Yoon Suk-yeol, o presidente "antifeminista" e linha-dura que levou a Coreia do Sul àpix7 bet homemaior crise políticapix7 bet homedécadas:pix7 bet home

Políticospix7 bet homeoposição apresentaram nesta quarta-feira (4/12) uma moção pedindo o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, depois que ele tentou impor a lei marcial que colocaria a nação sob controle dos militares.

A breve tentativapix7 bet homeimpor lei marcial na noitepix7 bet hometerça-feira (3/12) pegou todospix7 bet homesurpresa.

A medida fez com que os parlamentares corressem para a Assembleia Nacional,pix7 bet homeSeul, para fazer uma votação para derrubar o decreto. Do ladopix7 bet homefora, a polícia estava a postos, enquanto milharespix7 bet homemanifestantespix7 bet homefúria se reuniam.

A mesma multidão explodiupix7 bet homeaplausos quando Yoon voltou atráspix7 bet homepoucas horas — e declarou que revogaria a ordempix7 bet homelei marcial.

O fatopix7 bet homeele fazer uma apostapix7 bet homealto risco e depois recuar com tanta facilidade foi uma surpresa para os sul-coreanos e para o resto do mundo.

Ascensão ao poder

Yoon era relativamente novo na política quando chegou à presidência. Ele havia se tornado conhecido nacionalmente como promotor do processopix7 bet homecorrupção contra a ex-presidente Park Geun-hyepix7 bet home2016, que levou a seu impeachment.

Em 2022, o político novato derrotou seu oponente liberal, Lee Jae-myung, por uma margempix7 bet homemenospix7 bet home1% dos votos — a eleição mais acirrada desde que a Coreia do Sul começou a realizar eleições diretaspix7 bet home1987.

Em uma épocapix7 bet homeque a sociedade sul-coreana estava enfrentando divisões cada vez maiorespix7 bet homerelação a questõespix7 bet homegênero, Yoon atraiu eleitores jovens do sexo masculino ao concorrer com uma plataforma contra o feminismo.

As pessoas tinham "grandes expectativas"pix7 bet homerelação a Yoon quando ele foi eleito,pix7 bet homeacordo com Don S Lee, professorpix7 bet homeadministração pública da Universidade Sungkyunkwan, na Coreia do Sul.

"Aqueles que votarampix7 bet homeYoon acreditavam que o novo governo buscaria valores como princípio, transparência e eficiência."

Yoon também defendia uma postura agressivapix7 bet homerelação à Coreia do Norte. O Estado comunista foi citado por Yoon na noitepix7 bet hometerça-feira, quando ele tentou impor a lei marcial.

Ele disse que precisava se proteger contra as forças norte-coreanas e "erradicar os elementos antiestatais", embora tenha ficado claro desde o início que seu anúncio tinha menos a ver com a ameaça do norte e mais com seus problemas domésticos.

Yoon é conhecido por gafes, que não ajudarampix7 bet homeseus índicespix7 bet homeaprovação. Durante a campanha eleitoralpix7 bet home2022, ele teve que voltar atráspix7 bet homeum comentário, depoispix7 bet homeafirmar que o presidente autoritário Chun Doo-hwan, que declarou lei marcial e foi responsável pelo massacrepix7 bet homemanifestantespix7 bet home1980, tinha sido "bompix7 bet hometermospix7 bet homepolítica".

Mais tarde, naquele ano, ele foi forçado a negar ter insultado o Congresso dos EUApix7 bet homecomentários feitos após um encontro com o presidente americano, Joe Biden,pix7 bet homeNova York.

Um microfone que ainda estava ligado e uma câmera captaram ele aparentemente chamando os parlamentares dos EUApix7 bet homeuma palavra coreana que pode ser traduzida como "idiotas" — ou algo muito mais forte. A gravação rapidamente se tornou viral na Coreia do Sul.

Yoon obteve algum sucesso na política externa, sobretudo melhorando a relação historicamente tensa do seu país com o Japão.

'Erropix7 bet homecálculo político'

O governopix7 bet homeYoon foi marcado por uma sériepix7 bet homeescândalos — grande parte envolvendo a primeira-dama, Kim Keon Hee, que foi acusadapix7 bet homecorrupção e tráficopix7 bet homeinfluência, especialmente por supostamente ter aceitado uma bolsa da grife Dior dada por um pastor.

Em novembro, Yoon pediu desculpaspix7 bet homenome da esposa e rejeitou os pedidospix7 bet homeinvestigação sobre suas atividades.

Maspix7 bet homepopularidade como presidente permaneceu instável. No iníciopix7 bet homenovembro, seus índicespix7 bet homeaprovação caíram para 17%, uma queda recorde desde que assumiu o cargo.

