4 pontos que explicam por que ofensiva da Ucrâniaflamengo e atlético paranaense palpitesterritório russo muda o curso da guerra:flamengo e atlético paranaense palpites

Até segunda-feira (12/8), maisflamengo e atlético paranaense palpites121 mil pessoas haviam sido retiradas da região atacada e outras 11 mil da vizinha Belgorod.

Da mesma forma, o governadorflamengo e atlético paranaense palpitesKursk, Alexey Smirnov, admitiu que uma áreaflamengo e atlético paranaense palpites12 quilômetrosflamengo e atlético paranaense palpitescomprimento e 40 quilômetrosflamengo e atlético paranaense palpiteslargura e 28 cidades caíram sob o controleflamengo e atlético paranaense palpitesKiev, informou o serviço russo da BBC.

Isto não é algo como as pequenas incursões ucranianasflamengo e atlético paranaense palpitesterritório russo que foram vistas ao longo da guerra, mas sim um cenário com uma escala maior.

O que procura a Ucrânia com essa medida arriscada e como é que isso muda o curso da guerra?

A reportagem traz quatro pontos fundamentais para compreender essa nova fase do conflito e suas consequências.

1. Mudançaflamengo e atlético paranaense palpitesnarrativa: a força da parte fraca

A incursãoflamengo e atlético paranaense palpitesterritório russo foi um choque.

"Estamos no ataque. O objetivo é ampliar as posições que o inimigo deve defender para infligir o maior dano possível e desestabilizar a situação na Rússia porque eles são incapazesflamengo e atlético paranaense palpitesproteger aflamengo e atlético paranaense palpitesprópria fronteira", disse um responsávelflamengo e atlético paranaense palpitessegurança ucraniana à agência AFP.

Nos últimos meses, aumentaram as dúvidas sobre a capacidade militar ucraniana não para recuperar o território perdido, mas para conservar o restante. Isso se deve à fracassada contraofensiva que lançou no ano passado e na qual praticamente não obteve vitórias importantes no campoflamengo e atlético paranaense palpitesbatalha.

A retirada da cidadeflamengo e atlético paranaense palpitesAvdiivka, na provínciaflamengo e atlético paranaense palpitesDonetsk,flamengo e atlético paranaense palpitesfevereiro passado, reforçou o pessimismo.

"Durante os últimos meses, cresceram as vozes argumentando que não fazia sentido apoiar a Ucrânia, porque será sempre a parte fraca contra a Rússia. No entanto, agora há um quadro diferente: é a Rússia que está tentando recuperar o seu territórioflamengo e atlético paranaense palpitesuma invasão, algo que não era visto desde a Segunda Guerra Mundial", disse o cientista político alemão Andreas Umland à BBC News Mundo, o serviçoflamengo e atlético paranaense palpitesespanhol da BBC.

“A Ucrânia mudou a narrativa da guerra”, disse o analista do Centroflamengo e atlético paranaense palpitesEstudos da Europa Oriental do Centroflamengo e atlético paranaense palpitesEstocolmo (Suécia), que é especialistaflamengo e atlético paranaense palpitesquestões relativas à Rússia e à Ucrânia.

O cientista político americano John Hardie fez uma análise semelhante, escrevendo: "Kiev provavelmente procurava revitalizar a moral interna e a confiança ocidental, invertendo a narrativa pessimista dos últimos dez meses. E nesse sentido, já alcançou algum sucesso." .

“A operação eletrizou a mídia ucraniana e ocidental, ao mesmo tempo que provocou alarme e fúria na Rússia”, acrescentou Hardie, diretor do programa russo da Fundação para a Defesa das Democracias, um centroflamengo e atlético paranaense palpitespesquisas focado na segurança nacional e na política externa.

Outro especialista que acredita que a medida buscou provar que a Ucrânia não está derrotada é o britânico Michael Clarke, do Royal United Services Institute (RUSI, na siglaflamengo e atlético paranaense palpitesinglês).

“Os sucessos no Mar Negro e contra as forças russas na Crimeia não atraíram a atenção global, enquanto o exército está sendo lentamente mas implacavelmente expulsoflamengo e atlético paranaense palpitesgrande parte do leste da Ucrânia”, escreveu o especialistaflamengo e atlético paranaense palpitesdiplomacia e defesa no jornal londrino The Guardian.

