Como será futuro da exploração espacial após fim da Estação Internacional:bet 100 win

“Foi simplesmente extraordinário”, afirma a especialistabet 100 winpolítica espacial Wendy Whitman Cobb, da Escolabet 100 winEstudos Aéreos e Espaciais Avançados da Força Aérea dos Estados Unidos.

Para ela, “é realmente uma grande históriabet 100 wincooperação pós-Guerra Fria. A indústria espacial russa estavabet 100 winmaus lençóis. Esta foi uma oportunidade para que os Estados Unidos e a Rússia abrissem uma nova erabet 100 wintrabalho conjunto.”

O resultado foi uma enorme estação espacial com o tamanhobet 100 winum campobet 100 winfutebol, pesando maisbet 100 win400 toneladas. Ela orbita o nosso planeta à velocidadebet 100 win29 mil quilômetros por hora e seu custo ébet 100 winpelo menos US$ 150 bilhões (cercabet 100 winR$ 744 bilhões).

A ISS está continuamente habitada desde a chegada dabet 100 winprimeira tripulação,bet 100 winnovembrobet 100 win2000. Mas seus equipamentos estão envelhecendo e,bet 100 win2031, ela será retiradabet 100 winórbita e trazidabet 100 winvolta à atmosfera terrestre, para finalmente cair no Oceano Pacífico.

Milharesbet 100 winexperimentos científicos já foram realizados na ISS, seja no lado americano e russo da estação, seja nos módulos construídos por europeus e japoneses que foram conectados a ela.

As pesquisas incluíram a investigaçãobet 100 windoenças como o malbet 100 winAlzheimer e Parkinson, o estudobet 100 winnovos estados da matéria e o desenvolvimentobet 100 winformasbet 100 wincultivar alimentos no espaço, como alface e rabanetes.

Morar e trabalhar na estação “foi uma experiência fantástica”, segundo o astronauta Frankbet 100 winWinne, da Agência Espacial Europeia. Ele visitou a estação duas vezes,bet 100 win2002 e 2009. Parabet 100 winWinne, “é uma experiência única na vida, trabalharbet 100 winuma parceria internacional e fazer avançar a humanidade”.

Mas nem todos concordam que o sucesso da estação tenha sido tão grande.

O astrônomo real britânico Lord Martin Rees, por exemplo, afirma que o preço tem sido alto demais para o retorno científico obtido. “Com certeza, apenas pela ciência, não valeu a pena”, segundo ele.

Ele sugere que os países se concentrem maisbet 100 winmissões robóticas, como o Telescópio Espacial James Webb, amplamente bem sucedido, ou as missõesbet 100 winandamento para Marte.

“Mandar pessoas para o espaço é incrivelmente caro”, afirma ele. “Acho que o futuro dos voos espaciais humanos é para bilionários ou aventureiros.”

Mas, além das pesquisas, algumas pessoas defendem que a principal conquista da estação foi consolidar a humanidade como uma espécie espacial.

Antes do lançamento da ISS, nós estávamos começando a aprender sobre as viagens espaciaisbet 100 winlonga duração, com os cosmonautas russos que passaram maisbet 100 winum ano na estação espacial MIR. Mas a ISS nos levou para outro nível, segundo a analista espacial Laura Forczyk, da consultoria americana Astralytical.

“Ela mudou as nossas ideias sobre o significadobet 100 winser uma civilização espacial”, afirma ela.

De Winne concorda: “Nós não poderíamos ter deixadobet 100 winconstruir a estação espacial. Há tantas coisas que aprendemos. Será um dia triste [quando ela for retiradabet 100 winórbita].”

Seja como for, o fim da ISS irá encerrar uma demonstração impressionante da colaboração humana, que sobreviveu a guerras e conflitos no nosso planeta.

O futuro

A recente invasão da Ucrânia pela Rússia representou o teste mais rigoroso já enfrentado pelo projeto. E, embora a colaboração tenha prosseguido até o momento, uma nova parceria parece improvável no futuro próximo.

“Os russos não irão mais participar”, afirma a historiadora espacial Cathy Lewis, do Museu Nacional do Ar e do Espaço dos Estados Unidos. “Eles falarambet 100 winseguir seu próprio caminho e não serão aceitos após a invasão da Ucrânia.”

Mas o futuro após a ISS já está sendo planejado. Espera-se que novas estações espaciais comerciais assumam o lugar da ISS na órbita da Terra.

