Como quedabônus betano r$300 reaisnascimentosbônus betano r$300 reaisbebês com Down virou pivô da disputa entre grupos pró e contra aborto na Europa:bônus betano r$300 reais
O númerobônus betano r$300 reaisnascimentosbônus betano r$300 reaiscrianças com síndromebônus betano r$300 reaisDown na Europa tem caídobônus betano r$300 reaisforma significativabônus betano r$300 reaisrelação às proporções do passado.
Tal fenômeno pode ser explicado por um conjuntobônus betano r$300 reaisfatores, envolvendo principalmente o direito das mulheres.
Por isso mesmo, a questão se tornou central na disputa entre grupos pró e anti-aborto.
A tendência foi estudada especialmente no continente.
No início da décadabônus betano r$300 reais1980, um a cada 800 bebês nascia com síndromebônus betano r$300 reaisDown.
A dinâmica bônus betano r0 reais fluidos, também conhecida como mecânica dos fluidos, é um ramo da física que estuda o movimento bônus betano r0 reais 💪 fluidos, ou seja, gases e líquidos. No entanto, essa área bônus betano r0 reais estudo é considerada uma das mais desafiadoras e complexas 💪 da física. Existem diversos fatores que contribuem para essa dificuldade.
Um deles é o fato bônus betano r0 reais que os fluidos são sistemas 💪 contínuos, o que significa que não há espaços vazios entre as suas partículas. Isso contrasta com os sólidos, que são 💪 compostos por partículas discretas. Como resultado, as equações que descrevem o comportamento dos fluidos são muito mais complexas do que 💪 as equações que descrevem o comportamento dos sólidos.
Fim do Matérias recomendadas
À medidabônus betano r$300 reaisque as mulheres passaram a ter filhos mais tarde ao longo das quatro décadas seguintes, essa proporção passou a serbônus betano r$300 reaisuma a cada 460 bebês, pois quanto mais velha é a mãe, maiores as chancesbônus betano r$300 reaiso feto desenvolver essa condição genética, que pode causar deficiência intelectual, problemas cardíacos, digestivos ebônus betano r$300 reaisoutros órgãos.
No entanto, os avanços tecnológicos, que permitem detectar a síndromebônus betano r$300 reaisDown e outras condições no útero, somados à legalização do aborto na maioria dos países europeus, têm levado cada vez mais mulheres a optarem por interromper a gravidez quando a trissomia 21, nome formal da síndrome (que causa três cópias do cromossomo 21), é diagnosticada.
"Os países não mantêm um registrobônus betano r$300 reaisquantos abortos são realizados porque o feto tem Down", explica um porta-voz da Down Syndrome International, entidadebônus betano r$300 reaisapoio a pessoas com síndromebônus betano r$300 reaisDown, à BBC News Mundo, o serviçobônus betano r$300 reaisespanhol da BBC.
No entanto, um grupobônus betano r$300 reaisprestigiados especialistas nesta área encontrou uma formabônus betano r$300 reaiselaborar essa estimativa, e concluiu que na Europa, na última década, 54% das gravidezesbônus betano r$300 reaisque o feto tinha Down foram interrompidas.
Uma toneladabônus betano r$300 reaiscocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
Episódios
Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa
Esse número é uma média e varia fortemente entre os países. Em alguns, ocorrem abortos espontâneosbônus betano r$300 reaisoito das dez gestações nas quais a síndrome é detectada.
Se compararmos com a décadabônus betano r$300 reais1980, quando começaram a ser usados os examesbônus betano r$300 reaistriagem pré-natal, veremos como foi drástica a queda na porcentagembônus betano r$300 reaiscrianças nascidas com Down.
Naquela época, 90% das mulheres grávidas que esperavam crianças com Down davam à luz. Na última década, esse número caiu pela metade.
"Em outras palavras, isso significa que nos últimos anos houve 50% menos bebês com síndromebônus betano r$300 reaisDown do que poderiam ter nascido na Europa", diz o estudo pioneiro realizado pelo holandês Gertbônus betano r$300 reaisGraaf, o britânico Frank Buckley e o americano Brian Skotko.
Segundo a pesquisa, a Espanha foi onde os abortosbônus betano r$300 reaisbebêsbônus betano r$300 reaisgestação com essa alteração mais aumentaram. Estima-se que no período 2011-2015, 83% das gestações com Down naquele país não foram concluídas.
