá às 10h e só consegue alguma resposta ou mudançabetesporte rollovervoo às 17h. Quase oito horas esperando", diz.

O brasileiro relata que a situação está caótica e que as remarcações são quase impossíveisbetesporte rolloverserem feitas.

Dennis estima que há pelo menos 50 brasileiros esperando no aeroporto e cercabetesporte rollover300 pessoasbetesporte rollovervárias nacionalidades esperando atendimento e remarcaçãobetesporte rollovervoos.

"Tem gente dormindo no chão, que não está tomando banho e com problemabetesporte rolloversaúde. E não nos ofereceram um hotel até agora", conta, indignado.

Sua esposa também está frustrada com o ocorrido.

"Uma das nossas escolhas para a luabetesporte rollovermel que teve mais pesobetesporte rollovercusto e expectativabetesporte rolloverqualidade foi a companhia aérea. Da noite para o dia, o sonho virou pesadelo e estamos passando pelos piores dias da nossa vida", destaca Hadassa Rodrigues.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Dennis e Hadassa estavam voltando da luabetesporte rollovermel quando se viram 'presos' no aerorportobetesporte rolloverDubai

Prejuízobetesporte rolloverquase R$ 3 mil

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A grande espera fez com que muitos dos passageiros tivessem que arcar com muitas despesas extras. Dennis alega que só recebeu um voucherbetesporte rollovercomida depoisbetesporte rollover48 horasbetesporte rolloverque já estava no aeroporto.

Mesmo com o benefício, a alimentação não é suficiente e os gastos acabam ultrapassando o esperado.

"Dois hambúrgueres, uma batata frita e um refrigerante sai a R$ 400. Estou gastando mais aqui do que nos diasbetesporte rolloverque passei na Tailândia", relata o brasileiro.

Antes, ele e a esposa estavam utilizando a sala vip do espaço, mas como já estão há quase três dias, o benefício acabou, já que eles excederam o limite permitido.

Os banhos também estão sendo pagos e é necessário desembolsar R$ 100 toda vez que desejam utilizar o serviço. Somando todos os valores, ele destaca que os gastos já chegam a quase R$ 3 mil.

O problema maior, segundo ele, vai além do prejuízo financeiro. De acordo com Dennis, sempre há atualizações dos próximos voos no painel físico e no site, mas as datas sempre sofrem mudanças.

"A primeira solução que nos ofereceram foi para irmos juntos dia 27 [sábado]. Também deram a opçãobetesporte rolloverum na terça e o outro na quinta, o que inviabiliza também. Já estamos perdendo compromissosbetesporte rollovertrabalho", diz.

A última tentativa da empresa foi a ofertabetesporte rolloverum voo no próximo domingo à noite (21), quase cinco dias depois do voo original do casal. O brasileiro espera que a nova data também não seja alterada.

Curso virou pesadelo

A empresária Marilu Souza,betesporte rollover53 anos, viajou ao país uma semana atrás para participarbetesporte rolloverum curso com um grupobetesporte rollover40 pessoas.

Depoisbetesporte rolloverquase três dias curtindo Dubai, eles foram surpreendidos pela chuva e o cenário mudou completamente.

"Fomos do luxo ao lixo. Tivemos que passar pela enchente para comprar alimentos. Não tivemos café da manhã no hotel", relembra.

O problema se estendeu ainda mais quando ela e os colegas chegaram ao aeroporto. A empresária está no local desde a madrugadabetesporte rolloverquinta-feira (18) e não consegue tomar banho.

"Estamos sem higiene adequada e me alimento mal. Sou alérgica a glúten e lactose e estou passando um caos", lamenta.

Ela também se queixa da faltabetesporte rolloverinfraestrutura que está enfrentando e não esperava que fosse ficar tantos dias no aeroporto.

"Sou PCD [pessoa com deficiência]. Tenho limitação na perna e meu medicamento está nas malas despachadas. Quando faço movimentos repetitivos, sinto dor e preciso usar", conta.

Marilu relata que há muitas crianças, pessoas com problemasbetesporte rolloversaúde e sem acesso a medicamentos.

Os prejuízos financeiros também já estão sendo contabilizados e chegam a quase R$ 10 mil, segundo relata — já que o seu trabalho está sendo prejudicado e ela ainda não conseguiu retornar.

"Eu tenho uma agendabetesporte rollovertrabalho e agendabetesporte rollovercompromissos e contratos a cumprir no Brasil", diz.

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Dezenasbetesporte rolloverpassageiros estão dormindo no chão do aeroportobetesporte rolloverDubai

Quais os direitos do passageiro?

Embora eventos climáticos possam ocorrerbetesporte rolloverforma inesperada prejudicando voos e outros serviços, especialistas ouvidos pela reportagem da BBC News Brasil reforçam que, mesmo assim, é dever da companhia aérea prestar assistência aos passageiros prejudicados.

