A extinçãothe-cbet-st33-1478insetos que já afeta a produção globalthe-cbet-st33-1478alimentos :the-cbet-st33-1478

Uma compilaçãothe-cbet-st33-1478166 estudosthe-cbet-st33-14782020 estimou que a populaçãothe-cbet-st33-1478insetos,the-cbet-st33-1478média, está diminuindothe-cbet-st33-1478todo o mundothe-cbet-st33-14780,9% ao ano. Mas as reduções não são homogêneas. Até nos mesmos ambientes, as populaçõesthe-cbet-st33-1478algumas espéciesthe-cbet-st33-1478insetos foram reduzidas, mas outras permaneceram estáveis e ainda outras aumentaram.

As razões dessas diferenças entre os insetos são desconhecidas, mas claramente alguns são mais resilientes do que outros.

Até pouco tempo atrás, muitas evidências vinhamthe-cbet-st33-1478áreas protegidas na Europa e,the-cbet-st33-1478menor escala, da América do Norte. Qual será então a situaçãothe-cbet-st33-1478outras partes do mundo?

Um novo estudo oferece dados novos sobre as migrações sazonaisthe-cbet-st33-1478insetos no leste asiático. Muitos desses insetos são considerados pragas. Todos os anos, eles voam para o norte na primavera para aproveitar a nova estaçãothe-cbet-st33-1478cultivo e voltam para o sul no outono, para escapar do frio.

A queda progressiva dessa imensa quantidadethe-cbet-st33-1478migrantes indica que,the-cbet-st33-1478fato, trata-sethe-cbet-st33-1478um problema global.

Milhõesthe-cbet-st33-1478insetos migratórios

Entre 2003 e 2020, cientistas da Academia Chinesathe-cbet-st33-1478Ciências Agrícolas na capital da China, Pequim, capturaram quase três milhõesthe-cbet-st33-1478insetos migratóriosthe-cbet-st33-1478armadilhas luminosas na ilhathe-cbet-st33-1478Beihuang, no litoral nordeste da China. E outros nove milhõesthe-cbet-st33-1478insetos foram detectados nos registrosthe-cbet-st33-1478radares.

Ao todo, foram identificadas e contadas 98 espécies. A maioria delas erathe-cbet-st33-1478pragas que se alimentam da produção agrícola ou insetos que são seus inimigos naturais — predadores e parasitas.

Ao longo do períodothe-cbet-st33-147818 anos, a contagem anualthe-cbet-st33-1478todos os insetos identificados caiuthe-cbet-st33-14787,6% — uma tendênciathe-cbet-st33-1478redução estávelthe-cbet-st33-14780,4% ao ano.

Claramente, o númerothe-cbet-st33-1478insetos vem diminuindothe-cbet-st33-1478grande escala na Ásia, da mesma forma que na Europa e na América do Norte. Parece razoável considerar que os motivos sejam os mesmos. Não sabemos ao certo quais são essas causas, mas parece provável que elas estão presentesthe-cbet-st33-1478todo o mundo.

O estudo também demonstrou que insetos pragas como a lagarta-rosca, que ataca muitas espéciesthe-cbet-st33-1478vegetais alimentícios, sofrem forte impacto com a redução mundial dos insetos, da mesma forma que espécies que não são pragas, como as abelhas e borboletas, que foram objeto da maior parte dos estudos europeus e americanos anteriores.

Estamos tão acostumados a considerar os insetos como pragas que é tentador pensar que,the-cbet-st33-1478um mundo com menos insetos, a agricultura poderia prosperar como nunca antes conseguiu. Mas este novo estudo revela por que isso não é verdade.

Os pesquisadores usaram registros entomológicos detalhados do passado para construir uma complexa rede alimentar, demonstrando como cada uma das espéciesthe-cbet-st33-1478insetos pragas capturadas nas armadilhas luminosas pode ser alimentothe-cbet-st33-1478diversos tiposthe-cbet-st33-1478insetos predadores e parasitas, frequentemente chamadosthe-cbet-st33-1478“inimigos naturais”.

As lagartas-roscas, por exemplo, são comidas pelo bicho-lixeiro, entre outros.

Os pesquisadores compararam a velocidadethe-cbet-st33-1478declíniothe-cbet-st33-1478124 pragas ethe-cbet-st33-1478cada um dos seus inimigos naturais.