“Zelensky procurou uma formaflamengo e atlético paranaense palpitesparar ou reverter esta dinâmica. Esta escolha militar estratégica é muito do seu estilo: ousada e arriscada”, acrescentou.

2. Nova posição para negociar

A ofensiva, na qual, segundo alguns especialistas militares, estariam envolvidos entre 6.000 e 10.000 soldados ucranianos e dezenasflamengo e atlético paranaense palpitesveículos blindados, também coloca a Ucrâniaflamengo e atlético paranaense palpitesuma outra posição.

"Até uma semana atrás, a Ucrânia estava travando uma guerra puramente defensiva, tentando expulsar as forças russas do seu território, algo que não conseguia há dez anos. No entanto, agora a guerra já não se limita ao seu território, mas abrange também agora o russo", disse Umland.

E isso pode mudar o formato das futuras conversaçõesflamengo e atlético paranaense palpitesque os lados opostos terãoflamengo e atlético paranaense palpitesse envolverflamengo e atlético paranaense palpitesalgum momento para pôr fim ao conflito.

“A intenção é fortalecer a posição ucraniana para as próximas negociações com o Kremlin”, disse David Betz, professorflamengo e atlético paranaense palpitesHistória da Guerra no Kings College London,flamengo e atlético paranaense palpitesLondres.

Umland compartilha da mesma visão e explicou: “As negociações anteriores limitaram-se às exigências russasflamengo e atlético paranaense palpitesterras da Ucrânia ou para que esse país aceitasse uma diminuição daflamengo e atlético paranaense palpitessoberaniaflamengo e atlético paranaense palpitestrocaflamengo e atlético paranaense palpitespaz, mas agora a Ucrânia quer mudar a conversa”.

“Não será mais território por paz, mas território por território: vocês se retiram do meu território e eu me retiro do seu”, disse ele.

O Kremlin também tem a mesma suspeita.

“O inimigo está tentando melhorar as suas posições para uma possível negociação no futuro”, disse o presidente Putin na segunda-feira.

Contudo, o presidente distanciou ainda mais as possibilidadesflamengo e atlético paranaense palpitesdiálogo com Kiev.

“Que tipoflamengo e atlético paranaense palpitesnegociações podemos ter com pessoas que atacam indiscriminadamente civis e infraestruturas civis e tentam criar uma ameaça às instalaçõesflamengo e atlético paranaense palpitesenergia nuclear?”, perguntou, ignorando que tem sido acusado pelo lado ucranianoflamengo e atlético paranaense palpitesfazer exatamente a mesma coisa desde fevereiroflamengo e atlético paranaense palpites2022, quando mandou invadir o vizinho.

Mas para que essa estratégia funcionasse, as forças ucranianas teriamflamengo e atlético paranaense palpitesser capazesflamengo e atlético paranaense palpitesreter o território ocupado, algo que os especialistas consultados consideram difícil.

“O ataque deve ser entendido como uma incursão impossívelflamengo e atlético paranaense palpitessustentar”, disse Betz, que comparou esta medida à que Adolf Hitler tentouflamengo e atlético paranaense palpites1944 para deter os Aliados.

"Eu diria que esse ataque é semelhante à Batalha do Bulgeflamengo e atlético paranaense palpites1944. O exército alemão estava nas últimas forças, mas reuniu forças para lançar uma última ofensiva. Estrategicamente não mudou nada para os nazistas e não acho que este ataque mudará tudo para Zelensky", acrescentou.

3. Possível redistribuiçãoflamengo e atlético paranaense palpitessoldados

Outra mudança possível é forçar o Kremlin a retirar parte das tropas que tem atualmente nos territórios que ocupa na Ucrânia, o que permitiria ao exércitoflamengo e atlético paranaense palpitesKiev recuperar parte das áreas invadidas ou pelo menos não perder mais.

No entanto, até agora não há indicaçãoflamengo e atlético paranaense palpitesque Moscou tenha mobilizado qualquer uma das unidades que possuiflamengo e atlético paranaense palpitesDonbass (leste da Ucrânia).