"A primeira coisa que devemos saber é que fenômenos naturais, enchentes e mau tempo não excluem o dever da companhiabetesporte rolloverdar toda a assistência ao consumidor. Até porque, por mais imprevisível que a situação possa ser, também não pode o consumidor, que não deu causa à situação, ficar desamparado", explica João Leão, advogado especializadobetesporte rolloverdireito do consumidor e diretor da Indeniza voe.

Nesse sentido, o advogado alerta ainda que, embora não seja essencial para uma possível indenização, é sempre bom ficar atento ao pedidobetesporte rolloverdeclaraçãobetesporte rollovercancelamentobetesporte rollovervoo (ou declaraçãobetesporte rollovercontingência) para a companhia aérea, seja no aeroporto ou diretamente com a empresa via SAC.

Nesse documento, a instituição presta informações sobre o cancelamento do voo e também os motivos que ocasionaram o problema.

Para garantir o direito do passageiro, a Agência Nacionalbetesporte rolloverAviação Civil (Anac), embetesporte rolloverresolução 400/2016, já esclarece que a assistência deve ser gradualmente prestada pela empresa aérea, conforme o tempobetesporte rolloveratraso contado a partir do momentobetesporte rolloverque começou a demora. Detalhamos a seguir:

- A partirbetesporte rollover1 hora: a empresa deve fornecer meiosbetesporte rollovercomunicação como internet, telefonemas e outros.

- A partirbetesporte rollover2 horas: a companhia aérea deve fornecer alimentação seja por voucher, lanche, bebidas e outros.

- A partirbetesporte rollover4 horas: acomodação ou hospedagem (se for o caso) e transporte do aeroporto ao localbetesporte rolloveracomodação. Se o passageiro estiver no localbetesporte rolloverseu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte parabetesporte rolloverresidência e desta para o aeroporto.

Em casobetesporte rolloverdescumprimento desses serviços, o consumidor pode registrar uma reclamação com a própria companhia aérea ou buscar conciliação por meio dos Procons ou da plataforma Consumidor.gov.

Outra possibilidade é a via judicial, com pedidobetesporte rolloverressarcimento financeiro e moral. Mas é fundamental ter provas que demonstrem o que ocorreu.

"Se a companhia aérea não estiver provendo isso e o consumidor tiver gastosbetesporte rolloverrelação a esses itens, ele precisa guardar os comprovantesbetesporte rollovergastos, formalizar junto à companhia aérea que passou por esses problemas, que houve recusa no provimento da assistência material e solicitar o reembolso", explica Fernando Eberlin, professorbetesporte rolloverdireito do consumidor da FGV Direito SP.

O que diz a Emirates

Procurada pela reportagem, a companhia aérea informou que o posicionamento da empresa e toda a comunicação está sendo feita via site.

No entanto, as últimas atualizações foram realizadas na última quinta-feira (18), às 10h21, horáriobetesporte rolloverDubai. Questionada sobre o ocorrido, a instituição não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

Já a embaixada brasileirabetesporte rolloverAbu Dhabi (capital dos Emirados Árabes) afirmou, por meiobetesporte rollovernota, que estábetesporte rollovercontato permanente com os brasileiros afetados e tem buscado informações com as companhias aéreas.

A nota diz ainda que o representante da embaixada esteve no aeroportobetesporte rolloverDubai durante a madrugada para averiguar a situação, e que o vice-cônsul do Brasil está a caminhobetesporte rolloverDubai para monitorar o problema.

As enchentes

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Dubai sofreu com o maior volumebetesporte rolloverchuvasbetesporte rollover75 anos

Na última terça-feira (16), Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, enfrentou o maior volumebetesporte rolloverchuvasbetesporte rollover75 anos.

Um homembetesporte rollover70 anos faleceu no emiradobetesporte rolloverRas Al Khaima, situado a pouco maisbetesporte rolloveruma horabetesporte rolloverdistânciabetesporte rolloverDubai. Outros três trabalhadores filipinos também morrerambetesporte rolloverdecorrência das inundações na cidade.

As precipitações também afetaram Omã, nação vizinha, resultandobetesporte rollover21 mortes.

Os Emirados Árabes são conhecidos por seu clima predominantemente árido mas, ocasionalmente, enfrenta fortes tempestades.

A principal causa atribuída às fortes chuvas dessa semana foi a circulaçãobetesporte rolloverum sistema meteorológicobetesporte rolloverbaixa pressão, que atraiu ar quente e úmido e bloqueou o avançobetesporte rolloveroutros sistemas.

O papel exato das mudanças climáticas ainda não pode ser determinado. Uma análise completa dos fatores naturais e humanos é necessária, mas isso pode levar meses.

No entanto, o recordebetesporte rolloverprecipitação está alinhado com as tendências observadas pelos cientistas nas alterações climatológicas.