Ao longo dos 18 anosthe-cbet-st33-1478estudo, a incidência das espécies inimigas naturais diminuiuthe-cbet-st33-14780,65% ao ano, enquanto a quantidade das pragas que se alimentamthe-cbet-st33-1478plantas,the-cbet-st33-1478média, não se reduziu. Isso indica que as espécies benéficas, inimigas naturais das pragas, têm maior propensão ao declínio do que aquelas que servemthe-cbet-st33-1478alimento.

Por isso, os agricultores precisam decidir se irão tolerar produções menores ou usar ainda mais inseticidas químicos para controlar as pragas, gerando reduções ainda maiores.

É muito fácil apontar os pesticidas, a iluminação pública brilhante e as mudanças climáticas como as causas, mas o declínio dos insetos, quase certamente, tem diversas causas simultâneas. O suspeito indicado com mais frequência é a intensificação da agricultura.

Esta expressão engloba diversas ações errôneas. A mecanização da agricultura, a erradicação das sebes, a monocultura, o aumento do usothe-cbet-st33-1478fertilizantes químicos e a aplicação regularthe-cbet-st33-1478pesticidas têm como objetivo produzir campos sem ervas daninhas, pragas ou doenças. Apenas uma variedade reduzidathe-cbet-st33-1478animais e plantas silvestres consegue sobreviver nas margens estreitas dos campos e à beira das estradas próximas.

Em outras palavras, os agricultores tornaram os campos inóspitos para a maioria dos insetos.

A intensificação pretende garantir que o máximo fluxothe-cbet-st33-1478energia possível do ecossistema das fazendas seja utilizado para a produção agropecuária para consumo humano. Estima-se que 24%the-cbet-st33-1478todo o crescimento vegetal anual do planeta sejam atualmente apropriados pelos seres humanos. E este percentual atinge o espantoso nívelthe-cbet-st33-147869% nas áreasthe-cbet-st33-1478cultivo.

Estes números praticamente dobraram ao longo do século 20. Não surpreende que os insetos não se deem bem nesses cenários – e as áreas produtivas ocupam quase 40% das terras disponíveis.

A perdathe-cbet-st33-1478espécies

Os insetos são,the-cbet-st33-1478longe, os animais mais numerosos da Terra. Estima-se que a massa totalthe-cbet-st33-1478novos insetos que crescem anualmentethe-cbet-st33-1478todo o mundo atinja a surpreendente marcathe-cbet-st33-14781,5 bilhãothe-cbet-st33-1478toneladas.

A maior parte desse material é imediatamente consumida na cadeia alimentar por predadores e parasitas,the-cbet-st33-1478forma que a imensa superestruturathe-cbet-st33-1478toda a diversidade animal da Terra é estabelecida sobre uma basethe-cbet-st33-1478insetos e seus parentes artrópodes.

Se houver menos insetos, o númerothe-cbet-st33-1478outros animais silvestres inevitavelmente também irá diminuir. Já existem evidênciasthe-cbet-st33-1478que isso esteja acontecendo.

Na América do Norte, a populaçãothe-cbet-st33-1478espéciesthe-cbet-st33-1478aves que se alimentamthe-cbet-st33-1478insetos sofreu redução médiathe-cbet-st33-1478quase 10 milhõesthe-cbet-st33-1478indivíduos nos últimos 50 anos, enquanto as espécies que não têm os insetos como presas essenciais não sofreram redução.

Na Europa, a redução paralela das populaçõesthe-cbet-st33-1478andorinhas insetívoras, andorinhas-dos-beirais e andorinhões foi relacionada ao declínio dos insetos.

É verdade que alguns insetos são uma ameaça aos seres humanos, como os mosquitos transmissoresthe-cbet-st33-1478doenças. Mas a ampla maioria dos insetos é benéfica: eles polinizam a produção agrícola, fornecem controle naturalthe-cbet-st33-1478pragas, reciclam nutrientes e ajudam na formação do solo, participando da decomposiçãothe-cbet-st33-1478plantas e animais mortos.

Todos esses processos serão prejudicados com a eventual escassez dos insetos. O valor econômico desses serviços é incalculável — a agricultura não conseguiria se manter por muito tempo sem eles.

Nossos amigos insetos estão sendo extintos. Precisamos encontrar alguma formathe-cbet-st33-1478abrir mais espaço para eles.

* Stuart Reynolds é professor eméritothe-cbet-st33-1478biologia da Universidadethe-cbet-st33-1478Bath, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no sitethe-cbet-st33-1478notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão originalthe-cbet-st33-1478inglês.