Em abril, o Partido Democrático,pix7 bet homeoposição, venceu a eleição parlamentar com uma vitória avassaladora, derrotando Yoon e seu Partido do Poder Popular.

Yoon foi relegado ao papelpix7 bet homeum presidente com os dias contados no poder, que se resumia a vetar projetospix7 bet homelei aprovados pela oposição, uma tática que ele usou com "frequência sem precedentes", segundo Celeste Arrington, diretora do Institutopix7 bet homeEstudos Coreanos da Universidade George Washington, nos EUA.

Nesta semana, a oposição reduziu o orçamento que o governo e o partido governista haviam apresentado — e o projetopix7 bet homelei orçamentária não pode ser vetado.

Ao mesmo tempo, a oposição estava se movimentando para destituir membrospix7 bet homeseu gabinete, sobretudo o chefe do departamentopix7 bet homeauditoria do governo, por não ter investigado a primeira-dama.

Colocado contra a parede diante dos desafios políticos, Yoon optou pela opção mais drástica e declarou lei marcial -— uma medida que poucos, se é que alguém, poderia ter previsto.

"Muitos analistas estavam preocupados nas últimas semanas com uma crise política devido ao confronto entre o presidente e a Assembleia Nacional controlada pela oposição", afirmou Arrington.

"Mas poucos previram uma medida tão extrema como a declaração da lei marcial."

A declaraçãopix7 bet homelei marcial por partepix7 bet homeYoon foi um "exagero jurídico e erropix7 bet homecálculo político",pix7 bet homeacordo com Leif-Eric Easley, professorpix7 bet homeestudos internacionais da Universidade Ewha Womans,pix7 bet homeSeul.

"Com um apoio extremamente baixo da população e sem um forte apoio dentropix7 bet homeseu próprio partido e governo, o presidente deveria saber quão difícil seria implementar seu decreto noturno", acrescentou Easley à BBC.

"Ele parecia um político sitiado, fazendo um movimento desesperado contra os escândalos crescentes, a obstrução institucional e os pedidospix7 bet homeimpeachment, que agora vão se intensificar."

O que vai acontecer agora?

Yoon atraiu a irapix7 bet homepolíticospix7 bet homeambos os lados, já que parlamentares reunidos às pressas — incluindo alguns do partidopix7 bet homeYoon — votaram a favor da suspensão da lei marcial na noitepix7 bet hometerça-feira (03/11).

O Partido Democrático, da oposição, quer o impeachment do presidente, e até mesmo a liderança do próprio partidopix7 bet homeYoon exigiu que ele se retirasse do partido.

Os assessorespix7 bet homealto escalãopix7 bet homeYoon se ofereceram para renunciarpix7 bet homemassa nesta quarta-feira, informou a agênciapix7 bet homenotícias Yonhap.

O líder da oposição, Lee, está demonstrando otimismo, dizendo aos jornalistas que a "declaração ilegalpix7 bet homelei marcial" por partepix7 bet homeYoon é uma "oportunidade decisiva para quebrar o ciclo vicioso e voltar à sociedade normal".

As repercussões da noitepix7 bet hometerça-feira devem ultrapassar as fronteiras sul-coreanas. O anúnciopix7 bet homeYoon abalou os aliados do país.

Autoridades dos EUA, um importante aliado, disseram que foram pegaspix7 bet homesurpresa pelo anúncio do presidente — e estão pedindo à Coreia do Sul que resolva a crise "de acordo com o Estadopix7 bet homedireito".

O Japão afirmou, porpix7 bet homevez, que está monitorando a situação na Coreia do Sul com "preocupações excepcionais e graves".

Enquanto isso, a Coreia do Norte, que acirrou a tensão com o Sul nos últimos meses, pode "tentar explorar as divisõespix7 bet homeSeul", observa Easley.

A raiva ainda toma conta da Coreia do Sul. Nesta quarta-feira (4/12), manifestantes saíram às ruas condenando Yoon.

Um dos maiores sindicatos do país, com maispix7 bet homeum milhãopix7 bet homemembros, está convocando os trabalhadores a entrarempix7 bet homegreve até que ele renuncie.

Não se sabe ao certo o que Yoon planeja fazer. Ele ainda não fez nenhuma aparição pública desde o fiasco.

"Ele se tornou cada vez mais impopular pela maneira como lidou com os problemas criados porpix7 bet homeprópria conduta e pela conduta da primeira-dama", disse o ex-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha, ao programa Newsday, da BBC.

"A bola está no campo do presidente agora para encontrar uma maneirapix7 bet homesair desta enrascadapix7 bet homeque ele se meteu."

Mas não importa como Yoon decida agir, a desastrosa declaraçãopix7 bet homelei marcial já pode ter sido a gota d'água para acabar com seu frágil governo.