Na Islândia — que alguns acusarambônus betano r$300 reaistentar "eliminar a síndromebônus betano r$300 reaisDown" devido aos poucos nascimentosbônus betano r$300 reaiscrianças com a síndrome — esse número foibônus betano r$300 reais69%.
A proporçãobônus betano r$300 reaisabortos seletivos foi maior nos países do sul da Europa (72%) do que nos países nórdicos (51%) e no leste europeu (38%).
Questionado sobre a situaçãobônus betano r$300 reaisoutras regiões do mundo, inclusive na América Latina, Skotko explicou que ainda não há dados oficiais suficientes para realizar o levantamento nesses locais.
(A metodologia que embasou o estudo está no fim desta reportagem).
'Crianças Ideais'
Agustín Matía Amor é diretor administrativo da organização Down Spain, e acredita que é provável que as taxas citadas no estudo europeu tenham aumentado significativamente nos últimos anos.
"Hoje, dos 100% das crianças espanholas com Down que poderiam nascer, entre 90% e 95% não nascem", aponta, citando estatísticas coletadas porbônus betano r$300 reaisentidade, que está preparando seu próprio estudo sobre a taxabônus betano r$300 reaisnatalidadebônus betano r$300 reaispessoas com Down junto com a Universidadebônus betano r$300 reaisSalamanca, na Espanha.
Essa queda fez com que a proporçãobônus betano r$300 reaisbebês com síndromebônus betano r$300 reaisDown caíssebônus betano r$300 reais1bônus betano r$300 reais800 na décadabônus betano r$300 reais1980 para 1bônus betano r$300 reais2000 hoje, diz ele.
"É a mesma proporção que as doenças genéticas raras têm, o que significa que,bônus betano r$300 reaisfato, hoje ter síndromebônus betano r$300 reaisDown na Espanha é considerado tão incomum quanto ter uma doença rara".
Matía Amor considera que dois dos fatores que ajudam a explicar por que a Espanha lidera o ranking é a combinação do acesso a tecnologiasbônus betano r$300 reaisdiagnóstico pré-natalbônus betano r$300 reaisaltíssimo nível com a legislação que permite estender os prazos para a realizaçãobônus betano r$300 reaisum aborto até 22 semanasbônus betano r$300 reaiscasobônus betano r$300 reais"anomalias fetais", algo que tem sido duramente questionado por organizações que defendem os direitos das pessoas com deficiência.
No entanto, Matía Amor não acredita que o acesso ao aborto por si só explique a queda acentuadabônus betano r$300 reaisnascimentosbônus betano r$300 reaispessoas com síndromebônus betano r$300 reaisDownbônus betano r$300 reaisseu país, nem vê "o maior ônus econômico que ter um filho significa para a família" como uma causa fundamental.
Para ele e seus colegas, há outras razões.
"A Espanha viveu uma mudança social muito grande nos anos 80. As pessoas começaram a ter poucos filhos e estes se tornaram o maior capitalbônus betano r$300 reaisuma família. Assim, os pais idealizaram a criança que querem ter e essa formabônus betano r$300 reaispensar se choca com a possibilidadebônus betano r$300 reaisque uma criança nasça com deficiência intelectual", diz ele.
"A sociedadebônus betano r$300 reaisgeral assume que a deficiência intelectual é o grande obstáculo para uma vida plena e aceita com bastante naturalidade que uma pessoa com síndromebônus betano r$300 reaisDown seja, no fundo, uma pessoa menos dignabônus betano r$300 reaisviver."
Mesmo assim, Matía Amor não acredita que a síndromebônus betano r$300 reaisDown desaparecerá por completo.
"Na Espanha, entre 5% e 10% das mulheres grávidas optam por não realizar exames pré-natais; por isso, devemos desconfiar dessas manchetes que alertam sobre o desaparecimento da síndromebônus betano r$300 reaisDown", diz.
'Me dá pena'
Mas além dos números, o debate sobre encorajar ou não as mães a ter um bebê com síndromebônus betano r$300 reaisDown não é novo.
E vem crescendo junto com o desenvolvimentobônus betano r$300 reaisnovas metodologias para detectar a presença da síndrome, com a legalização do abortobônus betano r$300 reaismais países e o aumento da qualidadebônus betano r$300 reaisvidabônus betano r$300 reaispessoas com Down.
Skotko aponta que os avanços médicos permitiram que as pessoas com Down vivessem muito mais anos (a expectativabônus betano r$300 reaisvida hoje ébônus betano r$300 reaiscercabônus betano r$300 reais60 anos, mais que o dobro dos anos 80).