A Nasa já terceirizou o transportebet 100 winseres humanos até a órbita baixa da Terra para as empresas norte-americanas SpaceX e Boeing. E a agência também começou a assinar contratos no valorbet 100 wincentenasbet 100 winmilhõesbet 100 windólares para o desenvolvimentobet 100 winnovas estações espaciais.

Essas estações podem tornar-se pequenos laboratóriosbet 100 winpesquisa ou destinos para turistas espaciais, mantendo a presença da humanidadebet 100 winórbita ao redor do nosso planeta.

Uma das empresas contratadas é a Axiom Space, que já transportou astronautas que pagaram para embarcarbet 100 winfoguetes da SpaceX até a órbita da Terra.

A empresa espera começar a anexar módulos à ISSbet 100 win2025. Esses módulos poderão ser eventualmente separados para formarbet 100 winprópria estação, que pode vir a ser alugada para possíveis clientes. Mas nem todos ficaram convencidos com a ideia.

“Sou realmente cético sobre esses casos comerciais”, afirma o astrônomo Jonathan McDowell, do Centrobet 100 winAstrofísica Harvard-Smithsoniano, nos Estados Unidos. “Simplesmente não estou convencidobet 100 winque uma estação espacial possa ser administradabet 100 winforma lucrativa.”

Mas a Nasa e outros parceiros da ISS estão ansiosos para explorar estas oportunidades.

“Estamosbet 100 wingrandes discussões com todas essas empresas”, afirma Josef Aschbacher, chefe da Agência Espacial Europeia. “Estamos muito interessadosbet 100 winencontrar uma formabet 100 wincontinuar após o fim da ISS.”

O retorno à Lua

Para a Nasa, a liberação dos US$ 3 bilhões (cercabet 100 winR$ 14,9 bilhões) gastos anualmente com a ISS irá permitir que a agência se dedique a outros objetivos nos voos espaciais humanos, especialmente o transportebet 100 winastronautas novamente para a Lua e, um dia, para Marte.

A agência está agora conduzindo seu programa Artemis para voltar à superfície lunar. Em 2024, quatro astronautas irão voar ao redor da Lua pela primeira vez desde 1972, com a Apollo 17. Já o retorno à superfície do satélite está planejado para 2025.

“A estação é cara”, afirma o especialistabet 100 winpolítica espacial John Klein, da Universidade George Washington, nos Estados Unidos. “Eles estão tentando seguir adiante com o programa Artemis.”

A Nasa também quer construir uma nova estação espacial perto da Lua, conhecida como a estação lunar, com a ajudabet 100 winparceiros internacionais. A construção poderá começar ainda nesta década.

Ela não terá o tamanho nem a escala da ISS, mas pode se tornar uma parte importante dos voos espaciais humanos futuros para a Lua e além, servindobet 100 winposto avançado para os astronautas que viajambet 100 wine para o nosso satélite natural.

Economia circular

Por fim, existe a possibilidadebet 100 winque a ISS não seja totalmente destruída. Algumas empresas receiam que retirar a estação inteirabet 100 winórbita seria um desperdício e que alguns dos seus módulos e recursos poderiam ser redirecionados ou reutilizados no espaço.

A Nasa ainda não declarou se está aberta a essas ideias, mas poderá mudarbet 100 winopinião à medida que se aproximar o prazo para a retirada da ISSbet 100 winórbita.

“Não encontrei ninguém envolvido no espaço que realmente queira apenas jogá-la no oceano”, afirma Gary Calnan, CEO (diretor-executivo) da empresa norte-americana CisLunar Industries.

No finalbet 100 win2022, a CisLunar e diversas outras empresas apresentaram à Casa Branca uma proposta para reutilizar alguns aspectos da estação espacial, como fundir parte do seu metal ou redirecionar alguns dos seus módulos. Calnan afirma que a Casa Branca foi receptiva.

“Eles gostaram da ideia”, ele conta. “Ela se enquadra na políticabet 100 winreúso e economia circular do governo atual.”

De qualquer forma, o projeto da ISS chegará ao fimbet 100 win2031, sejabet 100 winum inferno ardente ou sendo desmantelada para outras finalidades.

No seu lugar, podem surgir outras estações espaciais menores, prontas e aguardando para dar continuidade à presença humanabet 100 winórbita da Terra, com astronautas indo mais além para pôr os pés na Lua.

A ISS irá deixar um legado impressionante, mas, nos anais da história, pode ser apenas o começo.

“Ela deixa essa noçãobet 100 winque, apesar da nossa obsessão com o nacionalismo e as fronteiras, somos capazesbet 100 wincooperar”, afirma Lewis. “Podemos fazer isso. Podemos compartilhar a riqueza.”

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.