E, por isso, os especialistas temem que a decisão acabe colocando Kiev numa posição ainda mais precária, do pontoflamengo e atlético paranaense palpitesvista militar.

“Esta manobra foi muito arriscada e com poucos ganhos políticos ou estratégicos, uma vez que drenou recursos ucranianosflamengo e atlético paranaense palpitesoutras frentes onde há necessidades extremas e não causou muitas baixas à Rússia”, disse Betz à BBC News Mundo.

E embora tenha admitido que a ofensiva mais uma vez deixou a liderança militarflamengo e atlético paranaense palpitesMoscou numa situação negativa, descreveu como “insignificante” o impacto que pode ter sobre as tropas e especialmente sobre os cidadãos.

O analista Emil Kastehelmi diz que o melhor resultado para a Ucrânia seria a Rússia desviar "recursos significativos das áreas mais críticas [dentro do território ucraniano] para recuperar cada quilômetro quadrado cedido, apesar das perdas na frente ucraniana".

4. Um desafio para Putin

Betz afirmou que “os ataquesflamengo e atlético paranaense palpitesterritório russo apenas reforçam o apoio a Putin”, disse ele.

Mas a incursão ucraniana parece ter afetado a imagem do Kremlin na regiãoflamengo e atlético paranaense palpitesKursk.

A correspondente da BBC para a Europaflamengo e atlético paranaense palpitesLeste, Sarah Rainsford, disse que mesmo na controlada imprensa local surgiram testemunhosflamengo e atlético paranaense palpitesalguns deslocados, que, muito perturbados, queixaram-seflamengo e atlético paranaense palpitesque as autoridades civis e militares não os informaram da gravidade da situação.

Putin tem cada vez mais dificuldadeflamengo e atlético paranaense palpitesesconder a escala das baixas russas e, com dezenasflamengo e atlético paranaense palpitesmilharesflamengo e atlético paranaense palpitespessoas deslocadas, é difícil manter a imagemflamengo e atlético paranaense palpitesque o Kremlin tem tudo sob controle e que não se trataflamengo e atlético paranaense palpitesuma guerra total.

“Já vimos issoflamengo e atlético paranaense palpitesguerras passadas”, lembra o especialistaflamengo e atlético paranaense palpitessegurança Mark Galeotti. “Da guerra soviética no Afeganistão à guerra da Rússia na Chechênia: o Kremlin é capazflamengo e atlético paranaense palpitesmanter uma certa narrativa até que a realidade revele tudo.”

As autoridades russas prometeram “uma resposta dura” à Ucrânia e isso vindoflamengo e atlético paranaense palpitesuma potência nuclear pode ser preocupante.

No entanto, para Umland, o fatoflamengo e atlético paranaense palpitesPutin ainda não ter ameaçado utilizar o seu arsenal atômico revela que ele não quer agravar a situação.

“Os ucranianos provaram que as linhas vermelhas russas eram virtuais”, disse ele.

“A Ucrânia atacou diretamente o território russo e a respostaflamengo e atlético paranaense palpitesMoscou foi declarar uma operação antiterrorista; ou seja, nem sequer reconhecem que o exército ucraniano os invadiu”, destacou o analista.

"Acredito que Putin não quer agravar a situação, porque se ele ameaçar usar armas nucleares, então deve usá-las, porque caso contrário parecerá fraco. Mas se as usar, forçará o Ocidente e até mesmo aliados como a China a agirflamengo e atlético paranaense palpitesforma diferente”, acrescentou.

Em 2020, a Rússia adotou uma nova doutrina militar, que autoriza as suas autoridades a recorrer ao seu enorme arsenal nuclear e outras armasflamengo e atlético paranaense palpitesdestruiçãoflamengo e atlético paranaense palpitesmassa “quando a própria existência do Estado estiver ameaçada”.

Um ataque àflamengo e atlético paranaense palpitesintegridade territorial estaria entre as ameaças à existência do Estado Russo.

No entanto, Putin, naflamengo e atlético paranaense palpitesmais recente intervenção, apenas disse que “a principal tarefa do Ministério da Defesa é expulsar o inimigo do nosso território”.