E esse aumento da expectativabônus betano r$300 reaisvida cria o paradoxobônus betano r$300 reaisque, mesmo com a queda acentuada nas taxasbônus betano r$300 reaisnatalidade, a comunidadebônus betano r$300 reaispessoas com Down é maior do que nunca na Europa, aponta Matía Amor.
E mais vociferante.
Blanca San Segundo foi a primeira mulher com síndromebônus betano r$300 reaisDown a obter um diploma universitário na Espanha. Aos 33 anos, ela é professorabônus betano r$300 reaisapoio numa escola inclusiva e terapeuta ocupacional.
"Parece-me que há menos crianças com síndromebônus betano r$300 reaisDown. Por exemplo, na escola onde trabalho agora não há", observa San Segundo.
"Não estou surpresabônus betano r$300 reaisque haja menos nascimentos, mas isso me deixa triste", diz ela. "Gostaria que houvesse mais meninos e meninas com deficiência porque sempre aprendemos (com eles), mesmo que isso seja custoso."
"Somos pessoas muito valiosas com muitas capacidades, e a sociedade tem que ver isso", acrescenta.
"Acho que se a comunidade diminuísse, duas coisas poderiam acontecer: a primeira é que a sociedade se esqueceria do assunto, o que levaria a uma sociedade mais classista, menos solidária, mais egoísta."
"A outra possibilidade é que, como há menos pessoas com síndromebônus betano r$300 reaisDown, a sociedade se volta para ajudá-las a levar uma vida melhor."
"Espero que a sociedade evolua para melhor e estou confiante e esperançosa que isso aconteça."
Um mundo sem Down?
Heidi Crowter, uma britânica com síndromebônus betano r$300 reaisDown que faz campanha por mudanças na lei do Reino Unido que permite o aborto por esse motivo até o dia do parto, também acredita que as percepções sobre as pessoas com Down precisam mudar.
"Você tem que pararbônus betano r$300 reaisencarar a síndromebônus betano r$300 reaisDown com as lentes do passado e passar a vê-labônus betano r$300 reaisuma forma mais nova e positiva", diz.
É uma visão compartilhada por Sally Phillips, uma comediante britânica e mãebônus betano r$300 reaisum filho com síndromebônus betano r$300 reaisDown.
Alguns anos atrás, Phillips apresentou um documentário da BBC intitulado "Um mundo sem síndromebônus betano r$300 reaisDown?". Nele, ela questionabônus betano r$300 reaisque tipobônus betano r$300 reaissociedade queremos viver e quem achamos que deveria ter permissão para viver nela.
"Se estamos caminhando para um mundo onde cada vez mais pessoas podem escolher quem nasce", diz ela, referindo-se aos avanços nos testesbônus betano r$300 reaisdetecção precoce para todos os tiposbônus betano r$300 reaiscondições, não apenas para Down, "precisamos pensar sobre o que valorizamos."
"E à medida que nosso poderbônus betano r$300 reaisescolha aumenta, quem são as pessoas que a sociedade pode deixar para trás?", questiona.
"Há um grande valor no que não é perfeito. Se houver uma rachadura, é por aí que a luz pode passar. E as imperfeições são o lugar onde a humanidade se torna mais visível."
Fora da Europa, uma das vozes mais respeitadas é a da ativista americana com síndromebônus betano r$300 reaisDown Karen Gaffney, que passou décadas incentivando a discussão e derrubando estereótipos.
Em uma eloquente palestra TED, Gaffney pede ao público que reflita sobre o que o futuro reserva para pessoas como elabônus betano r$300 reaisum mundo onde os testes pré-natais estão na ordem do dia.
No vídeo, ela se lembrabônus betano r$300 reaister ouvido o pai falar sobre as recomendações que o médico lhe deu após o nascimento. Ele havia sugerido interná-la, prevendo que, com sorte, a criança seria capazbônus betano r$300 reaisamarrar os cadarços ou escrever o próprio nome.
"Esqueceubônus betano r$300 reaisfalar no Canal da Mancha", diz aos risos, referindo-se ao feitobônus betano r$300 reais2001, quando se tornou a primeira pessoa com síndromebônus betano r$300 reaisDown a cruzar o canal, que divide o Reino Unido do continente europeu.
Gaffney enfatiza que mais e mais jovens com síndromebônus betano r$300 reaisDown estão se formando no ensino médio, enquanto outros continuam no ensino superior e aprendendo habilidades úteis para o trabalho.
"Existem músicos, artistas, jogadoresbônus betano r$300 reaisgolfe, modelos, atores e palestrantes, alémbônus betano r$300 reaisbons empregadores que fazem contribuições significativas para suas empresas e comunidades", diz ele.
"Todos esses são modelos do que você pode fazer apesarbônus betano r$300 reaister um cromossomo extra."
"Cada vida tem valor, cada vida importa, além do númerobônus betano r$300 reaiscromossomos que temos", conclui a ativista.
O estudo
O estudobônus betano r$300 reaisDe Graaf, Buckley e Skotko, publicado na revista científica European Journal of Human Geneticsbônus betano r$300 reais2020, e atualizado no finalbônus betano r$300 reais2022, é o primeiro que conseguiu estimar o impacto que os abortos seletivos tiveram sobre o nascimentobônus betano r$300 reaiscrianças com síndromebônus betano r$300 reaisDown.
Um dos autores, Brian Skotko, é diretor do Programabônus betano r$300 reaisSíndromebônus betano r$300 reaisDown do Hospital Geralbônus betano r$300 reaisMassachusetts e professor-associado da Escola Médica da Universidadebônus betano r$300 reaisHarvard, nos EUA.
Ele explicou à BBC News Mundo sobre a metodologia.
"Como não há estatísticas oficiais sobre o assunto, usamos informaçõesbônus betano r$300 reaisdiferentes países sobre a idade materna para calcular quantas crianças foram concebidas com Down".
"Sabemos que as chancesbônus betano r$300 reaisconceber um bebê com Down variambônus betano r$300 reaisacordo com a idade, e essas estatísticas se mantiveram constantes ao longo do tempo. Então, com base na idade das mães, estimamos quantas dessas concepções forambônus betano r$300 reaiscrianças com Down", explica o especialista.
Ao comparar esse número com os registrosbônus betano r$300 reaisnascimentobônus betano r$300 reaisbebês com síndromebônus betano r$300 reaisDown, foi possível determinar quantas gestações foram interrompidas.
Para se ter uma ideiabônus betano r$300 reaiscomo o cenário mudou, foram comparados os períodosbônus betano r$300 reais1981-1985 e 2011-2015 (os números oficiais mais recentes que obtiveram).
Os especialistas determinaram, portanto, que se "não houvesse triagem pré-natal e abortos seletivos, as taxasbônus betano r$300 reaisnascidos vivos (com síndromebônus betano r$300 reaisDown)bônus betano r$300 reaistoda a Europa hoje seriam mais do que o dobro dos níveis atuais".
Skotko esclareceu, no entanto, que embora a taxabônus betano r$300 reaisaborto tenha aumentadobônus betano r$300 reais10% para maisbônus betano r$300 reais50% durante esse período, o númerobônus betano r$300 reaisconcepçõesbônus betano r$300 reaiscrianças com Down aumentou tanto durante esse período (73%) que compensou a queda nos nascimentos.
Em outras palavras: o aumento progressivo da idade materna levou a tantas gestaçõesbônus betano r$300 reaisfetos com síndromebônus betano r$300 reaisDown que, ainda que mais da metade dessas gestações tenham sido interrompidas, a taxabônus betano r$300 reaisnatalidade acabou sendo apenas 11% inferior à dos anos 80.
No entanto, muitos acreditam que nos oito anos desde 2015, quando foram coletados os últimos dados usados no estudo, a taxabônus betano r$300 reaisnatalidadebônus betano r$300 reaiscrianças com síndromebônus betano r$300 reaisDown caiu muito mais.
Por quê? Porque depois dessa data, um método mais moderno para detectar a síndromebônus betano r$300 reaisDown começou a ser adotado na Europa: o teste pré-natal não invasivo (NIPT), que permite a confirmação do distúrbio sem os riscos dos procedimentos anteriores.
Segundo os dados que aparecem no estudo, estes são os 10 países europeus com maior taxabônus betano r$300 reaisinterrupção da gravidez devido à síndromebônus betano r$300 reaisDown:
Espanha (83%)
Portugal (80%),
Dinamarca (79%)
República Tcheca (77%)
Eslovênia (76%)
Estônia (76%)
Bulgária (74%)
Itália (71%)
Bélgica (70%)
Islândia (69%)